Autoridades dizem que operação policial no Cairo causou seis mortos
Lusa
14 Ago, 2013, 09:49
O balanço oficial da operação policial para desmantelar os dois maiores acampamentos de apoiantes do Presidente deposto Mohamed Morsi, no Cairo, é de seis mortos e 26 feridos, disse hoje o Ministério da Saúde egípcio.
Mas a Irmandade Muçulmana, movimento islamita ao qual Morsi pertenceu até ser eleito Presidente, afirmou ter registado pelo menos 250 mortos e milhares de feridos, numa mensagem divulgada na rede social Twitter pelo porta-voz Gehad al-Haddad.
Os números da Irmandade Muçulmana não foram confirmados por fonte independente, de acordo com a agência noticiosa francesa AFP. Um jornalista da AFP, perto do acampamento em Rabaa al-Adawiya, afirmou ter contado pelo menos 17 mortos, entre os manifestantes, e dois polícias.
Uma fonte dos serviços de segurança disse à agência noticiosa espanhola EFE que três polícias foram mortos a tiro.
As autoridades estão prestes a assumir total controlo da praça Nahda, em Giza, onde se encontrava um dos acampamentos dos apoiantes de Morsi. O outro, na praça Rabaa al-Adawiya, situa-se na área de Cidade Naser.
A televisão estatal egípcia indicou que a operação policial continua nas ruas mais próximas de Rabea al-Adauiya.
Nas imagens difundidas dos dois principais acampamentos, viam-se várias tendas de campanha destruídas e veículos abandonados.
Agentes policiais, equipados com material antimotim, cercavam as zonas, de onde saiam colunas de fumo, de acordo com as imagens da tv egípcia.
As autoridades egípcias anunciaram que os comboios, de e para a capital, foram hoje bloqueados, na sequência da operação policial para evitar que os manifestantes se reagrupem nos arredores do Cairo.
O atual clima de tensão no Egito iniciou-se a 30 de junho, quando diversos setores da oposição promoveram grandes protestos exigindo a deposição do Presidente islamita Mohamed Morsi, eleito em junho de 2012 nas primeiras eleições livres no país.
Morsi provinha da Irmandade Muçulmana, que também venceu as legislativas organizadas após o derrube, em fevereiro de 2011, do regime autocrático de Hosni Mubarak.
Em 03 de julho o Presidente foi deposto e detido pelos militares, tendo sido formado um Governo de transição, entre os protestos das correntes islamitas que exigem o seu regresso ao poder.
Após o falhanço das tentativas de mediação internacionais, o Governo interino nomeado pelo exército anunciou que, terminado o período do Ramadão, no passado fim de semana, iria acabar com as manifestações pró-Morsi, operação que iniciou hoje.
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