sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Alemanha e Países Baixos recomendam saída imediata de Bengasi

 
Londres - Os governos do Reino Unido, da Alemanha e dos Países Baixos recomendaram quinta-feira aos seus cidadãos nacionais para que saiam imediatamente da cidade costeira líbia Bengasi, alerta que o executivo líbio considera injustificado

De acordo a noticia da agência AFP, a recomendação foi feita com alegações a uma "ameaça" aos ocidentais, qualificada de "iminente" por Londres.


"Estamos ao corrente da existência de uma ameaça específica e iminente contra ocidentais em Bengasi e pedimos aos cidadãos britânicos que aí estejam, apesar dos nossos conselhos, que saiam imediatamente", aconselhou a meio do dia de hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido.


"Não podemos fazer comentários sobre a natureza da ameaça", acrescentou o Ministério, especificando que a embaixada britânica em Tripoli estava "em contacto com os cidadãos britânicos dos quais tem as coordenadas" para lhes pedir que saiam de Bengasi, cidade no leste líbio que se conforta com uma insegurança crescente.

Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha apelou aos cidadãos alemães que abandonem "com urgência a cidade e a região de Bengasi", através de uma nota colocada no seu sítio na internet.

"As informações de que dispõe o Governo federal definem riscos concretos imediatos para os cidadãos ocidentais em Bengasi", ainda seguindo este documento.
Nos Países Baixos, um aviso aos viajantes a apelar a "não viajar para e através de Bengasi" foi difundido na segunda-feira e reforçado quinta-feira, "para desaconselhar às pessoas de nacionalidade holandesa que permaneçam no local", segundo um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Furioso, o vice-ministro líbio do Interior, Abdallah Massoud, estimou, ao comentar o aviso de Londres, que o alerta não tem qualquer razão de ser.

"Reconhecemos que há problemas de segurança em Bengasi, e isto desde há vários meses. Mas não há dados novos que possam justificar esta reação de Londres", afirmou o governante líbio à agência noticiosa.


"Pelo contrário", garantiu, acrescentando: "Agora estamos prestes a afirmar a autoridade do Estado no leste e em toda a Líbia", insistindo ainda em manifestar o seu "espanto" com o tom "muito musculado" usado pelo executivo britânico.


Berço da revolução que levou ao derrube de Muammar Kadhafi, em 2011, Bengasi foi palco recente de várias explosões e uma vaga de assassinatos.

Estes atos de violência centraram-se nomeadamente em diplomatas estrangeiros, casos do atentado contra o embaixador dos EUA na Líbia, Chris Stevens, em 11 de setembro, que causou a sua morte e a de mais três norte-americanos, e o cônsul italiano, em 12 de janeiro.

Estes atentados têm sido atribuídos aos islamitas radicais, que foram reprimidos severamente sob o regime de Kadhafi e que estariam agora a vingar-se dos seus antigos carrascos.


Devido a esta violência, várias missões diplomáticas e de organizações internacionais, como as Nações Unidas, reduziram ou acabaram as suas operações em Bengasi.

Desde setembro de 2012 que o Reino Unido desaconselha aos seus cidadãos a deslocação à Líbia, designadamente Bengasi, com exceção da capital, Tripoli, e de algumas outras cidades no Norte de África.

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