sábado, 12 de outubro de 2013

A Insegurança


Uma analise audaz e corajosa que desejo partilhar convosco:
EDITORIAL: Insegurança
Quando os ricos se sentem inseguros até nas suas torres de marfim é porque as coisas estão feias. Aliás, muito feias. Os raptos começaram na cidade de Maputo e rapidamente atingiram as urbes da Beira e Nampula. A sempre pronta Polícia da República de Moçambique (PRM) apresentou, para mostrar trabalho, uns rostos escanzelados de um bando de zés-ninguém, mas deixou sair do país, da forma mais ridícula possível, um dos prováveis cérebros do problema. Os raptos não tardaram a voltar a semear medo e insegurança no seio de uma das classes que mais dinheiro movimentam no país, como que a desmentirem retumbantemente a eficácia da PRM no combate ao crime.
Em surdina as pessoas contam que tudo o que diziam aos “investigadores” chegava aos ouvidos dos malfeitores. Foi, aliás, por isso que as vítimas deixaram de colaborar com a Polícia. Com o andar do tempo, aquilo que parecia... ser problema de uma comunidade alastrou-se a todos os que aparentam ter algum dinheiro. Os novos factos deitam por terra a convicção segundo a qual estávamos diante de um problema de uma ou duas comunidades. Os raptos vieram para ficar e a PRM mostra-se incapaz de apresentar um antídoto para estancar a sangria. Esse é, diga-se, o grande problema.
Porém, o mais vergonhoso é a possibilidade de termos uma Polícia subserviente e controlada por uma quadrilha de malfeitores. Aquando das manifestações de 1 de Setembro o Governo inventou, para conter novos focos, o registo dos cartões SIM. Ou seja, foram tão rápidos para proteger a integridade do Estado e a manutenção do poder nas mesmas mãos, mas incrivelmente lentos para resolver um problema que afecta milhares de cidadãos.
O surgimento de novos grupos é uma coisa inevitável. O normal mesmo será que apareçam empreendedores nesta área. Ou seja, indivíduos com vocação para o negócio que terão de começar da base. Isto é, raptando por quinhentas. Por este andar e nível grotesco de impunidade não nos devemos espantar quando começarem a ocorrer raptos por 500 meticais.
O fenómeno começou com exigências ao nível do um milhão de dólares e desceu até aos cinquenta. Uma quantia que muitos pobres conseguem arranjar num abrir e piscar de olhos. Em 2008, quando um jovem do bairro Triunfo foi o cérebro de um sequestro que rendeu cerca de 5.000 dólares a acção da Polícia foi tremendamente rápida e produziu resultados. O jovem está preso e continua a pagar pelo que fez. Os raptores da nova era, esses, continuam impunes e acima da lei e da justiça.
Enquanto a Polícia for cúmplice desta gentalha viveremos num país que não oferece segurança. A crueldade e a impunidade é tanta que agora até raptam crianças indefesas. Que éramos um país sem cidadãos isso já sabíamos, mas que não devemos e nem podemos confiar nas instituições que zelam pela defesa e segurança tornou-se mais nítido agora...
@VERDADE-11.10.2013
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  • Augusto Gildo Buanaissa Essa é uma grande verdade. Lembro-me de que no ano passado, em conversa eu dizia que aquilo que hoje pensamos ser problema so de uma comunidade vai virar moda. Se os sequestros hoje sao por dinheiro, amanhã sera para fumentar o trafego humano, trafego ...See More
 
Rt @DemocraciaMZ: Homens da #Renamo atacaram a madrugada de hoje o Posto da Guarda Fronteira estacionado no Distrito de Muanza-Sofala centro #Moçambique

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