Dias antes da sua morte.
A última viagem realizada por Eduardo Mondlane antes da sua morte teria sido para Sudão e Marrocos, onde participou em duas conferências e angariou fundos e bens materiais para a frente de libertação de Moçambique. Regressou a Dar-es-salaam num domingo e, na segunda-feira, morreu numa casa de praia pertencente a Bety King.
Últimos dias de Mondlane
Em entrevista exclusiva ao “O país”, o antigo combatente e funcionário dos escritórios da Frente de Libertação de Moçambique em Dar-es-salaam, Francisco Cabo, conta que, em finais de Janeiro de 1969, fez parte da delegação que acompanhou o presidente da Frelimo, Eduardo Mondlane, à Conferência Internacional sobre as Colónias Portuguesas em África, que teve lugar em Cartum, Sudão. O mesmo foi, outrossim, encarregue - juntamente com Miguel Marrupa - de preparar o discurso de Mondlane que seria apresentado na cimeira, que contava com participantes idos de quase todos os quadrantes do mundo. “Foi uma cimeira extraordinária do ponto de vista de divulgação da mensagem. O presidente Mondlane teve um discurso emocionante que cativou a plateia. Angariámos muitos apoios financeiros e materiais. Logo após a conferência, o presidente recebeu um convite no sentido de orientar uma palestra para os estudantes universitários, mas, devido à agenda preenchida, enviou-me ao local, onde fui falar da nossa luta pela independência nacional”, frisou o nosso entrevistado.
A última viagem realizada por Eduardo Mondlane antes da sua morte teria sido para Sudão e Marrocos, onde participou em duas conferências e angariou fundos e bens materiais para a frente de libertação de Moçambique. Regressou a Dar-es-salaam num domingo e, na segunda-feira, morreu numa casa de praia pertencente a Bety King.
Últimos dias de Mondlane
Em entrevista exclusiva ao “O país”, o antigo combatente e funcionário dos escritórios da Frente de Libertação de Moçambique em Dar-es-salaam, Francisco Cabo, conta que, em finais de Janeiro de 1969, fez parte da delegação que acompanhou o presidente da Frelimo, Eduardo Mondlane, à Conferência Internacional sobre as Colónias Portuguesas em África, que teve lugar em Cartum, Sudão. O mesmo foi, outrossim, encarregue - juntamente com Miguel Marrupa - de preparar o discurso de Mondlane que seria apresentado na cimeira, que contava com participantes idos de quase todos os quadrantes do mundo. “Foi uma cimeira extraordinária do ponto de vista de divulgação da mensagem. O presidente Mondlane teve um discurso emocionante que cativou a plateia. Angariámos muitos apoios financeiros e materiais. Logo após a conferência, o presidente recebeu um convite no sentido de orientar uma palestra para os estudantes universitários, mas, devido à agenda preenchida, enviou-me ao local, onde fui falar da nossa luta pela independência nacional”, frisou o nosso entrevistado.
Logo após a cimeira, Mondlane teria seguido para Marrocos, onde participou numa outra conferência, desta feita sobre os países árabes. Nesse intervalo, a delegação que o acompanhava regressou a Dar-es-salaam, e foi exactamente nessa mesma altura em que, segundo Cabo, “apareceram nos escritórios da Frelimo três jovens moçambicanos que pediram para falar com o camarada Chissano, na qualidade de secretário para segurança, mas, porque estava muito ocupado, pediu para que o representasse. Os jovens teriam alertado que era preciso reforçar a segurança, visto que as condições, na altura, em Dar-es-salaam, não estavam boas”.
Casa de Bety King e a morte de Mondlane
Eduardo Mondlane regressou a Dar-es-Salaam num domingo, a 2 de Fevereiro. No dia seguinte, uma segunda-feira, teria passado logo cedo pelos escritórios no centro da cidade, onde pegou, segundo conta a história da Frelimo, nas suas correspondências e levou-as para a casa de Bety King, uma cidadã americana tida como amiga da Frelimo. E foi exactamente nessa mesma residência, localizada na Msasani Península, na praia de Kawé, onde morreu Eduardo Mondlane. Trata-se de uma residência situada à beira do mar, com uma vista extraordinária para a praia de Kawé e para o centro da cidade de Dar-es-Salaam. Na altura, conta-se que Mondlane estava na varanda, quando abriu a carta-bomba, que explodiu e tirou-lhe a vida. E porque a casa de Bety King situava-se nas proximidades da casa particular da família Nyerere, na altura presidente da Tanzania, os seguranças da casa ficaram alarmados com o estrondo da bomba, tendo, de imediato, se deslocado ao local, onde encontraram Eduardo Mondlane morto. A notícia espalhou-se à velocidade de luz, daí que as 13h00 a rádio tanzaniana comunicava, oficialmente, a morte do presidente e fundador da Frelimo.
“Frelimo sabia que Mondlane corria risco de vida”
No fatídica manhã de 3 de Fevereiro de 1969, Eduardo Mondlane teria ainda passado pelos escritórios da Frente de Libertação de Moçambique logo as primeiras horas do dia. As revelações inéditas de um combatente da primeira linha, Francisco Cabo, que era confiado as chaves dos escritórios, deixam claro de que este encontrou o Presidente da Frelimo no local, no intervalo entre as sete e sete horas e trinta minutos. Na ocasião, Cabo diz ter saudado o Presidente e de seguida aberto os escritórios. O antigo Combatente conta que depois de deixar os seus documentos no gabinete teria voltado para dar o ponto de situação à Mondlane, visto que estivera com o Presidente na Cimeira de Cartum. Todavia na tentativa de fazer isso, Mondlane já se tinha ausentado, naquilo que foi supostamente a última vez que viu, o fundador da Frelimo com Vida. Entretanto, a Frelimo nessa altura, já estava alertada sobre o risco de vida que Mondlane estava exposto. Aliás o antigo Presidente da República e então secretário da Frelimo para segurança, Joaquim Chissano, reconheceu recentemente que a Frelimo foi avisada para rever as questões de segurança do líder do movimento libertador.
O PAÍS – 28.02.2012
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