segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A derrota do Ocidente nas ruas do Cairo

A derrota do Ocidente nas ruas do Cairo
Não foi só o sonho da democracia liberal aberto pela Primavera Árabe que se esfumou no terrível banho de sangue nas ruas do Cairo. Nessa agressão aos mais elementares direitos humanos ruíram também os esforços do Ocidente para suster o islamismo radical.
Quando um exército irrom...pe pelas ruas e dispara de forma indiscriminada contra a população civil, não basta a retórica tradicional da condenação da violência nem a apologia das liberdades individuais.
É preciso recorrer às mesmas palavras e actos que quer os Estados Unidos quer a União Europeia usam para atacar a brutalidade de Al-Assad na Síria.
O Ocidente, porém, não o faz porque está amarrado à condescendência com que assistiu ao golpe que afastou Mohamed Morsi, ou, pior os actos e as omissões de Bruxelas e de Washington na era pós-Morsi vão ser associados à morte de civis ainda, pela ausência de qualquer esforço efectivo para envolver a cidadania egípcia que o apoiou no regresso à normalidade democrática.
Mesmo que se compreenda a recusa cínica de condenar o golpe de Estado que afastou um governo eleito (os erros de Morsi e o estado paralelo em construção pela Irmandade Muçulmana podem justificar essa atitude), Washington ou Bruxelas jamais deveriam ter tolerado a repressão exercida sobre a Irmandade Muçulmana.
Não o fazendo, acabaram por alimentar a resistência dos seus fiéis e a inimputabilidade do regime que se exprimiu nos assassínios de anteontem.
Agora que se desfez a hipótese de qualquer solução negociada para o regresso ao processo democrático, o Ocidente perdeu o pé.
No Egipto e, por arrastamento, no Médio Oriente.
Para todos os efeitos, a sua conivência com a era pós-Morsi não deixará de estar associada a uma brutal vaga de repressão e de violência.
Para quem como a Europa defende uma diplomacia suave,
para quem como Obama aposta na conquista dos corações e da inteligência do mundo árabe para suster o radicalismo islâmico,
não podia haver pior cenário.
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  • You, Rafael Anita Langa and 2 others like this.
  • Ismael Mussa O fiasco da primavera árabe deve levar-nos a uma reflexão profunda, pois é importante que a luta contra qualquer tirania não sirva para trazer ao poder um tirano pior. A nossa luta deve ser por uma alternância verdadeira e coerente.
  • Antonio A. S. Kawaria Ismael Mussa, não estou a entender no queres dizer na analogia. O que acontece no Egipto é diferente do que aconteceu em Mocambique? Quais são os problemas reais do Egípto e de África inteira? Quais são os problemas particulares de Mocambique?
  • Ismael Mussa o que estou a dizer e que devemos saber tirar ilacoes da primavera arabe, pois a euforia com a celebramos e aparentemente os povos dessa regiao celebrou, esfumou-se por completo. ou seja nem tudo que brilha e ouro. Deve-se lutar para combater qualquer que seja a tirania mas nao devemos nunca permitir que se substitua um tirano por outro pior como esta a suceder no Egypto e nos paises atingidos pela primavera Arabe. E somente um convite para uma reflexao que todos devemos fazer na nossa luta por uma sociedade mais justa e equitativa. somente isso. Boa noite e continuacao de um bom fim de semana. abracos.
  • Antonio A. S. Kawaria Ismael Mussa, eu estou nessa reflexão e parto do que vivi desde os anos que abri os olhos em 1973 a esta altura. E o problema de Egipto é mesmo da revolucão?
  • João Barros Caro Maia, concordando consigo, apenas para dizer que a diplomacia actual nas RI está totalmente substituída pelas corporações financeiras internacionais. Essas sim, é que desempenham um papel fulcral! O Egipto estará nessa situação? Terá algo em troca? Por outro lado não nos esqueçamos que particularmente os EUA têm uma forte ligação militar com o Egipto, portanto, com os militares - se não me engano, o Egipto é um dos únicos países africanos que alberga uma base militar americana. Um grande emaranhado este para os americanos! Por outro lado, depois das traições do Ocidente a China e a Rússia nas zonas de exclusão aérea no Iraque (paralelo 33 que passou para todo o país) e na Líbia (Benghazi, que foi até Tripoli, o motivo até foi quase idêntico) duvido que no seio das Nações Unidas pudesse surgir uma reacção consensual. Aliás é o que mantém o impasse na Síria. Aliás, ainda hoje, o Rei da Arábia Saudita, grande aliado americano, surgiu no terreiro apoiando a acção militar no Egipto classificando-o como um acto contra o terrorismo! Para terminar, por enquanto, tens razão Mussa quando dizes que nem tudo o que brilha é ouro; por isso, uma instituição por mais que seja boa e funcional nos países desenvolvidos poderá trazer graves consequências noutros países pois, faltarão outros elementos que devem acompanhar o funcionamento daquela instituição. Aliás, economicamente, os países que mais cresceram com a crise financeira internacional deitaram no lixo as recomendações económicas das principais instituições financeiras internacionais. Hoje, a China, é o principal credor da dívida pública americana e cá em Portugal já levou a EDP e penso que não parar por aí! Enquanto todo mundo clamava por economia de mercado, liberalização, direitos humanos, democracia, ai por diante, a China dizia "Um país, dois sistemas!.
  • Antonio A. S. Kawaria Caro João Barros é de agradecer sobre á discrição que fazes, Poém, parece que Ismael Mussa quis que reflectissemos sobre Moçambique. É nisto que sinto o dever de convite a um debate muito mais sério. É bem possível comparar a revolucão egipcia à nossa ou à certos momentos. Para mim, é muitíssimo importante que responsabizemos aos oportunistas à falha de qualquer revolução. Em todo o mundo os que destroem a revolução são os oportunistas, os vencedores antecipados, os que sem fazerem nada para essa revolução ainda querem ser porta-vozes ou os mais vistos. Vamos aos diferentes momentos de Mocambique: Golpe de Estado em Portugal, Acordos de Lusaka e independência nacional, A guerra dos 16 anos, AGP, A expulsão de Raul Domingos da Renamo, a expulsão de Daviz Simango da Renamo, a candidatura independente de Daviz Simango, a formacão do MDM, entre o que recorda de muito oportunismo.
  • Rui Cabral É sem duvida um questão importantíssima a considerar e a trazer a mesa de debate. Mas esta questão é consideravelmente abrangente, dado que tem como ponto de partida os eventuais paralelos entre o Egito e Moçambique dentro de um contexto da política internacional. A minha sugestão seria começar por se trazer a mesa uma analise que realce os paralelos entre a realidade Egípcia e a Moçambicana. O objetivo desta analise, que obviamente terá que incluir factores econômicos, políticos, históricos, geográficos, religiosos e mais de ambos os países, seria de identificar os paralelos entre os dois países. E baseado nestes tentar-mos identificar os verdadeiros perigos que Moçambique eventualmente enfrente em relação aos acontecimentos que atualmente observamos no Egito e noutros países da região. E so com estes paralelos identificados e esta relação claramente estabelecida é que poderemos falar das medidas de prevenção as "tiranias piores" de que o Ismael Mussa fala. Sem estes paralelos identificados e esta relação claramente estabelecida, nao tenho outra opcao senão considerar este artigo propaganda política por parte dos que estão no poder neste momento.
  • Ismael Mussa Lamento a ilusão das pessoas que acreditaram que o apoio que receberam da comunidade internacional durante a revolução era genuíno e franco. Os jovens Egípcios esqueceram-se que no âmbito das relações entre estados não existem relações de amizade mas sim de relações de interesse e ao capital internacional só importa que os seus interesses sejam preservados e pouco importa, se têm de relacionar-se com uma ditadura ou com uma democracia. Muitas vezes criticam injustamente a China e fazem pior. É por isso que a dita revolução não foi extensiva a Argélia porque o capital internacional sabia perfeitamente que uma revolução na Argélia levaria o movimento islâmico ao poder. É também por isso que o capital internacional suporta o regime da Arábia Saudita e nunca dizem que é preciso democratizar-se esta monarquia do golfo porque sabem perfeitamente que uma mudança de regime nesta monarquia poderá afectar drasticamente os interesses do ocidente.
    Portanto, o Mursi não cometeu erro algum para com o seu povo, simplesmente não serve aos propósitos que levaram a comunidade internacional e muito em particular ao capital internacional a apoiar e a suportar a revolução contra o presidente Mubarak quando este já não servia mais para legitimar os interesses do ocidente que sempre o suportou. A ingenuidade dos jovens que lideraram a revolução não lhes permitiu enxergar que estavam a depor um ditador Mubarak para depois entregarem o poder novamente aos militares que sempre foram os fiéis servidores do interesse do capital e que nunca iriam permitir que o presidente Mursi governasse no real interesse dos egípcios. É por isso que volto a dizer que o fiasco da primavera árabe deve levar-nos a uma reflexão profunda, pois é importante que a luta contra qualquer tirania não sirva para trazer ao poder um tirano pior. A nossa luta deve ser por uma alternância verdadeira e coerente. No caso egípcio, libertaram-se da tirania do Mubarak mas permitiram que outros tiranos piores (os militares) derrubassem o presidente democraticamente eleito (Mursi) e assumissem o poder com total apoio da comunidade internacional e do capital internacional. Triste tragédia deste povo.
  • Rui Cabral O que aqui diz nao é nada de novo para qualquer pessoa que acompanhe noticiários para alem dos da BBC ou CNN.
    A RM posta muitas vezes este tipo de artigos anti-ocidente. Depois continua muito vago no que diz respeito a relação entre a primavera Árabe e Moçambique (e por favor preste atenção que eu nao estou a dizer que existe ou nao uma relação, ou que existe ou nao um perigo).
    Dai a ter sugerido que avançasse com os paralelos e a relação entre a situação no Egito (e região) e a nossa. Ai poderíamos debater de uma forma mais eficaz e construtiva o tema, caso contrario leva-me a inevitavel conclusão que esta postagens nao esta aberta ao debate. Esta postagem é simplesmente propaganda política dos que estão no poder.
  • Aziza Throne Enfim, sem comentáio. Esta situaçao é mais uma prova de que qdo nao há divisao equitativa de renda, existe a possibilidade real das massas p a revolta. A questao aqui nao sao os militares (egipto se na me engano é o exercito numero 8 ao nivel muldial). As lideranças mesmo antes da queda dos rei Faizal e Farida, estavam-se nas tintas para o povo. E hoje os culpados das lideranças internas nao terem-se submetido aos aspícios do povo sao os Americanos e por aí adiante. olhemos p o Japao onde os Americanos sempre tiveram interesses militares e nao existe má nutriçao. Agora, nao me digam aque a irmandade muçulmana que põe cmo escudos crianças e mulheres em nome de Deus é santa e sempre foi. Nao
  • João Barros Caro Antonio A. S. Kawaria, se observar bem o que postei verá que não fugi do tema em momento algum. Deve tentar abstrair-te. Depois, fico com alguma dificuldades em enquadrar na categoria de revolução a expulsão de Raúl Domingos ou do Devis Simango da Renamo ou da Constituição do MDM como revoluções! Terão sido revoluções ou dinâmicas internas de evolução dos partidos e da matriz política em Moçambique!?! Se nem dentro da própria Renamo esses acontecimentos quase que não mudaram nada! Revolução é muito mais do que isso! Estamos a falar de mudanças radicais, que podem ou não ser violentas. Quanto as visões do Rui Cabral e do Mussa, se observarem bem, convergem as duas no mesmo posicionamento. A diferença, eventualmente, está na determinação de quem está no poder! Para o Cabral, quem está no poder, eventualmente é a Frelimo, para o Mussa, são as corporações financeiras internacionais, quer em Moçambique, quer na Líbia ou em Portugal. Não é uma questão de ser anti-ocidente porque mesmo os países ocidentais sofrem com este poder financeiro. O que temos de entender é que, por um lado, as revoluções não são exportáveis, elas precisam mais de consistência interna do que de outra coisa e por outro, se o status quo num determinado país beneficia a este alto capital internacional, as injecções financeiras no país, principalmente as privadas, podem manter na direcção lideranças que defendam os seus interesses, esses são os verdadeiros donos do poder. Basta ver as quantidades de IDE que hoje, mesmo no nosso país, a fatia privada superou e de londe a Ajuda Pública ao Desenvolvimento! Enquanto Mubarak foi válido esteve no "poder"; Saddam Hussein recebeu todo o apoio na sua guerra com o Irão; quando Gadaffi, fez inúmeras cedências entregando até o uranio enriquecido, foi por algum tempo "esquecido" mas quando a oportunidade surgiu foi varrido do mapa! O que safou o Mugabe foi a posição firme da SADC que pressionou a China e a Rússia para não deixarem passar uma resolução do CS das Nações Unidas e assim aconteceu! O que temos de fazer é tentar, jogar todos os factores, prós e contras e nos situarmos numa situação de equilíbrio com as grandes correntes e forças financeiras internacionais! Tentarmos evitar que, amanhã, a Vale, Anaderko, a Rio Tinto a ENI entre outras, tenham de nos impor lideranças neste país para, depois de satisfeitas, deixarem-nos no caos!
  • Rui Cabral Ora muito bem, a Aziza Throne tpca num paralelo importantíssimo entre Moçambique e o Egipto: o facto da liderança Egipcia sempre ter estado nas tintas para o povo Egípcio, vivemos a mesma e ate pior situação em Moçambique, o nosso governo esta-se bem a borrifar para o povo Mocambique (e nao é de agora). Mas nao precisamos de olhar para o Egipto para saber que quando o governo se borrifa para o bem estar do povo entao é receita certa para revolta.
  • Rui Cabral E em relação ao comentário do Joao Barroso tambem ja respondo, tenho que sair por um bocado mas volto ja.
  • Aziza Throne Rui Cabral. ë apenas um paralelo, mas como sabe tem outros aspectos importantísimos que nos ajudam a equacionar este emaranhado de revoluçoes. Bem dise o Mia couto a propósito da primavera árabe que äqueles sao árabes berberes e por aí adiante. Mtos líderes que estao à frente de revoluçoes (algumas que eles mesmos propala) sao os mesmos que depois espezinham e catalogam os seus proprios povos de isto e aquilo. O kadafi e a um dos exemplos. Pronto, mas nao é de etnicidade que estamos a falar. estamos a falar de revolucoes, causas e aspiracoes que nao foram corespondidas há mtos e longos anos atrás, pelas liderancas internas que se enfardaram com as riquezas dexando ao léu milhoes de compatriotas. Eu pergunto? Se eses jovens que hoje estao a alimentar os tais canhoes dos militares no egipto tivessem emprego e posibilidades e oportunidades de vida, segurança, asistencia media, um sistema de serviços de estado nao corupto. etc? estariam nas ruas ou se refugiariam no radicalism islâmico? É fácil dizer que sao os americanos, fmi etc .Voltemos ao Japao. As instituiçoes financeiras nao ditam tudo embora possam ditar muito. As lideranças dos paíse pobres "de espírito" só se vergam a grandes intereses pq nao tem competência para asegurar o mínímo para os seus povos. Podemos é falar de gestao pós revoluçao pq as massas querem resultados rápidos e querem as casas arumadas logo
  • Rui Cabral O João Barros fala bem quando diz que temos que nos situar numa situação de equilíbrio com as grandes correntes e forcas financeiras internacionais coisa que o atual líder de Moçambique nao o esta a fazer com eficácia e dai a estarmos a beira de um total e sangrento conflito armado. Mas quando afirma que ate os países ocidentais sofrem com este poder neste ponto ja nao concordo consigo. Existem vários países ocidentais que apesar dos ataques e das forcas econômicas sao países estáveis, com boas economias e que acima de tudo oferecem uma excelente qualidade de vida aos seus cidadãos. E sabe porque que é assim nesses países? Nao é de certeza porque andaram a olhar para o Egito como modelo. Mas sim porque tem políticos capazes de posicionar os seus países contra estas correntes e forcas econômicas internacionais, incluindo os ataques deliberados. Eles garantem o bem estar do povo e tem o suporte do propio povo desta maneira, e este é o fator que torna a vida muito difícil a qualquer agente externo tente qualquer tipo de manipulação das massas. E depois quanto mais dinheiro o povo tem melhor a capacidade de encaixe destes países a correntes ou ataques financeiros. Nos em Moçambique nao temos nem uma nem outra. O bem estar do povo é a maior arma que eles tem. E se o exemplo do Guebuza é o Mugabe, entao estamos mesmo mal.
  • Rui Cabral E o Joao Barros tambem menciona tentar-mos evitar que amanha a Vale, Anadarko, a Rio Tinto a ENI entre outras, tenham de nos impor lideranças no nosso pais e eu pergunto nao teria feito mais sentido fazer-se esse trabalho antes de eles viram ca parar? Que garantia é que nos temos que nao sao estas mesmas que querem uma outra liderança no pais? Toda gente sabe que para o capitalismo desenvolver tem que haver estabilidade, e quando o povo nao esta satisfeito nao existe estabilidade possível.
  • João Barros Sabe Rui, quando falo que mesmo os países ocidentais sofrem com estas corporações é verdade e insisto nisso. Sabe quantos funcionários públicos Portugal e Espanha para não falar de outros países, vão ter que ir para a rua por imposição das troikas? Quantas pequenas e médias empresas fecharam em muitos países europeus? Quantos governos cairam? Que qualidade de vida se oferecem a cidadãos nessas condições! Não é por acaso que pessoas há, que desde as 4 da manhã estão nos portões da Embaixada de Moçambique e Angola, principalmente nestas, a tentarem um visto. Portanto, atinge a todos. Agora concordo consigo quando diz que são países estáveis pois, claro - é o resultado de uma evolução secular. Note que em países como Moçambique, o conceito de Estado, que é marcadamente ocidental, ainda não funciona. O Governo, que assume o papel de Estado ainda nem controla todo o território; a moeda nacional, o metical, não é usada em muitas regiões, por conseguinte ainda não temos instituições fortes, eventualmente, que possam trazer esse equilíbrio. Quanto a minha citação ao Zimbabwe foi no sentido de, enquanto Mugabe não provocou o poder foi o menino bonito da região; Samora Machel era o diabo; mas quando provocou o poder esteve para ser fuzilado, mas agora todo o mundo está parvo porque chegou-se mesmo a conclusão que com um e outro defeito, ganhou as eleições daí a minha referência que as revoluções não são exportáveis! Cada caso, embora possam existir similaridades, é um caso. Por último, temos um grande defeito em Moçambique, que é o de discutir pessoas e não ideias - no dia que enveredarmos por isso, ditador nenhum irá nos dominar. Como diz uma das passagens do Hino Nacional, "nenhum tirano nos irá escravizar". É o percurso histórico, precisamos de instituições fortes e para tal muita aposta no capital humano!
  • Rui Cabral Eu nao concordo com a justificação que sao países estáveis devido a evolução secular. Existem outros paises com muito menos tempo (nao sei agora de cabeca mas por ai 110 anos e ate menos se nao estou em erro), tais como a Australia e a Nova Zelandia com excelentes economias e muita estabilidade. Culpar as nossas falhas ao tempo de existência do pais é querer tapar olhos. E depois é preciso ver bem o que é uma pais novo e um pais velho, pois a nivel europeu por exemplo, houve muitas ocupações e desocupações, primeiro eram reinados e depois tornaram-se republicas e por ai fora. Dai que o que constitui uma pais novo é muito debativel. Moçambique ja existia antes de 1975, e antes disso existiam reinados, tribos, etc o que significa que o pais Moçambique é o resultado de uma longa evolução secular.
  • João Barros Estou a falar de instituições Rui, e não de territórios! Ok, deixo os comentários para ou outros. Abraço, até já ou até breve!
  • Antonio A. S. Kawaria João Barros, dinamismo ou revolucão nos partidos políticos e particularmente na Renamo, foi para fazer uma analogia sobre o que está acontecer no Egipto seguindo o que Ismael Mussa pretende apelar. No Egipto, quem eram os que estavam na Praça de Tahrir lutando para o fim da ditadura? Como é que a irmandade e em particular Mosri entra no jogo? Mesmo em termos de ser o ocidente a organizar a primavera árabe eu não acredito. Acredito sim, que o ocidente aproveitou-se da saturacão dos povos e sobretudo da juventude daquela zona. O ocidente é também vencedor antecipado como muitos dos nossos académicos em Mocambique.
  • João Barros Abraço Kawaria, até breve!
  • Aziza Throne Joao Barros toca pontos válidos como o de que as revoluçoes nao sao exportaveis e isso acontece pq o facto geo-cultural tbem tem uma influencia grande. O Rui Cabral menciona o facto de haverem países como a N zelania e Australia que se basearam em modelos exportados (UK) e ao fim de 110 anos sao píses em que as grandes multinacionais tiveram um papel e ditaram regras mas com cuidado. Acrescento mais dois os EAU, Qatar e Oman com menos de 50 anos, exceptuando Oman, onde as 5 irmãs (petrolíficas shell BP, total outras duas nao me lembro estao implantas mas nao ditam de completo as regras de jogo). Pq? pq as lideranças logo de inicio jogaram k cintura e perceberam a interdependencia. Nao sao os casos de angola ou Nigéria,egipto, líbia e por aí adiante. Mas eu pergunto. Nesta era de globalizaçao o que é realmente necessário? teremos que reiventar modelos próprios de governaçao e revoluçao? A intelectualidade que tem onhecimento e mandato cívico de orientar diz algo? Nao bastam só dicursos é preciso agir e a inacçao é um dos grandes problemas. A repressão tab
  • Muzila Wagner Nhatsave não foi por falta de aviso,os EUA apadrinharam por demais a irmandade islamica.cometem sempre o mesmo erro estes senhores,era mais do que lógico que a ascensão ao poder de MORSi iria criar problemas no egipto,pais que apesar de tudo havia tolerancia religiosa.de lembrar que cerca de 3 milhoes de egipcios são cristãos os Coptas.este senhor quis sozinho mudar a constituição sem negociar com ninguem, quis impor a charia como lei, alterava as leis todos os dias e sem respeitar as sensibilidades de todo o povo.agora é isto que vemos.
  • Germano Milagre Nisso estou 100% de acordo Muzila ... muitas vezes os EUA dao tiros nos seus proprios pes !!
  • Rui Cabral tudo e bem e de acordo, mas a questão que eu coloco é se estamos deparados com o mesmo problema em Moçambique?

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