14.03.2013, 12:54, hora de Moscou
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O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio de 76 anos de idade tornou-se o 266º Sumo Pontífice de Roma. Ele foi eleito no final do segundo dia do conclave.
A fim de ascender ao trono de São Pedro, o líder recém-eleito da Igreja Católica teve que obter pelo menos 77 votos dos 115, tal foi o número de cardeais que tinham direito a eleger o Papa. Na história da Igreja Católica, este é o primeiro cardeal não-europeu a ocupar o trono de São Pedro.
A fumaça branca da chaminé da Capela Sistina do Palácio Apostólico e o som de sinos informaram que o Papa foi eleito. A Praça de São Pedro, no Vaticano, onde se juntaram dezenas de milhares de peregrinos – tanto crentes, como aqueles que simplesmente decidiram vir a Roma neste momento histórico para todo o mundo católico, – literalmente explodiu com saudações de alegria. “Viva o Papa!”, gritava a multidão. Sobre as cabeças das pessoas surgiram bandeiras de diferentes países. Um pouco mais tarde, o cardeal-protodiá cono Jean-Louis Tauran declarou solenemente da varanda: “Habemus papam!”, o que significa “Temos um papa!” O nome do novo pontífice de Roma é Francisco. Ele proferiu o seu primeiro pronunciamento Urbi et Orbi:
“O conclave devia ter dado ao mundo um novo Papa, e os cardeais parecem ter feito todo o possível. E aqui estou eu. Mas, primeiro, rezemos pelo nosso honorável bispo Bento XVI. E peço muito que orem por mim em silêncio perante Deus, para que a nossa jornada junto com vocês seja cheia de fraternidade, amor e confiança.”
O ter sido eleito Papa o cardeal Bergoglio foi uma grande surpresa, admitiu em entrevista à estação de rádio Voz da Rússia a historiadora de arte e especialista em Vaticano Caterina Santoni-Sinitsyna:
“Quando sobre a Capela Sistina apareceu fumaça branca, todos pensaram que foi eleito Papa ou o cardeal Bertone, ou o cardeal Scola, arcebispo de Milão. Assim, para nós foi uma grande surpresa. No entanto, em 2005, o cardeal Bergoglio era o principal rival na eleição de Bento XVI. Este é um homem muito educado. Ele nasceu na Argentina, mas tem raízes italianas. Ele era o mais jovem de cinco filhos, formou-se como técnico em química, e em 1969, foi ordenado sacerdote. Ele se formou no seminário. Tornou-se cardeal em fevereiro de 2001. Estamos contentes que ele foi escolhido porque ele faz uma impressão muito positiva, boa. Outro detalhe importante – ele escolheu o nome de Francisco. Em toda a história do pontificado esta é a primeira vez que se escolhe um nome secular. O nome de Francisco não foi sempre bem recebido pela Igreja Católica Romana. Em geral, era um nome de monarcas. O presente Papa é um jesuíta. Ao longo da história da Igreja Católica Romana houve quatro papas franciscanos. O atual é jesuíta. E quando um jesuíta toma um nome franciscano, é com certeza um bom sinal. Muito provavelmente, haverá reformas na Igreja.”
O Jesuíta Jorge Mario Bergoglio é conhecido como um hábil teólogo e um conservador moderado, pronunciou-se fortemente contra o aborto e a eutanásia, foi um acérrimo opositor de casamentos gay, apoiou muitas vezes diversos programas sociais de apoio a pobres, e manifestou publicamente dúvidas sobre a justiça de políticas de livre mercado. Aparentemente, o Vaticano sentiu que é um pontífice assim que a Igreja necessita hoje. Afinal, ele terá que enfrentar uma série de problemas que devem ser solucionados urgentemente.
O novo Papa nasceu em 17 de dezembro de 1936 na capital da Argentina em uma família de imigrantes italianos. Graduou-se em química na Universidade de Buenos Aires e fez mestrado nesta mesma matéria, continuando a trabalhar com a química. Porém, aos 32 anos ele perdeu um pulmão, o que impediu que ele continuasse nesse trabalho. Ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em março de 1958. Graduou-se em Teologia em 1969. Recebeu a ordenação presbiteral no dia 13 de dezembro de 1969. Emitiu seus últimos votos na Companhia de Jesus em 1973. Em 1973 foi nomeado Mestre de Noviços, no Seminário da Villa Barilari, em San Miguel. No mesmo ano foi eleito superior provincial dos jesuítas, na Argentina. Em 1980, após o período do provincialato, retornou a San Miguel, para ensinar em uma escola dos jesuítas. Em 20 de maio de 1992, o Papa João Paulo II o nomeou bispo auxiliar de Buenos Aires, com a sé titular de Auca (Aucensi). Sua ordenação episcopal deu-se a 27 de junho de 1992. Em 3 de junho de 1997, foi nomeado arcebispo coadjutor de Buenos Aires. Tornou-se arcebispo metropolitano de Buenos Aires no dia 28 de fevereiro de 1998. Foi tornado cardeal no consistório de 21 de fevereiro de 2001, pelo Papa João Paulo II, recebendo o título de cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino.
A Igreja Ortodoxa Russa saudou a decisão da reunião de bispos da Igreja Romana. Segundo notou o chefe do serviço de imprensa do Patriarca de Moscou e de Toda a Rússia Kirill, diácono Alexander Volkov, a Igreja Ortodoxa Russa está contando com que as relações entre as igrejas Católica e Ortodoxa, como antes, irão se desenvolver de forma positiva.
A cerimônia de entronização do novo Papa será realizada em 19 de março.
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