1.11.2012, 16:29
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EPA
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A explosão na fábrica no Sudão recebeu uma inesperada e estranha continuação. O incêndio na fábrica de armamentos ocorreu na semana passada, na sequência de uma sabotagem ou um ataque aéreo.
Logo, em direção do reator nuclear israelense na cidade de Dimona,
da Faixa de Gaza foram lançados mísseis. Eles não alcançaram seu objetivo. Mas
tal missão eles, muito provavelmente, nem tinham, acreditam analistas.
A fronteira sul da Faixa de Gaza está a uns meros 40 quilômetros
de um reator em Israel. Portanto, foram usados mísseis do tipo Grad. Os próprios
Qassam palestinos são capazes de superar
apenas metade dessa distância. Ao mesmo tempo, o bombardeio foi de caráter
exemplar, acredita o diretor do Centro de pesquisas sócio-políticas Vladimir
Evseiev:
"O reator está bem protegido de mísseis por um sistema multinível
e uma cúpula de ferro. Esse bombardeio não poderia ter causado qualquer dano,
mas o próprio fato do ataque é uma demonstração. Talvez isto seja uma reação aos
acontecimentos no Sudão. Pois Israel tem repetidamente atacado o Sudão,
destruindo trens com armas que se destinávam para a Faixa de Gaza. O fato de que
entre o Sudão e a Faixa de Gaza há uma certa ligação não levanta dúvidas."
Segundo dados citados pela imprensa israelense, a fábrica de
armamentos ,em Cartum, produzia mísseis balísticos de um dos modelos Shahab, desenvolvido pelo Irã. Estava sendo
criada lá uma reserva para Teerã em caso de guerra. Pouco depois da explosão da
fábrica, supostamente, foram lá militares iranianos. Nesse caso, o lançamento de
mísseis contra Dimona pode ser visto como uma vingança do Irã. No entanto, há
uma contradição: o reator foi atacado a partir da Faixa de Gaza, que é
controlada pelo movimento Hamas. Suas relações com o Irã não têm sido as
melhores ultimamente. Hamas encontrou para si outro patrocinador, na pessoa do
Emir do Catar, que recentemente visitou Gaza. Vladimir Ievseiev tem certeza de
que o Hamas não está envolvido no incidente:
"Em Gaza há um número de organizações radicais que não são
controlados pelo Hamas. Há o Jihad Islâmico, existem outras estruturas também. É
bem evidente que esta ação não é benéfica para o Hamas. Especialmente depois da
visita a Gaza do Emir do Catar. Atacar instalações nucleares israelenses não é
está nos interesses nem do Catar, nem do Hamas."
Os “vingadores desconhecidos” que dispararam mísseis contra o
reator poderiam ser qualquer grupo islâmico de Gaza. Os produtos da fábrica de
armamentos no Sudão caiam nas mãos de uma variedade de forças na região,
acredita o presidente do Instituto do Oriente Médio, Evgueni Satanovski:
"Sem dúvida, Israel decidiu destruir a fábrica. O contrabando de
armas, inclusive através do Sudão para o Sinai e outros lugares da África – do
Sahel, da África subsariana, do Saara, – existia. Especialmente tendo em conta
que a liderança sudanesa tinha más relações com Muammar Kadhafi. Agora já não há
mais Kadhafi, e os grupos islamâmicos podem facilmente se armar através das
fábricas sudanesas."
Especialistas notam que a produção da fábrica sudanesa, era
enviada, entre outros, aos aliados do Irã – o grupo libanês Hezbollah e
o exército de Bashar al-Assad. Eles interessam ao Irã muito mais do que a Faixa
de Gaza. Assim, um rastro direto de Irã nos eventos em torno de Dimona é pouco
provável. No entanto, não se pode excluir a possibilidade de que um certo grupo
de radicais com mísseis de Gaza utilizaram os eventos no Sudão para atrair a
atenção de potenciais patrocinadores. Que tipo de radicais são esses, se tornará
claro quando alguém morder sua isca e passar a visitar Gaza com
frequência.
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