Edson da Luza·
Bom dia a todos! Estive ontem na 6ª esquadra da PRM - onde também já estive detido - junto com centenas de pessoas, a fazer pressão para que o Dr. Jorge Arroz fosse solto, o que acabou por acontecer uma vez que ninguém estava disposto a abandonar o local antes que se fizesse justiça!
Dentro da esquadra, a polícia usou a força para impedir os jornalistas de fazerem o seu trabalho e houve cenas de violência explícita em que quase todos fomos empurrados, o que resultou num autêntico braço de ferro entre a polícia e nós, mesmo em frente às câmaras da televisão. É que a esquadra é pública e ninguém nos podia proibir de estarmos ali, principalmente numa situação de injustiça.
A polícia moçambicana foi bruta e arrogante. Autênticos sipaios do sistema, sem respeito para com os direitos dos cidadãos. Contra olhos curiosos e bocas que clamavam por justiça, usaram a força e o autoritarismo típicos de um estado ditatorial e fascista. E todos nós "revivemos" o tempo colonial, porque a PRM fez questão de imitar a PIDE e transformar a 6ª esquadra numa nova Vila Algarve.
Quando a Dra. Alice Mabota finalmente anunciou que o Dr. Arroz estava livre, foi uma satisfação total, que só não foi completa porque a polícia, envergonhada, para não assistir a festa do povo recebendo o Dr. Arroz, retirou o médico pelos portões traseiros da esquadra. Por isso, eu e muitos outros ainda ficamos mais um bocado na esperança de ver o doutor sair pela porta da frente, até que soubemos que ele já estava na sede da Associação Médica a dar uma conferência de imprensa. Fomos até lá e sim, confirmámos, Arroz estava solto!
Há tanta coisa por dizer, irmãos, mas por agora, vai à minha solidariedade para com os médicos que estão a ser agredidos, chantageados e humilhados por exigirem um direito que é seu e de todos os moçambicanos. Vai também a minha especial saudação a todos os que não arredaram o pé da 6ª esquadra até o Dr. Arroz fosse solto. Assim é que é. Unidos somos invencíveis. Povo no poder!!!
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