segunda-feira, 16 de junho de 2014

Cidadão chinês gravemente ferido em emboscada da Renamo

Cidadão chinês gravemente ferido em emboscada da Renamo

Um cidadão chinês ficou hoje “gravemente ferido” durante uma emboscada de homens armados ligados à Renamo à coluna de viaturas escoltada pelo exército, na região de Zove, Sofala, centro de Moçambique, disseram à Lusa militares e viajantes.
“O cidadão chinês foi alvejado na cabine do camião que transportava toros de madeira para Maputo. Tem balas alojadas no corpo e foi levado para primeiros socorros no Hospital de Save”, disse à Lusa, por telefone, um militar integrante da escolta.
A coluna de viaturas foi emboscada 45 minutos depois de deixar Muxúnguè para Save - um troço de escolta militar obrigatória -, supostamente por homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido da oposição, que se confrontam com o exército desde abril de 2013, quando eclodiu a tensão político-militar na região.
“A coluna não parou depois que foi emboscada, e quando chegámos a Save havia dois carros pequenos com vidros partidos e um camião carregado de madeira crivado de balas na porta”, contou à Lusa uma viajante.
No sábado, dois civis ficaram feridos quando a coluna foi dividida a meio, minutos depois de ser emboscada na mesma região, subindo para três militares mortos, 31 feridos, 16 dos quais civis, o balanço dos confrontos nas últimas duas semanas.
Uma parte das 135 viaturas que integravam a coluna de sábado foi retida em Muxúnguè, depois de ser forçada a regressar e só seguiu viagem no domingo.
Há duas semanas, as ofensivas foram intensificadas no troço de 100 quilómetros entre Save e Muxúnguè, na principal estrada que liga o sul e centro de Moçambique, quando a Renamo suspendeu o cessar-fogo unilateral, em protesto contra o avanço das tropas do Governo na serra da Gorongosa, onde se supõe esteja refugiado o líder do partido, Afonso Dhlakama.
Um impasse sobre a paridade nas Forças de Defesa e Segurança e a desmilitarização do braço militar do movimento agudiza o pior momento de tensão político-militar que Moçambique vive 21 anos após a assinatura dos acordos de Roma, que puseram fim a 16 anos de guerra entre a Renamo e o Governo.
LUSA – 16.06.2014

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