O avião que iria trazer os 160 portugueses que aguardam voo na Guiné Equatorial não foi autorizado a aterrar em Malabo, disse à Lusa fonte da companhia aérea SATA, contratada para o transporte.
"São 160 passageiros que lá estão. A SATA foi contratada para fazer essa operação 'charter', de fazer o voo da Guiné para Lisboa. A SATA tratou de toda a documentação e tinha todas as autorizações para operar", garantiu o assessor de imprensa da SATA, José Gamboa.
Porém, explicou, "quando o avião solicitou autorização de aterragem à torre de controlo [do aeroporto em Malabo], essa autorização não foi concedida", forçando o aparelho a "divergir para o Gana".
Entretanto, o secretário de Estado das Comunidades disse à Lusa que os portugueses "têm contrato com uma empresa que prevê que, de x em x tempo, eles venham a Portugal".
José Cesário referiu que foi essa empresa - a Etermar, de engenharias e obras públicas, com sede em Setúbal - que "fretou um avião" e que agora "terá fretado outro, que foi autorizado", para transportar os 160 portugueses, que, adiantou, deverão chegar a Lisboa "amanhã [quinta-feira] de manhã".
Porém, "a SATA não vai retomar" o transporte dos passageiros, dado que o avião divergido para o Gana é necessário à "operação comercial", referiu José Gamboa, frisando que a companhia "está, junto do cliente, a tentar encontrar a melhor solução".
Segundo José Cesário, os 160 trabalhadores "estiveram sempre bem, estiveram sempre enquadrados com o representante da empresa, [e] estão alojados".
Esta informação contraria a que antes foi fornecida à Lusa por um dos portugueses que aguardam voo em Malabo.
De acordo com Pedro Gomes, que falou à Lusa, os 160 portugueses continuavam no aeroporto, à espera de informação sobre as razões do atraso.
"Estamos aqui no aeroporto, porque eles têm dito que o avião vem e não sabemos quando é que vai vir. Por isso, também não nos podemos deslocar para mais nenhum sítio, até porque aqui os custos são elevados e já tínhamos tudo programado, de maneira a que íamos embora, e não existe possibilidade nenhuma de sairmos daqui neste momento", relatou, naquela altura, contabilizando 180 portugueses, em vez dos 160 agora referidos quer pela Secretaria de Estado das Comunidades, quer pela SATA.
Os portugueses, que estão a trabalhar para a empresa Etermar, na construção de um porto marítimo em Malabo, deviam ter regressado a Portugal na terça-feira, às dez da manhã.
Pedro Gomes criticou também a falta de justificação por parte da companhia aérea.
"A SATA não tem o contacto dos passageiros", porque foi "contratada por um operador para fazer esse voo", justificou José Gamboa.
A agência Lusa tentou contactar a Etermar, mas foi-lhe comunicado que os responsáveis da empresa estarão todo o dia em reunião.
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