Divisão do País ganha em mim forma
Estou a pensar nos primeiros movimentos nacionalistas, nomeadamente MANU, UNAMI e UDENAMO. A historiografia oficial acusa-os de terem sido essencialmente paroquiais na sua concepção de liberdade ao passo que a Frelimo, mivimento que nasce da fusão destes foi essencialmente "aglutinador". Há para isso uma infindável e suculenta documentação. Aos aproximadamente 40 anos da independência questiono-me: haverá alguma diferença entre o pensamento daqueles acusados de serem regionalstas dos que governam o país há 40 anos? Quando reconhecidamente se fala da necessidade da "partilha da riqueza", do desenvolvimento inclusivo, da redução das assimetrias regionais e outros chavões, quer com isso significar o quê? Que o país caminha unido ou caminha em sentidos irreconciliáveis? Não é que eu defenda a divisão do país em moldes propostos pelos makondes do planalto ou Mateus Mlole mas da para perguntar se existe alguma diferença entre eles e os nossos, incluindo Dhlakama? Acusaram Mateus Mlole de regionalista mas haverá pior regionalismo que a inadequada partilha da riqueza em prejuízo da maioria? Haverá maior falta do patriotismo do que a concentração da riqueza em algumas mãos, nepotismo, corrupção galopante e constituição de oligarquias econômicas num país onde quase todos são pobres? A verdade seja dita: o sonho da independência não foi ainda realizado, pelo menos nos moldes propostos. E porque neste momento os governantes e governados sonham sonhos diferentes, a ideia da Divisão do País ganha em mim forma. Na verdade Mocambique continua a ser um país com vários países dentro. E quando olho para Dhlakama só me dá para chorar! Este sim, é o traidor dos traidores dos últimos vinte anos. Está a resolver problemas pessoais a custa do medo popular!
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