Sou eternamente grato, por V.Excia ser gentil em mandar publicar esta carta, na página que se reserva aos estimados leitores. Caros leitores, permitam que partilhe com vossas sensibilidades, o assunto que nos últimos dias tem estado a inquietar os moçambicanos do Indico ao Zumbo.
Maputo, Terça-Feira, 6 de Novembro de 2012
Notícias Moçambicanos, sem destinação de sexo, cor, religião eram todos massacrados, humilhados, torturados e vigarizados em sua própria terra pelos colonizadores, que em si nada pretendiam a não ser que fossem seus eternos escravos.
Eduardo Chivambo Mondlane foi um líder que não descansou enquanto seu povo vivesse sofrimento para Mondlane, o fim do colonialismo em Moçambique era dos seus, o mais nobre sonho por realizar.
Mondlane, dotado de invejáveis conhecimentos, fez perceber aos moçambicanos, que divididos, jamais teriam a dominação e exploração colonial fora das fronteiras.
Venceu Mondlane, venceram os moçambicanos por terem alcançado a primeira vitória, a unidade. Unidade que fortificou os moçambicanos. Nasceu a FRELIMO, Frente de Libertação de Moçambique, movimento único para libertar a terra e o homem do jugo colonial, Desenvolveu-se a luta em várias frentes e regiões do país.
Os colonos, apercebendo-se da grande riqueza que Mondlane significava para os moçambicanos, traçaram planos e o assassinaram. Mataram Mondlane. Os moçambicanos unidos, choraram a morte de seu líder e fortificaram mais e, sempre mais, a unidade. Sob liderança do presidente Samora Moisés Machel, cuja memória gloriosa reside nos corações dos moçambicanos, a luta continuou. Vencemos o colonialismo aqui em Moçambique, aqui. Alcançamos a Independência Nacional, com a proclamação a 25 de Junho de 1975, data esta, registada de forma indelével nos corações dos moçambicanos.
Moçambicanos, sempre alinhados pela veia da unidade, reergueram-se e iniciaram com a construção de um Moçambique novo que servisse a moçambicanos. Mais uma vez, o povo viu seus sonhos sendo interrompidos, através da activação de armas protagonizada por um grupo de moçambicanos que diziam resistentes a um país novo que se havia iniciado a construir. Muitos moçambicanos foram barbaramente assassinados, pelo regime que se dizia contra o desenvolvimento do país.
Crianças, mulheres, jovens, idosos, não houvesse quem escapasse, eram mutilados e enterrados vivos por seus próprios compatriotas que nunca e a ninguém souberam explicar que motivação os fazia substituir o regime Salazar.
Hospitais, igrejas, escolas, estabelecimentos comerciais, vias de acesso e de comunicação, ficaram completamente destruídos, aliás, até aos dias que nos correm são visíveis as marcas daquela guerra que desestabilizou o país.
Muito sangue ficou derramado nas matas e até mesmo nas estradas. Moçambicanos não podiam fazer movimentos livres de deslocação de uma província a outra, ou de uma região a outra. Viaturas eram incendiadas juntamente com ocupantes, ninguém escapava.
A FRELIMO, sempre unida, procurou exercer sua digna tarefa, defender o povo moçambicano, que no seu ver, não havia razões para que as armas tirassem vidas ao povo. Procurou encontrar espaço para que o diálogo estivesse por cima de todas as diferenças. Em 1992, nasceu o calar das armas, através do entendimento. Para a FRELIMO, o vencer a guerra não seria com mais tiros ou ataques àqueles compatriotas, iguais a todos, pois para si, todos os moçambicanos tem direito a vida e de serem ouvidos, quando possuem contribuições para o bem da Nação.
Aquele calar das armas foi precedido de vários encontros entre o governo da FRELIMO, que representava os interesses do povo e a Renamo que apresentava as condições para que parasse com os ataques ao desenvolvimento.
- Razaque Manhique
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