EDITORIAL
A recente posição anunciada pela Renamo de que o partido não vai participar das próximas eleições autárquicas marcadas para este ano e as gerais previstas para 2014 não surpreende.
A Renamo está a jogar-se sozinha para o abismo, tornando-se mais péssima do que já é.
Se não vejamos: O partido sempre se autoproclamou percursor da democracia moçambicana, pelo que não faz sentido ela própria prescindir de actos superiores da democracia.
As eleições formam o pilar de uma democracia genuína. As questões que a Renamo coloca para justificar a posição de renúncia as eleições só podem ser vencidas com a sua participação em processos eleitorais.
- Como a Renamo espera acabar com a alegada partidarização do Estado que sempre apregoa?
A recente posição anunciada pela Renamo de que o partido não vai participar das próximas eleições autárquicas marcadas para este ano e as gerais previstas para 2014 não surpreende.
A Renamo está a jogar-se sozinha para o abismo, tornando-se mais péssima do que já é.
Se não vejamos: O partido sempre se autoproclamou percursor da democracia moçambicana, pelo que não faz sentido ela própria prescindir de actos superiores da democracia.
As eleições formam o pilar de uma democracia genuína. As questões que a Renamo coloca para justificar a posição de renúncia as eleições só podem ser vencidas com a sua participação em processos eleitorais.
- Como a Renamo espera acabar com a alegada partidarização do Estado que sempre apregoa?
- Como a Renamo espera acabar com a alegada marginalização de seus quadros, membros e militantes?
- Como a Renamo espera alterar as leis do país?
- Como a Renamo espera exercer o poder?
É com a sua exclusão nos processos e caminhos que conduzem a solução dos problemas que apresenta?
Certamente que não pode ser por essa via. A via mais recomendada e que absolutamente é a mais ideal é nunca aceitar ser excluído muito menos excluir-se de actos tão superiores da democracia como são as eleições.
O contrário, a Renamo estaria a jogar fora todas pretensões pelas quais lutou e se propôs promover.
Exige-se que a Renamo compreenda quão tão importante ela é no contexto político, social e económico do país.
A Renamo não pode continuar a tornar-se reduzida, inútil na esfera política nacional. Ela tem de compreender e afirmar de viva voz e cabeça erguida que é uma força de peso na política moçambicana.
Por isso exige-se da Renao posições suficientemente adultas, maduras e toleráveis.
É urgente que a Renamo saia do abismo para o qual está empurrando-se sozinha.
Urge ultrapassar a incapidade que tem revelado de compreender o mecanismo de funcionamento de actividade política. Não pode continuar a pensar que o partido já esgotou todas formas e alternativas para a sua sobrevivência no panorama político nacional. É preciso ultrapassar essa mentalidade medíocre.
Tem de acreditar que, apesar das crises que tem vindo a viver nos últimos tempos, ainda é possível reerguer- se e voltar a ocupar o lugar que a sociedade moçambicana sempre lhe concedeu: Um partido histórico, de destaque, coeso, de massas e capaz de constituir a alternativa política e governativa do país. Como sempre foi aspiração dos seus mentores e que teve bastante seguimento da parte da comunidade moçambicana.
As pessoas que acreditaram e deram voto de confiança a Renamo elas bem ainda existem hoje.
Cabe o próprio partido não resignar-se da sua causa e desenvolver o esforço necessário para reconquistar a aceitação que sempre gozou dos moçambicanos.
A liderança da Renamo não pode continuar a sufocar um partido tão grande que é por causa de mentalidades retraídas.
Pensar boicotar as eleições é demitir-se da causa pela qual lutou... É render-se perante ao adversário... É favorecer o próprio adversário... É ser cobarde e traidor perante as pessoas que durante toda sua existência deram de si para elevar o estatuto político do partido.
Por isso, reiteramos que a Renamo precisa pensar e repensar bem as decisões que toma antes de validá-las ou, seja, antes de trazê-las a público. Para que nunca tome decisões em que o prejudicado é o próprio partido.
Avante Renamo, uma força percursora da democracia e de profundas mudanças políticas e governativas em Moçambique.
Como tal, exige-se que renuncie da decisão de não participar das próximas eleições autárquicas e gerais... E que de hoje em diante comece a preparar-se para encarrar esses pleitos com responsabilidade, sabedoria, como mais uma oportunidade para o partido cumprir a sua agenda, que é atingir a governação do país.
É preciso compreender que se trata de um processo complexo que leva o seu tempo. Cuja aspiração não pode caducar apenas porque perdeu uma ou duas eleições.
É preciso ter fé, confiança própria, ter convicção e assumir os actos com a devida coragem, determinação, inteligência necessários.
Oxalá a liderança da Renamo renove a sua visão Política.
O AUTARCA – 18.03.2013
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