RIA Novosti
A Rússia e a Argélia são parceiros de confiança. Não são apenas os interesses econômicos que os aproximam, mas também os pontos de vista semelhantes em política internacional. Foi o que declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia Serguei Lavrov no final da reunião com o seu homólogo argelino.
A Rússia e a Argélia estão unidas por relações especiais. Ainda nos tempos da luta deste país africano pela sua independência, a URSS lhe prestou auxílio material e técnico-militar. Mais tarde, foi precisamente a Argélia a ser o primeiro país árabe com quem Moscou assinou um acordo de parceria estratégica. Não é de admirar que as conversações de Serguei Lavrov com o seu amigo, que é como o ministro qualifica o responsável pelas Relações Exteriores da Argélia Mourad Medelsi, decorrem tradicionalmente numa atmosfera muito cordial. A sua coletiva de imprensa conjunta começou pela constatação das excelentes perspetivas da continuação da aproximação entre Moscou e Argel.
"A Argélia faz parte dos três parceiros mais importantes da Rússia em África. As trocas comerciais dos dois países se aproximaram, no ano passado, dos três biliões de dólares. Esse é um forte indicador, mas sem dúvida que não é um limite. Nós, e os nossos parceiros argelinos, vemos os caminhos para uma posterior dinamização e alargamento da nossa cooperação econômica na diversificação das nossas relações econômicas. As empresas russas Rosneft, Gazprom e Stroytransgaz participam nos grandes projetos de exploração de hidrocarbonetos na Argélia. Nós estamos preparados para aumentar a nossa presença no mercado argelino e colaborar na realização de projetos não só na área dos hidrocarbonetos, mas também noutros projetos na área da energia e em grandes projetos de infraestruturas."
Os ministros também debateram a situação no Oriente Médio. Para a Argélia, os processos que aí ocorrem têm uma importância especial. Basta dizer que a Argélia é o único Estado do Norte de África que tem um partido laico no poder. Não é de estranhar que a Argélia segue com preocupação a islamização e a radicalização na região.
Entretanto, a Rússia e a Argélia se identificam por terem vivido situações semelhantes ao longo da sua história. Segundo referiu Mourad Medelsi, ambos os países sentiram o que é o terrorismo e têm experiências de reconciliação nacional. Eles estão prontos a partilhar esse conhecimento com o resto do mundo. Mas parece que alguns países, porém, não só esquecem que a experiência dos outros deve ser tida em consideração, como agem ignorando a simples lógica formal.
"Como já o referi, por diversas vezes, e não fui só eu, Os parceiros franceses, que nós apoiamos, lutam no Mali pelo fim da ameaça terrorista. Mas eles são combatidos pelas mesmas pessoas que a França apoiou e armou na Líbia. Os combatentes da Líbia penetram igualmente noutros países, incluindo a Síria. Isso resulta em que os nossos colegas franceses lutam contra a repetição de uma crise líbia no Mali, mas apoiam os combatentes provenientes da Líbia na Síria. Aqui é muito difícil encontrar uma lógica."
Para que isso não aconteça, todos os países devem respeitar as normas do direito internacional, nomeadamente, o princípio da soberania nacional. São absolutamente inadmissíveis as tentativas de influenciar a situação neste ou naquele país apoiando extremistas que atuam no seu território. "O terrorismo é inadmissível sob qualquer forma e o terrorismo não pode ser justificado por quaisquer razões. Não se pode separar os terroristas em "amigos" ou "inimigos", em bons ou maus," concluiu Serguei Lavrov.
Sem comentários:
Enviar um comentário
MTQ