sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Atravessar troço Muxúnguè – Rio Save custa 1000 meticais a partir das 16h00

Atravessar troço Muxúnguè – Rio Save custa 1000 meticais a partir das 16h00
Está difícil passar pelo troço Muxúnguè
As escoltas privadas, durante a noite, no troço Save-Muxúnguè, Sofala, palco de confrontos com a Renamo, custam um suborno de 1000 meticais, denunciaram po­pulares, apesardeapolíciaignorar a situação.
Em declarações à Lusa, Otília Jonasse contou ter testemunhado a passagem de algumas viaturas mediante o pagamento de dinhei­ro a agentes, após ter encerrado às 16h00 a escolta da coluna de veículos, na região onde se regis­taram violentos confrontos entre a polícia e homens armados, asso­ciados ao maior partido da oposi­ção em Moçambique.
“Seguiram três carros ligeiros e um autocarro com uma escolta privada. Depois de termos sido parados às 16h00 de quarta-feira para sermos escoltados na quinta­-feira cedo, de Save para Muxún­guè. Então, quem tem dinheiro passa à hora que quiser”, disse Otí­lia Jonasse, adiantando que se ge­rou um ambiente de revolta entre os presentes.
O exército governamental e a polícia têm o trânsito condiciona­do desde 22 de Junho, contudo, ele é possível desde que seja efec­tuado em coluna e sob escolta, en­tre Muxúnguè e Save, num troço de 106 quilómetros, que chega a demorar seis horas a fazer.
“Geralmente, apartirdas15h00, não se vai do Save a Muxúnguè, mas para quem tem dinheiro pas­sa até 19h00 com uma escolta pri­vada. Quando a corrupção chega a este nível, é grave e preocupante”, disse à Lusa, ao telefone, Sérgio Treze, um outro passageiro.
O comandante provincial da polícia em Sofala, Joaquim Nido, disse à Lusa que não há nenhuma “regra estabelecida” para escoltas privadasnaqueletroço, admitindo a possibilidade de “desvio de com­portamento de alguns agentes” policiais.
“Toda a escolta é feita em colu­na, não há regra estabelecida para escoltas privadas. Pode haver al­gum desvio de comportamento”, afirmou Joaquim Nido, anuncian­do uma investigação no local.
Após o segundo ataque da Re­namo, a estratégia passou para a distribuição de militares e policias entre as viaturas escoltadas, para garantir a segurança dos transeun­tes e prontidão de resposta militar, em caso de necessidade, uma situ­ação que poderá estar a alimentar as escoltas privadas.  
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