Polémica candidatura do presidente da CNE.
O Presidente da República, Armando Guebuza, distancia-se de conclusões precipitadas em torno da considerada fraudulenta candidatura de Leopoldo da Costa a membro da Comissão Nacional de Eleições, uma candidatura suportada, segundo o que tem sido denunciado, por assinaturas falsas de membros da organização nacional de professores, organização que também já tornou público o seu distanciamento em relação ao suporte da candidatura de Da Costa.
“Eu não me associo a conclusões tiradas a correr. Deixemos os órgãos funcionar. eles vão fazer as decisões que devem ser feitas e, obviamente, nós veremos -uns vão gostar e outros não vão gostar”, disse o presidente da república.
Já em relação à também contestada eleição do membro activo da Frelimo Daniel Ramos a presidente da Comissão Provincial de Eleições em Nampula, em representação da sociedade civil, depois de ter assumido, até 2010, as funções de administrador de Moma e muito recentemente as de chefe da brigada da Frelimo no distrito de Muecate, o chefe do estado respondeu nos seguintes termos ao jornalista que colocou a questão. ”Dá impressão de que, na sua opinião, quem é membro da Frelimo não pode ser membro da sociedade civil, está vetado aos membros da Frelimo ser membro da sociedade civil. eu penso que isso é retirar direitos aos cidadãos, os membros da sociedade civil, sim senhor, podem ser membros de qualquer partido, incluindo a Renamo. há membros da sociedade civil que são da Renamo e até aqueles que estão a contestar podem ser da Renamo. Eu não vejo motivo para concluir que o facto de um indivíduo ter sido administrador faz-lhe perde os direitos políticos. isso seria discriminação e perigoso para a nossa democracia”, disse o presidente da república.
Em seguida, o estadista moçambicano lançou um apelo: “Eu espero que os jornalistas trabalhem com imparcialidade em questões desta natureza”.
Guebuza falava em conferência de imprensa de encerramento da sua presidência aberta à província de Nampula, onde alguns intervenientes no comício popular que orientou no posto administrativo de Anchilo, no distrito de Nampula Rapale, se queixaram de alegadas cobranças ilícitas aos mutuários dos Fundos de Desenvolvimento Distrital, vulgos “sete milhões”.
Os populares disseram ao Chefe do Estado que alguns técnicos ligados à gestão dos fundos a nível do distrito de Nampula-Rapale exigem o pagamento de valores como condição para aprovarem os projectos submetidos ao Conselho Consultivo, para produção de comida e criação de emprego.
Na mesma presidência aberta, Guebuza foi, igualmente, confrontado com queixas sobre nepotismo e favoritismo em processos de admissão de funcionários públicos.
O PAÍS – 01.05.2013
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