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Israel e o movimento palestino Hamas acordaram um armistício que pôs fim à operação israelense Pilar Defensivo, iniciada em 14 de novembro em resposta a disparos de foguetes da Faixa de Gaza contra Israel.
O armistício foi acordado na quarta-feira à noite com a mediação do Egito e dos Estados Unidos. Israel comprometeu-se a suspender todas as ações militares marítimas, terrestres e aéreas. Os agrupamentos palestinos também suspendem todas as ações militares contra Israel a partir da Faixa de Gaza, inclusive lançamentos de mísseis e ataques a tropas fronteiriças israelenses.
Entretanto, a trégua atingida com a mediação do Egito e dos EUA já foi violada. Logo após a entrada em vigor do cessar-fogo, três foguetes lançados a partir de Gaza atingiram o território israelense e mais dois foram intercetados com meios de defesa antiaérea, comunicou o serviço de imprensa das Forças de Defesa de Israel. Em conformidade com outras fontes, contra Israel foram lançados 12 foguetes, mas os israelenses não abriram fogo em resposta.
Numa semana da operação militar maciça de Israel foram mortos em Gaza 160 palestinos e mais de 1.200 pessoas ficaram feridas. Em resultado de ataques de mísseis morreram cinco cidadãos de Israel e outras dezenas de pessoas foram feridas. Quarta-feira à noite, o Conselho de Segurança da ONU censurou a morte de civis, expressando esperanças de que o armistício leve ao fim estável da violência na Faixa de Gaza e em Israel.
Quem estava interessado nesta guerra e quem alcançou a vitória? Eis a opinião de Serguei Demidenko, perito do Instituto de Avaliações e Análise Estratégicas:
“Este foi uma guerra pré-eleitoral de Israel, do partido Likud e de Benjamin Netanyahu. Foi repetida com exatidão a operação Chumbo Fundido levada a cabo no fim de 2008 e início de 2009, efetuada por iniciativa do partido Kadima. Atualmente, o Likud mostrou a sua firmeza na defesa das posições de Israel e da população israelense. A meu ver, o Likud e os conservadores israelenses podem ser qualificados como vencedores nesta guerra, claro que não no sentido militar, mas na promoção de sua ideologia e no reforço de suas posições eleitorais”.
Ao mesmo tempo, o dia 22 de novembro é proclamado em Gaza como Festa Nacional da Vitória. As autoridades do enclave apelaram a que todos os palestinos assinalem largamente este acontecimento e visitem familiares de mortos em resultado da agressão. Contudo, não seria justo considerar estes acontecimentos como vitória, sustenta Boris Dolgov, perito do Instituto de Estudos Orientais:
“Pela primeira vez na história da confrontação, foguetes lançados por destacamentos armados palestino atingiram Tel Aviv e Jerusalém. Foram disparados mais de 1500 foguetes contra Israel. Embora os agrupamentos palestinos tenham intensificado seu potencial, não se pode falar de uma vitória. A confrontação terminou, condicionalmente, com um empate. Só a solução do problema palestino poderá prevenir novos conflitos. Se isso não acontecer, a confrontação poderá agravar-se no futuro”.
Terça-feira, em conferência de imprensa no Cairo, o líder do Hamas, Khaled Meshaal, pediu aos países árabes que ajudem a resistência palestina com armas e agradeceu a Teerão pelo apoio prestado, inclusive financeiro.
Por seu lado, Israel assegurou-se da promessa dos Estados Unidos de se oporem em conjunto aos fornecimentos de armas por parte do Irão à Faixa de Gaza. Não se pode admitir o restabelecimento do potencial militar dos agrupamentos palestinos, declarou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, fazendo lembrar que, em troca do cessar-fogo, Israel exige garantias internacionais da não-admissão de uma nova militarização da Faixa de Gaza.
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