- 16 Fevereiro 2013
- Preto & Branco
Lisboa – O Presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos transferiu alguns poderes da figura do Secretario Geral para o recente nomeado responsável do Bureau Político para a Política de Quadros, António Paulo Kassoma. Dino Matross, o actual SG ficou reduzido na tarefa de acompanhante das actividades do partido nas províncias.
Fonte: Club-k.net
Dino Matross sem poderes
Desde que foi nomeado para o cargo partidário, António Paulo Kassoma passou a ter a sua disposição um vasto gabinete que ocupa quase todo sétimo andar da sede do MPLA, no largo António Jacinto. Para além das suas tarefas na sede, o político recebeu a missão de ser o coordenador do Grupo de Acompanhamento do BP para a província do Cuando-Cubango. A 2 de Fevereiro deslocou-se a esta província como Vice- Presidente, Roberto de Almeida.
Kassoma é actualmente o membro do Bureau Político do MPLA que despacha com mais freqüência com o líder do partido, José Eduardo dos Santos. Tornou-se na pratica, o “Secretario Geral” sombra do partido no poder.
O discreto gesto de JES em munir Paulo Kassoma com amplos poderes dentro do partido é interpretado em meios que acompanham a dinâmica do partido como um ensaio destinado a prepará-lo para se tornar na terceira figura do MPLA. JES, de acordo com interpretações baseados no seu estilo de actuar, emite sinais de fazer de, Paulo Kassoma, o próximo Secretario Geral, num processo, em que se estima a elevação de Manuel Vicente para o cargo de Vice- presidente do MPLA, em substituição de Roberto de Almeida que denota fatiga. Eduardo dos Santos, segundo figuras que com ele partilham, deseja que Manuel Vicente passe a mandar “também” no partido. O líder do MPLA, no entender das mesmas figuras, sente que o seu Vice- Presidente da República tem pouca expressão dentro do partido.
Dentro do partido onde o assunto é observado entendem que JES esteja a fazer uma reviravolta no sentido de afastar a ala da chamada velha guarda que são identificados como os principais opositores a ascensão política de Manuel Vicente, dentro do MPLA.
O processo de afastamento da ala veterana no Bureau Político começou a ser sentido logo após as eleições de 31 de Agosto de 2012 com a disseminação de informações comprometedoras que colocariam Dino Matross numa posição sem moral de merecer o cargo de Secretario Geral. Manuel Vicente teria sido apontado como o mentor da estratégia de enfraquecimento de Dino Matross.
Caso Pitra Neto/ Antecedente
De acordo com antecedentes, esta não é a primeira que JES procede ao jogo de transferência de poderes por métodos informais. Um caso idêntico aconteceu com, António Pitra Neto, na altura quem que era o Vice- Presidente do MPLA. Em 2006, Pitra Neto foi dos poucos membros do Bureau Político que revelou-se tocado com a detenção do antigo chefe da secreta externa, Fernando Miala, de quem é amigo. Logo a seguir viu o seu poder partidário reduzido ao qual entendeu como “falta de confiança”. Em reação, a alegada falta de confiança apresentou um pedido de demissão do cargo de segunda figura do partido embora tenha justificado a JES que pretendia sair para prestar mais atenção a sua então esposa, Deolinda (já falecida) que padecia de um câncer.
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