Transmissão conjugada de energia e de dados resultará em grande economia de custos: Voz da Rússia

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Oleg Nekhai

29.04.2013, 18:47, hora de Moscou

RIA Novosti

Os cientistas russos conseguiram conjugar a transmissão de energia com a troca de dados. Uma linha desse tipo foi criada pela primeira vez em todo o mundo em Dubna, uma cidade de investigadores nos arredores de Moscou.

Ela foi construída com base num cabo de fibra ótica normalizado instalado entre postes. O projeto está sendo executado pela pequena empresa inovadora Mezon, pertencente à Universidade Dubna.

Os especialistas russos tomaram como base as tecnologias do engenheiro e físico norte-americano Nikola Tesla. Já no século XIX, ele tinha proposto um método de transmissão de potência ativa utilizando as propriedades de ressonância de uma linha de um fio condutor metálico.

O princípio desse know-how foi-nos explicado por Alexander Antonov, engenheiro principal da empresa-fabricante Mezon:

“Os dados circulam pelo vidro, pela fibra ótica, enquanto a energia circula pela blindagem metálica do cabo. A estrutura do cabo contém dez fios de fibra ótica. Estes são envolvidos por um tubo, ao longo deste tubo se coloca uma cinta metálica que funciona como proteção do cabo. Já depois se coloca um revestimento de polietileno. Assim, a informação circula pelos fios de fibra ótica e a energia elétrica pelo revestimento metálico. Visto que aqui usamos o método de ressonância, a corrente ativa não segue pelo circuito, é uma onda que se propaga ao longo do cabo elétrico e as perdas de tensão são muito pequenas. Isso torna rentável a transmissão a grandes distâncias que é a sua vantagem.”

A conjugação da transmissão de energia elétrica com a de informação tem um grande efeito sinergético, sublinha Yuri Kryukov, o vice-reitor da Universidade Internacional Dubna encarregado do projeto:

“Em todas as nossas casas existem em simultâneo vários sistemas de cabos que são a rede elétrica, a rede de transmissão de dados da Internet, a rede telefônica, a televisão e os sistemas de alarme. Se se conjugar todos esses sistemas numa só rede, nós iremos, em primeiro lugar, economizar nas instalações e, em segundo lugar, a rede única será explorada por uma só empresa, o que também resultará numa boa economia.”

Além disso, a fibra ótica poderá fornecer alimentação elétrica a locais, onde não seja viável instalar dois cabos de acesso ao mesmo dispositivo, refere o perito. Por exemplo, quando é necessário instalar uma câmara de vigilância num local afastado, ela terá de ser ligada à rede de dados e à alimentação. Isso não é prático e é dispendioso. Assim, um único cabo transmite ambas as coisas.

Em Dubna já funcionam dois campos de ensaio, onde é testada a rede de distribuição inteligente de energia elétrica e de dados: no campus universitário e na marginal junto ao rio Volga. Nessa rede os consumidores de energia, como os candeeiros de rua, as câmaras de vigilância e os pontos de acesso Wi-Fi, estão ligados pela sua própria fibra ótica aos servidores de monitorização e têm a energia de alimentação fornecida por uma subestação digital.

Os peritos pensam que o know-how dos inventores russos terá grandes perspectivas de aplicação.