Moçambique
Do Malawi a Moçambique: o corredor da SIDA
Pela estrada que vai do Malawi à Beira, em Moçambique, passando pela província de Tete, escoa-se grande parte da produção dos dois países. Mas este é também o corredor da SIDA.
A DW África deslocou-se ao Malawi, para ouvir o depoimento de um camionista para quem esta viagem é rotineira. Quisemos saber como lidam ele e os e seus companheiros com a questão da SIDA naquela região.
O grande movimento de camiões confirma que Blantyre, a maior cidade na região sul do Malawi, é entreposto para os camionistas que voltam da, ou vão em direção à, fronteira com Moçambique. Em média, a viagem até a fronteira com a província de Tete dura cerca de très horas. Mas esse tempo pode variar de acordo com a carga transportada e também das condições na estrada.
A consciência do perigo
Os camionistas que não se precavêem, espalham a SIDA
Chegando ao posto fronteiriço, a espera para atravessar pode durar até vários dias, devido à burocracia. Mas não é esta a questão que nos traz ao Malawi. Queremos sim, saber, o que fazem todos estes camionistas, enquanto esperam poder seguir viagem. É preciso ter em conta que nos encontramos justamente no “corredor”, onde os índices de HIV estão entre os mais elevados do Malawi e Moçambique.
John Spack está pronto para deixar Blantyre rumo a Moçambique. O camião está vazio, mas vai voltar cheio de combustível. São 14 anos de experiência ao volante e muitas histórias de fronteira para contar. A primeira é que a empresa de transportes para a qual trabalha, há muito tempo já alertou sobre os perigos de manter relações sexuais nesta zona.
“Às vezes frequentamos formações sobre o HIV. Eles dizem: aconteça o que acontecer, vocês devem estar sempre prevenidos. Alguns colegas que tiveram relações com prostitutas na fronteira dizem ter usado preservativo, outros não” John Spack assegura “eu sou cristão, não vou com essas mulheres”.
Moçambique luta contra a maleita
A recusa do teste
Na conversa que se segue, queremos saber se John está consciente do risco que corre, em caso de tentação. O camionista confere, “sim, algumas vezes, quando tenho vontade de estar com aquelas mulheres, o melhor é usar o preservativo”. Mas à pergunta se alguma vez já fez o teste da SIDA responde com um enfático: “Não”. Por um motivo simples, diz "eu sempre confio em mim, estou bem!”.
Autor: Rafael Belincanta/Malawi*
Edição: Cristina Krippahl/Helena Ferro de Gouveia
Edição: Cristina Krippahl/Helena Ferro de Gouveia
*O repórter viajou a convite da organização norte-americana USAID
DW.DE
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- Data23.01.2013
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