Receia-se a continuação de violência no Egipto. Presidente Morsi ainda não falou ao país.
Milhares de pessoas juntaram-se este domingo aos funerais das vítimas dos confrontos que se seguiram no sábado em Port Said ao anúncio da condenação à morte de 21 pessoas pela violência no jogo de futebol entre a equipa local, o Al-Masry, contra o Al- Al-Ahly do Cairo. Ao todo terão sido mortas a tiro 33 pessoas e ouviram-se hoje mais tiros durante as cerimónias fúnebres, em que a polícia usou gás lacrimogéneo e se atiraram pedras contra os agentes. Há a registar mais três mortos.
Os tiros que se ouviram hoje são de origem indetermina, diz a AFP. Este domingo é o quarto dia seguido de violência no Egipto. Aos protestos contra o governo do Presidente Mohamed Morsi e da Irmandade Muçulmana, por altura do segundo aniversário da revolução que depôs Hosni Mubarak, juntou-se o veredicto deste julgamento que envolve o Al-Ahly, o mais importante clube egípcio, do Cairo, e cujas claques estiveram envolvidas nas manifestações maciças que levaram ao afastamento de Mubarak do poder.
O número total de vítimas destes quatro dias de violência, até agora, é de 43 mortos, diz a Reuters.
Em Port Said temem que os funerais gerem mais confrontos. No início da violência de sábado estão as claques dos clubes de futebol.
Em Port Said temem que os funerais gerem mais confrontos. No início da violência de sábado estão as claques dos clubes de futebol.
Muitos egípcios sentem-se frustrados com as explosões frequentes de violência, que impedem a sua vida normal, e o fluir normal da economia, e do seu ganha-pão. “Isto não são protestos de revolucionários”, comentou o motorista de táxi Kamal Hassan, de 30 anos, referindo-se aos que se concentram na Praça Tahrir, no Cairo. “São bandidos que estão a destruir o país”.
Esta violência é mais uma dura tarefa com que o Presidente Mohamed Morsi tem de enfrentar num país dividido – e com a qual não parece ter lidado bem. Encontrou-se pela primeira vez desde Agosto com o Conselho Nacional de Defesa, desde que despediu os principais militares do país, para discutir como garantir a segurança do país, que estava a entrar numa espiral de caos, e enviou o exército para as suas de Port Said e para Suez, onde estavam a morrer pessoas, para controlar a multidão em fúria. Mas não dirigiu uma palavra sequer à população, quando muitos cidadãos o apontavam como responsável pela crise.
Esta violência é mais uma dura tarefa com que o Presidente Mohamed Morsi tem de enfrentar num país dividido – e com a qual não parece ter lidado bem. Encontrou-se pela primeira vez desde Agosto com o Conselho Nacional de Defesa, desde que despediu os principais militares do país, para discutir como garantir a segurança do país, que estava a entrar numa espiral de caos, e enviou o exército para as suas de Port Said e para Suez, onde estavam a morrer pessoas, para controlar a multidão em fúria. Mas não dirigiu uma palavra sequer à população, quando muitos cidadãos o apontavam como responsável pela crise.
Morsi apenas divulgou no seu Twitter uma mensagem de condolências pelas sete pessoas mortas no sábado em Suez e prometeu lançar um inquérito, escreve Nancy Youssef, dos jornais do grupo McClatchy. Isto num país onde 40% das pessoas não sabe ler nem escrever e os computadores são considerados um luxo. Foi o ministro da Informação, Salah Abdel Maqsoud, que apareceu na televisão estatal a anunciar um recolher obrigatório nas cidades onde houve confrontos e a apelar ao respeito pelas decisões do tribunal.
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