Esta postagem vem do site Rising Voices , um projeto do Global Voices que visa ajudar a difusão da mídia cidadã em lugares que geralmente não tem acesso a ela. · Tudo
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Español | · Mozambique: ¿Cuáles son las historias que quedan por contar? |
English | · Mozambique: What are the Remaining Untold Stories? |
Este é o primeiro de dois posts sobre a oficina de Cultura Livre e Mídia Cidadã, que aconteceu no Sindicato Nacional dos Jornalistas em Maputo, Moçambique, em Julho de 2012. O projeto foi implementado de forma voluntário pela autora do post original, Sara Moreira, e Júlio do Carmo Gomes.
Com a meta de encorajar cidadãos socialmente comprometidos a fazerem uma melhor utilização da mídia cidadã na era contemporânea, de forma mais consciente, crítica e independente, o jornal @Verdade - parceiro do Global Voices em Moçambique - organizou a oficina “Cultura Livre e Mídia Cidadã”, como forma de desencadear a construção de uma cultura midiática mais livre, mais unida e mais participativa:
Com um quadro branco e post-its espalhados pela sala (que podem ter servido de metáfora para o mural do Facebook ou posts de blog, num mundo mais desconectado), cada participante foi convidado a adicionar suas motivações e expectativas, assim como ideias, sugestões ou reclamções que poderiam ser destacadas ao logo das sessões. A sede por mais conhecimento a respeito de ferramentas tecnológicas para comunicação foi evidente, e os participantes também demonstraram seu desejo de aprender mais sobre o papel que o jornalismo pode desempenhar para fortalecer a cidadania. Eles ficaram inspirados pelo papel desempenhado por cidadãos repórteres noutras partes do globo, a desenvolver uma visão criativa e crítica para a difusão de histórias que acontecem em suas comunidades. Em um dos post-its, lia-se:
A oficina teve início com uma introdução teórica sobre globalização e sobre a confluência de interesses que ocorre entre poderes políticos e econômicos e a indústria midiática. Conceitos sobre acesso livre à informação foram tópico de discussões, assim como a obsolescência tecnológica, tópico que possibilitou uma perspectiva crítica para a maneira como informação é criada e compartilhada.
Em seguida, seis mapas nacionais foram criados em grupos pequenos, focando no contexto social e nas mídias de Moçambique. A meta de tal exercício foi promover uma reflexão partilhada sobre questões gerais que todos os participantes tinham em comum. Essas dinâmicas ajudaram na construção de um espaço para discussão e participação, o que quebrou a tendência de uma análise puramente individual e de passividade cívica.
Perguntas-gatilho [.pdf] foram entregues a cada grupo, que serviram de base para as análises do panorama nacional. O material foi adaptado a partir do projeto Argentino Iconoclasistas [es], que proporciona uma série de instruções [es] para oficinas de mapeamento coletivo.
Parte II: Táticas para Criação e Autonomia
Após a reflexão coletiva e a atividade de mapeamento, era hora de inspirar os participar para comunicar a realidade de Moçambique através de meios digitais de expressão e da participação cidadã.
Para tanto, foram apresentadas diversas iniciativas de infoativismo e movimentos sociais globais emergentes, que usam mídias digitais para disseminar suas ideias. Os exemplos vieram da exibição e da discussão do filme 10 Tactics (informationactivism.org), do Tactical Technology Collective, composto por 35 entrevistas com ativistas globais de direitos humanos.
O filme “10 Tactics for Turning Information into Action” [ou “10 Táticas para Transformar Informação em Ação”] ilustra efeitos de enxame para a mobilização social ao mostrar caminhos atravessados para a promoção de intervenção direta e transformação da realidade. Ao proporcionar exemplos de uso criativo e efetivo de mídias, tais como blogs, Twitter, Facebook e mapas coletivos, o vídeo “10 Tactics” serve também como diretrizes para aqueles que desejam explorar novas formas de criar ativismo de redes sociais e experimentar o uso inovador de ferramentas digitais.
Práticas do “Rising Voices”
Poucos dias antes do início da parte prática da oficina, um dos blogs mais populares do país, o Diário de um Sociólogo, publicou uma série de posts sobre “a morte dos blogs Moçambicanos”. O autor, professor Carlos Serra, justificou o desaparecimento de uma parte significativa da blogosfera Moçambicana pela disseminação do uso das redes sociais, particularmente o Facebook.
Na tentativa de contrapor a esse fenômeno (que não é exclusivo de Moçambique), e para responder uma das questões levantadas na primeira parte da oficina - “Por que acumular informação e conteúdo, se não temos tempo de pensar criticamente?” -, os participantes foram convidados a criar seus próprios blogs. No próximo post, vamos contar sobre os passos seguintes dos participantes e como eles começaram a usar essas novas ferramentas.
Com a meta de encorajar cidadãos socialmente comprometidos a fazerem uma melhor utilização da mídia cidadã na era contemporânea, de forma mais consciente, crítica e independente, o jornal @Verdade - parceiro do Global Voices em Moçambique - organizou a oficina “Cultura Livre e Mídia Cidadã”, como forma de desencadear a construção de uma cultura midiática mais livre, mais unida e mais participativa:
Como criar uma multiplicidade de vozes activas no contexto dos novos meios de comunicação? Como valorizar essa utopia em rede como um processo inerente à luta por justiça social e por uma cultura emancipada? Como desafiar as ideologias dominantes, essa ficção que parece só ter um sentido e ser contada da mesma maneira pelos protagonistas de sempre? Como estabelecer as condições necessárias para que as pessoas comuns disponham do poder para desvendar essas ficções e mitos gerados pelas instituições dominantes, criando em alternativa as suas próprias representações culturais e políticas sobre a vida e o mundo?Antes de explorar as respostas possíveis a tais questões, a oficina arrancou com uma pergunta aos 25 participantes - a maioria deles jornalistas ou colaboradores d'@Verdade, assim como estudantes interessados em comunicação, mídia cidadã, infoativismo e ativismo social - sobre suas expectativas para a jornada de 5 sessões de oficina gratuita que se iniciava, consistindo num total de 15 horas de teoria e prática.
Com um quadro branco e post-its espalhados pela sala (que podem ter servido de metáfora para o mural do Facebook ou posts de blog, num mundo mais desconectado), cada participante foi convidado a adicionar suas motivações e expectativas, assim como ideias, sugestões ou reclamções que poderiam ser destacadas ao logo das sessões. A sede por mais conhecimento a respeito de ferramentas tecnológicas para comunicação foi evidente, e os participantes também demonstraram seu desejo de aprender mais sobre o papel que o jornalismo pode desempenhar para fortalecer a cidadania. Eles ficaram inspirados pelo papel desempenhado por cidadãos repórteres noutras partes do globo, a desenvolver uma visão criativa e crítica para a difusão de histórias que acontecem em suas comunidades. Em um dos post-its, lia-se:
Eu quero participar da construção de um país livre de tabus, preconceito e, acima de tudo, onde haja liberdade de expressão.Parte I: Quais são as Histórias que Ficam por Contar?
A oficina teve início com uma introdução teórica sobre globalização e sobre a confluência de interesses que ocorre entre poderes políticos e econômicos e a indústria midiática. Conceitos sobre acesso livre à informação foram tópico de discussões, assim como a obsolescência tecnológica, tópico que possibilitou uma perspectiva crítica para a maneira como informação é criada e compartilhada.
Em seguida, seis mapas nacionais foram criados em grupos pequenos, focando no contexto social e nas mídias de Moçambique. A meta de tal exercício foi promover uma reflexão partilhada sobre questões gerais que todos os participantes tinham em comum. Essas dinâmicas ajudaram na construção de um espaço para discussão e participação, o que quebrou a tendência de uma análise puramente individual e de passividade cívica.
Perguntas-gatilho [.pdf] foram entregues a cada grupo, que serviram de base para as análises do panorama nacional. O material foi adaptado a partir do projeto Argentino Iconoclasistas [es], que proporciona uma série de instruções [es] para oficinas de mapeamento coletivo.
Parte II: Táticas para Criação e Autonomia
Após a reflexão coletiva e a atividade de mapeamento, era hora de inspirar os participar para comunicar a realidade de Moçambique através de meios digitais de expressão e da participação cidadã.
Para tanto, foram apresentadas diversas iniciativas de infoativismo e movimentos sociais globais emergentes, que usam mídias digitais para disseminar suas ideias. Os exemplos vieram da exibição e da discussão do filme 10 Tactics (informationactivism.org), do Tactical Technology Collective, composto por 35 entrevistas com ativistas globais de direitos humanos.
Práticas do “Rising Voices”
Poucos dias antes do início da parte prática da oficina, um dos blogs mais populares do país, o Diário de um Sociólogo, publicou uma série de posts sobre “a morte dos blogs Moçambicanos”. O autor, professor Carlos Serra, justificou o desaparecimento de uma parte significativa da blogosfera Moçambicana pela disseminação do uso das redes sociais, particularmente o Facebook.
Na tentativa de contrapor a esse fenômeno (que não é exclusivo de Moçambique), e para responder uma das questões levantadas na primeira parte da oficina - “Por que acumular informação e conteúdo, se não temos tempo de pensar criticamente?” -, os participantes foram convidados a criar seus próprios blogs. No próximo post, vamos contar sobre os passos seguintes dos participantes e como eles começaram a usar essas novas ferramentas.
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