30.12.2012, 12:16, hora de Moscou
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Míssil RS-36M Voievoda, ou SS-18 Satan
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ru.tsn.ua
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A Rússia e a China estão modernizando as suas forças estratégicas, tendo no entanto escolhido caminhos diferentes para a substituição dos seus mísseis pesados principais.
O comandante das Forças Estratégicas de Mísseis da Rússia Serguei Karakaev declarou que, neste momento, a Rússia está desenvolvendo pelo menos dois tipos de mísseis balísticos intercontinentais completamente novos. Um desses dois projetos, segundo dados da mídia russa, é o enorme míssil a combustível líquido Sarmat, que irá substituir o sistema soviético RS-36M Voievoda, mais conhecido pela sua designação ocidental Satan.
O sistema Voievoda é, já há muitos anos, uma componente importante das forças estratégicas nucleares russas. São os mísseis balísticos intercontinentais mais pesados que se encontram ao serviço em todo o mundo. O seu peso na decolagem é superior a 200 toneladas e os seus potentes motores de foguete a combustível líquido permitem transportar até 10 ogivas nucleares e uma grande quantidade de contramedidas como os alvos falsos. Conforme o equipamento transportado pelo foguete, o seu alcance pode ser de 11 a 16 mil quilômetros.
Pelo seu peso, só o míssil intercontinental chinês DF-5, com as suas 183 toneladas, se pode comparar ao RS-36M. O míssil chinês é menos desenvolvido. Ele necessita, por exemplo, de mais tempo de preparação antes do lançamento, o seu abastecimento de combustível demora duas horas. Isso torna o míssil vulnerável a um primeiro ataque. A China, no entanto, mantém cerca de 20 mísseis DF-5A por ainda serem os únicos sistemas estratégicos chineses capazes de atingir qualquer ponto do território dos EUA.
A Rússia e a China escolheram diferentes abordagens para a substituição dos seus mísseis pesados principais. A Rússia decidiu, na sua essência, recuperar o sistema RS-36 a um nível tecnológico mais elevado. A escolha de um míssil a combustível líquido se deve ao fato de, quando comparado com um a combustível sólido, permitir transportar uma maior carga útil. A Rússia aguarda a futura colocação, por parte dos EUA, de meios de defesa antimíssil no espaço, assim como o reforço das capacidades da DAM na Europa. Um míssil mais pesado e potente poderá com segurança ultrapassar essa defesa.
Além disso, segundo o comandante das Forças Estratégicas de Mísseis da Rússia Serguei Karakaev, um míssil a combustível líquido, com o seu grande volume de carga útil, permitirá “também desenvolver possibilidades como a criação de uma arma estratégica de alta precisão com equipamento não-nuclear e um alcance praticamente global”. A Rússia poderá criar uma arma estratégica de alta precisão não-nuclear com origem nos mísseis intercontinentais no caso de os Estados Unidos procederem ao desenvolvimento desse tipo de arma, referiu Karakaev.
Paralelamente ao míssil pesado a combustível líquido, a Rússia está desenvolvendo um novo míssil móvel a combustível sólido que irá substituir o fabrico de sistemas Topol-M e Yars, declarou Karakaev. Dessa forma, a Rússia quer manter, num futuro próximo, umas forças estratégicas nucleares baseadas em duas componentes: os mísseis móveis e os mísseis pesados a combustível líquido de baseamento em silos.
Quanto à China, se sabe que adicionalmente aos mísseis móveis a combustível sólido DF-31A, fabricados neste momento, ela está desenvolvendo um míssil a combustível sólido mais pesado com ogiva múltipla. Esse míssil é igualmente uma resposta ao reforço dos sistemas de DAM norte-americanos, mas ser-lhe-á difícil atingir os parâmetros de alcance e de carga útil do DF-5.
Essa abordagem corresponde à estratégia chinesa de estruturação das forças nucleares. A China desde o início que se absteve de perseguir uma paridade nuclear com os EUA, dedicando a sua maior atenção à manutenção de um contingente de mísseis pequeno, com capacidade para sobreviver a um primeiro ataque e efetuar um ataque de retaliação. Atualmente, essa abordagem está sendo alterada e já é evidente que a China terá de aumentar a quantidade tanto dos mísseis balísticos de baseamento submarino como dos mísseis balísticos intercontinentais. Mas condições para a mudança de estratégia ainda não amadureceram
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