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Paleontólogos da Rússia obtiveram uma chance singular de examinar o cérebro de um mamute, animal já extinto, e compará-lo com o do elefante asiático.
Até ao momento, os estudos do encéfalo dos mamíferos extintos se realizavam sempre com base em moldes da cavidade cerebral do crânio. No entanto, no norte da Yakútia (Rússia) foi encontrada uma jovem fêmea de mamute, Yuka, congelada no permafrost com o cérebro bem conservado. Os especialistas russos irão reconstruir pela primeira vez a estrutura do córtex dos hemisférios cerebrais deste animal.
Os restos da jovem mamute de 9 anos foram encontrados pela expedição paleontológica de 2010 e 2011, junto com outros achados.
Não obstante a sua respeitável idade geológica, que ascende a quase 40 mil anos, a tomografia revelou que o cérebro se conservara dentro do crânio. Em particular, se visualizavam as estruturas cerebrais exteriores e as áreas das substâncias cinzenta e branca. Pela primeira vez na história de 200 anos de estudo deste antigo mamífero, os paleontólogos encontraram um mamute com o cérebro em estado de conservação integral.
Não era nada fácil extrair o cérebro sem o danificar. Os tecidos moles, que tinham permanecido no permafrost, poderiam facilmente ser deteriorados. A equipe científica de Serguei Saveliev e os pesquisadores da Academia das Ciências da Yakútia conseguiram estabilizar o cérebro com formalina, introduzindo-a através de um orifício na caixa craniana. Depois, com muitas precauções, o crânio foi aberto. A complicadíssima trepanação durou seis horas, e uma vez finalizada a remoção dos tecidos frágeis, estes foram colocados num recetáculo hermeticamente fechado.
Todos esses trabalhos ocuparam cerca de um mês Os métodos de estudo do cérebro de mamutes a partir de cópias em gesso já pertencem ao passado, afirmam cientistas do Instituto de Pesquisas da Morfologia Humana da Academia das Ciências Médicas da Rússia, sediado em Moscou. Uma equipe de investigadores, chefiada pelo renomado paleontólogo russo Serguei Saveliev, vai agora estudar o cérebro de mamute encontrado na Yakútia. Os cientistas já conseguiram escanear o delicado tecido nervoso e, ato contínuo, irão analisar sua composição bioquímica com o objetivo de recriar posteriormente o cérebro da espécie extinta num modelo tridimensional.
Isso permitirá comparar o cérebro do mamute com o do elefante asiático e o do elefante africano, o que, por seu turno, possibilitará monitorar retroativamente a evolução das estruturas cerebrais r, talvez, fazer novas descobertas paleontológicas.
Agora, os cientistas irão examinar e mapear o cérebro de Yuka. Naturalmente, irão partilhar os resultados de suas pesquisas sensacionais com outros colegas-paleontólogos.
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