domingo, 9 de março de 2014

A culpa não pode morrer solteira (1)

Um sector pouco atento da sociedade, intoxicado pela propaganda enganosa de que Marcelino, Jorge, Óscar e outros são a reserva moral do partido dos camaradas, continua a alimentar esperanças de encontrar neles as soluções das suas frustrações.
Os que assim pensam, enganam- se.
Um olhar atento para o passado, permite a quem quer que seja, concluir que as mais tenebrosas tropelias que enlutaram famílias e plantaram cicatrizes grotescas de dor em muitos compatriotas, foram cometidas no principado destes senhores, a seu mando ou sob seu beneplácito, como adiante se irá demonstrar.
Na verdade, logo nos primórdios da luta armada, com o aparecimento destes senhores, instalou-se no seio do movimento dos camaradas um ambiente de intriga, de ódio, de desunião, de intolerância e de perseguições de toda ordem contra todos aqueles que pontificavam como elementos que iriam dar um valioso contributo na luta tendo em vista a independência do país.
Este ambiente de intimidação e receio de represálias concorreu para semear, reproduzir e perpetuar uma postura de mutismo cúmplice que vigorou e vigora até hoje no âmago dos sectores e vectores que determinam a condução dos destinos do país. Dizer, ou até mesmo pensar diferente destes senhores, constituiu sempre um sacrilégio imperdoável, cuja sanção poderia levar a um sofrimento atroz e até à morte de uma pessoa, de uma família ou de um grupo de compatriotas, sendo a pena mais suave ser vítima de purgação e isolamento sem espaço nem oportunidade de tentar resgatar a imagem, o bom nome, a reputação e o respeito social.
Será que escapaa alguns sectores da nossa sociedade que as revelações bombásticas do Presidente Chissano jamais teriam sido feitas na altura que este grupo detinha o poder político, por inexistir espaço para o efeito? Será que esse sector social duvida que se o Presidente Chissano tivesse ousado revelar factos importantes da história recente do país na altura em que se vivia um ambiente em que não havia diálogo, em que reinava a intolerância, não teriam sido, essas revelações, classificadas como uma autêntica profanação e conduzido a ser mais uma vítima de sanções draconianas, apesar do lugar cimeiro que sempre ocupou na organização? E que dizer dos outros quadros subordinados?
Paradoxalmente, este grupo apresenta- se hoje, com exigências de diálogo,acobertado por uma áurea artificial e falsa de defensores de abertura a uma cultura de confrontação de ideias. Como podem defender princípios de convivência em tolerância quando eles mesmos, quando tiveram e mantiveram a oportunidade de inculcá-los tanto na sociedade como até entre camaradas, rejeitaram e encarceraram esses mesmos princípios? Será que na sua mente esses princípios só vigoram quando o poder de decisão não passa por eles? Na verdade, de que é que estão a falar? Ou pensam mesmo, como se diz por aí, que somos todos imbecis?
Já durante o período de liderança de Mondlane este grupo adoptou, como estratégia de actuação, uma aparente serenidade, procurando angariar simpatias no seio do movimento que lhes permitisse criar uma imagem de pessoas impolutas com capacidade de dirigir a organização. Após a morte misteriosa de Mondlane, o grupo manteve se coeso e inculcou na organização, uma tese sem nexo, sobre as causas próximas ou remotas deste acontecimento fatídico.
Na decorrência dessa tese, ficou registado nos anais da nossa história que Mondlane teria encontrado a morte no seu escritório em Dar-Es-Salam, facto que mais tarde, cerca de 40 anos, viria a ser desmentido pelo então Presidente da República e da Frelimo Joaquim Alberto Chissano.
Ainda assim, com base nessa falsidade, várioscamaradas foram “promovidos” a bodes expiatórios a quem foram imputadas as responsabilidades pela morte de Mondlane. Este facto, como exemplo, ilustra a natureza e caracteriza o ambiente de perseguições selectivas injustas, com base em mentiras arquitectadas, tendo como único fito afastar da organização todos aqueles que ousassem demonstrar alguma capacidade de liderança ou de formular análises mais elaboradas.
Este ambiente de escárnio e maldição foi criado e desenvolvido por este grupo até aos dias de hoje. Indivíduos como estes que têm a capacidade de falsear a verdade em factos que, no mínimo, devia consterná-los, como a morte do Presidente da sua própria organização; têm, por maioria de razão, capacidade de arquitectar todo o tipo de mentiras e inverdades para satisfazerem os seus mesquinhos interesses.
Perante tudo isto é caso para ficar para sempre com uma pulga atras da orelha, sobre o que foi que aconteceu com Filipe Samuel Magaia e outros dirigentes.
Temos que duvidarsempre da bondade, dos desígnios destes senhores.
Com a morte de Mondlane, o grupo ganha protagonismo, materializando assim o seu projecto de assalto ao poder. Catalisa-se, a partir de então, com maior intensidade, o clima de ódio, perseguições e ostracisões, e silenciam-se vozes de compatriotas comprometidos com o movimento.
Esta cultura de silenciar não é obra de mero acaso porquanto visava sempre branquear e falsear a verdade. Viver-se-ia assim até à Independência Nacional.
Com a independência nacional o grupo ganha ainda mais força ao ponto de influenciar a criação de um Governo à sua imagem, medidae semelhança, como ilustra a foto que aqui se reproduz para corroborar esta asserção ou seja, o Governo então instituído viria a ser maioritariamente composto porelementos da ala dos chamados “Democratas de Moçambique”.
Tratava -se maioritariamente deste grupo e de gente das suas simpatias. Embora a principal divisa da Frelimo fosse e é o anti-racismo, divisa, aliás, nobre e revolucionária não só por ser antítica à governação colonial portuguesa mas também por valorizar o homem apenas na sua natureza universal, a constituição deste governo revelou se contrário a mesma. É que, na verdade, mais parecia um governo de um país nórdico que africano. Melhor dito quase todos os membros do governo, salvo raríssimas e honrosas excepções tinham a tês mais pronunciada que os africanos, isso na verdadeira acepção da palavra.
Este facto estranho levou mesmo que o Presidente Nyerere, numa das suas vindas a Moçambique, sentisse estranheza e tivesse perguntado em suaíli onde estavam os rapazes "VAKO WAPI VA VIJANE" em se referindo a combatentes do movimento que até estavam dotados de melhor formação académica que os ditos democratas e que por isso seriam ministeriáveis mas que não se achavam presentes no elenco governativo.
Mas porquê isto? Seria pelo facto de este grupo ser quem mais se destacou na luta de libertação nacional? Seriam eles os detentores de maior intelectualidade no movimento? Teriam demonstrado melhor capacidade de liderança? Conheciam melhor a cultura e a composição do povo moçambicano? Eram os mais capazes para enfrentar os desafios nacionais, regionais e internacionais de então? Teriam melhores estratégias de condução de uma transição da governação colonial para uma governação nacional com crescimento económico e estabilidade social?
A resposta é simples. Era necessário adoptar medidas draconianas e tais medidas só podiam ser levadas a cabo por quem não tivesse sentimento de proximidade por laços de família ou qualquer outra forma de empatia com a maioria da comunidade.
Para consubstanciar esta tese basta olhar para o rosário de injustiças que se seguiu: prisões arbitrárias, mortes, fuzilamentos ilegais, desterros, intimidações, chantagens que conduziram o país a um total descalabro, isto é, destruição de famílias, erosão dos valores éticos e morais em nome da construção de uma sociedade comunista, que apenas poderia residir na fértil imaginação deste grupo, pois de comunismo, eles mesmos sabiam apenas de leituras idealistas e líricas das suas veias pseudo-poéticas e pseudo-artísticas, cimentadas numa adolescência de rebeldia própria de filhos mimados.
A culpa não pode morrer solteira (2)
Sargento Aposentado
Em bom rigor o grupo nunca quis criar nem sociedade comunista, nem capitalista, nem o que quer que seja, como se veio a demonstrar mais tarde, já que, volvido um curto lapso de tempo, não se acham sequer no país, réstias desse comunismo. Aliás, os tais comunistas defensores de uma sociedade colectivizada e dos meios de produção socializados, são hoje uma elite que ostenta uma riqueza franciscana.
São donos de universo imobiliário invejável constituído maioritariamente por imóveis nacionalizados que se dizia falsamente que iriam para o povo, são donos de empreendimentos industriais, turísticos e comerciais, são donos de bancos e outras sociedades financeiras, em suma, são donos de tudo.
No entanto, os condenados e perseguidos desta terra, continuam a lutar pela sobrevivência, não têm pão, não têm água, não têm habitação condigna, não têm resguardo moral nem ético já que a família, que é a base social, foi destruída por este grupo.
Para ilustrar esta afirmação basta recordar que o grupo desfechou uma violenta machadada contra os valores culturais, éticos e morais da sociedade moçambicana sob o pretexto de que se tratava de valores retrógrados. Destruiu-se o tecido ético e moral sob o pretexto de que se pretendia criar o homem novo.
Onde está o homem novo senhores? Matou- se, destruiu-se, chantageou-se …
Não se pode conceber uma sociedade sem cultura por ser a base da sua identidade como povo e como nação. Aliás a destruição de uma cultura sintetizada nas práticas seculares que acompanham e dignificam o nascimento, o casamento, a morte, a reza e a alimentação, constitui a estratégia de dominação dos povos fortemente praticada pela colonização portuguesa em África, e só pode ser prosseguida por quem não se identifica com essa cultura, pelo simples facto de não ser parte dessa comunidade mas não só, tem que sentir desprezo e receio por essa manifestação de identidade.
O anti-racismo e anti-tribalismo não se podem entender como a negação e/ou a não existência de raças e tribos; são teorias positivas que revolucionam os factores de divisão e promovem a igualdade entre os homens mas não destroem a sua cultura sob o risco de destruir a sua identidade e modo de interagir com o meio envolvente segundo praticas desenvolvidas por séculos de existência. Essas formas de interacção não se alteram com decretos mas aprumam-se com a educação e o desenvolvimento tecnológico.
Estes senhores integrantes deste grupo são os que não pertenciam nem pertencem a nenhuma tribo num país africano que não foge à regra normal da evolução das sociedades deste continente e não só, e que, por isso, tem tribos. Eles eram os verdadeiros e únicos moçambicanos, aliás mais moçambicanos que o povo inteiro, pois este sempre teve e tem tribos e valores culturais diversos que devem ser respeitados, acarinhados, respeitados e valorizados, sem que isso se constitua em factores de divisão como nação.
Foi com base nestes slogans aplicados liricamente que este grupo dominou e se impôs na liderança do país, para hoje se transformarem em destinatários de um enriquecimento ilícito.
Ou então ser se homem novo é aparecer nas boates como o sheik acompanhado de menores numa autêntica demonstração de fervor e amor por atitudes pedófilas? Como é que alguém que mandou fuzilar, prender jovens namorados encontrados a conversar nos jardins deste belo país, pode agora de forma pública e notória, e já octogenário, aparecer em poses censuráveis em hotéis, boates com menores das idades das suas bisnetas. Este é o homem novo preconizado por estes senhores?
Mas por que é que tudo isto é possível, porquê este mutismo cúmplice perante atrocidades dramáticas como estas? É apenas por uma única razão que é o facto de a culpa ainda andar aí à solta e solteira. Isto deva acabar! A culpa não pode morrer solteira.
Os dossiers sobre as atrocidades cometidas por este grupo sob o pretexto de estarem empenhados e comprometidos na criação de uma sociedade pseudo-comunista irão espantar o mundo mas, têm que ser apresentados para se resgatar a verdade e só a verdade.
Foi na senda da criação do homem novo que este grupo, e para a área específica da justiça povoou a PIC dos mais mediáticos criminosos de então. Assim, pela mão do famigerado Raposo Pereira, foram integrados na polícia Zeca Russo, como inspector da PIC, Jorge Costa, figuras que protagonizaram os mais hediondos crimes neste país através de fuzilamentos selectivos e ilegais que deixaram muitas famílias enlutadas sem que tivessem a possibilidade de enterrar os seus entes queridos ceifados por este grupo. À retaguarda de Zeca Russo estavam dois famosos criminosos um tal Kruguer, de nacionalidade sul africana, e António Mavunguine Tembe , autor de vários homicídios em Moçambique e território sul africano, que viriam a conhecer uma soltura misteriosa da cadeia central da Machava quando de acordo com a liquidação das suas penas só sairiam da cadeia no ano 2025.
Quem os soltou? O grupo dos democratas! Aliás neste momento esta história está sendo explicada de forma escalpelizada e corre na internet, pelo então democrata, advogado e ex-vice-governador do BM, agora desavindo com o grupo, o DR Adrião Rodrigues.
Tenha-se em atenção que quer Kruguer quer Zeca Russo e Mavunguine Tembe, eram criminosos de delito comum e só uma razão explica porque foram colocados na PIC. Perseguir, maltratar e até mesmo matar como acontecia de forma selectiva a alguns Moçambicanos.
Do que se disse, conclui-se que afinal de contas os chavões políticos que orientam a governação, como por exemplo, ‘abaixo o capitalismo’, ‘abaixo a burguesia’, etc., não passavam disso mesmo e encobriam, claro está, interesses inconfessáveis que hoje são divisáveis a vista desarmada.
Os percursores do anti-capitalismo, são hoje capitalistas, desenvergonhados burgueses do mais alto quilate. No entanto basta que no seio das vítimas deste grupo, designadamente os grupos vulneráveis da sociedade Moçambicana, emerja alguém que aparente estar a viver em condições razoáveis vão ai os epítetos, mormente corrupto, membro do crime organizado, membro da associação de malfeitores, enriquecimento fácil.
Em termos exactos, este grupo, sempre, mas sempre mesmo, perseguiu moçambicanos honestos que patenteiam algum conhecimento ou condições de vida razoáveis do ponto de vista económico. É assim que ontem este moçambicano tinha a designação de “xiconhoca”[1] e hoje foi promovido a “corrupto” . Isto é injusto, pois não se conhece nenhum banco, nem ilha que pertença ao xiconhoca de ontem e ao corrupto de hoje.
Os verdadeiros ricos pertencem ou saíram do grupo ou ainda são aqueles relativamente aos quais o grupo nutre alguma simpatia.
Estes são empresários de sucesso mas cujo exemplo não pode ser imitado ou seguido, nem de qualquer forma replicado pois, quem assim ousar, vira corrupto, criminoso e mais outros epítetos atentatórios a dignidade humana.
Até quando o povo Moçambicano permitirá ser tratado de forma tão indigna? A paciência tem limites, esgota- se, e está a chegar o momento em que esse limite vai-se esgotar. E aí, a culpa jamais morrerá solteira. O império da justiça, que se sabe perene e implacável vai impor – se, e estes malfeitores tem que ser chamados à razão para publicamente expiarem os seus pecados.
Este intróito, é apenas um início de uma tentativa da reposição da verdade que a seu tempo virá através da intervenção dos competentes órgãos da justiça, onde de forma rigorosa e precisa será entregue o material probatório relevante para perseguir criminalmente os autores de todos os males que dilaceraram e dilaceram a sociedade Moçambicana.
Não se preconizam fuzilamentos, nem perseguições, nem chantagens,mas sim que tudo deve ser e será feito de acordo com o primado da lei.
A culpa não pode morrer solteira (3)
Sargento Aposentado
As atrocidades perpetradas por este grupo (Marcelino, Óscar, Jorge, Sérgio Vieira e outros) não se esgotaram no que ficou Dito no artigo anterior. Grande parte da nossa sociedade, senão toda, estaria interessada hoje em conhecer as razões que ditaram a exoneração de Mariano Matsinhe, Armando Guebuza e José Carlos Lobo de Ministros da Segurança, do interior e de Recursos minerais, respectivamente. A exoneração desses altos quadros do Partido dos camaradas e do Governo ocorre nos primeiros anos de Independência.
Tendo o Ministro Lobo recebido uma denúncia factual dos trabalhadores do seu pelouro, sobre anomalias graves praticadas pelo então português Santos Garcia, na altura Director Nacional de Geologia e Minas, que se aproveitando do seu cargo, açambarcarcava e traficava pedras preciosas com destino a diversos cantos do mundo, incluindo a sua terra natal, Portugal. De acordo com as normas e práticas de então, o ministro Lobo apresentou a denúncia junto do Ministro da segurança que era então Mariano Matsinhe, para os devidos efeitos.
Refira -se que, a apresentação de casos desta natureza ao Ministro da Segurança justificava -se não só pela lei da Defesa da economia mas, também pela constante agressão, sabotagem e pilhagem sistemáticas da economia Nacional, das nossas riquezas e património pelos colonos e seus satélites, muitos deles integrados no Governo por este grupo.
Uma Comissão criada pelo ministro da segurança para aferir a veracidade dos factos viria a provar por a+b que as denúncias feitas correspondiam à verdade.
Perante esta situação, o ministro dos Recursos Minerais e o Ministro da Segurança levariam estes factos até junto de Armando Guebuza, então Ministro do interior, para tomar as providências adequadas à situação, isto é, a instauração do competente processo-crime. Todavia, antes desta acção os três ministros, Lobo, Matsinhe e Guebuza levaram este assunto junto de Samora Machel, então Chefe de Estado, com a indicação do que a lei previa para estes casos ou seja, nos termos da lei da Defesa da economia, segundo a qual, quem estivesse incurso neste tipo de situações, sendo estrangeiro, caberia a pena de expulsão.
Samora Machel, concordou com a proposta dos três ministros, e assim Santos Garcia foi exonerado e expulso do território nacional.
Insatisfeitos e inquietos com a decisão de exoneração e expulsão, o grupo e seus apaniguados, por razões obscuras e inconfessáveis, e numa cumplicidade pérfida, urdiram um plano macabro, para reverter a decisão tomada por aqueles três ministros.
Assim, na sequência do referido Plano, o grupo, valendo-se da posição de supremacia no seio do partido dos camaradas e do Estado, convenceu o Presidente da República, a alterar a decisão de exoneração e expulsão.
Paradoxalmente, os três ministros foram simultaneamente exonerados dos seus cargos e Santos Garcia vitoriosamente regressa ao País e retoma a sua posição de Director Nacional de Geologia e Minas, onde continuaria, e agora com mais poderes e impermeabilidade, a praticar impunemente o roubo e a dilapidação dos recursos minerais. É caso para perguntar, a quem servia este senhor? A resposta é simples, limpa e cristalina como água. Este senhor era um dos servidores do grupo que beneficiava materialmente das falcatruas que este praticava no Ministério dos Recursos Minerais. Tratava -se de uma acção concertada ao nível do grupo e este senhor era um mero executor material das operações de saque neste sector.
Os três ministros atrás referenciados, como prémio pela denúncia dos crimes perpetrados por Santos Garcia, que pela sua dimensão lesavam gravemente os interesses do País, foram todos exonerados em simultâneo.
Este episódio algo insólito e que não é isolado, põe a nu o domínio absoluto que este grupo tinha no Partido dos camaradas e no Estado, que lhes permitia a seu bel prazer, agir arbitrária e impunemente desde que isso servisse os seus interesses, pois doutro modo, não se pode compreender que a denúncia de um criminoso, numa atitude de clara actuação em Defesa dos interesses do Estado, possa ser premiada por uma exoneração simultânea de três ministros seniores , dois dos quais do sector de soberania e em pleno tempo de guerra, e por uma bênção ao criminoso.
Recorde-se que, Tanto Guebuza como Matsinhe eram quadros do topo do partido dos camaradas, membros do Comité Político Permanente, tendo sido mesmo assim, tratados com leviandade, ligeireza e brutalidade por terem beliscado os interesses deste grupo. Imaginem o que aconteceu a tantos outros anónimos ou não, que na hierarquia social estivessem abaixo daqueles ministros. Cenas de autêntica barbaridade, expulsões arbitrárias, humilhações, desrespeito pela dignidade humana, destruição de famílias e do primado da lei, que conduziram a uma desordem social cujas consequências se sentem até hoje. Estamos a falar aqui não apenas da destruição de pessoas mas também de instituições na senda do famigerado processo de escangalhamento do aparelho do Estado que teve como paladino o tristemente célebre José Óscar Monteiro. E porquê o escangalhamento do aparelho do Estado? Porque desta forma, e só assim, este grupo e seus acólitos ganhariam espaço como veio a ganhar para serem eles o Estado.
Quer dizer, já tinham subjugado o Partido dos camaradas às suas vontades, e agora era preciso submeter o Povo à sua vontade através do Estado. E conseguiram -no!
Assim, todas as decisões foram tomadas com a sua anuência e eneplácito. Eles eram de facto o Supremo Poder, e é deste poder que emanavam todas as decisões, por isso movidos pelo desígnio de manter esta supremacia sobre o Partido, o Estado e o Povo, multiplicam-se em acções para denegrir todos aqueles que encetam acções positivas em prol do Povo. Trata-se de uma vã tentativa de recapturar o Poder e o Estado.
São os mesmos que hoje se insurgem contra a construção da ponte para Ka-
Tembe, contra a Circular de Maputo, e contra a exploração dos recursos minerais.
Será razoável que num país que se preze, haja vozes que estejam contra a edificação de infra-estruturas tão vitais como estas, cuja importância para
o desenvolvimento do país é inegável?

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