Guerra em Moçambique: autocarro com passageiros atacado na EN1 a caminho de Muxúnguè
Um autocarro com 20 passageiros foi alvo de um ataque armado no princípio da tarde desta segunda-feira na Estrada Nacional Nº1 (EN1), no troço entre o rio Save e o Posto Administrativo de Muxúnguè, no distrito de Chibabava, na província central de Sofala. Há registo de pelo menos cinco feridos ligeiros em consequência do estilhaço de vidros e paragem brusca do autocarro que fazia o transporte de passageiro entre a capital de Moçambique a cidade da Beira.
De acordo com o motorista do autocarro da empresa LTM o ataque aconteceu depois de partirem do Save cerca de 20 quilómetros depois de passarem por uma ponte metálica existente nesta única estrada que liga o Sul ao Centro e Norte de Moçambique. "Eu não estava a seguir o carro dos militares, o BTR que nos escolta, pois o segredo é ficar longe do militares mas de repente comecei a sentir os vidros a estilhaçarem-se. Os passageiros entraram em pânico, tive dificuldade em controlar o carro mas consegui manter o carro direito e continuamos viagem".
Segundo a testemunha, durante o ataque que durou cerca de cinco minutos, não houve nenhuma protecção militar apesar de ter tentado alertar a restante coluna de mais de três centenas de viaturas, tocando a buzina e fazendo sinal de luzes.
A fonte crê que os atacantes, que não conseguiu vislumbrar, deveriam estar nas árvores pois visaram a parte lateral superior de todos os vidros do autocarro.
Depois do ataque a viagem seguiu sem sobressaltos até Muxúnguè onde foi comunicar a ocorrência ao comandante que encaminhou os feridos para receberem tratamento médico no hospital rural.
Este jovem de 34 anos de idade é um dos milhares de moçambicanos que todos os dias precisa de continuar a cruzar este troço, chamado da guerra, pois é de onde tira o sustento da sua família. "A família toda já rejeitou e disse que eu tinha que parar mas é daqui que eu alimento os meus filhos, não tem como, estou a procura do pão para as crianças" concluiu.
Entretanto as parte envolvidas no conflito, o Governo e a Renamo, continuam desavindas e sem encontrarem uma solução negociada para que a Paz regresse a Moçambique.
@VERDADE – 16.06.2014
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