domingo, 25 de novembro de 2012

Divisão do País ganha em mim forma


  • Estou a pensar nos primeiros movimentos nacionalistas, nomeadamente MANU, UNAMI e UDENAMO. A historiografia oficial acusa-os de terem sido essencialmente paroquiais na sua concepção de liberdade ao passo que a Frelimo, mivimento que nasce da fusão destes foi essencialmente "aglutinador". Há para isso uma infindável e suculenta documentação. Aos aproximadamente 40 anos da independência questiono-me: haverá alguma diferença entre o pensamento daqueles acusados de serem regionalstas dos que governam o país há 40 anos? Quando reconhecidamente se fala da necessidade da "partilha da riqueza", do desenvolvimento inclusivo, da redução das assimetrias regionais e outros chavões, quer com isso significar o quê? Que o país caminha unido ou caminha em sentidos irreconciliáveis? Não é que eu defenda a divisão do país em moldes propostos pelos makondes do planalto ou Mateus Mlole mas da para perguntar se existe alguma diferença entre eles e os nossos, incluindo Dhlakama? Acusaram Mateus Mlole de regionalista mas haverá pior regionalismo que a inadequada partilha da riqueza em prejuízo da maioria? Haverá maior falta do patriotismo do que a concentração da riqueza em algumas mãos, nepotismo, corrupção galopante e constituição de oligarquias econômicas num país onde quase todos são pobres? A verdade seja dita: o sonho da independência não foi ainda realizado, pelo menos nos moldes propostos. E porque neste momento os governantes e governados sonham sonhos diferentes, a ideia da Divisão do País ganha em mim forma. Na verdade Mocambique continua a ser um país com vários países dentro. E quando olho para Dhlakama só me dá para chorar! Este sim, é o traidor dos traidores dos últimos vinte anos. Está a resolver problemas pessoais a custa do medo popular!
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    • Chacate Thinker Bem aja Egidio Guilherme Vaz Raposo! Texto carregado de verdades profundas e tristes para um Moz que ja estah a caminhar a passos galopantes para completar 40 anos da independencia e que jah completou 20 anos dos Acordos de Roma. Podia-se ter feito muito mais. Rwanda ficou colapsado de ponto de vista socio-politico e economico em 1994, com o Genocidio, mas porque ha' vontade politica, jah nos superou em muitas coisas. Deus abencoe Mocambique e mude o comportamento dos que lutam para acumular apenas para eles e nao para benefiar os mocambicanos na sua totalidade.See Translation

    • Luis Nhachote Este historiador ja nao me surpreende no método, tem um permanente questionamento, nao no dogma nem no clinche . Bem haja o Egidio Guilherme Vaz RaposoSee Translation

    • Maria Paula Meneses Não diria que eram movimentos com projetos paroquiais. Diria que não tinham projectos (nalguns dos casos) que reflectissem a realidade de Moçambique fruto do projeto colonial. Pretendiam, em vários casos, voltar a projectos nacionalistas anteriores à moderna colonização portuguesa.

    • Mytho Waka Tchauque no fundo vivemos um neocolonialismo, anestesiaram o pensamento logico racional das massas tornando a maioria dos mocambicanos analfabetos ou alfabetos iletrados, tenta sair amanha, e peca aso jovens de 18 a 30 anos para que entoem o hino nacional...See Translation

    • O Escorpiäo Kamikaze Está percebido o seu pensamento, bem haja esse fio de aço!!!See Translation

    • Emanuel Meque Antonio Importante discutir estas questões, isso sugere que, apesar dos pesares, nem todos estamos cansados ao ponto de perder a apetencia de levantar questões, mesmo que seja pela simples razão de as colocar sem pretender responde-las. Porem, mesmo que com motivações triviais, não me parece que dividir o país seja uma solução razoável a ser proposta. Não por razões nacionalistas mas simplesmente porque não me parece que seja solução para nada. Pois, assim, e já provocando o Egidio, se viessemos a ter problemas na República de Tete teríamos de voltar a dividi-la em República de Angónia, de Moatize e etc, e assim por diante, sempre que novos problemas complexos voltassem a exigir soluções. Atualmente já não faz sentido questionar se há diferenças entre o "regionalismo" ou "grupismo" do passado e do presente, penso que deve ser assumido como um dado adquirido, pois a desigualdade e a exclusão social são dados objetivos. O que falta hoje é fazer o que foi feito no passado, a tomada de consciência de que a realidade não muda-se com murmúrios mas com cidadania ativa materializada em ações concretas para mudança.See Translation

    • Manuel Paulo A. Cossa Essa publicação Egídio, devia constar dos livros escolares! Os verdadeiros regionalistas estão nos governando ha 40 anos, exceptuando o SM que na minha opinião soube ser nacionalista e servidor do povo! Parabens Egídio!See Translation

    • Egidio Guilherme Vaz Raposo Emanuel Meque Antonio, obrigado pelo questionamento. Na verdade o termo divisão sugere ruptura. Eu devia pensar em esclarecer isto. Mesmo assim quero também reluzir o cinismo de alguns ante o sofrimento generalizado de todos. Debater Moçambique por um futuro melhor para todos não deve ser apanágio meramente retórico. É preciso demonstrar algum compromisso com este país. Amanhã iniciarei uma série de "pequenos lembretes", uma proposta para repensar o futuro. O futuro de cada um de nós deve ter mínimas chances de ser alcançado. Não deve consistir apenas num postulado estéril e cínico. Futuro não significa nunca mas sim possível.See Translation

    • Egidio Guilherme Vaz Raposo Não sei se notaste caro Emanuel Meque AntonioEmanuel. O único momento em que políticos se preocupam é quando alguém fala de dividir o país. Pois bem para quem conhece o país perguntaria porquê eles se preocupam com a manutenção da unidade do paí. Para servi-lo ou para servirem-se dele? Em 40 anos da nossa independência raream casos de líderes e governantes que são reconhecidos como tendo se destacado no serviço ao povo. A maioria deles partiu do zero e reformam agora ou como ricos ou como falidos por culpa própria. E os que se lhes seguiram continuam no mesmo diapasão. Ao clamar pela divisão do país, quero chamar atenção aos dirigentes que a unidade nacional não é um dado adquirido. O que aconteceu de 1964 a 1975 não é em si só motivo suficiente para descartar outras opções de secessão, principalmente numa altura em que vivemos a febre e a ilusão da riqueza e desenvolvimento, enquanto os que se beneficiam disto continuar a ser apenas um grupinho de gente coincidentemente que chora pela unidade deste país! A luta de libertação nacional não é nada. E enquanto existirem motivos há sempre espaço para reinventar os destinos do povo. É preciso regar a indecência com os necessários condimentos. E não podemos esperar mais 40 anos parque todos moçambicanos sintam-se beneficiários dos frutos desta independência.See Translation
    • Egidio Guilherme Vaz Raposo *é preciso regar a INDEPENDÊNCIA (e nao indecencia como escrevi) com os necessários condimentos.See Translation
    • Tomas Pedro Carvalho Cá pra mim a historia de moz é ainda um diamante por lapidar pk o partido frelimo tem a sua versão e a familia simango e companhia tem outra versao! Mas a maior dor será nunka saberemos a nossa história?See Translation

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