quinta-feira, 28 de março de 2013

Os problemas de saúde de Mandela

Por LusaHojeComentar

O primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, de 94 anos e hospitalizado esta noite com uma infeção pulmonar, teve numerosos problemas de saúde, muitos ligados aos 27 anos que passou na prisão durante o apartheid.
Em 1985, ainda na prisão, Nelson Mandela foi operado a uma hipertrofia da próstata que bloqueava o fluxo urinário.
Em 1988, o herói da luta anti-apartheid teve o seu alerta mais grave quando deu entrada no hospital Stellenbosch, perto da cidade do Cabo (sudoeste), com uma forte tosse contraída na sua húmida cela prisional.
Como sofria de tuberculose, os médicos drenaram dois litros de líquido dos seus pulmões e Mandela passou seis semanas no hospital, sendo depois transferido, convalescente, para uma clínica mais próxima da prisão, onde foi o primeiro paciente negro.
Em 2001, onze anos após a sua libertação, o ex-presidente foi tratado com radioterapia a um cancro da próstata. No ano seguinte, declarou aos jornalistas estar definitivamente curado.
Anos de trabalhos forçados nas pedreiras de calcário de Robben Island também danificaram as suas glândulas lacrimais, afetadas pela alcalinidade da pedra.
Alguns meses após a sua eleição como Presidente, no primeiro escrutínio multirracial de 1994, foi operado a cataratas, motivando restrições muito rigorosas à utilização de flash por parte dos fotógrafos na sua presença.
A 25 de janeiro de 2011, com 92 anos, foi hospitalizado durante dez noites devido a uma infeção respiratória aguda.
Foi novamente admitido no hospital a 25 de fevereiro de 2012 devido a dores abdominais, tendo saído no dia seguinte após os médicos concluírem que não tinha nada de "verdadeiramente grave".
A 08 de dezembro último foi novamente hospitalizado devido a uma infeção pulmonar em Pretória e no dia 15 do mesmo mês sujeitou-se a uma intervenção para retirar cálculos biliares.
Após 18 dias de hospitalização - a mais longa estadia num hospital desde 1988 - Mandela foi autorizado a regressar a casa em Joanesburgo, onde deveria continuar a receber tratamento. Os médicos consideraram-no curado a 06 de janeiro.
Entre 09 e 10 deste mês, esteve hospitalizado durante 24 horas para exames médicos cujos resultados foram "satisfatórios", segundo a presidência sul-africana.
Perto da meia-noite de quarta-feira, 17 dias depois da sua última hospitalização, Mandela deu novamente entrada no hospital, onde chegou consciente, disse à AFP o porta-voz da presidência, Mac Maharaj.
"Ele estava consciente", disse o porta-voz, afirmando não ter mais informação sobre o estado de Mandela, que terá sofrido uma recaída da sua infeção pulmonar.
"Não tenho nada a acrescentar", disse Maharaj, admitindo que os médicos farão um novo relatório sobre o estado do ex-Presidente "logo que seja possível".
A presidência não revelou o nome do hospital "para respeitar a intimidade e para que a equipa médica possa concentrar-se no seu trabalho", disse ainda.

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