Uma reflexão sobre o diálogo Governo/Renamo (Concl.)
Na minha opinião, cabe ao Governo dentro das suas responsabilidades informar a sociedade e os partidos políticos sobre os conteúdos das conversas que tem tido com a Renamo, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, na cidade de Maputo, e, por via disso, promover debates públicos.
Maputo, Sexta-Feira, 19 de Julho de 2013
Notícias
Ao não agir desta forma, o Governo acaba sendo crucificado até por organizações que tentam defender, simplesmente porque desconhecem os conteúdos e pouca ideia fazem sobre se afectam as suas vidas ou não.
O Governo, no aludido pronunciamento público, diz que “está comprometido com o diálogo. Diálogo com todos os segmentos da sociedade moçambicana. Diálogo dentro das instituições que o ordenamento democrático do nosso Estado prescreve. Diálogo sempre inovado, incluindo o que ocorre nas mais diversas circunstâncias da vida política, económica, social e cultural do povo e instituições moçambicanas”.
O Governo, no aludido pronunciamento público, diz que “está comprometido com o diálogo. Diálogo com todos os segmentos da sociedade moçambicana. Diálogo dentro das instituições que o ordenamento democrático do nosso Estado prescreve. Diálogo sempre inovado, incluindo o que ocorre nas mais diversas circunstâncias da vida política, económica, social e cultural do povo e instituições moçambicanas”.
Ora, se assim se proclama, porque não traz a público as conversas “circunstanciais” com a Renamo que, certamente, irão afectar a vida política, económica, cultural e social dos moçambicanos. Todos nós, precisamos de saber, no fim do dia, o que irá mudar com o acordo entre a Renamo e o Governo. Em Portugal, parece que Cavaco Silva desbaratou o acordo entre o PSD e CDS e entre nós, quem o fará! Se considerarmos que o Presidente da República é o Chefe do Executivo, a melhor saída do Governo é partilhar a “chantagem” do partido Renamo com outros partidos legalmente instituídos e a sociedade moçambicana.
Por exemplo, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama diz, de viva voz, que em Moçambique não há sociedade civil, mas em nenhum momento o Governo lançou o debate à própria sociedade civil e aos diferentes intervenientes para se pronunciarem. Ainda assim, o líder da Renamo recebeu o Observatório Eleitoral, Dr. Lourenço do Rosário e Dom Dinis Sengulane. A nível da comunicação social, ninguém o questionou sobre quem são esses que o líder recebe se não reconhece a sociedade civil. Parece proibido questionar o líder da Renamo mas, em contrapartida, tudo se exige do Governo, numa clara tentativa de ilibar a Renamo das responsabilidades que lhe são próprias, imputando-as ao Governo.
As explicações dadas por diferentes actores da Renamo sobre a exclusão da “Oposição Construtiva” somente satisfaz a própria Renamo, aos olhos da sociedade e outros interessados, este facto revela a intolerância no pensar diferente, o que não deixa de ser ridículo e preocupante, ao termos em conta que um dos pontos das conversas no “Joaquim Chissano” é a “exclusão económica e política” que, de acordo com a Renamo, é praticada pelo Governo do dia.
Mais uma vez, os órgãos de comunicação social ficam indiferentes a esta aberração e conformam-se com o dito da Renamo, o que se passa na nossa sociedade? Obsessão de ver a Frelimo pelas “costas” sem medirmos as consequências. Esta reflexão, longe de constituir uma abordagem acabada, pretende chamar a atenção aos intervenientes da conversa sobre o quão ridículo são algumas posições que tomam, ao mesmo tempo, solicitar que essas conversas, porque certamente afectarão para além da Frelimo e Renamo, o debate seja extensivo a outros segmentos da sociedade, incluindo a mim mesmo!
Por exemplo, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama diz, de viva voz, que em Moçambique não há sociedade civil, mas em nenhum momento o Governo lançou o debate à própria sociedade civil e aos diferentes intervenientes para se pronunciarem. Ainda assim, o líder da Renamo recebeu o Observatório Eleitoral, Dr. Lourenço do Rosário e Dom Dinis Sengulane. A nível da comunicação social, ninguém o questionou sobre quem são esses que o líder recebe se não reconhece a sociedade civil. Parece proibido questionar o líder da Renamo mas, em contrapartida, tudo se exige do Governo, numa clara tentativa de ilibar a Renamo das responsabilidades que lhe são próprias, imputando-as ao Governo.
As explicações dadas por diferentes actores da Renamo sobre a exclusão da “Oposição Construtiva” somente satisfaz a própria Renamo, aos olhos da sociedade e outros interessados, este facto revela a intolerância no pensar diferente, o que não deixa de ser ridículo e preocupante, ao termos em conta que um dos pontos das conversas no “Joaquim Chissano” é a “exclusão económica e política” que, de acordo com a Renamo, é praticada pelo Governo do dia.
Mais uma vez, os órgãos de comunicação social ficam indiferentes a esta aberração e conformam-se com o dito da Renamo, o que se passa na nossa sociedade? Obsessão de ver a Frelimo pelas “costas” sem medirmos as consequências. Esta reflexão, longe de constituir uma abordagem acabada, pretende chamar a atenção aos intervenientes da conversa sobre o quão ridículo são algumas posições que tomam, ao mesmo tempo, solicitar que essas conversas, porque certamente afectarão para além da Frelimo e Renamo, o debate seja extensivo a outros segmentos da sociedade, incluindo a mim mesmo!
- Adelino Buque
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