Criança de cinco anos com tumor era uma das caras mais emblemáticas na luta contra o cancro em Portugal.
Milhares de quadrados cor-de-rosa substituíram esta quarta-feira as fotos de perfil de utilizadores do Facebook. Uma criança morreu com cancro, uma notícia que ninguém quer ouvir. A cor era a favorita de Leonor, que aos cinco anos deixou de sorrir porque a doença foi mais forte. Nas redes sociais as mensagens de apoio à família e de memória em nome da “Princesa Leonor”, como foi carinhosamente apelidada, repetem-se. Um dos posts mais recentes apela a criação de uma corrente humana, na sexta-feira, em vários pontos do país.
Nonô estava na Alemanha, onde realizava mais um ciclo de tratamentos contra o tumor de Wilms bilateral em estado avançado, com metástases nos pulmões, que lhe foi diagnosticado o ano passado. Este tipo de tumor surge nos rins e é em crianças com anomalias genéticas que é mais frequente. É confirmado principalmente em crianças com menos de cinco anos. Nonô soube que tinha cancro aos quatro, depois de ter ido ao hospital com dores de barriga intensas.
Desde o diagnóstico, o caso de Leonor foi ganhando espaço nas redes sociais e na comunicação social. Alguns vídeos foram também sendo publicados no Youtube Em Dezembro foi mesmo organizado um concerto para angariar fundos para a menina fazer tratamento na Alemanha. Já em Maio deste ano foi lançado o livro Aceita e Sorri, de Inês de Santar e Isabel Branco (Chá das Cinco, Maio de 2014), onde a história de luta contra a doença de Vanessa Coutinho e da filha é contada. A criança de cinco anos passou a ser uma das caras mais emblemáticas na luta contra o cancro.
“Jurei a mim mesma que lutaria pela cura da Leonor até que não me sobrasse mais nada em mim...”. A frase foi escrita no Facebook por Vanessa quando passava um ano sobre o diagnóstico da filha. A página na rede social tinha sido inicialmente criada para angariar dinheiro para que a mãe deixasse de trabalhar e pudesse acompanhar sempre a filha e depois para reunir os 30 mil euros para o tratamento de Leonor na Alemanha, os Aprendizes de Nono. Foi na página na rede social, que esta quarta-feira tinha mais de 117 mil seguidores, que se anunciou a morte de Leonor.
Após a notícia, milhares de pessoas trocaram a sua foto de perfil no Facebook por um simples quadro cor-de-rosa, a cor de Leonor. As mensagens dirigidas à família surgiram de imediato e mais de 13 mil comentários foram deixados na página oficial da menina.
É ainda na rede social que é indicado que haverá o lugar ao “último ‘até já”, na sexta-feira, nas instalações da Agnus Dei em Alcabideche, entre as 13h00 e as 16h00.
Também para amanhã, foi lançado um apelo no Facebook para se criar uma corrente humana às 22h00, no Jardim da Estrela, em Lisboa, de homenagem a Leonor. A iniciativa acabou por se tornar nacional e um post pedia esta tarde que fossem criadas correntes em todo o país e que todos aparecessem com uma peça de roupa cor-de-rosa.
Segundo o PIPOP - Portal de Informação Português de Oncologia Pediátrica, estima-se que surjam todos os anos mais de 350 novos casos de cancro pediátrico, em criança entre os 0 e os 19 anos, sendo que a leucemia é o tipo de cancro que mais vítimas faz.
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