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terça-feira, 18 de junho de 2013
GOVERNO REPUDIA ASSALTO A PAIOL E RESPONSABILIZA A RENAMO
O governo moçambicano repudia o assalto perpetrado na madrugada de Segunda-feira por um grupo de homens armados da Renamo, antigo movimento rebelde transformado no maior partido da oposição, a um paiol das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) no posto administrativo de Savane, distrito de Dondo, na província central de Sofala.
As autoridades moçambicanas ainda não confirmaram oficialmente o número de vítimas, mas o jornal independente “O Pais” reporta sete soldados das FADM mortos, enquanto o “Noticias” escreve, na sua edição de hoje, a ocorrência de seis.
Falando na noite desta Segunda-feira, no término da sexta-sessão do diálogo com a Renamo, o chefe da delegação do governo, José Pacheco, acusou a Renamo de ser o responsável pelo ataque aquela posição militar, um acto que não caracteriza o espírito de diálogo com aquele partido político.
Por isso, disse Pacheco, que também exerce as funções de ministro da agricultura, “queremos usar esta oportunidade para repudiar este acto que fere o princípio de cultura de paz e convivência democrática”, para, de seguida, acrescentar que “este acto não contribui em nada para a unidade, aprofundamento da paz e democracia em Moçambique”. Pacheco disse que o assalto não foi debatido durante a sessão e de nenhuma forma irá condicionar o diálogo actualmente em curso com a Renamo.
O governo e a Renamo encontram-se envolvidos num diálogo, a pedido desta formação política, para discussão de uma agenda que inclui quatro pontos, nomeadamente um novo pacote eleitoral, despartidarização da administração do Estado, matérias relativas a defesa e segurança e questões económicas.
O ministro assevera que o governo vai accionar todos mecanismos para a responsabilização dos autores. Estranhamente, o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiana, disse, naquela mesma ocasião, não ter conhecimento do sucedido. “Eu estou a ouvir aqui pela primeira vez com os jornalistas”, disse Macuiana, que se recusou a tecer mais comentários sobre o ataque.
Falando hoje, em Maputo, a capital moçambicana, durante o habitual briefing a imprensa, o porta-voz do Comando Geral da Policia, Pedro Cossa, recusou-se terminantemente a comentar sobre o assunto limitando-se a afirmar que “eu sei que as Forças Armadas estão a fazer algum trabalho com outras autoridades locais no sentido de saber o móbil desta prática. Eu calculo que em devido tempo haverá informação mais detalhada e credível sobre o móbil desse acto”.
Os homens armados, segundo o “Noticias”, terão surpreendido um grupo de cerca de 30 elementos das FADM que guarneciam o paiol de Savane, tendo levado consigo algum armamento, não se conhecendo, contudo, as quantidades nem as especificidades das armas. SG/mz AIM – 18.06.2013
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