sábado, 2 de novembro de 2013

A Causa das Armas:


A Causa das Armas: Antropologia de uma Guerra Contemporânea em Moçambique. Recomenda-se a leitura desta obra, nestes momentos de incerteza.
  • Eusébio A. P. Gwembe Afrontamento, Chande
  • Alvaro Guimaraes Boa analise antropologica da guerra; li o no final de 80
  • Virgilio Manjate Gwembe pode me indicar local para adquiri la?
  • José de Matos Christian Geffray?
  • Tony Ciprix Sim, José de Matos, de Christian Geffray. Ja fiz alusao a esta obra aqui no FB. Eusebio A. P. Gwembe, o que lhe chamou atencao neste livro? Pelo menos eu fiquei a saber que, dentre muitos falatorios, boa parte da causa das armas em Moçambique, de acordo com o autor, devem ser imputadas à Frelimo. Geffray fala dos velhos anciaos que se sentiram humilhados pelo facto de serem obrigados a deixarem seu antepassados e irem se juntar nas aldeias comunais, serem chefiados por um estranho imposto pelo partido. Sao esses velhos que apoiaram a Renamo quando a guerra se tornou civil, sem apoios da RSA nem da antiga Rodesia.
  • Tony Ciprix Chande Puna, acho que esgotou essa obra. Talvez uma copia no Centro de Estudos Africanos da UEM
  • José de Matos Tony e Eusebo, por acso tenho aqui uma obra que questiona essa obra!
  • Tony Ciprix Jose de Matos, em ciencia nao ha verdades acabadas. Envie uma copia para examinarmos esses questionamentos.
  • Tony Ciprix Logo em Ciencias Humanas Jose de Matos
  • José de Matos Ok, posso postar agora!
  • Tony Ciprix Agradeço. Mas o meu Eusebio A. P. Gwembe ainda nao me respondeu
  • Paulo Araujo Aguardamos
  • Eusébio A. P. Gwembe Tony Ciprix, muita coisa chama atenção nesta obra, além do que afirmas, e em face do actual cenário, a sua releitura a torna cada vez mais actual. Logo na nota prévia, o autor diz que «a apresentação sem condescendência das responsabilidades que cabem ao actual poder moçambicano na guerra não deve ocultar a responsabilidade primeira da Rodésia e da África do Sul no conflito, nem a grande responsabilidade da Renamo de hoje: uma instituição militar sem projecto político, que encontra na guerra que fomenta as condições vitais da sua reprodução como corpo social armado».
  • Tony Ciprix Uma nota previa vale pelo livro todo?
  • Tony Ciprix Eusebio A. P. Gwembe, causas antropologicas e nao politicas e nem economicas Eusebio!
  • Eusébio A. P. Gwembe Tony Ciprix, esta constatação que está na nota prévia está insistentemente em quase todo o livro no qual o autor pretende defender a reprodução de um corpo social militar que era a Renamo. Um pouco adiante, aliás, mesmo na introdução, ele aponta as visões que tinha da Renamo, a limitada informação colhida no terreno pelos Jornalistas e investigadores e até como a propaganda entrou na guerra. Escutemo-lo, novamente: ««Há treze anos que um bando de assassinos sanguinários sem fé nem lei semeia o terror, a destruição e a morte em Moçambique. esta é a imagem que as elites urbanas, os intelectuais nacionais e estrangeiros têm da guerra e da organização armada que a conduz na capital do país e nas grandes cidades das províncias. Como os jornalistas não podem trabalhar no terreno, os órgãos de informação internacionais reproduzem a informação e as análises que correm nesses meios. Os próprios investigadores têm contribuído para consolidar esta visão da guerra, e as raras investigações que foram feitas até agora revelam as mesmas deficiências de informação, agravadas com uma certa ingenuidade propagandista». (p. 9)
  • Tony Ciprix Eusebio A. P. Gwembe, como podes ver, nao é a posicao de Geffray, mas sim, a visao das elites urbanas, dos intelectuais e comunidade internacional decorrente, em parte, de uma propaganda. E Geffray tenta desfazer essa visao negativa de que a guerra estava sendo conduzida por um bando de sanguinarios sem fe e nem lei. Meu irmao, nao distorça o Geffray. Essa obra custou-lhe caro!
  • Eusébio A. P. Gwembe as visões que se tinham, quis dizer, talvez seja por isso que Tony me compreendeu mal
  • Tony Ciprix Eusebio A. P. Gwembe, vamos directo ao assunto: o que vc pretende defender a partir dessa obra?
  • Eusébio A. P. Gwembe Outra coisa Tony Ciprix, é que o livro não se limita apenas a falar de causas antropológicas. Christian Geffray vê a guerra civil como um conflito entre dois mundos antagónicos, o rural e o urbano, sendo que o projecto modernizante do Estado-Frelimo se identificava e tinha a sua base de apoio com/no mundo urbano, marginalizando ostensivamente o mundo rural camponês. Claro que Christian Geffray já tinha criticado os intelectuais ocidentais que se deslocaram para Moçambique após a independência e que, na perspectiva do autor, eram os responsáveis “ideológicos” pelo desconhecimento científico da Frelimo em relação às sociedades rurais . Mas, no que se pode compreender, a Renamo manipulou as dissidências para se “auto-alimentar” pois na verdade não possuía nenhum projecto político-económico próprio, e não projecto antropológico como nos pode induzir, caro Tony. É este aspecto que leva o autor a definir a Renamo como um corpo social, isto é “une institution sans outre fin que sa propre reproduction ” com uma única motivação política: destruir o Estado e perpetuar o estado de guerra, condição única para a sua reprodução. É preciso notar que, contrariamente ao que Geffray pretende mostrar, as dissidências de partes da sociedade rural relativamente ao Estado-Frelimo não são causas mas sim consequências da guerra de agressão capitalista ao Estado Socialista da Frelimo.
  • Eusébio A. P. Gwembe Eu não pretendo defender nada, apenas estou a recomendar uma obra que pode nos iluminar como o actual conflito se pode reproduzir. Esta é a essência, Tony Ciprix
  • Edwin Hounnou O livro de que Eusebio Gwembe se refere nao e uma obra acabada para ser tomada como uma verdade absoluta. Agarrar-se a uma obra de um autor, seja quem ele quem for, l nao se mostra ser um caminho viavel a trilhar. A Historia de um povo nao cabe num so livro.
  • Tony Ciprix Eusebio A. P. Gwembe, voce fez este post a partir do nada? Conte outra historia. Depois: em momento algum falei de projecto antropologico, mas sim, causas antropologicas da guerra interpretando o titulo e o conteudo. Passei 02 meses dicifrando o livro e nao me parece que as dissedencias rurais sejam consequencias da agressao ao Estado socialista. Nao! Geffray foi categorico: os ancisos sentiram-se humilhados diante de um poder que em nome deles os libertou, mas que agora os passava a nao existencia. Tenho trechos citados e vou recuperar
  • Eusébio A. P. Gwembe Edwin Hounnou, traga outros e vamos acumulando conhecimentos. Ninguém disse que esta obra é algo acabado. Tony Ciprix, recupere.
  • Edwin Hounnou Ja leu o livro de Banabe Ncomo que mostra outra face da nossa historia recente?
  • Eusébio A. P. Gwembe Tenho-o comigo, e no último dia de aulas levei-o aos estudantes do quarto ano, História, só para darem uma olhadela, Edwin
  • Tony Ciprix Eusebio A. P. Gwembe, o que achas dessa afirmacao de Geffray" A Frelimo nao reconhecia às populacoes rurais uma existencia social, a nao ser em termos de sobrevivencias arcaicas, incomodas e vergonhosa, p.16
  • Tony Ciprix "As populacoes rurais eram como se fossem uma enorme serie de individuos, homens, mulheres, velhos e criancas sem qualquer vinculo social que subsistiam independente uns dos outros".
  • Edwin Hounnou Perante os que procuram distorcer a Historia do Pais, o livro de Barnabe Ncomo deve ser um tiro de canhao, particularmente, para aqueles que se esforcam em endeusar a Frelimo e os dirigentes.
  • Tony Ciprix Eusebio A. P. Gwembe, os bilhetes para o circo ja esgotaram pah. Centremo-nos no momento
  • Eusébio A. P. Gwembe Tony, tratava-se do discurso da formação do homem novo. Não era a Frelimo mas os seus dirigentes que davam esse tipo de discurso que para o autor deveu-se a ausência de mecanismos políticos de ligação com as populações rurais e a ignorância da sua história, preferindo negar tudo em bloco. "Os promotores das aldeias comunais concebiam tudo como se as populações rurais fossem uma enorme série de indivíduos, homens, mulheres, velhos e crianças sem qualquer vínculo social... como se caídos do céu, tivessem esperado a Frelimo para se organizarem.
  • Tony Ciprix Quem promoveu e a mando de quem?
  • Alvaro Guimaraes Tenham cuidado com a historia das aldeias comunais; mas mesmo aceitando que o governo falhou nas aldeias comunais (o que nao acho) vamos la aceitar entao que o nosso irmao desavindo contribuiu significativamente para que esta concentracao se efectuasse. Peco para verificarem as estatisticas sobre o nr de cidadaos vivendo em zonas rurais `a altura da independencia, o mesmo dado no final do primeiro mandato de Chissano e os mesmos dados actualizados a data. E Facilmente chegaremos a conclusao que a guerra pela democracia, desestabilizacao ou civil (a vontade da cor politica de cada um) foi a principal responsavel por estes movimentos migratorios. Portanto tenham cuidado.
  • Alvaro Guimaraes Em conclusao e sem grande margem para erro foram as accoes de guerra que forcaram o povo a se reinstalar em novas zonas geralmente em redor de centros urbanos (vilas, cidades); e isso esta `a vista de todos hoje nas concentracoes instaladas principalmente ao longo das principais vias de comunicacao e que hoje sao novas vilas e amanha algumas delas serao certamente cidades.
  • Alvaro Guimaraes Portanto o nosso pai da democracia ate conseguiu em tempo recorde fazer a maior deslocacao de cidadaos da historia recente deste Pais e em tempo recorde. Aquilo que o governo nao conseguiu com todo o seu aparato politico ideologico os lutadores pela democracia fizeram no aos tiros.
  • Alvaro Guimaraes e com reconhecida eficiencia......
  • Natalia Bettencourt Vou tentar saber se ainda existe esse livro, que penso que está esgotado, mas se houver mando vir e aviso-vos.

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