2014: Vamos à luta !!!!
O ano de 2013 acaba hoje às 24 horas. À Zero Hora já será 2014, Primeiro de Janeiro.
É momento para se dar nova oportunidade a quem de facto esteja arrependido de algo menos próprio que tenha feito.
É momento para amizades interrompidas poderem reacender.
É momento para “inimigos” perceberem que deve haver outros caminhos que não sejam o conflito.
É momento de reflexão.
É momento de tolerância. Mas não deixa de ser momento para lembrar aos que falharam redondamente nas suas promessas e responsabilidades como servidores públicos, que há hoje mais fome escondida do que havia em igual momento da transição de 2012 para 2013.
2013 foi um ano terrível, em que a violência regressou como forma de resolver diferendos. Foi o ano em que a Guerra voltou a ser a opção dos desesperados na sua angústia existencial e política, embora os beligerantes nos queiram fazer crer que os confrontos que se têm vindo a repetir não são realmente nada disso e são apenas um ligeiro desentendimento passageiro.
2013 foi um ano em que os crimes mais graves foram omitidos e os raptos se consolidaram como factor de enriquecimento de certa elite depravada, manipuladora de vítimas da carestia de vida e escudada por entidades que era suposto constituírem uma pessoa de bem.
Em 2013 a Polícia voltou a ver o seu nome, entanto que instituição, ser conspurcado pelo comportamento criminoso e impune de quem em qualquer Estado se espera que tenha responsabilidade social e não actue contra a sua própria ética convencional.
Foi também o ano em que os doentiamente ambiciosos se aperceberam que afinal não giramos todos à sua volta, mas, sim, giramos todos à volta do mesmo eixo.
2013 foi também um ano em que, aos que se excedem normalmente nas suas ambições – e este ano prestes a terminar deram sinais de terem alucinado completamente – terá forçado a concluírem que os mais fracos podem sempre encontrar formas de mostrar aos aparentemente mais fortes que a sua própria pequenez é mais evidente do que eles possam pensar.
2013 não foi seguramente um ano que em vários aspectos deixe saudades a Moçambique, porque, apesar dos discursos bem decorados, a pobreza real aumentou, o conflito armado provocou já seguramente um agravamento dos preços na ordem dos 15 a 20%; o sangue voltou a correr e a deixar muitas famílias enlutadas; o descrédito nas instituições públicas aumentou; a confiança na justiça voltou a diminuir; ao aumento de diplomados pelas universidades e institutos técnico-profissionais continuou a não corresponder o mesmo grau de oferta de emprego; aumentou o número de jovens casais a queixarem-se de não terem para onde irem estabelecer-se em alternativa aos lares de seus respectivos pais; a dívida externa do país aumentou se bem que se esteja a esconder esse facto e outros conexos para o Governo passar por santo apesar do seu desempenho desastroso; o investimento voltou a não contribuir para que melhorias objectivas fossem sentidas pelos cidadãos que mais expectativas são obrigados a colocar à responsabilidade do Estado; a precariedade das obras da responsabilidade do Governo voltou a deixar “a nu” os crescentes níveis de corrupção que impedem que as tão apregoadas taxas estatísticas “positivas” de distribuição da riqueza correspondam ao real sentimento das pessoas sobre essa mesma matéria; o Estado voltou a não conseguir pagar a tempo e horas, salários e outros honorários aos seus funcionários; os serviços públicos retrocederam no seu grau de eficiência no que se pode até admitir ter-se tratado de greve silenciosa; os sindicatos da função pública continuaram sem existir formalmente; os tribunais continuaram a ser céleres com os fracos e completamente inaptos com os fortes; o Estado não corrigiu a sua atitude clientelista; os membros do Governo continuaram a dar prioridade aos seus negócios privados fazendo uso de informação privilegiada de que dispõem beneficiando das suas funções públicas; as “Presidências Abertas” e a promoção de imagem da Primeira-Dama continuaram a consumir grandes fatias dos recursos do Orçamento de Estado; o apuramento de responsabilidades no INSS pelos desmandos de uma administração cleptomaníaca e despesista continuou para verem se os contribuintes se esquecem; o SISE continuou sem pagar a sua estrondosa dívida à LAM que faz dele o maior devedor da companhia; os membros das altas esferas do Estado que o PR tinha dito que não viajavam mais em primeira classe continuaram a onerar o Orçamento Público em avultadas despesas; perante uma maior prestação das suas obrigações fiscais por parte dos contribuintes continuou-se a ver o despesismo das figuras do aparelho a crescer em vez de se ver o Governo a promover mais qualidade de vida para os cidadãos; os transportes semi-colectivos, colectivos, públicos e privados continuaram a tratar os cidadãos sem o mínimo de respeito e consideração e a ignorar completamente os termos de segurança previstos na legislação rodoviária...Enfim...podíamos estar aqui o resto do tempo a enumerar razões para explicarmos que é impossível não haver motivos para os cidadãos estarem desejosos por ver este regime definitivamente empurrado para o “caixote de lixo” da História.
Valeu-nos, contudo, este ano que irá terminar nas próximas horas, a atitude do eleitorado, sobretudo dos mais jovens que ao votarem na mudança e ao mostrarem-se dispostos a defender a cidadania e a verdade nas urnas, encheram o País de esperança de que pode ser este de 2014 o ano em que nos livraremos definitivamente daqueles que esgotaram a paciência dos moçambicanos com as suas mentiras e discursos enganadores.
Entramos por isso em 2014 com a renovada esperança de que há cidadania suficiente e disponível para dizer NÃO à DITADURA FASCISTA.
Há gente para ir à luta, com métodos civilizados.
Há gente para se voluntariar a defender o voto da mudança em Outubro, quando se realizarem as eleições gerais já marcadas por decreto presidencial.
Há afinal gente capaz de pelo menos não ser capaz de destruir o País como o grupo de algozes que nos tem governado tem sido inultrapassável e inimitável.
Há muita gente no aparelho de Estado, até ao mais alto nível que também alinhará seguramente na mudança para libertarmo-nos todos.
Muitas das hierarquias intermédias do próprio aparelho de Estado que apenas querem ser servidores públicos de facto, estarão seguramente disponíveis para cuidar do País para que não nos perguntem nunca mais “qual é a alternativa”.
Vamos à luta! Moçambique merece!
Até quarta-feira, 08 de Janeiro. Nessa data estaremos de novo na vossa estimada companhia.
Obrigado pelo vosso estímulo em 2013. Obrigado por nos terem ajudado a crescer.
Um grande e amigo abraço.
Boas Festas. Feliz e Próspero Ano de 2014 são os nossos desejos sinceros.
Bem hajam!
Canal de Moçambique – 31.12.2013
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