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A AIEA considera que com o novo presidente do Irã o diálogo acerca do programa nuclear da República Islâmica será mais produtivo. Os peritos não são tão otimistas, mas concordam que a eleição de Hassan Rohani traz novas esperanças.
O novo presidente do Irã, Hassan Rohani, pretende, segundo o próprio afirma, dinamizar o processo de conversações com o sexteto de intermediários internacionais (EUA, China, Rússia, Grã-Bretanha, França e Alemanha). Os analistas tiram daí a conclusão sobre o possível desanuviamento nas relações entre o Irã e o Ocidente. Os céticos consideram, no entanto, que esse otimismo relativamente ao novo presidente não se justifica. Diz o editor chefe da revista Rossiya v Globalnoi Politike (A Rússia na Política Global) Fyodor Lukianov:
"Existe um ponto de vista de que, apesar de todas as suas convicções ultraconservadoras, Ahmadinejad representava os que consideravam que o sistema de governação dos teólogos tinha de ser substituído. Que devia existir um Estado que siga rigidamente os princípios islâmicos, mas não uma teocracia. Já o novo presidente do Irã, com toda a sua retórica moderada, é um clérigo."
Outros peritos sublinham que Rohani é, em primeiro lugar, um pragmático. Por consequência, o alargamento da cooperação com a comunidade internacional é para ele um passo inevitável. Numa entrevista à Voz da Rússia, o diretor do Programa Al-Sabah, Professor Anoush Ehteshami, recorda que Rohani foi diplomata durante muitos anos:
"O seu estilo são os compromissos e o pragmatismo. Ahmadinejad conseguiu estragar as relações com quase todos os países vizinhos do Irã e Rohani terá de trabalhar muito para superar o afastamento que esses países têm relativamente ao Irã."
As relações do Irã com Israel são uma coisa completamente diferente. Como é do conhecimento geral, o anterior presidente do Irã apelava a que se empurrasse os israelitas para o Mar Vermelho. O diretor do Centro de Estudos Iranianos da Universidade de Tel Aviv, Professor David Menashri, explicou à Voz da Rússia o seu ponto de vista sobre essa questão:
"Talvez para Israel fosse melhor que o foco principal da política iraniana se deslocasse para outros problemas quaisquer. O principal receio dos israelitas é que Rouhani não consiga, ou que alguém não lhe permita, começar a fazer cessões na questão nuclear."
Segundo referem os peritos, o conflito sírio e o confronto entre os sunitas e os xiitas são apenas uma pequena parte dos problemas que o novo presidente iraniano herdou. As suas preocupações principais são a secularização progressiva da sociedade iraniana, uma economia nacional fraca e a dependência do país das exportações de petróleo. Até que ponto o presidente do Irã estará preparado, é uma questão que se coloca não tanto a Rouhani, mas sobretudo ao clero iraniano, que é quem determina a linha geral de desenvolvimento da República Islâmica.
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