terça-feira, 3 de dezembro de 2013

AINDA SOBRE AS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS – PORQUÊ É QUE EU ACHO QUE A FRELIMO É A GRANDE PERDEDORA...

Edgar Kamikaze Barroso


 1. Nos últimos anos, a popularidade e a aceitação deste partido têm decrescido vertiginosamente nos principais centros urbanos do país. Tal facto fundamenta-se completamente com os últimos resultados eleitorais conseguidos pela Frelimo nas recentes eleições autárquicas. Com efeito, este partido perdeu... protagonismo em “corações” de círculos eleitorais de grande significado político para o país, como são os casos das cidades de Maputo-Matola, Beira, Quelimane e, mais recentemente, Nampula. Isto é muito mais sério do que se pode depreender à primeira vista: é em algumas destas as cidades onde vive o maior número da porção mais culta e informada do país e são as capitais dos maiores círculos eleitorais do país, determinantes para o sentido de voto das províncias onde se situam nas eleições gerais de 2014. Dito de outro modo, a Frelimo, com toda a sua máquina logística e propagandista (para além das suas “estruturas” como a OJM, OMM e ACLLN, tem a trabalhar politicamente a seu favor órgãos públicos e privados de comunicação social como a AIM, TVM, RM, TV Miramar, Rádio Índico, jornais Notícias e Domingo, dentre outros), bem como com a vitória nominal em 50 autarquias (elegeu apenas os Edis e factualmente cedeu a Oposição uma percentagem significativa de assentos em assembleias municipais), perdeu oficialmente 3 das maiores cidades do país. Isto é uma derrota eleitoral de profundo significado político, à curto e médio prazos.

2. Na Beira, em Quelimane e em Nampula, a Frelimo perdeu como nunca e vai humilhantente para a Oposição durante os próximos 5 anos. Em Maputo-Matola (Mocuba e Gurué idem) quase toda a opinião pública nacional está ainda com uma sensação muito convicta de que a Frelimo perdeu nas urnas e “ganhou” em falcatruas engendradas pelas suas estruturas partidárias em conivência com a PRM, CNE, STAE e alguns segmentos do poder local (secretários de bairro e governos distritais).

3. O mito da invencibilidade e das “vitórias retumbantes” do partido Frelimo caiu desastrosamente por terra. Este partido está inequivocamente a perder credibilidade e legitimidade junto do eleitorado urbano e até dentro das suas “estruturas” internas. O voto de protesto e os níveis de abstenção do seu eleitorado “fiel” deram uma importante lição ao manifesto eleitoral deste partido nos municípios em que perdeu e nos que passará a repartir significativamente o poder municipal local. A principal mensagem que se pode tirar dos que não votaram na Frelimo é a “NÃO NOS REVEMOS EM VOCÊS”. Por outro lado, a escolha pelo MDM lança uma perspectiva muito interessante para os resultados eleitorais que a Frelimo poderá vir a ter nas eleições gerais do próximo ano. Com efeito, os níveis de descontentamento popular para com o projecto de governação do partido no poder tiveram uma expressão muito séria nestas eleições autárquicas e a percepção generalizada do eleitorado de que votar na Oposição é possível pode ter outra expressão mais significativa nas eleições do próximo ano. O MDM está indubitavelmente a ganhar crescente simpatia e apoio popular não só dos decepcionados com a Frelimo, como também da larga porção de eleitores independentes (maioritariamente jovens) que material e ideologicamente nada tem a dever à Frelimo.

4. O MDM ganhou representação política em praticamente todas as autarquias nacionais, mesmo sendo um partido ainda em consolidação e a concorrer em condições desiguais em termos logísticos e de bases políticas fixas. É preciso salientar que estes são os resultados mais expressivos que partidos da Oposição já tiveram em eleições autárquicas, com ou sem a Renamo, e que muito provavelmente seriam muito mais significativos se o MDM concorresse com muito maior trabalho e organização. Com efeito, verificou-se que em muitas assembleias de voto (particularmente nos municípios de Maputo e da Matola) este partido não tinha sequer fiscais presentes para monitorar o processo de votação e de apuramento dos resultados. Tal facto abriu “oportunidades” claras de viciação dos resultados nesses locais e do reforço da vitória de secretaria da Frelimo. Entretanto, mesmo assim verificou-se uma inegável aceitação popular e com tremendo potencial de crescimento a ter em conta nos próximos pleitos eleitorais. O MDM só tem de fazer o devido trabalho político, de agora em diante, apostando num projecto nacional alternativo, inclusivo e muito mais atractivo para os eleitores... Apoio não lhe faltará, felizmente.
— with Rui Miguel Lamarques and 12 others.See more
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  • Joaquim Joao Correia queda tipo voo TM470.....
  • Salomao Moiane A Frelimo tem um ano para reverter a situação. Mostrando que e capaz de trabalhar para aquele real, por ela propalado, MARAVILHOSO POVO. Agora, o MDM precisa de manter e mostrar muito trabalho, neste único ano que nos separa das gerais e presidenciais. A campanha ate aqui foi oral. Há que transformar em actos todas as promessas.
    Ora, para todos os partidos, eu, pessoalmente, gostaria que durante as suas campanhas, as suas promessas tivessem metas durante os 5 anos. Estas coisas de nos dizerem que "Quando nos votarem iremos construir isto, aquilo, iremos dar emprego e residência aos jovens...etc.," Acho que chega isso, minha opinião. tem que dizer, ate quando cumprirão esta promessa. A democracia esta a cada dia tornando-se mais interessante e competitiva. Pela primeira vez desde 1994 se tem uma oposição de verdade. O povo começa a ter escolhas. Agora, os partidos que garantam esta animosidade eleitoral ao povo.
    Que 2014 seja uma verdadeira festa e grande espetáculo.
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  • Jeremias Dirizane queda tipo voo TM470....
    Otras coisas pha....
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  • Eurico Breezy Chichango Muito profundo... Tu tens tomates, yah?! Disse tudo que eu diria se não temesse pela minha segurança.See Translation

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