domingo, 3 de fevereiro de 2013

Morre o candidato a presidente do Paraguai Lino Oviedo em acidente

 
ASSUNÉÄO, Paraguai — O candidato à presidência do Paraguai Lino César Oviedo faleceu em um acidente de helicóptero, que pegou fogo, depois de participar em um comício na noite de sábado na cidade de Concepción, 500 km ao norte de Assunção.
O corpo de Oviedo, o de seu segurança e o do piloto do helicóptero foram encontrados neste domingo carbonizados nas proximidades da aeronave, que caiu no departamento de Presidente Hayes, norte do país, durante a viagem de volta a Assunção.
As causas do acidente não são conhecidas no momento.
"Nos custa muito aceitar. Não posso acreditar", disse à AFP, entre lágrimas, o senador Herminio Chena, amigo da família.
Chena considerou prematuro especular se a morte foi consequência de um acidente ou de um ato de sabotagem.
"Falaram que pode ter sido uma tempestade, mas não temos mais informações do que isto", disse.
Um parente de uma das pessoas que acompanhava Oviedo disse que suspeita que o helicóptero tenha sido alvo de tiros.
Diego Galeano, irmão do segurança falecido Denis Galeano, declarou à AFP que "há fortes suspeitas de que o helicóptero tenha atingido por tiros".
Fabiola Oviedo, deputada da União Nacional de Cidadãos Éticos (Unace) e filha do líder político, afirmou que, segundo as primeiras informações após o desaparecimento da aeronave, o aparelho desviou de sua rota por causa de uma tempestade.
O helicóptero foi encontrado no terreno de uma fazenda de gado conhecida como Las Mochas, quase 500 km ao noroeste da capital, a 80 km do rio Paraguai na região oeste do país.
"O corpo será velado na sede do partido União Nacional de Cidadãos Éticos" (Unace), afirmou à AFP Víctor Galeano, amigo da família.
Oviedo, 69 anos, era o candidato da Unace para a eleição de 21 de abril.
A tragédia aconteceu, por coincidência, no 24º aniversário da queda do ditador Alfredo Stroessner, que Oviedo capturou na madrugada de 3 de fevereiro de 1989 em seu bunker no Batalhão Escolta Presidencial, ato que deu fim a 35 anos de regime autoritário.
Ex-comandante do exército, de origem camponesa, Oviedo foi o homem que pressionou pessoalmente Stroessner em 1989 pela rendição, o que provocou a queda do regime.
Em 1996, o então presidente Juan Carlos Wasmosy (1993/98) o acusou de tentativa de golpe e uma corte marcial o condenou a dez anos de prisão. Oviedo passou a alternar sua vida entre a prisão, o exílio e o poder.
Em 1999 fugiu para o Brasil, onde chegou a ficar um ano em meio preso, até que em 2004 retornou ao seu país voluntariamente.
Em setembro de 2007, foi liberado da prisão no Paraguai depois de um tribunal militar ter confirmado uma decisão do Supremo Tribunal Federal brasileiro de que Oviedo havia sido vítima de perseguição política.
No comício de abertura da campanha eleitoral, em 12 de janeiro, Oviedo reuniu 100.000 personas, segundo os organizadores - 50.000 de acordo com a imprensa local -, em Luque, a 15 km da capital.
Na eleição presidencial de abril, o político falecido enfrenaria Horacio Cartes, do Partido Colorado, e Efraín Alegre do Partido Liberal, além de nove candidatos de partidos menores.

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