segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Em Moçambique só há partidos de direita


“Em Moçambique só há partidos de direita”:
Uma entrevista com Michel Cahen
Realizada por Victor Miguel Castillo de Macedo e Joaquim Maloa

http://www.fflch.usp.br/ds/plural/edicoes/20_1/plural_v20n1_entrevista.pdf
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  • Edgar Kamikaze Barroso Muito interessante.
  • Brazao Catopola Eu ainda acho que em Mocambique nao ha partidos nem da direita nem da esquerda os partidos teem um comportamento improprio para uma caracterizacao rigida. Como diz um amigo meu sotemos partidos DO MEIO
  • José de Matos "Em Moçambique, só houve um movimento, o que não significa que houve um processo de unificação. Isso porque a Frelimo surge não da fusão de três organizações regionais, como diz a história oficial, mas, pelo que expliquei da marginalização completa do velho Moçambique colonial, as outras expressões, a não ser aquela do sul, não tiveram as forças culturais e políticas para se organizar e mesmo para se unificar. Não há, assim, uma unidade em Moçambique; há uma unicidade logo no início."

    O historiador Eusébio A. P. Gwembe vai discordar, penso eu!
  • José de Matos Excelente, nao sei como o historiador Eusébio A. P. Gwembe vai aceitar isto,(acho que sei) vou ler outra vez, muito lentamente, mas 3 factos chamam-me a atençao:
    1 - Dhlakama ganhou as eleiçoes em 1999
    2 - A ajuda da Africa do Sul foi minima e a Renamo teve de depender do Povo.
    3- O Acordo de Roma nao foi para democratizar mas sim para pacificar e a Frelimo continuous a confundir-se com o Estado.

    Obrigado, amigo Josué Bila, pela partilha!
  • Josué Bila Brazao Catopola, o que seria um partido do meio:
  • Joao Cabrita Michel Cahen insiste em dar credibilidade à tese de Chester Crocker sobre a Renamo e às comparações que este académico americano (transformado em político) fez entre a Renamo e a UNITA.
    É um contra-senso afirmar-se que a Renamo evoluiu de grupo militar para grupo político, deixando transparecer a ideia errónea de que a Renamo iniciou a luta sem que tivesse um ideário político ou motivações políticas.
    Toda a luta militar deriva de uma opção política.
  • Antonio A. S. Kawaria Mas esta entrevista tem partes muito interessantes.
  • Ilidio Lobato "[...] hoje a melhor forma de se ganhar as eleições não é necessariamente a fraude. Quer dizer, a fraude, antes das eleições propriamente ditas, está na maneira como se faz o recenseamento eleitoral mais intensivo, por exemplo, nas zonas que são a favor do poder, deixando as populações menos recenseadas nas zonas que são da oposição. Também é possível verificar, nas zonas favoráveis ao poder, que as pessoas não estão vivendo a mais de 20 quilômetros da mesa eleitoral. Já nas zonas de oposição, essa distância pode chegar a 40 ou 50 quilômetros. Quer dizer, há muitas formas de fraudes antes das eleições."
  • Antonio A. S. Kawaria José Francisco Narciso, meu compatriota, leia aqui, o que um observador como Michel Cahen escreve sobre o processo eleitoral.
  • Brazao Catopola Prezado Josué Bila, eu tenho muitas dificuldades de enquadramento de alguns conceitos ocidentais em algumas realidades nao ocidentais. EM Mocambique voce pode reparar que nao ha partidos com uma constancia orientadora na ideologia. A FRELIMO, tanto se comporta como conservador e nao conservador. O discurso sobre a nacao e uma realidade a pratica sobre a constituicao e outra coisa. A RENAMO, jamais passou de um movimento militar ou ainda dando beneficio da duvida, nunca saiu disso para um partido politico e ainda mais, nunca se mostrou com uma orientacao politica ideologica. OS outros partidos, vao ao reboque de necessidades financeiras, uma mesma coligacao pede e da apoios tanto a freilimo como renamo. Entao a gente nao deve falar em esquerda ou direita sem quesstiionar isso ao enquadramento na nossa realidade
  • Josué Bila bem pensado, Brazao Catopola. também estou em momentos, ainda que incipientes, de desconfiar dos pressupostos sobre os quais os intelectuais e acadêmicos sobre a áfrica/moçambique se inspiram para debaterem problemas moçambicanos... estou contigo nisto: "a gente não deve falar em esquerda ou direita sem questionar isso ao enquadramento na nossa realidade". parece-me que estás no caminho de lourenco do rosário segundo o qual os intelectuais devem observar moçambique e produzir teorias a partir dessas observações, sem sempre se inspirar na história ocidental... talvez a entrevista esteja pecando nesse ponto: os pressupostos e suas teorias partem de um ângulo ocidental para olhar moçambique...
  • Brazao Catopola Prezado José de Matos, nesse aspecto discordo com Cahen, em Moçambique houve mais união do que a uniCidade. marginalização do velho Moçambique foi apenas econômica. Vai poder reparar que entre centro e norte de Moçambique sempre houve movimentos independentistas que se fundiram com o propósito nacionalista em redor do espaço de ocupação colonial. O discurso de cahen vem ao reboque de seus escritos passados no qual reconhece Moçambique como produto colonial, então esse discurso separatista parece me querer legitimar a posição delê sobre construção de Moçambique
  • Ilidio Lobato Josué Bila, se notares Michel Cohen chama atenção a esse aspecto. Quando fala da direita apenas quer se referir ao facto da Frelimo ter mudado radicalmente ao ponto de se transformar numa oligarquia política. Questiona o facto da frelimo, que desde a sua fundação apregoava valores e principios de bem comum e de inclusão social e hj em dia se ter transformado numa antitese do que fora no passado, excessivamente capitalista e excludente. Veja meu caro que Cohen foi muito atento, ao colocar reservas às reais possibilidades dos partidos africanos escolherem suas linhas ideologicas, porque vivem em sociedades e economias de austeridade e, por isso, dependentes das instituições multilaterais de ajuda. Particularmente não vi essa análise vertical e ocidentalizada que meu caro Bila se refere. Alias, a mesma perspectiva pode ser encontrada no livro de Yussuf Adam "Escapar aos dentes do crocodilo e cair na boca do leopardo" (2006).
  • Josué Bila Ilidio Lobato. entendo o teu pensar/coerência e a colocação do cohen. porém, começo a indagar os pressupostos de análise que temos sobre questões moçambicanas/africanas. será que tudo deve ser analisado sob primas ocidentais? para compreender a frelimo e suas radicais mudanças preciso lembrar da esquerda ou direita, cuja história é europeia - ocidente e leste? por que, por exemplo, não analisamos a frelimo sob ângulos ou pressupostos de uma antropologia político-bantu e fontes históricas nossas? se que em termos hermenêuticos, posso incorrer em erro histórico, pois a criação da frelimo e renamo são ligadas não só a contextos moçambicanos/africanos, mas também a internacionais... mas insisto, que há outros mecanismos de ver os fenômenos...
  • José de Matos Estimado Brazao Catopola, sem concordar ou discordar, preciso de reflectir mais, eu nao posso resistir a tentaçao de ligar o que Cahen escreveu com as acusaçoes de que a Frelimo alegadamente sempre teve problemas com tendencias tribalistas.
    De qualquer modo, penso que é uma entrevista bem conseguida, com temas muito interessantes.
    Reparo que o historiador Eusébio A. P. Gwembe continua a fugir deste debate!
  • Tony Ciprix Grande Michel Cahen. ainda nao terminei de ler a entrevista, mas conheco a obra de Cahen, com o qual trabalhei nos meus estudos de pos-graduacao. Ele sabe o que sabe, tem seus pontos vistas, susceptiveis a criticas, de acordo com as nossas tendencias ideologicas, mesmo no campo academico. Quanto ao Eusébio A. P. Gwembe, deixe estar José de Matos. ele deve estar a se reintegrar na UP de Nampula, apos ter aprendido um pouco mais de como ser historiador...
  • Tony Ciprix <A Unita, por outro lado, precisa da população só para recrutar
    soldados; ela tinha os diamantes. O MPLA tinha o petróleo; e a renamo não tinha
    nada, por isso tinha que tecer ligações com o povo. Então, no caso de Moçambique,
    a trajetória da renamo vai do militar – no início, não é um grupo de libertação,
    mas um grupo militar propriamente dito – ao político. Em suma, mesmo na
    guerra civil, os grupos rebeldes têm trajetórias diferentes: do político ao militar,
    no caso da Unita, e do militar ao político, no caso da renamo, o que explica como
    a renamo conseguiu sua virada em 1994, enquanto a Unita faliu completamente
    (pelo menos politicamente falando) - Michael Cahen. Acho ser esta revelacao importante para de discutir a tipifiicacao da guerra que houve em Mocambique,
  • Tony Ciprix José de Matos, voce leu essa passagem do texto de Cahen, que passo a citar: <Agora, a democracia e
    a democratização são elementos enraizados no país? Acredito que não. O MPLA
    em Angola e a Frelimo em Moçambique estão dispostos a tudo para se manterem
    no poder – para nunca perderem as eleições>. Eusébio A. P. Gwembe, meu ex-jesuita, o que tens a dizer pah?
  • Rui Cabral Muito interessante. Eusébio A. P. Gwembe inspire-se meu caro, inspire-se!
  • Tony Ciprix Josue Bila e Brazao Catopola, vcs me ganham. Cahen é um ocidental que veio para Moçambique, ca viveu e escreveu sobre o que viu e viveu. E continua a faze-lo. Querem que escreva fora dos parametros ocidentais? E vcs os dois ali no Brasil estao a aprender qual ciencia: brasileira, africana ou ocidental? A vossa leitura da realidade social e intervencao aqui é feita com base em quais pressupostos cientificos? Cahen, no principio, estabeleceu a sua metodologia. No lugar de desqualificarmos o que ele diz com base nos pressupostos ocidentais, que tal avancarmos propostas teoricas ou outras leituras do pais que sirvam de orientacao para acao? No minimo a Frelimo tinha uma orientacao ideologica que depois veio abandona-la. Hoje ela diz orientar-se pelo socialismo democratico. Mera falacia teorica. Agora os outros partidos qual a ideologia que os orienta e que podemos ve-la nos manifestos eleitorais? Vamos ser francos uns com os outros e discutir abertamente os problemas.
  • Ilidio Lobato Tony Ciprix consegue colar os comentários de Brazão Catopola, eu não consigo visualiza-los. Quanto a Josué Bila eu não entendo isso de ocidentalização ou banturização da ciencia, o que entendo é que a ciencia é feita com base em evidencias e metodologia, que é o que Cohen tentou fazer. Não conheço a metodologia da antropologia bantu nem a ocidental, conheço apenas a metodologia da ciencia. Note que ele fala várias vezes de forma hipotetica, o que evidencia a sua abertura à critica ou mesmo a noção de que a sua metodologia não é infalível. Quando fala em história africana com recurso pura e simplesmente à antropologia política bantu e com base nas nossas fontes, tenho a dizer: 1) vivemos num sistema-mundo há muito globalizado e não falo da globalização nascida na segunda metade do seculo XX, falo da integração social, cultural, economica e política de Africa desde a penetração mercantil de mercadores asiaticos no longiquo seculo VII, que modificou o modus vivendi e operandi do que chamamos cultura bantu. 2) As fontes escritas da história de Africa, no geral, só começam a abundar apos o seculo XV e, infelizmente, esse periodo coincide com a penetração europeia ao continente africano. Logo, é impensável dissociar a história de africa à intervencao de outros agentes. A história africana desde o nacionalismo até a independencia é, na sua maioria oficial e há e, sempre houve, tentativas de alguns historiadores distanciarem-se desse discurso oficial (no caso de moçambique cito Yussuf Adam e João Paulo Borges Coelho).
  • Brazao Catopola José de Matos, eu nao acredito na tendencia tribalista da FRELIMO na genese da sua formacao. Acredito que existiam condicoes objectivas tribais. Vai reparar que existiam grupos para libertacao de mueda, moatize, montepuez, tete etc. O que se passou e que a luta devia ser desenhada numa perspectiva de espaco de dominacao colonial, no caso portugues, e ai surgiram a unificacoes, lembro que KAMBA SIMANGO, um pastor mais anterior a MONDLANE ja abordou sobre a necessidade de unificacao dos grupos. Repare tambem nos casamentos feitos e outros aranjos no seio da frelimo. Tony Ciprix, o que na verdade queres discutir? CAhen ou metodologia ou ainda as minhas posicoes? 1 se for cahen ja te digo, e sim um bom pesquisador, mas peca forcar a verdade. Lembre que em 1995 Cahen disse que mocambique nao existe senao na concepcao colonial, esqueceu se que mussa bin bque e posterior aos pportugueses. 2. CAhen peca por querer passar a ideia de que a RENAMO comecou como um grupo politico, em sua genese a RENAMO sempre foi movimento militar com fins de destruicao do zimbabwe e posteriormente mocambique. A RENAMO jamais se desarmou e nunca foi um partido somente politico. 3. Quanto a forma de escrever lhe recomendava que lesse as obras de marcus george Writting Culture, ethnography as text e ainda edward said ocidentalismo, voce podera verificar que quando se questionano ocidentalismo nao significa nao aceitar postulados mas, sim dialogra os postulados com aquilo que sedesignou de experiencia proxima e distante em geertz. Assim, quando nao discordo com cahen e mesmo por usar os conceitos ocidentais sem olhar para a realidade mocambicana. Me mostre um partido da direita em mocambique?
  • Tony Ciprix Ilidio Lobato,essa banturizacao ou africanizacao da ciencia eu nao a conheco. O que estou a questionar aos meus compatriotas é critica aos pressupostos ocidentais que,conforme eles, enfermam o discurso de Cahen. Digo apenas que Cahen tem sua visao da historia, declarou-se marxista, viveu em Mocambique: é um hibrido para o animo dos pos-colonialistas. Nao fala a partir do ocidente, mas de uma forma hibrida.
  • Ilidio Lobato Eu entendi perfeitamente o seu ponto meu caro Tony Ciprix, estava tbem respondendo um comentário anterior de Josué Bila.
  • Tony Ciprix Ilidio Lobato, era apenas para reforcar o que disseste. Sobre os comentarios do Brazao Catopola, aqui colo: "Brazao Catopola Prezado Josué Bila, eu tenho muitas dificuldades de enquadramento de alguns conceitos ocidentais em algumas realidades nao ocidentais. EM Mocambique voce pode reparar que nao ha partidos com uma constancia orientadora na ideologia. A FRELIMO, tanto se comporta como conservador e nao conservador. O discurso sobre a nacao e uma realidade a pratica sobre a constituicao e outra coisa. A RENAMO, jamais passou de um movimento militar ou ainda dando beneficio da duvida, nunca saiu disso para um partido politico e ainda mais, nunca se mostrou com uma orientacao politica ideologica. OS outros partidos, vao ao reboque de necessidades financeiras, uma mesma coligacao pede e da apoios tanto a freilimo como renamo. Entao a gente nao deve falar em esquerda ou direita sem quesstiionar isso ao enquadramento na nossa realidade"
  • Tony Ciprix Ilidio Lobato, mais outro comentario "Brazao Catopola Prezado José de Matos, nesse aspecto discordo com Cahen, em Moçambique houve mais união do que a uniCidade. marginalização do velho Moçambique foi apenas econômica. Vai poder reparar que entre centro e norte de Moçambique sempre houve movimentos independentistas que se fundiram com o propósito nacionalista em redor do espaço de ocupação colonial. O discurso de cahen vem ao reboque de seus escritos passados no qual reconhece Moçambique como produto colonial, então esse discurso separatista parece me querer legitimar a posição delê sobre construção de Moçambique"
  • Tony Ciprix Brazao Catopola, ainda bem que enxergaste o que eu pretendo discutir. Deixa-me perguntar-lhe: Mussa Bin Bique é o mesmo que Moçambique? Quando falamos de um estamos a falar do outro? Quem inventou Mussa Bin Bique e quem inventou Mocambique? Se Cahen quer forcar a verdade, de que verdade se trata? Quem tem a verdade nao forcada?
  • Tony Ciprix Brazao Catopola, lembrando os velhos tempos do ISTEG, vamos ainda ao debate. Se quisermos transformar este espaco num exercicio de errudicao, penso ha-de se tornar enfadonho. Nao precisamos de ler Clifford Gertz, nem outros etnografistas que interessam aos estudos pos-coloniais e a reescrita da historia dos vencidos. Sao importantes referencias teoricas, sim, mas nao somos obrigados a concordar com o que dizem. Servem-lhe de inspiração ideologica, concordo e respeito. Mas tambem leia este senhor que escreveu sobre Mocambique e nao eh ocidental. Tem as mesmas conclusoes que Cahen em relacao a invencao de Moçambique como nação. THOMAZ, Omar Ribeiro. “Contextos cosmopolitas: missões católicas, burocracia colonial e a formação de Moçambique (notas de uma pesquisa em andamento)”. In: Peter Fry (org.). Moçambique. Ensaios. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001, p. 135–156.
  • Brazao Catopola Tony Ciprix, fico deveras contente por voce dizer que nao conhece essa banturizacao ou africanizacao da ciencia. Apraz me ou vir isso, sobretudo porque voce me leva a perceber que ainda ha pessoas que acreditam a ciencia como ocidental, nesste caso realidades como a egipcia, chinesas, japonesas nao devem nem podem ser consideradas. Me apraz ouvir isso porque fico ciente que basta se declarar marxista para que a verdade seja dita por essa pessoa.
  • Ilidio Lobato No primeiro comentário Brazão Catopola, sem querer concorda com Cahen, porque na entrevista Cohen foi bem cauteloso ao usar o termo esquerda e direita, uma vez que coloca a quase impossibilidade de algum partido africano escolher uma orientação ideologica própria enquanto continuar dependente de potenciais doadores, sejam da esquerda, sejam da direita. Dai que penso que Cohen foi feliz porque soube contextualizar a esses conceitos à realidade africana. Sobre o segundo comentário, é bem possível que Brazão tenha alguma razão, mas ao mesmo tempo não é verdade que o velho moçambique foi apenas marginalizado economicamente. O velho moçambique foi marginalizado tbem do ponto de vista político, tanto que, um velho debate continua dentro da frelimo de descentralizar o poder no sul. Se reparar no congresso que levou o Presidente Guebuza ao cargo de Secretário Geral uma das questões que se discutiam era que o novo presidente deveria ter tudo, menos uma coisa: naturalidade sulista. Por isso ressaltou-se muito na propaganda do partido a naturalidade do presidente guebuza, como sendo oriundo de Morrupula. Só isso evidenciava certo desconforto das elites do norte em relação a sua marginalizaçao no seio do partido. Mas também podemos recuar à propria fundação da frelimo, cujas liderança foram desde logo do sul de moçambique, marginalizando, a prior, as antigos antigos líderes do norte e dos antigos "movimentos nacionalistas", que nasceram fora do país, mas curiosamente actuavam no centro e norte de Moçambique. Brazão desbloqueia-me do seu facebook para discurtirmos ciencia
  • Tony Ciprix Brazao Catopola, deixe que os chineses, os japones, os egipicios falem por si. Mas ouve-la, o ocidente se impos e fazemos a ciencia conforme os ditames ocidentais. Cahen é Marxista, eu sou gramsciano e voce Brazao Catopola, de que angulo falas? Mas vamos aos factos e nao as suposicoes. O que há demais no discurso de Cahen? Uma interpretacao da historia politica de Mocambique conforme ele a entendeu, foi o que entendi
  • Tony Ciprix Ilidio Lobato, sao essas questoes sensiveis, tabus em Mocambique, que se evita discutir. Nao é porque Cahen é marxista que o seu discurso é verdadeiro. Ele colocou dedos em feridas que a todo custo tentamos sara-las por fora, mas roendo por dentro. Aqui tem gente do MDM, da RENAMO e da FRELIMO e sabem muito bem como joga-se, em politica, com a etnização.
  • Brazao Catopola Olaaaaa, fico feliz ouvir isso!!! MUSSA BIN BIQUE, foi o esspaco no qual se desenvolveu o territorio do atual mocambique, vredade que ste espaco se desenhou primeiramente na costa do indico. A questao em Cahen e exatamente essa que voce levanta anteriormente e eu o puxei para ca. Olha a metodologiade Cahen que e marxista e pro independencias mas nao pro grupos ou movimentos independentistas e sobretudo de movimentos em contextos monopartidarios constroi um discurso historico invisibiliza as acoes desses partidos a favor dos povos. CAhen procura ser verdadeiro e voce pode reparar que ele nao constroi um corpus de aspectos que formam seu pensamento ele apenas aaborda questoes que o favorecem dai eu falar em forcar, em outros contextos a verdade vem da formacao do raciocinio com todas as variedades. Dai te qquestiono, o que e um partido da direita e onde ele se enquadra?
  • Tony Ciprix Caros compatriotas, desculpem-me, vou sair. Assim que puder volto ao debate.
  • Tony Ciprix Kakaka Brazao Catopola, lembras-te que somos professores de Metodos de estudo e de metodologia? Yah, falamos mais tarde
  • Brazao Catopola Tony Ciprix, queria te mostrar que a ciencia nao e ocidental, ainda bem que queres sair daqui. Eu falo numa perspectiva se quiseres Geertiziana/Marcuniana na qual se questionam os pressupostos e teorias totalizantes. A minha questao e, onde se enquadra a direita em mocambique?
  • Ilidio Lobato Infelizmente Tony Ciprix, Brazão Catopola me bloqueiou do seu facebook, não consigo visualizar seus comentarios. Mas enfim...!
  • Tony Ciprix Brazao Catopola, desbloqueia la o Ilidio Lobato. Vamos la ser cidadaos mocambicanos, independente das nossas ideologias. Estás feliz com a minha saída? Epa, Brazao, voce foi descobrir esses pos-modernos ali no Doutoramento e nao acredita que o que dizem não é outra totalização também? Ah Brazao..
  • Tony Ciprix Esse Clifford Gertz que escreveu o anti-anti-relativismo... kakakaka, come on, lei com prudencia e espirito critico esses pos-modernos. Mas quem inventou a ciencia mesmo? Deixemos a nossa musclatura academica e voltemos as questoes subterraneas levantadas por Cahen e que estao a incomodar a muitos. Eu tambem, nos dois trabalhos academicos, escrevi sobre questoes sensiveis. Leia
  • Tony Ciprix Brazao Catopola, vou levar os miudos a um passeio. Cumprindo com dever de progenitor, somente isso. Ate mais logo
  • Antonio A. S. Kawaria Ilidio Lobato se Brazao Catopola te bloqueou, então ele nem consegue ler os teus comentários. Ora aqui temos recomendado que os membros nunca devem se bloquear porque torna-se difícil debater. Mas também o problema de visualizacão dos comentários pode ser do facebook. Já algumas vezes aconteceu comigo e com alguns amigos aqui no grupo.
  • Brazao Catopola Kakakakakakakak tony ciprix, eu nao estou contente com tua saida. Se fores a reparar ja em minha dissertacao de mestrado eu negava as teorias ocidentais aplicadas em outros contextos so por serem ocidentais dai ter negado as teorias etnicitas ocidentais. 2, eu nao conheci aqui geertz, os meus estudantes de metodos e medotologia de investigacao sabem que sempre os falei em gertz isto desde 2003 no minimo. E atencao o anti anti relativismo e sobretudo uma forma de se posicionar em relacao as teorias o que lhe da uma disponibilidade maior de analise fora dos padroes estipulados pelos quais tu insistes em serem os DEUSES para toda ciencia. Voce tony outras coisas e feitico, eu nao restrinjo ninguem por ideologias politicas...ate sou sou um democratica nisso, aceito todas as ideias...
  • Tony Ciprix Cuidado Brazao Catopola, essa democracia academica pode resultar numa salada intelectual, kakakaka. Para o bem da ciencia, vamos continuar a discutir as ideias de Cahen no que ha de virtuoso e tb no que ha de defeito. Ate mais logo, meu companheiro de jornada la de Belo Horizonte, kakakakaka
  • Brazao Catopola Ecletismo nao quer dizer salada, e um posicionamento democratico
  • Tony Ciprix kakakaka, Brazao Catopola. Vc me cansou, no bom sentido. Bom domingo.
  • Ilidio Lobato Thanks Brazao Catopola, podemos reviver alguns debates que tivemos juntos o ano passado.
  • Brazao Catopola De nada Ilidio Lobato vamos dialogar
  • Josué Bila Joaquim Maloa, seria bom que entrasses neste debate...
  • Brazao Catopola TOny Ciprix, Thomas, Ribeiro Omar escreve sobre a construcaod estado nacao de mocambique, mas nao o ponhas na mesma visao de Cahen. THomaz tem uma influerncia muito forte de Fry no entanto ena construcao do estado nacao mocambique. Se em Cahen nos vemos um pensamento segundo o qual mocambique nao existe senao pela colonnizacao, em thomas vemos um mmocambique em construcao basenado se fundamentalimente na ideia socialista.
  • Tony Ciprix Ya Brazao Catopola, definitivamente rendi. Mas desde quando Moçambique passou a existir? Voce confune os reinos e imperios anteriores a colonizacao com a Mocambique? Thomas Ribeiro apenas sublinha que quem imaginou Mocambique como nacao foi a elite colonial local que, entretanto, estava desligada da metropole, incluindo os proprios assimilados. Por ali voce entende o que Cahen quer dizer...
  • Brazao Catopola Tony Ciprix, ja reparei que es mesmo um Caheniano. OH, ciprix nenhum pais nasceu por si, foram as elites que criaram e lutaram para uma nacao. Isso te desafio a contrariar. Repare que em tete, mueda, moatize existiam grupos independentista que passaram por reajustes ate a fundacao da frelimo. A pensar como cahen voce nos leva a considerar mocambique um estado nacao acabado e nao num processo permanente de auto'contrucao. Em 1860 Massimo d Azeglio disse na primeira sesao parlamentar da italia unificada "acabamos de criar a italia, cabe nos agora criar os italianos"º ou seja as nacoes estao em constante processo de autoconstrucao. Para o teu idole mocambique acabou com os colonos. Ai eu concordo com Thomas ribeiro, foi a eleite colonial mocambicana que despertou e acelerou o processo de nacionalismo,
  • Brazao Catopola E mais meu camarada, nao confunda as posicoes de Thomas com as de Caahen. Thomaz e mais pela formacao de estado nacao. Cahen e pela formacao e existencia de mocambique como tal
  • Tony Ciprix Nada Brazao Catopola, eu sou eu mesmo, kakaka. Mocambique é um Estado-nação ou um Estado-nações? Qual o criterio objectivo ou subjectivo para a existencia da nacao mocambicana? Vou passar a postar-lhe, desculpa os demais membros, parte da minha dissertacao de Mestrado para melhor me entenderes. Podes criticar como quiser.
  • Tony Ciprix Vamos Brazao Catopola "Ainda a propósito de nação moçambicana, Mondlane (1975) reconhece a fragilidade da dimensão objetiva do nacionalismo moçambicano. O líder da FRELIMO argumenta que esse nacionalismo não foi fundado numa unidade política e muito menos cultural, e sim na dimensão subjetiva, qual seja o fato de os povos de Moçambique terem sofrido o mesmo tipo de opressão, “discriminação, exploração, trabalho forçado e outros aspectos do Sistema Colonial” (Mondlane, 1975, p. 107)" p. 166
  • Tony Ciprix Mais esta Brazao Catopola "Gellner, por sua vez, entende que as nações não passam de “fatos puramente ideológicos, construídos por meio de manipulações arbitrárias de mitos históricos por parte de intelectuais trabalhando em prol de interesses sócio-econômicos” (Gellner, apud Castells, 2002A, p. 46). Para Castells, o nacionalismo foi um processo de “manipulação das massas pela elite de acordo com os interesses dessas elites histórica e politicamente construídas” (Castells, 2002A, p.46)."
  • Tony Ciprix E veja o que diz o Egipcio Eric Hobsbawm " Centrando sua análise nas dinâmicas políticas do que a historiografia designou de “terceiro mundo”, Hobsbawm também afirma que os revolucionários antiimperialistas estavam somente voltados para conseguir as independências dos seus países mas destituídos de um projeto universalista. Com alcance da independência, os revolucionários aspiravam ter acesso a cargos no Estado e no serviço público. O nacionalismo afigurou-se, para as elites revolucionárias, como único caminho de acesso às fontes de riqueza e acumulução de capital (Hobsbwam, 1991, p.186, Castells, 2002C, p.46)"
  • Antonio A. S. Kawaria Tony Ciprix, essa dissertacão será útil para muitos membros do grupo. Portanto, não precisas de pedir-nos desculpas.
  • Brazao Catopola Ehehhehehehehh, ainda bem que escreveste assim, se escreveste, mas deixa me dizer te uma questao fundamental, mocambique e um estado de nacao, entendida a nacao como um patrimonio multicultural, multietnico, multilinguistico entre outros a nacao pode ser a comunhao de dos variados grupos. Nao veja nacao como coisa unica...
  • Tony Ciprix Grato, Antonio A. S. Kawaria. Foi defendida em 2005 e está disponivel em formato digital na Biblioteca da Universidade Federal de Minas Gerais. Talvez saia em formato de livro. O juri recomendou a publicação, mas fui adiando..
  • Tony Ciprix O que vc entende por Nacao, Brazao Catopola?
  • Tony Ciprix Brazao Catopola, ainda para lhe ajudar" Além dos interesses particulares, Hobsbawm ainda refere que o insucesso do nacionalismo também reside na insuficiência de uma definição essencial do termo nação, fator que concorre para que, tanto a busca de um critério subjetivo quanto objetivo para a definição da nação, rendunde no fracasso. Deste modo, mesmo que um grupo de seres humanos que afirma pertencer à nação alegue que ela é fundamental para a existência social dos seus membros, todavia, essa alegação não é passível de encontrar uma concordância. O problema está na não existência de um “critério satisfatório que sirva de base para se decidir quais das muitas coletividades humanas deveriam ser rotuladas desse modo” (Hobsbawm, 1991, p. 14)"
  • Brazao Catopola Oh, Tony Ciprix, nao sai do debate indo buscar outros itens. A questao aqui e mmocambique existe ou nao. Isso do hobsbawm ja tinha sido dito por appiah, amsselle entre outros. Nao estou a discutir a orientacao goveernativa, estamos a falarde constituicao de estados nacao. Julgo ser por isso que voce chamou othomaz ribeiro. Felizmente tambem li, quer hobsbawn, so para lhe orientar nao se esqueca que estavamos a discutir a concepcao ocidental e chegammos ate aqui, entao mbora pisar a terra
  • Brazao Catopola Rs, apraz me ouvi'lo querer dizer que a posicao de hobsbawm e a melhor sobre esse conceito nacao... para mim, essa discussao sobre aplicacao conceitual de nacao nao retira a existencia dessa categoria. Agora as condicoes de sua aplicacao e outra e em minha concepcao a nacoa passa por coletividades unidas por um propsosito seja ele objecctivo ou subjectivo
  • Tony Ciprix Brazao Catopola, estou apenas a postar o que eu defendi e defendo. Nao sai do debate nada, mas oferecer minhas referencias para voce melhor questionar. Quem inventou mocambique como nacao? Desde quando Mocambique passou a existir como nacao? Voce que eh pos-moderno cai na trama essencialista ainda? Existe uma nacao mocambicana? Qual a intensao do termo nacao para depois averiguarmos a sua respectiva extensao?
  • Tony Ciprix Se, por nacao entendermos ser uma unidade cultural, nao teremos dificuldades de aplicar esse termo a realidade que hoje se chama mocambique? Aliais Cahen deu boas referencias para o ensino bilingue...
  • Tony Ciprix Brazao Catopola, explica bem: a nacao eh um conjunto de colectividades unidas? Uma colectividade, e somente uma, nao pode ser uma nacao? Uma colectividade, com sua lingua comum, historia, habitos, num determinado territorio nao pode ser uma nacao?
  • Brazao Catopola Nao disse que a nacao e apenas uma nocao cultural, isso seria uma aberracao. Estou a dizer que a nacao e uma coletividade unida por um proposito quer objetivo quer subjetivo vide hall 2002. O exitir como nacao mocambique existiu sempre em funsao do espaco ocupado por diferentes grupos. Como estado nacao surgiu em 1975. A sua c8ntrucao foi nessa base. Quanto a dissertacoes em minha por acaso tambem falo de construcqo de estado nacao.
  • Tony Ciprix Brazao Catopola, por conveniencia politica, pode-se falar de um Estado-nacao mocambicano, cuja existencia eh anterior a 1975. Os libertadores falavam de luta de libertacao nacional nao mesmo? Entao queriam libertar algo que nao existia ainda, nem no pensamento nem na realidade? Epa, o Proslogon de Santo Anselmo deve estar errado pa
  • Tony Ciprix Deixa o Stuart Hall e responda a minha questao
  • Tony Ciprix Diga-la o que voc entende por nacao? Depois de me definir o que eh nacao, volto ao debate. agora vou dormir.
  • Tony Ciprix Antes de eu ir dormir, Brazao Catopola, deixo este trecho da dissertacaoi "Com isso, faz sentido interrogar: não teria sido dentro dos horizontes do projeto burguês de sociedade que a elite colonial moçambicana concebeu uma educação básica, reduzida ao saber ler e escrever, de modo que as maiorias pudessem entender o que eles queriam transmitir como ideal de nação?
    É uma discussão que propômos à sociedade moçambicana. Não se trata de um revisionismo histórico, mas sim, de busca duma maior compreensão do processo histórico moçambicano, de modo que as maiorias sociais em Moçambique possam situar-se na história, compreendendo-a nas suas contradições em vista à transformação social" p.167, Fui
  • Brazao Catopola tnha saido para ver umas questoes. TOny Ciprix voce esta entender mal ou estamos a debater coisas diferentes. Claro que a nacao nasce ou melhor pode nascer de posicoes ideologicas. Jamais te disse que uma nacao poderia ser somente uma unidade via lingua, cultura, etc. A nocao de nacao se aplica ao conjunto de pessoas, neste caso, com interesses societarios comuns. A dimensao nacional, foi usada na luta de libertacao nacional no sentido espacial, a luta era contra o colono portugues num espaco defenido como nacional em funcao desa ocupacao. A questao da educacao e seu proposito nao pode ser vista somente nesse proposito. Afinal voce esta a querer dizer que nao havia interesse nenhums e nao o politico na emamncipacao educacional. CIprix? Concordo da necessidade de se revisionar a historia, mas eka nao pode ser somente porque discordamos dela. A luta de libertacao nacional nao pode ser entendida como voce entende, a nocao de nacional se extende a dimensao espacial e ou territorial, entao nao confunda luta de libertacao nacional no sentido nacionalista instituido por um estado e dimensao nacional no sentido nacio relativo ao espaco ocupado por grupo x.
  • Tony Ciprix Grato Brazao Catopola. A ideia nao a de convencer a ninguem sobre o que acha ser verdade. Deixemos os outros tb falarem. Paro por aqui.
  • Joao Cabrita A tese de Brazão Catopola de que «a RENAMO jamais passou de um movimento militar ou ainda dando beneficio da duvida, nunca saiu disso para um partido político e ainda mais, nunca se mostrou com uma orientação política ideológica» mais não é do que o discurso oficial embrulhado de forma diferente. Um discurso que ignora – ou faz por ignorar – o programa político da Renamo traçado logo de início. Um programa que o regime da Frelimo pretendeu depois diluir adoptando (ou melhor, mascarando uma adopção) das suas linhas mestras, para aparecer perante a nação como paladina do multipartidarismo, da separação dos poderes (executivo, legislativo e judicial), da livre iniciativa dos cidadãos, da garantia da liberdade religiosa, da liberdade de impressa, da restituição de bens confiscados sob a capa de uma suposta "nacionalização"), da salvaguarda dos valores tradicionais, incluindo a reposição do poder tradicional (aqui, coitado, o regime depois de andar a ridicularizar a Renamo através da comunicação social estatizada de que os bandos armados queriam o "regresso ao regulado", acabaria por se inspirar no modelo de uniformes coloniais para aliciar antigos chefes, brindando-os com bicicletas – a Frelimo ainda não tinha entrado em joint ventures com a MTN e a Vodacom do apartheid, caso contrário ter-lhes-ia oferecido também telemóveis com chamadas grátis para a sede do CC na Sommershield), etc.

    Tal como em Direito, em que o desconhecimento da lei não pode ser evocado para se justificar a prática de um crime, em História a ignorância dos factos não pode ser usada para se proferir afirmações descabidas nem distorcer a realidade.
  • Brazao Catopola Prezado Joao Cabrita, respeito o seu ponto de vista, mas espero que nao esteja a cair naquilo que eu chamo de mentes bipartidarias de mocambique. Do mesmo modo que ja aqui disse que a frelimo e militarizada pelo controlo efetivo das forcas armadas digo que a renamo jamais se desmilitarizou e e um facto. Que me contrarie o desarmamento total da REnamo. Esta organizacao politica sempre teve um programa e felizmente tenho acesso 4 manifestos eleitoras e programas da renamo, nenhum deles apareceu me com uma orientacao ideologica qualquer que seja ela, alias, ainda resalvo a ideia de que pode ser que haja uma ideologia propria mocambicana, mas que ela nesses programas nao se manifestam. A FRELIMO teve uma orientacao ideologica clara que foi perdendo sobretudo a partir de 1986 nunca conseguiu depois firmar uma orientacao unica. AGora esperao que nao esteja a fazer confusao entre programas e ideologias do partido. Seriamente gostaria e peco que me ajudasse no desenho dessa ideologia da renamo e ou as linhas orientadoras. Nao procuro distorcer a realidade e nao tenho nenhum motivo para tal, alias, estou sempre aqui a pedir para que se debata livremente sem vieses politicas, essa e minha posicao. Agora se me puder ajudar nessas linha ideologica e nao programa da renamo agradecia. Porque so assim podemos chegar ao ponto deste debate: MOCAMBIQUE SO TEM PARTIDOS DA DIREITA
  • Ilidio Lobato A renamo sempre se identificou com a direita (não que esse conceito seja literalmente aplicável à renamo ou qualquer partido político em Moçambique) desde o seu surgimento. Penso que podemos identificar três fases da renamo: a primeira quando surge, com um discurso propagandistico de uma luta abstracta contra o comunismo alicerçado pelos pilares da guerra fria e do apartheid; a renamo da segunda metade dos anos 80 que define claramente o seu programa, orientado para a direita, reinvindicando a democratização do estado, a criação do estado de direito, a livre iniciativa e a propriedade privada, o respeito pelos direitos humanos, etc, cuja vitória se efectiva com a constituição de 1990 (claro que houve outros aspectos, mais importantes, que influenciaram a mudança ideologica do país); 3. A renamo pos-guerra que se encontra no oneroso processo de transformação de movimento de guerra em partido político e nisso concordo com Brazao Catopola, a renamo teve avanços significativos até aos anos 2000, mas depois regrediu para se tornar num partido/grupo cada vez mais inconsistente e com dificuldades claras de se democratizar a si propria e de se tornar numa alternativa. Sobre a renamo pós-guerra, aquela que participa em eleições, com programas eleitorais, parece mais um partido de esquerda, avaliando pelo grau de assistencialismo que se propõe a fazer nos seus manifestos eleitorais. Por isso, é difícil falar de orientação ideologica dos partidos africanos, porque são inconsistentes, nao tem autonomia e são parasitas quando se trata de buscar apoios. O MDM, que não provem de nenhum movimento de guerrilha, qual é a sua linha ideológica?
  • Eusébio A. P. Gwembe José de Matos, andei fora por razões que apresentei. Vou ler os 75 comentários para «me inspirar». Não tenho hábito de fugir de qualquer debate. Além de ser Historiador, sou pai, tio, irmão, etc. Voltarei ao debate

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