A polícia moçambicana expulsou hoje militantes do partido da oposição Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) e ocupou a sua sede no distrito de Gondola, Manica, centro de Moçambique, observou a Agência Lusa no local.
Cerca de 200 homens da Renamo, que estavam aquartelados na sede distrital desde o dia 20 de março, para, disseram, participar numa ação de capacitação, foram "escorraçados" da sua sede e depois escoltados pela polícia, fortemente armada, em cerca de 600 metros até ao comando local, para prestar depoimentos.
"Estávamos aqui reunidos na capacitação já há 11 dias, quando, de repente, a nossa sede foi invadida por agentes da FIR (Força de Intervenção Rápida), polícia e camarários, exigindo que nos retirássemos. Não reagimos porque não estávamos armados, o que mostra uma violação da lei, porque estávamos na nossa sede. Agora, somos proibidos de entrar no quintal, que está cheio de agentes", disse à Lusa Jacinto Mpine, um membro da organização.
Cerca de 200 homens da Renamo, que estavam aquartelados na sede distrital desde o dia 20 de março, para, disseram, participar numa ação de capacitação, foram "escorraçados" da sua sede e depois escoltados pela polícia, fortemente armada, em cerca de 600 metros até ao comando local, para prestar depoimentos.
"Estávamos aqui reunidos na capacitação já há 11 dias, quando, de repente, a nossa sede foi invadida por agentes da FIR (Força de Intervenção Rápida), polícia e camarários, exigindo que nos retirássemos. Não reagimos porque não estávamos armados, o que mostra uma violação da lei, porque estávamos na nossa sede. Agora, somos proibidos de entrar no quintal, que está cheio de agentes", disse à Lusa Jacinto Mpine, um membro da organização.
Três membros da Renamo foram detidos, incluindo o delegado distrital, Filipe Machatine, e os restantes soltos com ordem da polícia para regressarem às suas casas.
Vários homens, com malas e roupa na mão, vindos de 10 distritos da província de Manica, agruparam-se em pequenos grupos, à espera que o partido decida sobre a sua "permanência ou retirada". Muitos deixaram as trouxas de roupa na sede.
Nove agentes da polícia guarnecem a sede da Renamo, trancada com uma corrente. Na vila sede distrital foi reforçado o contingente da FIR e da polícia civil, devidamente armada, que patrulha em viaturas com pirilampo.
"Nãodá para entender a força usada para este grupo de pessoas, bem identificadas, pois estávamos na sede com bandeira. Não estávamos acumulados em lugar qualquer. A democracia veio de nós", disse à Lusa Tomas Nhica, um membro do partido, vindo de Machaze, a 400 quilómetros de Gondola.
Uma comissão do partido, que integra deputados da assembleia provincial e outros membros, reuniu-se ao princípio da noite com o comandante da polícia.
Em declarações à Lusa, o delegado político provincial da Renamo, Sofrimento Matequenha, disse ter ficado "espantado" com a ação da polícia, "cuja preparação é deficiente" pela invasão da sua sede e detenções desnecessárias.
"Houve injustiça e violação da Constituição da Republica. Nós somos um partido forte, armado e com condições de disparar e colocar uma nova ordem (politica). Mas não queremos usar a força. Estávamos apenas a reunir membros para capacitar, com uma agenda nacional", disse Sofrimento Matequenha, sem anunciar a agenda.
"O secretário-geral da Renamo está de visita as províncias, e a capacitação estava inserida nesta visita com uma agenda nacional", insistiu Matequenha, acrescentando que, caso não haja solução, na soltura e devolução da sede "a manifestação começa de Manica a tiros".
A Renamo, desde que anunciou a realização de manifestações Á escala nacional em 2012 e o boicote às eleições autárquicas deste ano, tem vindo a realizar várias reuniões com os membros.
A Lusa tentou, em vão, obter um esclarecimento da polícia, que ainda não se pronunciou sobre a sua ação em Gondola.
AYAC // APN
Lusa– 02.04.2013
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