É uma encomenda da National Portrait Gallery, mas a pintura não está a ser bem recebida. Uma crítica de arte diz que o retrato da duquesa de Cambridge parece saído da saga Crepúsculo.
A pintura, muito realista e detalhada, na linha dos retratos que Emsley fizera já do antigo Presidente sul-africano Nelson Mandela ou do escritor V. S. Naipul, convenceu a mulher do príncipe William. “É simplesmente espantoso, achei-o brilhante”, disse Kate, citada pelo diário britânico The Guardian. “É maravilhoso, absolutamente maravilhoso”, acrescentou o príncipe, segundo o site de notícias Huffington Post.
No retrato de Emsley, o cabelo longo da duquesa está solto e o seu rosto é marcado pelos olhos claros brilhantes e por um sorriso contido. Kate é representada com uma blusa azul-escuro, simples, mas elegante. Não há tiara nem peles, não há tecidos púrpura nem longos vestidos. O fundo é negro. A única jóia visível é um brinco discreto, que faz lembrar o seu anel de noivado, o mesmo que pertenceu a Diana de Gales, mãe de William.
O artista, que recebeu o prestigiado prémio BP de retrato em 2007, trabalhou a partir de uma série de fotografias da duquesa – vários grandes-planos – e de alguns esboços, explicou esta sexta-feira, na apresentação da obra a dezenas de jornalistas, incluindo equipas de televisão alemãs e russas. Kate é uma celebridade, sobretudo agora que está grávida pela primeira vez e que a Rainha Isabel II determinou que todos os filhos do primogénito do príncipe de Gales receberão o título de príncipe ou princesa, algo que não acontecia desde 1917 (por ordem de Jorge V, avô de Isabel II, o título estava reservado aos descendentes directos do rei ou da rainha).
A princesa chegou de manhã bem cedo, com o marido, os pais e os irmãos, antes de o museu abrir, para fugir aos jornalistas. À espera de Kate Middleton estavam o director da National Portrait Gallery (NPG), museu londrino que encomendou o primeiro retrato oficial da duquesa de Cambridge ao pintor escocês Paul Emsley, e o próprio artista.
Kate gostou do retrato de Emsley, e Emsley gostou de Kate. “É muito agradável estar com ela”, disse o pintor. “E genuíno.” O artista, que nasceu na Escócia mas viveu sobretudo na África do Sul até regressar ao Reino Unido em 1996, garantiu aos jornalistas que, desde o início, a princesa procurou pô-lo à vontade e mostrou-se interessada na evolução da pintura. Kate posou para o retrato no estúdio de Emsley em Bradford on Avon e no Palácio de Kensington em Maio e Junho. A única coisa que pediu ao pintor foi que a representasse como um ser humano comum e não como uma mulher com um cargo oficial, conta o Guardian.
O retrato de Kate Middleton, mecenas da National Portrait Gallery, foi uma encomenda do museu e, ao mesmo tempo, um presente de sir Hugh Leggatt, um antigo negociante de arte. A oferta foi feita à NPG em homenagem a um amigo, sir Dennis Mahon, coleccionador e historiador de arte que morreu em 2011. "Há uma tradição de retratos de princesas à qual [Mahon] estava particularmente atento”, disse Leggatt. “Ele queria encomendar este retrato antes que o peso das responsabilidades de Estado e da maternidade caíssem sobre ela – e, como se vê, foi mesmo a tempo.”
Diz a BBC que foi Sandy Nairne, director do museu, quem escolheu Emsley, mas Kate, que estudou História de Arte na Universidade de St. Andrews, também foi ouvida durante o processo de decisão.
“Gosto de caras grandes, acho-as fortes e contemporâneas”, disse o pintor à BBC, explicando por que razão não gosta de fundos pormenorizados, que perturbem o sujeito retratado. “Interessa-me a paisagem do rosto, como a luz e a sombra caem sobre as formas.” Inicialmente, Emsley não tencionava pôr a duquesa a sorrir, mas depois do seu primeiro encontro, mudou de ideias: “Acho que, no final, tomei a decisão acertada ao tê-la a sorrir. Ela é realmente assim.”
A avaliar pela reacção dos britânicos que decidiram comentar a obra nos sites dos principais jornais britânicos, é justo dizer que muitos acham que Emsley ficou bem longe de conseguir retratar a verdadeira Kate. Para uns, fê-la parecer demasiado velha – “parece ter 51 anos, e não 31”, escreve um leitor do Guardian –, para outros demasiado artificial.
As vozes mais ferozes vêm, para já, do Guardian e o do Independent. Charlotte Higgins diz que o retrato da duquesa de Cambridge parece saído da saga Crepúsculo, o franchise cinematográfico baseado nos livros de Stephenie Meyer. A crítica escreve, entre outras coisas, que há na pintura um “brilho sepulcral” e que Kate parece esconder um balão de pastilha elástica na bochecha direita.
Higgins admite que os retratos reais podem ser uma armadilha, que é preciso um “grande artista para fazer algo que seja mais do que insípido”, e lembra que, nos últimos tempos, o único inesquecível é o que Lucian Freud fez da Rainha Isabel II, “completamente descomprometido”. Emsley, por seu lado, parece ter ficado com medo da encomenda.
Michael Glover, crítico do Independent, diz que o retrato mostra uma princesa de “rosto caído”, cujo cabelo parece ter sido roubado a um anúncio de champô. Glover diz que, na tentativa de atingir um realismo fotográfico, o escocês acabou por fazer um retrato com “resultados catastróficos”.
Higgins concorda e lamenta-o, sobretudo, porque Emsley provou, com o retrato de outro artista, Michael Simpson, obra que lhe valeu o prémio BP, que pode ser muito melhor.
Provavelmente antevendo críticas, na apresentação do retrato, Emsley explicara já por que razão é difícil pintar alguém tão bonito como Kate Middleton: “Creio que qualquer artista concordará que, com um rosto mais velho, com linhas e rugas, ou traços distintivos, é mais fácil criar parecenças. Com um rosto genuinamente belo, a expressão é mais difícil.”
O artista, que recebeu o prestigiado prémio BP de retrato em 2007, trabalhou a partir de uma série de fotografias da duquesa – vários grandes-planos – e de alguns esboços, explicou esta sexta-feira, na apresentação da obra a dezenas de jornalistas, incluindo equipas de televisão alemãs e russas. Kate é uma celebridade, sobretudo agora que está grávida pela primeira vez e que a Rainha Isabel II determinou que todos os filhos do primogénito do príncipe de Gales receberão o título de príncipe ou princesa, algo que não acontecia desde 1917 (por ordem de Jorge V, avô de Isabel II, o título estava reservado aos descendentes directos do rei ou da rainha).
A princesa chegou de manhã bem cedo, com o marido, os pais e os irmãos, antes de o museu abrir, para fugir aos jornalistas. À espera de Kate Middleton estavam o director da National Portrait Gallery (NPG), museu londrino que encomendou o primeiro retrato oficial da duquesa de Cambridge ao pintor escocês Paul Emsley, e o próprio artista.
Kate gostou do retrato de Emsley, e Emsley gostou de Kate. “É muito agradável estar com ela”, disse o pintor. “E genuíno.” O artista, que nasceu na Escócia mas viveu sobretudo na África do Sul até regressar ao Reino Unido em 1996, garantiu aos jornalistas que, desde o início, a princesa procurou pô-lo à vontade e mostrou-se interessada na evolução da pintura. Kate posou para o retrato no estúdio de Emsley em Bradford on Avon e no Palácio de Kensington em Maio e Junho. A única coisa que pediu ao pintor foi que a representasse como um ser humano comum e não como uma mulher com um cargo oficial, conta o Guardian.
O retrato de Kate Middleton, mecenas da National Portrait Gallery, foi uma encomenda do museu e, ao mesmo tempo, um presente de sir Hugh Leggatt, um antigo negociante de arte. A oferta foi feita à NPG em homenagem a um amigo, sir Dennis Mahon, coleccionador e historiador de arte que morreu em 2011. "Há uma tradição de retratos de princesas à qual [Mahon] estava particularmente atento”, disse Leggatt. “Ele queria encomendar este retrato antes que o peso das responsabilidades de Estado e da maternidade caíssem sobre ela – e, como se vê, foi mesmo a tempo.”
Diz a BBC que foi Sandy Nairne, director do museu, quem escolheu Emsley, mas Kate, que estudou História de Arte na Universidade de St. Andrews, também foi ouvida durante o processo de decisão.
“Gosto de caras grandes, acho-as fortes e contemporâneas”, disse o pintor à BBC, explicando por que razão não gosta de fundos pormenorizados, que perturbem o sujeito retratado. “Interessa-me a paisagem do rosto, como a luz e a sombra caem sobre as formas.” Inicialmente, Emsley não tencionava pôr a duquesa a sorrir, mas depois do seu primeiro encontro, mudou de ideias: “Acho que, no final, tomei a decisão acertada ao tê-la a sorrir. Ela é realmente assim.”
A avaliar pela reacção dos britânicos que decidiram comentar a obra nos sites dos principais jornais britânicos, é justo dizer que muitos acham que Emsley ficou bem longe de conseguir retratar a verdadeira Kate. Para uns, fê-la parecer demasiado velha – “parece ter 51 anos, e não 31”, escreve um leitor do Guardian –, para outros demasiado artificial.
As vozes mais ferozes vêm, para já, do Guardian e o do Independent. Charlotte Higgins diz que o retrato da duquesa de Cambridge parece saído da saga Crepúsculo, o franchise cinematográfico baseado nos livros de Stephenie Meyer. A crítica escreve, entre outras coisas, que há na pintura um “brilho sepulcral” e que Kate parece esconder um balão de pastilha elástica na bochecha direita.
Higgins admite que os retratos reais podem ser uma armadilha, que é preciso um “grande artista para fazer algo que seja mais do que insípido”, e lembra que, nos últimos tempos, o único inesquecível é o que Lucian Freud fez da Rainha Isabel II, “completamente descomprometido”. Emsley, por seu lado, parece ter ficado com medo da encomenda.
Michael Glover, crítico do Independent, diz que o retrato mostra uma princesa de “rosto caído”, cujo cabelo parece ter sido roubado a um anúncio de champô. Glover diz que, na tentativa de atingir um realismo fotográfico, o escocês acabou por fazer um retrato com “resultados catastróficos”.
Higgins concorda e lamenta-o, sobretudo, porque Emsley provou, com o retrato de outro artista, Michael Simpson, obra que lhe valeu o prémio BP, que pode ser muito melhor.
Provavelmente antevendo críticas, na apresentação do retrato, Emsley explicara já por que razão é difícil pintar alguém tão bonito como Kate Middleton: “Creio que qualquer artista concordará que, com um rosto mais velho, com linhas e rugas, ou traços distintivos, é mais fácil criar parecenças. Com um rosto genuinamente belo, a expressão é mais difícil.”
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