A história que parece retirada dos cenários de Hollywood retrata o drama de alguns jovens recrutados na cidade da Beira e que viveram um inferno nas matas de Gorongosa. @Verdade conversou com um jovem que decidiu contar a sua história, mas recusou mostrar o rosto. As feridas de um acto inquinado de ilegalidade vão levar tempo a cicatrizar. Ainda assim, a vida de Joaquim* jamais será a mesma... Não foi fácil arrancar palavras de um jovem que sobreviveu ao recrutamento militar compulsivo e à densa mata da província de Sofala.
“Não quero voltar para onde eu estava nem falar sobre o que passei. Já não confio em ninguém e se eu falar convosco eles hão-de vir-me buscar. E eu não quero voltar para aquele inferno”, disse convicto ao nosso repórter um jovem que vamos tratar por Joaquim para esconder a sua real identidade e proteger a sua integridade física. Volvida meia hora de insistência, Joaquim aceitou desfiar o seu rosário. O pesadelo, conta, teve lugar no dia 26 de Novembro do ano corrente.
A voz sai trêmula e mesmo num local aparentemente seguro sente-se pouco cómodo. Os dias, passados nas profundezas do mato de Sofala, ainda não lhe saem da mente. A entrevista decorre, por exigência expressa, apenas com um bloco de notas. “Gravador? Nem pensar”, refere.
12/12/2013
LTM pondera decretar falência devido ao conflito armado no troço Muxúnguè-Rio Save
A empresa de transporte interprovincial de passageiros, Linhas Terrestres de Moçambique (LTM), pondera encerrar as portas por causa dos prejuízos financeiros que tem estado a acumular em consequência dos ataques a colunas de viaturas escoltadas no troço Muxúnguè-Rio Save, na Estrada Nacional número Um (EN1).
Na sequência dos vários ataques que têm sido protagonizados por homens armados naquela zona, na manhã segunda-feira (09), um autocarro da LTM, que fazia o trajecto Beira-Maputo, foi atingido num tiroteio protagonizado por mesmos homens numa zona entre Muxúnguè e Rio Save. Duas mulheres ficaram feridas e o motorista da firma contraiu lesões na face, sobretudo num dos olhos, devido aos estilhaços do vidro frontal atingido por um projétil.
Subhan Mustafá, director administrativo e sócio da LTM, explicou ao @Verdade que os homens armados intensificaram os ataques no troço Muxúnguè-Rio a partir de Novembro. No período eleitoral as viagens foram canceladas durante quinze dias e os prejuízos foram avultados. Poucas pessoas têm estado a viajar via terrestre por causa do medo de arriscar as suas vidas. Apenas viaja quem não tem opção de ir de avião ou por uma questão de urgência. Nesta época do ano, de festas e férias, as pessoas deslocam-se para as províncias com vista a visitar familiares, porém, a procura pelos transportes é baixa por isso o negócio já não rentável.
Força, dr. Paulino!
Pensamento de de: Machado da Graça
A Procuradoria-geral da República decidiu processar o economista Carlos Nuno Castel-Branco e os responsáveis pelos jornais Canal de Moçambique e mediaFax por causa de uma carta-aberta ao Presidente da República que o primeiro escreveu e os outros dois publicaram.
Aparentemente, devido ao conteúdo da carta.
Eu acho muito bem que isto esteja a acontecer. Só penso que a PGR está a ser muito modesta em relação ao âmbito desta acção. Isto porque, na manifestação do passado dia 31 de Outubro, vários milhares de pessoas gritaram, alto e bom som, o mesmo que aquele académico dizia na sua carta.
Não percebo, portanto, por que razão cada um daqueles milhares de manifestantes não recebeu também uma convocatória para ir responder a autos de perguntas. Eu, pelo menos, ainda não recebi e também lá estive.
Alice Mabota diz que Augusto Paulino está a cumprir “ordens superiores”
Processo contra Castel-Branco
A instauração de um processo-crime, por parte da Procuradoria-Geral da República
(PGR) contra o Prof. Castel-Branco e a notificação do “Canal de Moçambique” e o “mediaFAX” está a agitar a sociedade civil que fala mesmo de receio da ditadura em Moçambique. Alice Mabota, presidente da Liga dos Direitos Humanos (LDH), diz que caso o processo avance e termine em condenação as liberdades fundamentais estarão ameaçadas. Num longo texto publicado na sua página do Facebook, Alice Mabota acusa o PGR de agir quando recebe ordens superiores e não quando os cidadãos precisam.
Mabota desafia o procurador a processá-la também e a todos os moçambicanos que criticam a (des)governação de Armando Guebuza.
Eis a seguir o texto na íntegra:
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