sexta-feira, 19 de abril de 2013

Até onde irá "Kim Terceiro"?: Voz da Rússia

3.04.2013, 15:50, hora de Moscou
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Kim Jong-un, Coreia do norte
© Vesti.ru

Os poderes da Coreia do Norte recusaram-se a permitir a entrada de especialistas sul-coreanos para a zona econômica livre Kaesong, situada perto da fronteira, onde operam 123 empresas a empregar 800 cidadãos da Coreia do Sul e mais de 50 mil trabalhadores norte-coreanos. A situação parece paradoxal visto a região de Kaesong constituir uma das fontes da divisa forte para a Coreia do Norte. Por isso, tal passo empreendido por Pyongyang tem atirado pela culatra.

Os analistas se interrogam até que ponto, ou quão longe, poderá ir o atual dirigente máximo norte-coreano, Kim Jong-un, na sua confrontação com a Coreia do Sul e os EUA? O seu avô, Kim II-sung e o pai, Kim Jong-il, sentiram sempre um limiar qua não era admissível de superar em quaisquer circunstâncias. Ao obter concessões mediante as declarações belicistas, os seus antecessores sabiam quando era necessário parar para não causar graves danos econômicos ao seu país. No entanto, "Kim Terceiro", na opinião de peritos, não sabe bem medir e agir.
A zona de Kaesong é um único exemplo normal da colaboração econômica entre as duas Coréias, resultante da primeira cimeira histórica de 2000. Foi então em Pyongyang se reuniram os já falecidos presidentes Kim Dae-jung, da Coreia do Sul, e Kim Jong-il, da Coreia do Norte.
Reagindo aos exercícios militares sul-coreanos, Pyongyang anunciou, em 28 de março, "ter entrado, a partir daí, na época de guerra contra Seul". Kim Jong-un mandou assestar um golpe nuclear contra as bases militares dos EUA na Coreia do Sul, no Havaí, na ilha de Guam e no Japão no caso de eventuais provocações por parte destes últimos. Em 2 de abril, Pyongyang anunciou sobre a decisão de retomar o trabalho de todas as instalações do complexo nuclear em Yongbyon.
O comandante em chefe das tropas norte-americanas na Coreia do Sul, general James Thurman, em entrevista à cadeia ABC, manifestou a esperança de que a atual confrontação verbal não irá redundar em conflito armado, podendo a situação acalmar-se.
A situação se mantém instável e perigosa. O maior perigo consiste em que alguém, da parte norte-coreana, pode vir a cometer uma falha, tomando uma decisão impulsiva, o que levará à confrontação. A Coreia do Norte dispõe de 14 mil peças de artilharia. Se ela decidir retomar as ações de combate temos de estar preparados para tal cenário.
Enquanto isso, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se encontrou, a 2 de abril, em Washington com o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Yun Byung-se. Tornou-se claro que Washington insistirá em que Pyongyang desista do seu programa nuclear consoante as Resoluções da ONU, frisou John Kerry, fazendo o balanço da reunião.
O comportamento de Kim Jong-un tem sido provocatório, cheio de perigo e privado do senso comum. Os EUA jamais admitirão a Coreia do Norte no clube de Estados nucleares. Quero salientar mais uma vez – os EUA farão os possíveis para defender seus aliados, a Coreia do Sul e o Japão. Estamos em condições de executar esta tarefa e a Coreia do Norte entende-o muito bem.
O periódico de Seul Tona Ilbo informou que nas tropas norte-americanas estacionadas na Coreia do Sul foi instituída uma unidade especial de reação rápida no caso de conflito com a Coreia do Norte. Compete-lhe a ela assumir o controle sobre os alvos nucleares norte-coreanos em caso de emergência. Assim, as tropas especiais deverão deslocar-se e ocupar o complexo industrial em Yongbyon, 80 km a norte de Pyongyang, bem como todas as empresas secretas de enriquecimento de urânio. Em meados de Março já tiveram lugar as primeiras manobras, dedicadas ao cumprimento dessa missão.
Em 2 de abril, o Pentágono enviou para as costas da Coreia o segundo contra-torpedeiro, procedente do Havaí, equipado de sistemas de combate Aegis, capaz de aniquilar mísseis balísticos.

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