Opinião
A crónica de Correia de Campos soa a ajuste de contas com Seguro. Uma espécie de azia diferida, de vingança com Seguro por este não o ter convidado para continuar no Parlamento Europeu depois de 5 anos.
Há momentos em que a clareza das motivações não deixa margem para dúvidas. O Professor António Correia de Campos utilizou a sua crónica semanal para efectuar um ataque primário e desqualificado ao líder do Partido Socialista, tendo por base uma argumentação tolhida pela acidez.
E é também nessa linha de falta de rigor que se pode defender que o Secretário Geral do PS não teve a intervenção adequada no BES ou na visita à Autoridade Nacional de Protecção Civil. A alternativa sugerida seria uma linha espalha-brasas ou de incendiário político? Ou deve haver sentido de responsabilidade em função das informações disponíveis, exigindo que os cidadãos não voltem a pagar pelos erros da ganância e da má gestão de alguns banqueiros ou, no caso do combate aos incêndios florestais, sublinhando que esta é uma causa nacional suprapartidária. Para o interesse nacional, no respeito pelos nossos valores e princípios, o PS deve estar sempre disponível.
Três anos de intervenção evidenciaram uma liderança que não cede às pressões e aos interesses, que critica e diverge quando tem de divergir e converge quando está em causa o interesse nacional. Ou já caiu no esquecimento que, pela primeira vez na história da democracia parlamentar, o PS recusou-se a integrar uma Comissão Parlamentar para a Reforma do Estado destinada a dar cobertura à tentativa de desmantelamento do Estado Social. E quanto a proximidades à direita, não foi Seguro que em 2013 participou na Universidade de Verão do PSD, foi o Professor Correia de Campos.
Três anos de uma liderança coerente com os compromissos assumidos nos dois Congressos Nacionais realizados. Ninguém veio ao engano, o que foi escrito foi cumprido. A coerência é uma regra para a vida interna e para a sociedade. É por isso normal que a moção que Seguro apresentou, seja um exercício de coerência: um compromisso político com trinta e cinco páginas.
E que jeito tinha dado no passado ter uma regra de ouro. Não fazer nada diferente do que tinha sido prometido em campanha eleitoral. Por exemplo, não encerrar centros de saúde e serviços de atendimento permanentes sem ter garantias de existirem alternativas de acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde em tempo útil.
É certo que para alguns a Democracia é uma chatice. É claro que quem tem dificuldade em ouvir, quem possa ter pré-acordos para governar mais ou menos escondidos ou quem prefira os arranjinhos de gabinete, só pode achar uma chatice que os militantes sejam consultados por uma questão estrutural que é a adesão a uma solução de governo em coligação. Algo que pode ser feito num tempo curto pela clareza do que está em causa: uma decisão que condicionará a intervenção política pelo tempo de governo e para futuro. Se não se pronunciam sobre as questões de futuro pronunciam-se sobre o quê? Pretende-se repetir o quadro do Memorando da Troika, subscrito pelo PS, sem que os órgãos do partido ou os militantes se tivessem pronunciado?
De miniatura é ter uma intervenção em sintonia com a narrativa da direita, dizer uma coisa num dia e fazer o contrário no dia seguinte e continuar a fingir que ainda há margem para um certo regresso ao passado, ao dos últimos três anos e aos outros. Definitivamente, os portugueses não estão para aí virados, porque esta é vez do povo.
Secretário Nacional do PS
A motivação é tão clara que soa a ajuste de contas com Seguro. Uma espécie de azia diferida, de vingança com Seguro por este não o ter convidado para continuar no Parlamento Europeu depois de 5 anos. Prestou um mau serviço à cidadania, mas útil à direita. Acresce que com o pretexto de facultar uma ajuda aos leitores do PÚBLICO (como se fossem crianças), Correia de Campos fez um puro exercício de cinismo.
Embarca na conversa da direita, de que ao nível da Economia não há alternativa, ou havendo, ela não é sólida. É a mesma linha que numa semana dizia que o PS não tinha alternativas, depois de dezenas de propostas chumbadas no parlamento, e na semana seguinte afirmava que as 80 propostas do Contrato de Confiança eram demais.E é também nessa linha de falta de rigor que se pode defender que o Secretário Geral do PS não teve a intervenção adequada no BES ou na visita à Autoridade Nacional de Protecção Civil. A alternativa sugerida seria uma linha espalha-brasas ou de incendiário político? Ou deve haver sentido de responsabilidade em função das informações disponíveis, exigindo que os cidadãos não voltem a pagar pelos erros da ganância e da má gestão de alguns banqueiros ou, no caso do combate aos incêndios florestais, sublinhando que esta é uma causa nacional suprapartidária. Para o interesse nacional, no respeito pelos nossos valores e princípios, o PS deve estar sempre disponível.
Três anos de intervenção evidenciaram uma liderança que não cede às pressões e aos interesses, que critica e diverge quando tem de divergir e converge quando está em causa o interesse nacional. Ou já caiu no esquecimento que, pela primeira vez na história da democracia parlamentar, o PS recusou-se a integrar uma Comissão Parlamentar para a Reforma do Estado destinada a dar cobertura à tentativa de desmantelamento do Estado Social. E quanto a proximidades à direita, não foi Seguro que em 2013 participou na Universidade de Verão do PSD, foi o Professor Correia de Campos.
Três anos de uma liderança coerente com os compromissos assumidos nos dois Congressos Nacionais realizados. Ninguém veio ao engano, o que foi escrito foi cumprido. A coerência é uma regra para a vida interna e para a sociedade. É por isso normal que a moção que Seguro apresentou, seja um exercício de coerência: um compromisso político com trinta e cinco páginas.
E que jeito tinha dado no passado ter uma regra de ouro. Não fazer nada diferente do que tinha sido prometido em campanha eleitoral. Por exemplo, não encerrar centros de saúde e serviços de atendimento permanentes sem ter garantias de existirem alternativas de acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde em tempo útil.
É certo que para alguns a Democracia é uma chatice. É claro que quem tem dificuldade em ouvir, quem possa ter pré-acordos para governar mais ou menos escondidos ou quem prefira os arranjinhos de gabinete, só pode achar uma chatice que os militantes sejam consultados por uma questão estrutural que é a adesão a uma solução de governo em coligação. Algo que pode ser feito num tempo curto pela clareza do que está em causa: uma decisão que condicionará a intervenção política pelo tempo de governo e para futuro. Se não se pronunciam sobre as questões de futuro pronunciam-se sobre o quê? Pretende-se repetir o quadro do Memorando da Troika, subscrito pelo PS, sem que os órgãos do partido ou os militantes se tivessem pronunciado?
De miniatura é ter uma intervenção em sintonia com a narrativa da direita, dizer uma coisa num dia e fazer o contrário no dia seguinte e continuar a fingir que ainda há margem para um certo regresso ao passado, ao dos últimos três anos e aos outros. Definitivamente, os portugueses não estão para aí virados, porque esta é vez do povo.
Secretário Nacional do PS
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