quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ambiente politico-social de 2004 em Moçambique 1

31/10/2004

O povo é quem ordena

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Nosso Diário de Campanha
O maior desejo de todos os candidatos à Ponta Vermelha é a mudança no país nomeadamente na forma de gestão da coisa pública, actuação dos órgãos de administração da justiça, funcionamento das instituições públicas, etc.
Assim, inferimos que todos estão de acordo que o país está e crise (em quase todos os aspectos), e que são preciso antídotos (programas coerentes) de modo a recolocar a carruagem rumo à almejada prosperidade e bem estar.
Se o país está mesmo mal, avançamos nós que invocar a “experiência na governação”, como principal elemento desequilibrador entre os concorrentes é um “papo furado”.
Os concorrentes devem apresentar os seus programas de governação, explicar como vão aplicá-los, e deixar o povo escolher aquele que lhes parece mais coerente, em termos da sua exequiblidade, porque, pelos vistos, nenhum dos concorrentes e seus apoiantes possui “experiência de governação” que comova o eleitorado.
Também reafirmamos que o líder que levou o país a tocar o fundo do poço, em termos de corrupção, não possui requisitos morais, suficientes, para “aconselhar” eleitores a votar no candidato da sua preferência porque ele próprio não parece gostar do tal “padrinho”, porque, em primeira instância, é o promotor do “espírito de deixa andar”. Não digam que fomos nós que inventámos, ouvimos. JF
Cordão umbilical
Não há esforço algum que possa conseguir o corte do cordão umbilical que liga a Organização da Mulher Moçambicana e o partido Frelimo, o progenitor.
Criada nos efervescentes anos da conquista da Independência, no país, como uma das organizações democráticas de massa, a OMM, que já teve como “mulher número um”, o presidente Samora Machel, insiste em manter-se como liga feminina da Frelimo, sendo, portanto, enganadora, a sua sigla, ao invocar
todas as mulheres moçambicanas.
Na última terça-feira, na capital do país, a liderança daquela organização manifestou apoio aberto da OMM à Frelimo e o seu candidato à sucessão de Chissano nas eleições de Dezembro próximo.
Assim, desviando da aparente sua vocação, exclui as outras mulheres (filiadas ou simpatizantes de outras formações políticas), mantendo-se como viveiro e retaguarda segura da “Força da Mudança”.
Já nos finalmente, aquele posicionamento é de uma coragem, que temos que reconhecer, ao invés do apoio velado à “maçaroca e tambor” que é visível nas outras ex-organizações democráticas de massa, que continuam, aliás, viveiros daquela formação política.
Mais corajosas foram, igualmente, a Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional(ACLLN) e Organização da Juventude Moçambicana, que adquiriram, de forma aberta, o cartão vermelho.
É uma questão de passar, neste período de campanha, por uma das sedes ou delegações das referidas organizações, para de lá sairesclarecido.
JF - IMPARCIAL - 01.11.2004

O Povo do Meio

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Proibido de votar
William Tonet
Os povos do meio, são aqueles marginalizados e discriminados pelo regime no poder. São milhões de aborígenes que não aceitaram a assimilação, a alienação, a aculturação, mas nunca recusaram a socialização abrangente. São povos que vivem a margem das estatísticas oficias e não contam em nenhum relatório oficial. Estes milhões estarão, propositadamente, impedidos, mais uma vez, de votar, nas próximas eleições gerais. Ao que tudo indica o único culpado parece ser o regime no poder. Se os partidos da oposição aceitarem ir a votos, apoiando esta pouca vergonha, então serão cúmplices da marginalização e da cabala governamental, que ostraciza milhões de indígenas autóctones. É preciso regular esta lamacenta situação que convive na margem fronteiriça de cada um de nós.
O Wandalika é um menino autóctone original. Ele faz de cada animal um dado para as suas brincadeiras de infância, no meio de uma selva, que ele domina numa surpreendente cumplicidade com cada bicho, que não o é, na sua óptica mais do que um amigo sincero. Wanda decifra cada gemido, cada grito, cada passada de um qualquer animal selvagem. Das aves, basta um simples assobio e ela poisa, lá, onde ele quer. São enigmas complicados, para quem faz da civilização ocidental a única porta referencial, para a superioridade da vivência humana.
Ledo engano.
Os dados e a prática quotidiana demonstram, afinal a existência possível de outras formas vivências muito mais humanas e humanizantes. Aqui, nos confins territoriais, onde o vento faz a curva, e habita o primeiro povo angolano não existe a ausência. O vazio. A morte ou o desespero do «homini-autóctone». O fatalismo e o pessimismo não fazem parte do dicionário aborígene, que comunicaliza estas gentes, unidas umbilicalmente às terras que carregam o sangue das suas secundinas e as viu nascer.
Aqui há Sul. Terra farta, floresta, estepe e muita vitalidade. Aqui existe sangue que corre e escorre pelas veias daqueles que fazem do sol e do luar, os ponteiros do relógio, que alimenta a ânsia das suas vidas. Autoctonamente falando aqui há vida! Muita vida!
Uma de muitas vidas alegres e normatizadas na base dos pressupostos culturais e tradicionais de sobrevivência, mesmo diante de uma adversidade imposta, desde 1975, pelas novas, mas já velhas autoridades, que substituiram as coloniais, mas nada inovaram em relação a um drama que se arrasta...
Estamos diante do paralelo 0. Aquele que faz da omissão deliberada do Governo uma forma de agir e de estar, na gestão da coisa diária do território.
Poder vota-os ao ostracismo
É preciso que as responsabilidades na condução dos destinos do Estado permitam a sobrevivência e a protecção dos direitos humanos de todos os seus povos e gentes. "Estamos contentes que nos tenham vindo ver.
Não temos ajuda. Somos vistos como animais", disse amargurado um San de Viskote, enquanto um outro de Tsholo, afirmou; "não queremos regressar a Muhamba por causa do problema da comida".
É vergonhoso e doloroso, saber, que quando se aprestam muitos cidadãos para depositar, pela segunda vez, os seus votos nas urnas, para decidirem quem vai dirigir os destinos de Angola, nos próximos anos, ainda gravitem no território povos excluídos e discriminados. Gentes que vivem escravizados por outros, para poderem sobreviver, com o minímo de dignidade.
"Esta terra é nossa. Os vizinhos reconhecem que é nossa. Mas nós não temos nada e dependemos deles. Por isso, eles oprimem-nos, mas no livro está escrito que nós somos os primeiros angolanos", asseverou um autóctone de Ntopa, Kuando Kubango. Mais dramático é o testemunho do San de Cafima, Cunene: "resta-nos agora a parte mais pequena da nossa própria terra. Se não tivermos sem,entes, ferramentas e gado para arar, eles levam-na toda. Eles veêm que nós não fazemos campos grandes. Não podemos dizer que eles reconhecem os nossos direitos à terra".
O Povo San é tratado como marginal, pelas autoridades, quando constituem uma nação com mais de 10 mil autóctones, distribuídos por 43 comunidades, habitando no meio das províncias da Huíla, Kuando Kubango, Cunene e do Moxico.
"Pagam-nos com a comida que temos que comer para trabalhar. Não nos dão comida para comermos enquanto trabalhamos. Não me tratam bem. A minha força é é para os outros. Não me resta nada", lamenta-se o homem de Kakwa, Huíla, confirmando outro que "trabalha-se das 7 às 17h00. Se se está cansado e reclama, dizem-nos que somos preguiçosos e que devemos esperar pelo MINARS e que não nos vão pagar", confirma este autóctone em Kakombe.
As queixas de discriminação são mais que muitas; "em Tsholo, um homem foi agredido quando exigiu ser pago de acordo com o que tinha concordado com o patrão de Muhanda. Disseram-lhe «és pequeno», vamos te bater, até porque não tens onde ir reclamar".
Diante deste cenário quase surrealista, um autóctone de Cafima, gostaria mesmo sem o saber, que se cumprisse a letra a Constituição em vigor, em Angola, que considera todos iguais perante a lei. "É nosso direito receber a mesma ajuda que os outros. Queremos a mesma ajuda que o Governo dá aos Bantus".
Em cada uma das comunidades existem alguns elementos que se expressam em português. Geralmente são homens que foram arrastados a força, para servirem nas FAPLA e FAA, mas a sua língua oficial é o !Xun, mas nos documentos oficiais a ortografia está incorrectamente ocidentalizada, denominando-a de !Kung.
A sobrevivência desta nação vai, por via disso, tornando-se cada vez mais difícil, por dependerem quase exclusivamente da alimentação de subsistência produzida no interior das selvas, bem como o fabrico de mel e a caça. Mas este tipo de alimentação torna-os de tal forma vulneráveis, que para sobreviverem têm de se sujeitar ao trabalho braçal, em moldes quase semelhantes ao da escravatura. "Muitas vezes trabalhamos de sol a sol, mas no final recebemos apenas um quilo de milho, ou ainda uma bebida e se refilas de batem atoamente, porque não tens nenhum direito, nesta terra, que também é nossa".
Um agente económico do Cunene, que se serve de elementos Sun, nos seus campos, considerou-os de serem "animais, por isso têm de trabalhar como nossos escravos, única forma que têm para não morrerem de fome".
E este cenário é confirmado por um San de Vifwo, que afirma: "nós dependemos dos Bantus para trabalhar e comer.
Eles estão a desenvolver-se, enquanto nós continua-mos com fome.
A Convenção 169 da OIT–Organização Internacional de Trabalho, sobre Povos Indígenas e Tribais em países indepen-dentes, estabelece critérios de relacionamento saudável, que se aplicados, o quadro em Angola poderia ser diferente. Artigo 6º: "os governos deveriam estabelecer meios atravês dos quais os povos indígenas possam participar livremente e a todos os níveis, na adopção de decisões que lhes digam respeito, e estabelecer as estruturas para esse fim; Art. 7º- os povos indígenas deveriam ter o direito de escolher as suas próprias prioridades no que diz respeito ao processo de desenvolvimento e de controlar o seu próprio desenvolvimento social, cultural e económico; Art. 1-19- Deveriam ser recon-hecidos os direitos de propriedade e posse de terras tradicionalmente ocu-padas por povos indígenas.
Angola não ratificou esta convenção, por isso o seu Governo faz tábua rasa, ao respeito dos direitos da nação San.
A própria lei das terras é por si violadora dos direitos fundamentais dos autóctones, porquanto não reconhece direitos de terras com base na ocupação, favorecendo os interesses do capital financeiro, em detrimento das comunidades rurais e da interioridade.
Ela não reconhece o papel do direito costumeiro, logo a nação San, apesar de ser das primeiras em Angola, não tem direito, nem as terras onde vivem as suas comunidades.
Isto significa a sua ausência total de qualquer senso estatístico oficial. Lukamba Paulo Gato, recentemente, em entrevista ao Folha 8, disse temer fraude nas eleições por muitos eleitores não terem bilhetes de identidade de cidadão nacional. Mas o grave não é só isso, pois a nação San, nem registo de naturalidade e nacionalidade têm. Legalmente eles não são considerados angolanos, como tal, os serviços de saúde pública e de educação e ensino lhes é negado.
Uma situação que eleva e torna preocupante os níveis de morbilidade e a taxa de mortalidade infantil.
A luz eléctrica não faz parte da vivência tão pouco do mundo imaginário destas gentes, conhecidos como caçadores colectores.
Ela é subtilmente substituída pelo sol e o luar, ou pela fogueira que aquece as panelas e a alma das correntes frias dramatizantes do Sul.
A água este precioso líquido corre sobre as lianas ribeirinhas dos seus assentamentos e não são só a fonte da vida mas de sobrevivência deste povo que sofre as agruras do isolamento e ostracismo impostos por 29 anos de um poder que de Angola parece ter uma visão microscópICA.
FOLHA 8 - ANGOLA - Outubro2004

30/10/2004

Sofisticada rede de `mafiosos´ no ministério de Luísa Diogo?

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Coca-Cola burlada em meio milhão de dólares e funcionários do BIM dentro do esquema.
Uma sofisticada rede de alegados mafiosos constituída por funcionários do Plano e Finanças (MPF) e de algumas instituições bancárias, com o BIM em evidência, estará, de algum tempo a esta parte, a defraudar um número não especificado das chamadas grandes empresas a operarem em Moçambique. O esquema consiste em desviar os impostos que mensalmente as ditas firmas canalizam para os cofres do Estado, através da instituição de Luísa Diogo.
A multinacional Coca-Cola, na delegação da zona Sul de Moçambique, já foi defraudada em mais de meio milhão de dólares norte-americanos, equivalentes a pouco mais de 11 biliões de meticais.
Mas fonte sénior da firma, que pediu protecção da sua identidade alegando temer represálias, indicou que o apuramento daquele valor foi feito `ao alto´.
`Nós somos apenas a ponto do iceberg´, disse a fonte para depois acrescentar que `o montante pode ser ainda maior, tendo em conta que canalizámos mensalmente entre 10 a 20 biliões de meticais em impostos ao MPF, dinheiro que simplesmente era desviado por elementos do ministério em conluio com supostos elementos do BIM e não sabemos quando é que a operação começou´.
A fonte indicou que a fraude veio à tona quando o MPF escreveu uma carta à Coca-Cola, alertando-nos sobre impostos atrasados, o que, segundo o nosso informante, não constitui a verdade.
Curiosamente, segundo a fonte, o BIM assumiu todas as responsabilidades, tendo em conta que `os nossos cheques que haviam sido entregues no MPF para pagamentos de impostos, foram sacados fraudulentamente da nossa conta no BIM, por desconhecidos´, precisou.
Entretanto, sabe-se que a Polícia de Investigação Criminal (PIC) está a experimentar sérias dificuldades para investigar o melindroso caso, tudo porque o cadastro, por exemplo da Coca-Cola, terá desaparecido misteriosamente dos arquivos do MPF...
SAVANA - 29.10.2004

Pequenos partidos querem pena de morte e nova capital

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A re-introdução da pena de morte e a mudança da capital de Moçambique, de Maputo para Nampula, são algumas das promessas mais ouvidas na campanha eleitoral dos pequenos partidos às eleições gerais de Dezembro.
Sem representação parlamentar e concorrendo isolados às legislativas de 01 e 02 de Dezembro, os 18 pequenos partidos terão poucas hipóteses de atingir o mínimo de 05 por cento dos votos obrigatórios para a eleição de deputados, mas não deixam de surpreender pelas propostas para todos os gostos que apresentam ao eleitorado.
Para além de coincidirem com os dois grandes partidos, FRELIMO e RENAMO, no compromisso de combate à corrupção e pobreza absoluta e na melhoria da situação económica do país, muitos dos partidos extra- parlamentares avançam com propostas originais na campanha eleitoral conhecida como localmente como "caça ao voto".
A re-introdução da pena de morte, abolida na Constituição de 1990, tem sido uma das bandeiras do Partido Trabalhista (PT), que defende a aplicação da pena capital para crimes contra a segurança do povo e do Estado.
O PT propõe ainda a atribuição de apartamentos do tipo T2 a funcionários públicos recém-casados e a eliminação da burocracia.
Apregoado aos gritos pelos seus escassos militantes como "o partido da Moral", o PIMO (Partido Independente de Moçambique) promete constituir um governo "de tecnocratas" e mudar a capital do país de Maputo, sul, para Nampula, no norte de Moçambique.
O PIMO, com alguma implementação na comunidade muçulmana de Nampula, tem no seu líder, Yá-cub Sinbidy, um dos cinco candidatos à Presidência da República, e pertence-lhe uma das frases mais originais da campanha: "Vou marcar golo sem sujar os calções".
O SOL (Partido Social, Liberal e Democrático) faz juz à sua sigla e garante "uma vida melhor para todos os moçambicanos", promessa igualmente veiculada pelo PARENA (Partido da Reconciliação Nacional), sendo praticamente tudo o que os dois partidos oferecem aos seus eleitores.
"Nós não prometemos carros nem casas aos cidadãos na nossa campanha, mas honestidade, trabalho e segurança", demarca-se, por sua vez, o Partido da Ampliação Social (PASOMO).
FRELIMO e RENAMO-União Eleitoral - coligação da maior força da oposição moçambicana com dez pequenos partidos -, são os principais candidatos à vitória nas eleições gerais de 01 e 02 de Dezembro.
Um novo partido, PDD, criado este ano na sequência da expulsão do seu líder, Raul Domingos, da RENAMO, poderá intrometer-se na representação bi-partidária no Parlamento desde 1994 se conseguir passar a fasquia dos 05 por cento de votos.
Noticias Lusófonas - 29-10-2004

Defensores da pena de morte excluídos

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(Maputo) O Partido Trabalhista (PT) de Miguel Mabote, que se notabilizou, no primeiro dia de campanha eleitoral ao defender que, caso conseguisse um lugar no próximo parlamento iria legislar a favor da introdução de pena de morte em Moçambique, não irá concorrer pelo círculo eleitoral de Maputo.
A deliberação da Comissão Nacional de Eleições(CNE), para além do PT, abrange outros quatro partidos e grupo de coligações, nomeadamente, o BIS,CDU, PALMO e MBG, que não vão concorrer nas 11 províncias do país, depois da CNE ter constatado algumas anomalias insanáveis, tais como, a falta de registo criminal e de indivíduos que se inscreveram em mais de duas listas.
Segundo Filipe Manjate, porta-voz da CNE, "ao PT foi retirado a candidatura pelos círculos de Niassa, Tete, Sofala, Maputo-Província e Maputo-Cidade; o BIS não vai concorrer por Niassa, Cabo Delgado, Zambézia, Tete, Manica, Maputo Província e Cidade; o CDU não irá concorrer nas províncias de Manica, Sofala e Maputo-Província", enquanto que, "a Coligação Frente Alargada da Oposição não concorre por Nampula, Manica, Sofala e Maputo-Província".
O PALMO foi excluído pelo círculo eleitoral da Zambézia e ao MBG, do candidato à Presidência da República, Carlos Reis, foi rejeitada a candidatura pelos círculos de Gaza e Maputo-Cidade.
A rejeição de candidaturas em alguns círculos eleitorais, conforme o porta-voz da CNE, agravou-se por grande parte dos partidos políticos e coligações de partidos, "não terem apresentado alguns suplentes que poderiam substituir os nomes que apresentaram problemas".
(Arménia Mucavele) - VERTICAL - 29.10.2004

29/10/2004

Guebas: um avançado de classe!

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"Se fosse jogador de uma equipa de futebol, Guebuza seria um Pelé, Maradona ou Eusébio", palavras de um docente da Universidade Pedagógica(UP) e fanático do partido dos camaradas (Maputo) num encontro que contou com a participação de docentes e estudantes de várias universidades existentes na capital do país.
Ossumane Aly Dauto, canditado a deputado pelo círculo eleitoral da cidade deMaputo pelo Partido Frelimo, advertiu ontem aos presentes que os outros partidos políticos concorrentes também praticam a corrupção, dando como exemplo o Presidente da Renamo- União Eleitoral(RUE), Afonso Dhlakama, que "há dias, recebeu da China e Taiwan um valor correspondente a 2 milhões de dólares norte-americanos" cuja oferta, na sua opinião, constitui um exemplo vivo de prática de corrupção de que tanto clamam em combater os partidos políticos da oposição.
"Pelo menos um milhão de USD poderá servir para a campanha eleitoral e acredito que outro valor estará debaixo das almofadas" de Afonso Dhlakama, enfatizou o candidato da Frelimo. A reunião de ontem pretendia, por um lado mobilizar a camada estudantil e docentes universitários, bem como chamar atenção ao mesmo tempo da responsabilidade que se espera, ou seja, criar condições para que um maior número de cidadãos se apresente nas mesas de voto nas eleições de 1 e 2 de Dezembro próximo, para o exercício do seu direito.
"Defendemos o pluralismo jurídico, justiça formal nos problemas que afectam as nossas instituições, que faz parte dos esforços a fazer ao lado de um combate duro contra a corrupção e criminalidade", disse Aly Dauto.
De acordo com Dauto, "a campanha da Frelimo visa essencialmente mobilizar, por meio de diálogo, os académicos e docentes universitários que o candidato da Frelimo Armando Emílio Gebuza é o que oferece, entre muitos políticos, as melhores condições para ser votado, dada a sua experiência de
40 anos e na luta clandestina contra o colonialismo e, sobretudo, as tarefas que desempenhou no plano internacional que faz dele um homem certo, capaz e experiente para liderar os destinos do País e cuja visão versa sobre alguns direitos fundamentais, no fortalecimento da democracia, cultura, paz e
elevar Moçambique no panorama internacional".
O fortalecimento da unidade nacional, paz e democracia é outra aposta do governo de Guebuza para o desenvolvimento do País, sem contudo "esquecer o combate cerrado contra a corrupção e a problemática da desburocratização.
(Emílio Socovinho) - VERTICAL - 29.10.2004

Relatório de pesquisa sobre corrupção `congelado´...até 2005

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A pesquisa Nacional de Base Sobre Governação e Corrupção, encomendada pela UTRESP à Austral Consultores e conduzida pelo investigador Luís de Brito, não deverá ser tornada pública este ano.
Ou, pelo menos, antes das eleições de Dezembro próximo. Tal contraria as palavras do Chefe de Estado, que a 24 de Abril último, no seu Informe Geral à Nação, prometera que o mesmo seria divulgada em Setembro passado.
A UTRESP tem ordens expressas para atrasar a elaboração do documento final, por forma a que a sua divulgação não dê campo a aproveitamento político pela oposição, na actual campanha eleitoral.
É que, afiançam algumas fontes ligadas à pesquisa, os cidadãos inquiridos penalizam bastante vários sectores do Governo e do Estado, e mesmo dopartido no poder na região Norte.
Lançada em Novembro último, como parte do processo de Reforma do Sector Público (RSP), a pesquisa visava aferir a percepção do cidadão sobre a governação e corrupção. O relatório preliminar foi entregue pela Austral Consultores à UTRESP, entre Julho e Agosto passados.
De acordo com o director deste organismo autónomo, Adelino Cruz, neste momento o documento `está a ser apurado ao nível técnico, pois há aspectos a ajustar com analistas e técnicos´, pelo que qualquer pronunciamento, nesta altura, sobre o seu conteúdo é, na sua óptica, prematuro...

fonte: SAVANA - 29.10.2004

Em Nacala-a-Velha - MOBILIZADOS RÉGULOS PARA CAMPANHA DA FRELIMO

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A Frelimo em Nacala-a-Velha diz estar a trabalhar com todo o empenho com vista a contrariar os resultados que tem se verificado nos pleitos eleitorais naquele ponto da província, cujas vantagens têm favorecido a oposição.
Saibo Alberto, que está à frente da brigada provincial naquele distrito costeiro, afirma que o seu
elenco tem privilegiado os contactos interpessoais no processo de “namoro” ao eleitorado para votarem
na Frelimo e no seu candidato Armando Guebuza, Aliás, o nosso interlocutor sublinhou que, desde o
principio do processo da campanha de eleitoral para o escrutínio de Dezembro próximo, a Frelimo em Nacala-a-Velha conseguiu o envolvimento de um total de 45 líderes comunitários, entre régulos e cabos,
no processo de “caça” ao voto, o que considerou bastante significativo.
Nas mensagens que passamos ao eleitorado não efectuamos promessas, somente garantimos dar continuidade aos projectos de desenvolvimento em curso, e tudo só será possível com a Frelimo e com Armando Guebuza a liderar os destinos do país. Revelou a fonte, precisando que a população tem plena consciência de que o executivo da Frelimo tem cumprido rigorosamente todos os seus programas.
Refira-se que, no âmbito do programa da campanha eleitoral, brigadas da Frelimo na cidade de
Nampula realizaram o habitual desfile motorizado nas artérias do município, que culminou com mais um
comício de pedido ao voto em prol daquela formação política e do seu candidato Armando Guebuza, tendo, desta vez, por palco o bairro de Muatala.
WAMPHULA FAX - 29.10.2004

Ao nível do Partido PALMO

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CAMPANHA ATRASA QUATRO SEMANAS
O Partido Liberal e Democrático de Moçambique (PALMO) abre oficialmente no próximo dia 13 de Novembro a sua campanha eleitoral na cidade e província de Nampula, depois de cerca de quatro semanas de atraso.
De acordo com Sebastião Antolana, secretário provincial daquela formação política, a cerimónia de
abertura da campanha será orientada pelo presidente do partido, António Muedo.
Depois de Nampula, Muedo deverá deslocar-se às províncias de Cabo-Delgado e Niassa, com o mesmo propósito.
Contudo, Antolana justifica que o atraso deveu-se à falta de material de propaganda que ainda está a
ser impresso na cidade do Maputo. Porém, a fonte reconhece as consequências dai resultantes mas
garante que o seu partido irá, em pouco tempo recuperar o atraso em questão.
Correr, não é chegar. O nosso interesse era ouvir primeiro o que os nossos adversários transmitir nas suas mensagens para depois desmentirmos, porque entendemos que muitos partidos andam só a enganar ao povo. Observou.
Segundo a fonte, foram já mobilizadas todas as delegações distritais do PALMO para uma recepção calorosa do seu líder, acto que deverá culminar com a distribuição dO respectivo material de propaganda.
WAMPHULA FAX - 29.10.2004

SIBINDY PROMETE NÃO INTERFERIR

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O candidato do PIMO, Yá- Qub Sibindy, prometeu respeitar a independência dos órgãos de comunicação social para que possam assumir, de facto, a sua condição de quarto poder e desenvolver a sua nobre missão de informar a sociedade civil em geral dos acontecimentos que se registam diariamente no país.
Sibindy acusou o governo do partido Frelimo de estar a exercer uma pressão aos “medias” sobretudo
estatais e alguns independentes, para não publicar assuntos relacionados com a corrupção, envolvendo
membros do seu executivo, relacionado com o desvio de fundos, tráfico de influência e venda arbitrária
de bens do Estado.
Ajuntou que uma imprensa manietada pelo poder é incapaz de exercer cabalmente o seu papel de
narrar os acontecimentos que ocorrem em todo o país, facto que propicia um ambiente em que a desinformação e a desestabilidade ganham terreno.
A Frelimo fala muito de ter sido ela a obreira da paz e democracia, mas restringir a liberdade de expressão e de informação, como acontece, não significa paz e democracia. Disse.
Referiu que as terceiras eleições presidenciais e legislativas tem três concorrentes, que são: PIMO,
FRELIMO e RENAMO-EU, e que as restantes forças políticas não passam de “sobressalentes de uma viatura velha”, ou seja, estão envolvidas no processo só para criar animação.
O político sublinhou que o PIMO é uma alternativa correcta de governação, e que cabe ao eleitorado
fazer melhor juízo sobre esse assunto nos próximos dias 1 e 2 de Dezembro próximo, observando
que o seu partido leva vantagem porque a Frelimo cometeu muitos erros durante a sua governação de
29 anos, enquanto a Renamo-UEnão deixa de ser perdedora.
WAMPHULA FAX - 29.10.2004

RENAMO CONCENTRA EX-GUERRILHEIROS

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Nos Arredores da Ilha de Moçambique - Denuncia a Frelimo
O Partido Frelimo denunciou há dias ao nosso jornal, a ocorrência de um movimento de concentração de exguerrilheiros da Renamo nos arredores do município da Ilha de Moçambique, em Nampula, mais concretamente na zona de Lumbo, situação que inquieta sobremaneira aos “camaradas”.
Segundo Martinha Benfica, primeira secretária do comité local do partido Frelimo, o assunto não é
para menos, uma vez que o pronunciamento do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, segundo o qual
as eleições deste ano serão as mais violentas, não deixa de constituir preocupação.
Se o líder da Renamo-UE eleitoral avisou que as eleições deste ano seriam as mais violentas, não sabemos se esta movimentação de ex-guerrilheiros visa promover a violência sugerida pelo senhor Dhlakama, Disse a nossa interlocutora, que é da opinião de que todo o cuidado é pouco.
O contacto que Wamphula Fax manteve junto da Delegação da Renamo no município da Ilha de
Moçambique, para apurar a veracidade dos factos, permitiu apurar que, de facto, aquela formação tem
seus antigos guerrilheiros aglomerados na zona de Lumbo, mas - desdramatiza Issufo Mussa, porta
-voz da “perdiz” - isso não constitui, que eu saiba, nenhum problema tanto para Frelimo, como para outra pessoa qualquer porque não são eles que estão a sustentar esses grupos.
A justificação apresentada para a movimentação daqueles homens das suas antigas bases localizadas
nas regiões de Mogincual foi de que eles serão posteriormente formados como delegados de lista da coligação Renamo- UE, para as eleições de Dezembro próximo.
Trata-se de homens da nossa confiança, os únicos capazes de nos representar e defender os interesses
da coligação no decurso do processo de votação, Observou a mesma fonte.
WAMPHULA FAX - 29.10.2004

VOZ DA SAUDADE PARA OS FADISTAS DE MOÇAMBIQUE

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ZOL por João Craveirinha – http://www.zambezia.co.mz/index.
A Título de curiosidade: Arrumava os meus quase sempre desarrumados arquivos quando encontro inúmeros dados de todo o Moçambique como por exemplo:
1970 - MODA FEMININA –Pergunta: Sabem quem foi a 1ª estilista em Moçambique e onde?
Resposta: A portuguesa de Bombarral D. LAURENTINA Bárbara Mª Silva Carvalho BORGES. A pioneira da MODA em Moçambique foi Laurentina Borges.
Local : Inicia a actividade em TETE em 1935. Em 1949 muda-se para LM – Lço Marques, onde na década de 1950 organizaria a 1ª Passagem de Modelos.
Querem saber mais como a morada de sua loja e atelier nessa altura? Perguntem por email eu respondo o que puder!

1972 – Instituições e nomes na capital da Colónia
Polícia Judiciária de LM
Director- Ajudante do Procurador da República – Dr. Manuel Fernandes.
Inspectores: Drs. EVO JOÃO CAMÕES FERNANDES, Luís Antº Reininho e Luís Filipe Ferrão de Castel-Branco Sacramento.
Laboratório da Polícia Científica: - Director; Dr José Alberto Rodrigues de Sá Azeredo…etc.
Clube 100 à Hora – Direcção : Presidente: João C. H. Botequilha
Vogais: Álvaro de Sousa Montenegro – Venisellos de Carvalho – Alexandre Negrão – Rogério Santos – Fernando Bento – João Antunes…etc.
Clube dos Lisboetas : Pres. Dr Rafael Seruya…etc…
ANM – Ass. Naturais Moç. – Pres. Direcção: Eng.º Alberto Correia Mendes – 1º vice: Eng.º José Esteves – 2º vice: Dr. Abdul Karim Vakil…etc…
AAPM – Assoc. Africana da Prov. Moç. - Pres. Direcção: João J. Craveirinha sénior – pai do escriba de serviço neste momento – 1º secretário da direcção: Arlindo Correia Haridas – 2º sec. Arnaldo Varagilal – tesoureiro: Luís Viana Rodrigues – vogais: Damásio Loforte – pai dos Eng.º ’s Lofortes - e o vogal Idrisse Rachide Taju um dos desenhadores veteranos da Câmara que projectou inúmeros prédios em LM como o do Hotel Turismo do Grupo Jorge Abreu, por exemplo, onde se situou a Casa W. Baily na av. da República hoje 25 de Setembro…
Por hoje chega. Com tanto Fado e recordações para muitos ainda há choradinho ou CHORIRO como se diz na Zambézia heranças muito antigas das invasões Inguni e Zulo há 200 anos fugidos de Tchaca. Inté. JC ■

28/10/2004

A verdade sobre Cahora Bassa

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Escrito por: JC *
Joaquim Chissano esteve em Portugal e pressionou, pressionou e voltou a pressionar para que a venda de Cahora Bassa se fizesse rapidamente. Pedro Santana Lopes, o primeiro ministro português, prometeu novidades para meados de Novembro.
O que faz correr Joaquim Chissano a escasso mês e meio de ser substituído na presidência da República de Moçambique? Chissano quer fechar o dossier Cahora Bassa antes das eleições de 1 e 2 de Dezembro próximo no país, mas o melhor que conseguiu foi agendar novas reuniões multilaterais para meados de Novembro, em Maputo.
Em Portugal, Chissano esteve no parlamento, em S. Bento e em Belém. Do PR português arrancou a frase: "Há que encerrar o que já devia estar encerrado." Sendo um sinal ao Governo, Santana Lopes é quem directamente conduz o processo, o secretário de Estado Miguel Morais Leitão nada mais pode fazer do que seguir as regras: avaliar a capacidade energética, estudar o modelo jurídico de passagem accionista, arranjar modelo de financiamento para a liquidação da dívida e outros proveitos e fazer uma transferência de gestão Isto reproduz o acordo feito entre a Frelimo e o governo português da altura.
No acordo, Portugal devolveria a gestão e o controlo accionista da hidroeléctrica ao Estado moçambicano depois de ressarcir o investimento e ainda após um período de exploração, positiva de três anos, o único período durante o qual o accionista português ganharia dinheiro.
A solução era para ser tomada no consu-lado de Joaquim Pina Moura, em que Moçambique adquiriria uma posição maioritária, pagando ao Estado português um valor financiado por uma entidade bancária externa, mas que exigia, o aval da República portuguesa. Esta solução foi avançada na altura por fontes do PSD, mas sempre foi desmentida pelo ex primeiro ministro.
Durão Barroso quis resolver a questão começando pela revisão das tarifas já que o modelo de exploração obrigava a HCB a vender à Eskom, a eléctrica estatal sul africana, que depois revendia a Moçambique, nomeadamente à in-dústria da Mozal, um gigante mundial no perfil de alumínio. Mira Amaral liderou a PJC, a entidade que representa o Governo português nestes interesses e conseguiu resultados, mas sempre dentro do quadro da repassagem do controlo accionista a moçambicanos.
A pressão de Chissano sobre os órgãos de soberania nacionais acontece algumas semanas depois da visita do presidente moçambicano aos Estados Unidos e depois ao Brasil.
AS LIGAÇÕES
A relação é interessante porque no "inner circle" dos negociadores foram aparecendo empresas como o Vale Rio Doce e ainda o Brasil National Bank, a par da Rio Tinto/ Anglo American. As primeiras entidades são brasileiras, mas controladas por entidades americanas, enquanto a Rio Tinto é sul africana, mas com fortes interesses da EDF, a eléctrica estatal francesa. A Vale Rio Doce tem ainda ligações ao grupo Agnelli, e o banco brasileiro tem fortes interesses em Porto Alegre (zona onde Joaquim Chissano terá interesses imobiliários) e é conhecida nos meios económicos africanos como urna instituição com grande interes-se no estudo e organização produtiva do Vale do Zambeze. Também a construtora brasileira Odebrecht tem interesses ligados aos franceses e aos sul africanos.
0 CONFRONTO DE "LOBBIES"

São exactamente as ligações brasileiro americanas com interesses em Cahora Bassa que chocam com interesses do chamado consórcio Zamco que agrupa sete países e 17 empresas multinacionais, que participaram na construção de Cahora Bassa, e que sempre viram o potencial da região, a par da intromissão de um pequeno país, Portugal, no domínio de toda a região subsahariana.
Os interesses estratégicos da energia, a par dos interesses militantes, concretamente do porto de águas profundas de Nacala, que permi-tiria, subir 4.000 quilómetros à esquadra america-na do Pacífico, ancorada em Diego Garcia, expli-cam as movimentações mundiais.
0 QUE FICA PARA PORTUGAL

No cenário de confronto mundial Portugal arrisca se a perder tudo. Os moçambicanos e sul africanos foram atrasando o ajuste das tarifas e nesta negociação seria interessante Portugal manter uma percentagem mínima capaz de ge-rar alguma influência.
Os valores em cima da mesa são díspares. Fontes moçambicanas falam em 3.000 milhões de euros pedidos por Portugal, para uma dívida que se situa entre 1.800 e 2.000 milhões de euros. O di-ferencial destina-se a compensar o facto de o Estado português ter deixado de contabilizar juros; das injecções que foi fazendo na gestora da barragem, a HCB, e ainda compensar os três anos es-tipulados no acordo, em que Portugal deveria fazer uma exploração rentável.
A HCB tem a Eskom e o Estado do Zimbabwe como grandes clientes, mas continua a ter empecilhos para o seu desenvolvimento, nomea-damente a Motraco, uma entidade onde estão sul africanos e moçambicanos e que é a verda-deira entidade que tem rendimentos de Cahora Bassa. Portugal nada risca.
Em caso de conclusão positiva do negócio a receita da venda poderia reduzir o défice público português nos próximos dois anos, unia receita extraordinária com que hoje não se pode contar.
Em estudo continua o modelo de financia-mento da operação. Em Maputo comenta-se que as autoridades querem reduzir uma eventual operação de endividamento para a compra da barragem de 25 para 15 anos. Isso pode significar que estará em estudo a titularização das receitas da barragem, antecipando receitas e com esses valores seria negociada a situação com Portugal, o que bate certo com a informação de que há novas entidades a estudar o valor energético do complexo.
* visitante do Zambezia On Line
O AUTARCA - 27.10.2004

MARCO DO CORREIO - MACHADO DA GRAÇA

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Olá Anita
Há dias, quando jantámos juntos, perguntavas se eu queria voltar a 1975. Na tua opinião uma vitória da RENAMO-UE nas próximas eleições provocaria, no país, uma convulsão como aquela a que assistimos em 1975.
Respondi-te que não. Um novo 1975, mas com a RENAMO no poder, seria um desastre a que não
gostaria de assistir.
Perguntaste, então porquês continuo a criticar o que me parece mal na actuação do Governo e, nesta
fase pré-eleitoral, no comportamento da Comissão Nacional de Eleições.
Tentei explicar-te na altura e volto a tentar agora:
Para começar queria-te dizer que nunca fui partidário da ideia de que os fins justificam os meios. Acho que não, não justificam de maneira nenhuma.
Por muito que queira atingir um objectivo ou impedir que alguma coisa aconteça não estou disposto a
abdicar dos meus princípios para o conseguir. Não vou desatar a elogiar o que está errado só porque
estamos em vésperas de eleições. Não vou aplaudir corruptos de um lado só porque os outros são,
eventualmente piores.
Sou capaz de aplaudir pessoas em quem nem sequer votei, como é o caso do Dr. Comiche Comiche, porque tem mostrado ser merecedor de elogios.
Agora falsear a minha opinião para favorecer este ou aquele, ou para prejudicar a qualquer outro, isso
não faço.
E depois, Anita Anita, como te disse na altura, eu não quero voltar a esse 1975 de que falámos, mas também não quero continuar desta forma em que estamos em 2004. Este reino de corrupção, crime impune, tráfico de drogas sem nomes de dono.
E o partido que lançou a palavra de ordem A Força da Mudança parece interessado em tudo menos
em mudanças. Ainda hoje li declarações do seu candidato presidencial a dizer que votar no partido
dele é votar na continuidade. Ainda não ouvi nenhuma declaração a dizer que esse candidato não concorda seja com o que for que o seu partido tem feito até agora e quer fazer diferente, para melhor.
Lamento dizer-te, Anita, mas, pelo que tenho visto e ouvido, nestas eleições não tenho candidato. E tenho grandes dúvidas que, até Dezembro, alguma coisa mude no sentido de me entusiasmar por qualquer um dos concorrentes.
Lá terei que esperar mais cinco anos, se para isso tiver vida e saúde, a ver se surge no nosso horizonte
político alguém, ou algum grupo, capaz de me levar a acreditar que merecem o meu voto.
Percebeste agora?
Um beijo do
Machado da Graça
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) - 28.10.2004

SUSPEITOS DE TEREM FACILITADO SAÍDA DE ANIBALZINHO

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Polícias detidos soltos?
Os quatro agentes da Polícia detidos por suspeita de terem permitido a segunda “fuga” da cadeia tida como de máxima segurança de Moçambique (BO) de Aníbal dos Santos Júnior, mais conhecido por
Anibalzinho, terão sido soltos na passada segunda-feira depois de pagarem uma caução individual de
3.240.000MT (cerca de 123 euros), conforme nos constou.
Trata-se de um inspector, um sargento principal, um sargento e um guarda, que foram detidos logo a seguir à segunda saída de Anibalzinho para uma viagem que terminou em Toronto, Canadá, onde o líder confesso do esquadrão que assassinou o jornalista Carlos Cardoso em Novembro de 2000 em Maputo foi detido pelas autoridades canadianas, aparentemente quando rumava para o Brasil.
Uma vez soltos por caução, não podem, por lei, serem os quatro novamente recolhidos para os calabouços, hipótese que se manteria aberta caso tivessem sido postos fora da cadeia sob termo de identidade.
Convidado pelo Correio da manhã a confirmar ou desmentir esta informação, o Procurador Geral da República, Joaquim Madeira, respondeu nos seguintes termos: “Não tenho conhecimento dessa informação”.
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) - 28.10.2004

ASSIM VAI O NOSSO INQUÉRITO

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MOÇAMBIQUE - Eleições 2004
PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Presidente Armando Guebuza - (28 votos)
Presidente Afonso Dhlakama - (32 votos)
Presidente Yacub Sibindy - (1 voto)
Presidente (Ainda não sei) - (2 votos)
LEGISLATIVAS
Partido FRELIMO - (21 votos)
Partido RENAMO-UE - (24 votos)
Partido PIMO - (1 voto)
Partido(Ainda não sei) - (3 votos)
Se é cidadão votante não deixe de responder ao inquérito que está no Blog à esquerda. O sistema não permite a repetição de voto. Grato e acompanhe os resultados!

Americanos, Mondlane, Salazar e MRPP

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Salazardn
Texto do Prof. Adelino Maltez, no seu blogue “sobre o tempo que passa” intitulado, “Americanos, Mondlane, Salazar e MRPP”, onde é abordada uma temática já velhinha e nunca devidamente explorada e estudada, para o "bom" ou para o "mau": “o movimento dos milhões de dólares norte-americanos na guerra colonial”; agora ainda mais actual com a publicação de um livro do antigo sub-secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos da administração Clinton, senhor Witney Schneidman. Um apontamento a ler e meditar.
Visitem, pois:
http://tempoquepassa.blogspot.com/2004/10/americanos-mondlane-salazar-e-mrpp.html

Moçambique e Suazilândia - Há avanços para eliminação de vistos de entrada

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A eliminação de vistos de entrada entre Moçambique e Suazilândia é um assunto que ainda está na mesa de negociações entre os dois países, mas já há avanços significativos para se chegar a um desfecho positivo.
Esta informação foi avançada pelo Alto- Comissário da Suazilândia em Maputo, Cartom Dlhamini, à margem da visita que a Rainha-Mãe `Indlovukasi´ efectua ao nosso país.
Dlhamini adiantou, contudo, que os dois países têm em comum vários projectos de desenvolvimento, tais como o dos Libombos, da reabilitação da fronteira que separa Moçambique e Suazilândia com o objectivo de facilitar a circulação de pessoas e bens.
Segundo o Alto-Comissário do reino suázi, a reabertura da fronteira de Goba, que durante muitos anos esteve encerrada facilitará de algum modo a realização de negócios nos dois países.
Para além de visitas a várias instituições de carácter social e económico, `Indlovulasi´ manterá encontros privados com algumas individualidades nacionais...
fonte: NOTÍCIAS - IMENSIS - 28.10.2004

Realizado sorteio para as legislativas

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A Coligação Renamo-UE e os partidos Frelimo e PDD encontram-se posicionados nos três primeiros llugares no boletim de voto para as terceiras eleições legislativas do país.
Segundo ditou ontem o sorteio realizado pela CNE. O sorteio enquadra-se nos preparativos para a realização das terceiras eleições gerais e abrangeu os 20 partidos políticos previamente apurados pela CNE para concorrerem à Assembleia da República, nas legislativas de 1 e 2 de Dezembro.
A realização do sorteio compreendeu três fases. Na primeira, foram sorteadas as três formações que irão concorrer nos treze círculos eleitorais definidos por lei, nomeadamente, Renamo-UE, Frelimo e PDD, tendo a `perdiz´ ganho o primeiro lugar, o `Batuque e Maçaroca´ o segundo, e o `Pangolim´ o terceiro. Estes partidos apresentam candidaturas para os onze círculos eleitorais e para os dois do estrangeiro.
A segunda fase compreendeu os partidos e coligações de partidos que irão concorrer nos onze círculos nacionais para, se seguida, serem sorteadas as formações que se inscreveram em apenas alguns círculos do interior do país.
Depois de cerca de duas horas e meia de trabalho, o sorteio ditou que as formações políticas que se seguem aos primeiros três no boletim de voto fossem o PARENA, Sol, Ecologistas, PIMO, Pasomo, PUM, Parede, PT, PDD, FAO, MBG, CDU, PAZS, UD, PALMO, USAMO e PADELIMO...
fonte: NOTÍCIAS - IMENSIS - 28.10.2004

27/10/2004

Crimes da FRELIMO antes e depois da independência

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Varanda de Lisboa
Por Manuel Amaro Bernardo
(...) Uria Simango, Joana Simeão e Lázaro Kavandame são apenas alguns dos milhares de opositores mortos em condições degradantes pelo regime de Samora Machel (...)
Paula d' Oliveira, in "DN" de 4-10-2004
Esta leitora do "Diário de Notícias" salienta, em carta ao Director, que "não se compreende, aliás, o burburinho que o livro de Barnabé Lucas Ncomo tem vindo a originar". É intitulado "Uria Simango; Um Homem, Uma Causa" e foi apenas publicado em Moçambique. No entanto, teve direito a uma página daquele matutino lisboeta, que incluía uma entrevista com o autor. Seria de muito interesse que a Ed. Notícias, do mesmo grupo editorial do "DN", lançasse a sua edição, em Portugal, para os portugueses o poderem apreciar convenientemente ...
De facto o assunto já tinha sido noticiado noutros jornais portugueses, como eu refiro no meu trabalho, publicado em 2003 ("Combater em Moçambique; 1964-1975"). O primeiro a fazê-lo terá sido "O Diabo" de 1-3-1983, onde se afirma nomeadamente que "apesar da FRELIMO ter afirmado estarem vivos e internados num campo de reeducação, o seu fuzilamento é igualmente confirmado por um dos textos do Ministério da Segurança de Moçambique divulgados pela revista «Scope», não obstante a garantia dada por Samora Machel, ao rei dos belgas, de que as vidas dos políticos oposicionistas seriam poupadas, foram condenados à morte e executados".
Cerca de doze anos depois, o "Público" (Magazine), de 25-6-1995, publicava uma impressionante peça jornalística com várias páginas, onde, a certa altura, afirmava:
(...) Joana Simeão foi amarrada, regada com gazolina e queimada viva,
juntamente com Lázaro Kavandame, Raul Ribeiro, Arcanjo Kambeu, Júlio Nihia, Paulo Gumane, reverendo Uria Simango e o padre Mateus Gwengere, numa vala próxima da estrada M'telela (ex-Nova Viseu e campo de reeducação desde Novembro de 1975) - Lichinga (ex-Vila Cabral), no Niassa, em 25-6-1977, enquanto os soldados cantavam hinos revolucionários. (...)

Este matutino também esclarecia que, naquele campo de reeducação, se faziam espancamentos "públicos", em frente dos restantes detidos, e que dos 1.800 prisioneiros entrados desde Novembro de 1975, apenas terão saído cerca de 100. Como refiro no meu trabalho, aquelas notícias do "Público" nunca foram desmentidas pelas autoridades moçambicanas.
É curioso que Barnabé Ncomo, depois de 15 anos de investigação, ainda não tenha conseguido precisar a data da morte de Uria Simango e dos seus companheiros. De qualquer modo não contraria o que foi afirmado por aqueles jornais e afirma: "Fuzilado ou queimado vivo" e que a execução terá ocorrido entre 1977 e 1980, apontando mais para 1977 ou 1978.
Recorde-se que em 25 de Junho de 1977 (a avançada pelo "Público"), se comemorava o 2° aniversário da independência de Moçambique.
Os prisioneiros antes e depois da independência
A leitora do "DN", Paula d' Oliveira tem igualmente razão quando afirma que “em 1974 e nos anos seguintes, quem se interessasse pelo que realmente se passava no Moçambique de Machel, não tinha qualquer dificuldade em descobri-lo - todos os dias se ouvia falar de campos de reeducação, de assassinatos(…)”.
De facto, como refiro no meu trabalho, já em 1-2-1976, o semanário o “Tempo" denunciava existência na Cadeia da Machava (Lourenço Marques/Maputo), de 14 portugueses presos ainda sob a soberania portuguesa (entre 21-3 e 24-5-1975) e de 72 após a independência. Aliás, por todo o território existiriam portugueses detidos, desde Pemba, em Cabo Delgado (cinco), a Tete, assim como em Bilibiza (quatro) e na Cadeia Civil da Beira (22).
Em 1980, o General Galvão de Melo ("Continuar Portugal"), que se batera pelo repatriamento dos portugueses naquelas condições, na Assembleia da República (1.° trimestre de 1977) e noutras organizações internacionais, afirmava:
(...) No caso de Moçambique, as diligências praticadas levaram à libertação e posterior repatriamento para Portugal de elevado número de portugueses. Com efeito e de acordo com as informações mais recentes que possuímos, de mais de duzentos que ali estavam presos até 1976, encontram-se agora apenas 40 cidadãos nacionais, detidos em todo o território moçambicano, por delitos de direito comum. Temos além disso conhecimento da existência de não mais de quatro presos antes da independência, em cumprimento de pena. (...)
Se bem que, com aquele tipo de regime, seria muito difícil discernir entre os de natureza política e os de delito comum...
"Para que o mundo (e os portugueses) não esqueça"
Samora Machel acabaria por ser vítima do regime que montou em Moçambique depois da independência. Viria a ser morto num "acidente" de aviação, numa viagem de Lusaka para Maputo, em 19-10-1986. E apesar de Joaquim Chissano ter denunciado em 16-7-1987, o carácter criminoso da ocorrência, posteriormente permitiu a interrupção da investigação e a cedência às teses sul-africanas do acidente, apesar da posição contrária dos soviéticos.
A viúva Graça Machel, que casou com o prémio Nobel da Paz, Nelson Mandela, em 18-7-1998, tem mantido uma "luta inglória" para esclarecer definitivamente a morte de Samora. Ainda nos princípios de Julho de 1998 afirmava à Imprensa que "estava muito magoada com o Governo e o Estado moçambicano”, acrescentando também, que "as investigações apontavam para uma conspiração envolvendo pessoas da África do Sul, do Malawi e de Moçambique".
Além da "natural" responsabilidade dos dirigentes do PCP e do PS da altura, no processo de descolonização, recordo as palavras de Melo Antunes antes de falecer (Julho de 1999):
“(…) Muitos responsáveis políticos portugueses têm dito que a descolonização foi a que era possível. Acho que não é assim. Considero que a descolonização foi uma tragédia. Foi uma tragédia a maneira como a descolonização acabou por se realizar. Tal como a colonização o foi. Os dois aspectos estão ligados.
Não assumo a responsabilidade do que hoje lá se vive. Isso tem a ver com os movimentos e os seus líderes. Assumo a responsabilidade das negociações para a descolonização não terem sido conduzidas de modo a evitar situações, que acabaram por “descambar" naquilo que hoje existe nos ex-territórios portugueses africanos, (…)

De facto, corno afirmou Manuel Monge, a descolonização foi feita na defesa dos interesses políticos da União Soviética, dos seus aliados e dos seus movimentos no terreno. Foi contra os interesses permanentes de Portugal, dos portugueses residentes em território sob a nossa administração e contra os interesses da população.
O DIABO - 05.10.2004

Governos de Moçambique e da Tanzania pretendem reforçar a cooperação e construir a ponte da Unidade

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O presidente da República, Joaquim Chissano, recebeu em audiência, ontem, no seu gabinete de trabalho, o Primeiro-Ministro da Tanzânia Frederick Sumaye, que era portador de uma mensagem do Presidente Benjamim Mkapa, na qual se reafirma a vontade de reforçar a amizade e cooperação entre os dois país.
No final do encontro, o Primeiro-Ministro da Tanzânia disse ter informado o Presidente Joaquim Chissano que existem boas relações de amizade e que é seu desejo cooperar mais com Moçambique, principalmente em áreas económicas para que os dois povos tirem mais proveito das suas independências e tenham uma vida melhor.
O patrulhamento ao longo do rio Rovuma, o projecto do Corredor de Mtuara e a construção da chamada Ponte da Unidade a ser erguida sobre o Rovuma, foram temas passados em revista durante o encontro. Considerada estratégica na dinamização das relações entre os dois países, não foi ainda desta feita que ficou definida a data para o arranque do projecto.
Frederick Sumaye disse que há uma grande vontade para que o projecto arranque o mais breve possível e que vai ser iniciado o estudo de viabilidade económica e o desenho do projecto.
Ainda na manhã de ontem, Primeira-Ministra de Moçambique e o Primeiro-Ministro da Tanzânia afirmaram que querem agora avançar para a implementação do projecto de construção da Ponte da Unidade entre as duas nações, uma das acções que constam do acordo de Mtwara, assinado entre os Chefes do Estado dos dois países...
fonte: TVM - 26.10.2004

NIPEPE, NIASSA, MOÇAMBIQUE

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De um moçambicano amigo, residente no Brasil, transcrevo:
Tempos atrás e prevendo as dificuldades que este Amigo brasileiro de Serra Negra/São Paulo, desinteressado e motivado pelo desejo de fazer bem ao sofrido povo humilde de Nipepe, iria encontrar por terras do Norte de Moçambique, deixei aqui e na net apelo para possível ajuda...

...Apelo que reitero porque sinto em suas palavras a continuidade de enormes obstáculos, inclusivé de saúde (malária) para levar a bom termo sua missão.

...Apelo que repito e em meu nome agradeço, porque servirá de estímulo e encorajamento nos inúmeros momentos de desânimo que muitas vezes atormentam o Padre Eugénio ao sentir-se pequeno perante a gigantesca missão a que se propôz.

Quero frisar que este jovem Padre nada me pediu e que a iniciativa de tentar envolver meus Amigos ligados a Moçambique em eventual apoio ao mesmo, é de minha total responsabilidade e surgiu da emoção e admiração por alguém que, sem qualquer ganho material e sem nada ter a ver com Moçambique, sob a Benção de Deus, se ofereceu corajosa e humanitáriamente a partir para o continente africano em ideal de solidariedade pelo povo mais simples e pobre de Moçambique.

Para os Amigos que o quiserem auxiliar, incluindo todos os Amigos que estão em Moçambique, aqui repito o seu endereço para contato:

Padre José Eugénio Favero = E-mail: jefavero@uol.com.br
Caixa Postal 173
Cep 92500 - Cuamba (Via Nampula)
NIASSA - MOÇAMBIQUE
==================
É necessário colocar, para facilitar, "Via Nampula"
==================
Conta-Corrente em Moçambique:
José Eugénio Favero
cc 83021913
Ag. 514 - Banco Internacional de Moçambique
==================
Encontra-se em Nipepe, como responsável pela Paróquia de São João de Brito, subordinada à Diocese e ao Bispo de Lichinga que, por sua vez, estão subordinados ao Arcebispado de Moçambique em Maputo.

Tirar de Um Bolso para Meter Noutro

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PUBLICO - 25 de Outubro de 2004
Por DIOGO GOMES DE ARAÚJO
Na última Assembleia Anual do Banco Africano de Desenvolvimento, que ocorreu no Uganda, no passado mês de Maio, o Presidente Museveni decidiu desafiar a comunidade de doadores que participavam no evento. No seu estilo de ex-guerrilheiro rendido ao fato e à gravata referiu que o continente africano padecia de dois tipos de males: endógenos e exógenos. Do lado dos endógenos referiu-se simplesmente à "propensão para o atraso" dos africanos, a qual, a seu ver, condiciona gravemente o desenvolvimento do continente.
Museveni queria dizer com esta "propensão para o atraso" que muitos líderes africanos, políticos ou empresários, não pensam estrategicamente no longo prazo, estando mais interessados no imediatismo dos seus resultados. Referia-se às opacas contas do petróleo, cujas receitas das produções vendidas já para os próximos 25 anos, continuam a engordar chorudas contas na Suíça. Referia-se também ao potencial turístico de algumas regiões, que mais não será do que uma miragem se não forem construídas as necessárias infraestruturas.
Falava também dos empresários que nas florestas ou nos campos de diamantes ou petróleo, nos campos de caju ou de algodão, só se preocupam com o lucro oportunista, fruto de um produto destituído de valor acrescentado. Para terminar esta sua ideia, Museveni referiu com um travo de humor negro que para muitos países africanos o objectivo económico é mesmo estagnar. É que quando isso acontece é sinal de que, pelo menos, não se regrediu...
Quanto aos factores exógenos, o líder africano foi mais contundente. Com a confiança de quem está a jogar em casa, começou por dizer que África não precisava de qualquer ajuda financeira do exterior. Perante as bocas abertas e os sorrisos sarcásticos que começavam a surgir na plateia, continuou defendendo que o que o povo africano precisa é simplesmente de igualdade de oportunidades e de tratamento para a colocação de produtos nos mercados internacionais.
Perante uma audiência composta por políticos africanos de um lado, e por funcionários públicos ocidentais do outro, as reacções variaram entre o apoio e a consternação. Reflectindo sobre estas palavras é efectivamente paradoxal que os governos que levantam barreiras contra os produtos produzidos no terceiro mundo, são os mesmos que lhes concedem apoios para desenvolver a sua economia.
Na Assembleia do Banco Mundial e do FMI, que recentemente teve lugar em Washington, foram os EUA que saltaram para cima da mesa com a proposta de se concederem apenas doações aos países mais pobres, acabando com os empréstimos ultra-bonificados. Já o Reino Unido avançou com uma outra solução mais corajosa: a de pagar 10 por cento das dívidas que os países mais pobres do mundo têm para com o BAD e o BM, não sendo ainda claro se o fará imediatamente ou se vai esperar que os demais credores assumam os restantes 90 por cento.
Apesar de admitir que ambas estas propostas podem ter alguma razão de ser, podendo mesmo ser justificadas em alguns casos particulares, seria interessante ver algum líder ocidental a avançar com uma proposta em linha com o que o que foi defendido por Museveni.
Enquanto isso não acontece, fica a sensação de que a generosidade do mundo ocidental não passa de um jogo de bolsos, onde se tira de um para meter noutro.
*Representante Português no Banco Africano de Desenvolvimento

Eduardo Mondlane, fundador da FRELIMO, foi financiado pela CIA

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José Pestana, da Agência Lusa Washington, 26 Out (Lusa)
Eduardo Mondlane, fundador e primeiro presidente do movimento nacionalista moçambicano FRELIMO, foi durante anos apoiado financeiramente pelos serviços de espionagem norte-americanos, CIA.
O livro "Engaging Africa: Washington and the Fall of Portugal's Colonial Empire" (Envolvimento em Africa: Washington e a Queda do Imperio Colonial de Portugal) é de autoria de Witney Schneidman, antigo vice-secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos na administração Clinton.
A obra confirma também anteriores alegações de que o dirigente nacionalista angolano Holden Roberto, presidente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) também foi financiado directamente pela CIA, durante vários anos.
O livro, de 280 páginas detalha minuciosamente e com base em documentos oficiais e dezenas de entrevistas com personalidades norte- americanas e portuguesas, as relações dos Estados Unidos com Portugal e com os movimentos independentistas das ex-colónias portuguesas, particularmente Angola e Moçambique, desde o início dos anos 60 até à independência de Angola (Novembro de 1975).
Schneidman refere que o primeiro encontro de Eduardo Mondlane com um membro da administração norte-americana foi estabelecido durante o governo do presidente John Kennedy, quando o dirigente nacionalista se reuniu, no início de 1963, com o irmão do presidente (Robert Kennedy), então Procurador-Geral dos Estados Unidos da América.
De acordo com a descrição do encontro, obtida através de memorandos e entrevistas com alguns dos participantes, o encontro começou mal, com Robert Kennedy a interromper Mondlane quando este começou a criticar a política norte-americana no Vietname, dizendo ao líder nacionalista que estava "mais interessado em ouvir os problemas de Moçambique".
Mondlane teria depois explicado a situação em Moçambique, afirmando que seria "trágico" se "a indiferença e ignorância" e a necessidade de "agradar" a Portugal impedissem os Estados Unidos de estar "na frente do combate pela liberdade".
"No final do encontro de uma hora, Mondlane e Kennedy tinham estabelecido uma relação forte, baseada numa visão comum sobre o futuro em África e Moçambique," lê-se no livro.
"Embora o Procurador-Geral não se tenha comprometido sobre o apoio oficial americano, disse a Mondlane que queria pessoalmente ajudá-lo e à sua família," acrescenta Schneidman, destacando que, no final do encontro, Kennedy entregou um cheque pessoal de 500 dólares a Mondlane.
Poucos dias depois deste encontro, Mondlane reuniu-se em Washington durante duas horas com Averrel Harriman, sub-secretário de Estado para questões políticas.
"Os dois saíram da sua conversa de duas horas com um respeito mútuo profundo", afirma o livro, que cita como fonte para os pormenores do encontro um dos seus intervenientes.
Porém, tanto o secretário de Estado Dean Rusk como o sub- secretário de Estado George Ball recusaram-se a reunir-se com Mondlane, reflectindo o início do que seria uma longa luta entre várias facções governamentais americanas sobre como lidar com os movimentos nacionalistas e, ao mesmo tempo, manter boas relações com Portugal.
Enquanto Ball afirmou que o encontro "não serviria para nada" e Dan Rusk manifestou reservas sobre a actuação de Mondlane, outros continuaram a pressionar para que fosse concedida ajuda ao nacionalista moçambicano descrito num documento por um outro funcionário como "muito determinado, directo e inteligente".
O livro relata que, em Abril de 1963, foi feita a primeira proposta de ajuda clandestina a Eduardo Mondlane. Um documento garante ao sub-secretário de Estado George Ball que "a Agência (a CIA) está absolutamente confiante que o podem fazer pela calada".
Uma carta entregue ao influente Procurador-Geral Robert Kennedy afirma, no entanto, que "o dinheiro não deve ser dado partindo do princípio que se pode controlar Mondlane".
"De facto seria uma idiotice tentar controlá-lo, porque essa tentativa iria prejudicar a sua utilidade para nós. A verdade é que nós não podemos controlá-lo; podemos apenas confiar nele. Apoiar Mondlane será um bom investimento para nós, porque o seu programa representa a melhor e única esperança para uma solução relativamente pacífica para o problema moçambicano," diz o documento.
Nessa Primavera, a CIA entregou um "subsídio" de 60.000 dólares a Mondlane, que foram canalizados através do Instituto Afro-Norte-Americano, em Nova Iorque.
Ao discutir, mais adiante, a política do governo do presidente Lyndon Johnson o livro refere que, quatro anos mais tarde, em 1967, "o apoio financeiro" a Mondlane continuava, "mas sem aumento dos desembolsos".
Por essa altura, as relações entre os Estados Unidos e Mondlane estavam já a deteriorar-se e o último contacto oficial entre o líder nacionalista moçambicano e entidades norte-americanas decorreu em Nairobi (Quénia), em Setembro de 1968, quando num encontro privado com "influentes" personalidades americanas, Mondlane teria mostrado a sua irritação pela "incapacidade" e "falta de vontade" do governo dos Estados Unidos em ser mais agressivo e eficaz nas suas pressões sobre Portugal".
O encontro deu-se numa altura em que a FRELIMO estava também a atravessar uma grave crise interna e, segundo intervenientes, Mondlane estava "tenso e preocupado" devido a isso.
O encontro de Nairobi "marcou o fim do contacto oficial dos Estados Unidos com os nacionalistas que estavam a lutar pela independência de Moçambique e também o fim de uma relação estreita".
Mondlane foi assassinado alguns meses depois, em Fevereiro de 1969, num acto que o livro culpa, sem dar pormenores, a polícia secreta portuguesa PIDE em associação "com dissidentes dentro da FRELIMO".
O livro confirma, por outro lado, que o dirigente nacionalista angolano Holden Roberto recebeu durante muitos anos financiamento por parte da CIA. Esse financiamento começou em 1961 quando Holden Roberto começou a receber 6.000 dólares anuais, o que "foi, posteriormente, aumentado para 10 mil dólares/ano".
Em Julho de 1974, quando a guerra civil em Angola se avizinhava, o financiamento foi aumentado para 25.000 dólares.
No início de 1975 foi aprovada uma doação de 300 mil dólares a Holden Roberto, mas o encontro de alto nível que aprovou essa doação recusou uma outra proposta para doar 100 mil dólares "para se abrir uma janela a Jonas Savimbi" que, ironicamente, viria mais tarde a ser o principal aliado dos Estados Unidos em Angola.
26-10-2004 (Fonte : Agência LUSA)

Breve Perfil Psicológico dos Candidatos

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Breve Perfil Psicológico dos Candidatos (a partir da imagem e do percurso político)
autoria de João CRAVEIRINHA
Moçambique – Especial Eleições 2004
Raul Domingos – Esclarecido mas vaidoso e ressentido contra a Renamo. Nasceu em Tete, vive em Maputo.

Armando Guebuza – Bem organizado e anti-Machel mas humilha-se aos empresários portugueses e bóeres. Falências empresariais no activo. Surge como ruptura do Chissanismo. Nasceu em Nampula mas cresceu em Lço Marques (caMpfumo) hoje Maputo.
Afonso Dlakhama – Autoritário e tradicional e subserviente aos portugueses e americanos. Admirador do estilo de Samora Machel. Ressentido com os bóeres. Afinidade com o Zimbabué. Vive em Maputo.
Ya-qub Sibindy – Esclarecido mas exibicionista (turbante e cavanhaque) e de tendência islâmica xiita apesar de sunita convertido. Combate o racismo indiano (paquistanês) anti – negro, no seio do Islamismo em Moçambique. Vive em Maputo.
Carlos Reis – Esclarecido mas muito regionalista pró Zambézia e desconfia dos portugueses que conhece bem. Viveu e foi discriminado em Portugal. Actualmente entre Maputo e Quelimane. ■
(Continuaremos a acompanhar o evoluir das campanhas)

26/10/2004

Malehice pára e festeja aniversário de Chissano

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Chissano02
A comunidade de Malehice, ofereceu sábado último ao Presidente da República, Joaquim Chissano, uma cadeira ''para o merecido repouso'' quando abandonar a chefia de Estado.
Dos familiares, nomeadamente irmãos e sobrinhos, Chissano recebeu um exemplar da Bíblia, para que ''descanse enquanto lê este livro'', um fato macaco, dois pares de botas, uma catana e um chicote, para simbolizar o seu regresso ao trabalho no campo.
Estes foram os momentos mais maracantes da festa havida em ambiente informal naquele posto administrativo por ocasião da passagem, a 22 de Outubro, do sexagessímo quinto aniversário natalício do Presidente da República.
NOTÍCIAS - 25.10.2004

25/10/2004

Para o Projecto de Alfaiataria

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INVESTIDOS CERCA DE 5 MIL USD PARA CONSTRUÇÃO DE ALFAITARIA
- projecto vai beneficiar 300 mulheres de Anchilo
Cerca de 5.5 mil dólares americanos é o montante disponibilizado pela embaixada americana para implementação de um projecto de alfaiataria que irá beneficiar cerca de trezentas mulheres do posto administrativo de Anchilo em Nampula.
O projecto foi concebido pelo gabinete da primeira dama da província, Celma Valy, no âmbito de
apoio às mulheres carentes deste ponto da província.
Falando ao nosso jornal, Celma Valy reconheceu a existência de graves constrangimentos em relação
ao empreendimento, resultantes da oscilação do dólar americano no mercado cambial, e que poderão
obrigar a profundas reduções em termos de equipamento, nomeadamente máquinas de costura e respectivos acessórios e tecidos.
O projecto foi elaborado há três anos e só agora é que foram desembolsados os fundos para o mesmo, facto que está na origem dos citados constrangimentos e que nos obrigam a suprimir certas componentes. Revelou Celma, por ocasião do lançamento da primeira pedra da implantação do projecto.
Num outro desenvolvimento, a primeira dama da província deu a conhecer que outro programa do género, avaliado em cerca de 85 milhões de meticais, irá ter lugar em Angoche para um grupo de mulheres daquele distrito costeiro , sob o patrocínio do Gabinete da Primeira Dama do país, Marcelina Chissano.
WAMPHULA FAX - 26.10.2004

RAZAK E VAQUINA “ FRELIMIZAM” CRIANÇAS

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As Crianças de Nampula, na sua maioria filiadas à Organização dos Continuadores de Moçambique (OCM), são convidadas a envolverem-se em acções de mobilização dos seus pais a votarem na FRELIMO e no seu candidato, Armando Guebuza.
O convite foi formulado por Abdul Razak, governador e candidato à Assembleia da República, pela bancada da FRELIMO, por ocasião do 19º aniversário daquela agremiação, ontem assinalado em
todo o país.
Solicito às crianças aqui presentes para mobilizarem os seus pais, os seus titios e amigos para participarem nas eleições, votando na FRELIMO e no seu candidato, Armando Guebuza. Disse
Razak , adiantando que ao nível do parlamento infantil, as crianças podem também intervir na vida sócioeconómica e política do país. Sustenta que o seu partido tem capacidade e competência suficientes
para dirigir os destinos do país, em prol do bem estar social do povo moçambicano.
A necessidade da “Frelimização” das crianças foi ainda referenciada por Alberto Vaquina, 1º secretário do
comité da cidade, que, no seu discurso, apelou para a criação da cultura de patriotismo.
Vaquina entende que toda a população, independentemente de idade, sexo, etnia ou filiação política é
chamada à responsabilidade de valorizar a sua pátria. Dirigindo-se à “pequenada”, Vaquina observou a
importância da participação massiva do eleitorado eleições gerais agendadas para os primeiros dois dias do mês de Dezembro. Aliás, a nossa reportagem constatou que quase todas as crianças que se dirigiram à Praça dos Heróis Moçambicanos, levavam consigo diversos artigos ostentando o símbolo da FRELIMO.
Importa referir que, ao nível da cidade de Nampula, a passagem de mais um aniversário da Organização
dos Continuadores de Moçambique foi marcada por uma ausência total da oposição nas cerimónias oficiais.
WAMPHULA FAX - 26.10.2004

FRELIMO PROMETE INVERTER

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A FRELIMO em Nampula afirma-se plenamente convicta que o cenário que se observou no processo autárquico em alguns municípios desta região, que proporcionou algumas vitórias à oposição, poderá ser invertido nas eleições de Dezembro próximo, a avaliar pela receptividade que tem granjeado nas actuais jornadas de “caça” ao voto. Aliás, no périplo efectuado pela brigada central naqueles municípios, sobretudo, Nacala-Porto e Angoche, foi manifesta a confiança que o povo ainda mantém em relação à Frelimo e ao seu candidato.
Luciano Augusto, chefe do Gabinete Eleitoral da Frelimo, reiterou ao Wamphula Fax que o seu partido
irá imprimir uma nova dinâmica, que incluirá a divulgação da personalidade do seu candidato à “ponta
vermelha”, Armando Guebuza.
Para além de pedirmos o voto, queremos que a população engrosse as fileiras das mesas de voto. Disse a concluir.
Entretanto, na cidade de Nampula, aquela formação política saiu à rua no último fim de semana no
habitual “namoro ao voto”, privilegiando uma manifestação em algumas artérias da cidade de Nampula,
cujo desfile culminou com a realização de um show-mício no posto administrativo de Namicopo, o maior
circulo eleitoral deste ponto da província. Enquanto que no domingo o alvo foi a feira dominical, onde, igualmente, teve lugar uma reunião popular.
Abdul Razak candidato a deputado da AR pela Frelimo, intervindo assegurou que todas as promessas
feitas pelo presidente Chissano a cerca da construção da estrada que liga o aeroporto ao posto administrativo de Namicopo e de um centro de saúde no mesmo bairro serão concretizados no prosseguimento da governação da Frelimo.
Em relação à Feira dominical, Razak garantiu que foi já identificado um local adequado onde a mesma
se irá instalar em moldes definitivos.
WAMPHULA FAX - 26.10.2004

Uso abusivo do poder

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Um patético administrador, do distrito de Mavago, situado a norte da província de Niassa, assumiu, a plenos pulmões, entrevistado pela TVM - estação pública moçambicana - que tinha ordenado agentes da PRM a retirarem a bandeira da “perdiz” hasteada numa residência de um dos seus membros.
O argumento do referido administrador foi de que a bandeira estava em local impróprio: casa de alguém.
Com ar de satisfação, como quem cumpriu com zelo e dedicação a sua missão, foi a aparição dos agentes da PRM, que perante as câmaras da TVM exibiram já na esquadra local a bandeira que acabavam de confiscar aos membros do maior partido da Oposição, cujo crime cometido é a “exibição de
material de propaganda em local impróprio”.
Não é necessário fazer tanta ginástica para nos apercebermos que estamos perante uma gravíssima ilegalidade de todos os envolvidos: administrador e agentes da PRM, estes últimos porque a lei concede-lhes a faculdade de recusar cumprir ordens ilegais.
Percorrida a Lei nº7/2004, de 17 de Junho, a-propósito da afixação de material de campanha, retemos as seguintes proibições:
- A fixação de cartazes ou realização de pinturas, murais em monumentos nacionais, templos e edifícios religiosos, sedes de órgãos do Estado a nível central e local ou onde vão funcionar as assembleias de voto, nos sinais de trânsito ou placas de sinalização rodoviária ou ferroviária e no interior das repartições ou edifícios públicos.
Quanto aos edifícios ou locais privados, a sua utilização carece, apenas, de autorização dos seus usufrutuários ou proprietários. A Acção da “perdiz”, em Mavago, de colocar a bandeira numa residência do seu membro, autorizada pelo seu proprietário, é perfeitamente normal e acima de tudo legal.
Já o comportamento do administrador de Mavago, aparentemente isolado, é no entanto revelador do “modus vivendi” de alguns dirigentes, que nas zonas recônditas deste país usam e abusam do seu poder.
Já agora, a zelosa Polícia, não viu, no entanto, ilegalidade na actuação do governador de Gaza, Rosário Mualeia, que fez propaganda política, último fim de semana, em local normal de culto: Na Igreja Assembleia de Deus, onde foi apelar aos crentes, durante a missa dominical para ter atenção em quem
votar, porque “os outros” podem fazer regredir o país.
Refira-se que a legislação moçambicana proíbe expressamente o exercício de propaganda política nos locais normais de culto.
JAQUES FELISBERTO - IMPARCIAL - 26.10.2004

Viva Auschwitz !

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Oitava côr do arco-íris
Celso Manguana - IMPARCIAL - 22.10.2004
Está claro para todos que Joaquim Chissano não poupa meios para que Armando Guebuza durma na cama que hoje ele ocupa no palácio da Ponta Vermelha. E para isso, aceita dar voz a discursos de uma absurdo aterrador.
Aceita que a versão doméstica do Auschwitz nazi «foi um bom programa socializante».
Assume que a desumanização e coisificação dos moçambicanos arrastados para o Niassa na famigerada “ Operação Produção” foi um boa opção. Tão boa opção que milhares de moçambicanos pereceram na selva onde algumas mentes geniais deliraram ser possível construir uma cidade. Foi tão bom programa que muitas famílias continuam a chorar o paradeiro de parentes arrastados para o
Niassa.
Foi tão programa que a idealizada cidade do Unango não passa de um fantasma na mente de todos que perderam os seu familiares, á custa do sonho parido na Rua Pereira do Lago.
O sonho de uns é o pesadelo de muitos.
O mais grave é Chissano ter defendido a sua tese sobre a “ Operação Produção” num encontro com jovens dirigentes do amanhã que podem acreditar que o combate ao desemprego pode passar pela fórmula frelimista dos anos oitenta.
Ninguém está a pedir que o Chefe de Estado peça desculpas pela “ Operação Produção” .
Mas dá direito à indignação quando ele recusase a aceitar que o referido programa merece lugar na lista dos horrores contra a humanidade.
É o exemplo do que os jovens nunca devem fazer. É o exemplo do que nunca deve ser feito.
Também, dá direito à indignação quando o Presidente da República tenta ilibar Armando Guebuza da “Operação Produção”. Temos consciência de que «foi um programa da Frelimo sob liderança de Samora Machel», mas Guebuza foi o seu rosto visível. Não nos perguntem se quis ou não.
Mas a “Operação Produção” continua associada a Armando Guebuza. Falta de polidez é tentar acusar a quem já não se pode defender.
Samora Machel está morto e os mortos não mentem. Os vivos não hesitam em mentir em períodos de campanha eleitoral. Até vão ao ponto de dizer viva Auschwitz. Amanhã dirão viva Hitler.

Cinco anos do executivo de Chissano(18)

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MINISTRO DA ADMINISTRAÇÃO ESTATAL
José António da Conceição Chichava, nota 2,2
A Reforma do Sector Público foi o trunfo que José Chichava acreditou ter para arremessar aos moçambicanos. Muitos foram os que acreditaram que a referida reforma iria funcionar como uma espécie de panaceia para o caos que tem sido o funcionamento do Sector Publico. Não era para menos, porque no Sector Público a excessiva burocracia e a consequente corrupção são um verdadeiro cancro ao desenvolvimento de Moçambique. Mas, lamentavelmente, a reforma chichavaniana não funcionou. Ficou-se pelos habituais e enfadonhos estudos e seminários em que os génios papagueiam, mas os resultados não se fazem sentir.
Fora algumas raras excepções, o cenário no sector público continua caótico. Ainda não se faz um aproveitamento visível das novas tecnologias de informação, cuja utilidade não merece questionamento.
Mas não deixa de ser louvável o esforço do Ministério da Administração Estatal. Mas muito mais devia ser feito.
Aliás, parece-nos que José Chichava colocou no topo da sua agenda o aliciamento das autoridades comunitárias, ontem chamadas de autoridades tradicionais e, antes de ontem, banidas e perseguidas pelo Poder Político. E como no tempo colonial os nossos reis, condes e duques já têm fardamento. Fardados ficam mais bonitos aos olhos da comunidade internacional.
Mas claro, o objectivo é colocar as autoridades tradicionais ao serviço da caça ao voto do partido da Rua Pereira Lago. Por isso, têm lugar privilegiado na tribuna de um certo secretário-geral.
Mas, na nossa opinião, a medida mais polémica foi o novo horário de trabalho da Função Pública. A implicação mais óbvia foi a redução do tempo de trabalho dos funcionários públicos.
Entram às 7h30m, ás 9h fazem intervalo para "mata –bichar" e ás 12h vão a casa almoçar. Retomam ás 14h e ás 15h30m vão a vida. O novo horário só é exequível nas instituições que possuem capacidade de
fornecer almoços aos seus funcionários. De contrário, o horário da Função Pública é um verdadeiro hino aos preguiçosos. E Moçambique não se pode dar ao luxo de incentivar e decretar a preguiça. José Chichava fica com a nota 2,2 na nossa escala de 0 a 10.
CELSO MANGUANA - IMPARCIAL - 22.10.2004

Corrupção combatida por corruptos!

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Já faz cerca de uma semana que os candidatos às eleições presidenciais e legislativas de 1 e 2 de Dezembro próximo têm percorrido o país procurando demonstrar que possuem as melhores soluções
para a solução dos inúmeros problemas que ainda se abatem sobre a sociedade moçambicana.
Nos seus discursos, os candidatos sobretudo os presidenciáveis coincidem nas promessas que fazem ao eleitorado e o combate à corrupção surge como o “cavalo de batalha” de todos eles.
Costuma-se dizer que em tempo de campanha todo o tipo de promessa vale, mas há promessas que, quando analisadas de quem as faz, deixam no ar uma série de dúvidas e produzem novas reflexões.
De entre várias promessas que tem estado a fazer durante a presente campanha eleitoral, o partido do “tambor e da maçaroca” e o seu candidato Armando Guebuza, propõem-se combater a corrupção e o
“espírito de deixa andar”, alguns dos males que enfermam a sociedade moçambicana pelo menos na era
“Chissanista”.
É curioso que Armando Guebuza surja agora na frente de vanguarda de combate à corrupção, um fenómeno que em Moçambique tem a sua génese na Frelimo, partido que dirige o país à cerca de 30
anos. É na vigência da governação da Frelimo que o país vai assistindo ao enriquecimento “fácil” e duvidoso de muitos dirigentes frelimistas em detrimento de larga maioria de moçambicanos condenados
a viverem na pobreza.
Levou muito tempo para que o Governo da Frelimo reconhecesse publicamente a existência da corrupção no país e só recentemente, com o avolumar de críticas tanto ao nível nacional como internacional, é que a problemática da corrupção começou a constar da agenda do partido do “tambor
e da maçaroca”.
É neste esforço de tentar “limpar” a sua imagem que a Frelimo acabou exercendo as suas influências junto ao Parlamento que acabou por aprovar a Lei Contra a Corrupção.
Na prática, trata-se de uma lei sem eficácia para o grupo dos chamados “intocáveis”, do qual o presidenciável da "maçaroca e tambor, pode, eventualmente, fazer parte porque a ladainha de ter começado dos patos para empresário de sucesso só serve para piada.
Quantas pessoas comem carne de pato, pelo menos uma vez por mês, no país? Ou exporta, mas a partir de onde?
Para se acreditar no que Armando Guebuza anda por aí a “vender” sobre o combate à corrupção este seria o momento do Governo/Frelimo apresentar publicamente a lista dos corruptos deste país, tal como como no passado foi sendo prometido por altas figuras daquele partido como Eduardo Mulémbwè, quando
era Procurador Geral da República e recentemente, pela Chefe da Brigada Anti-Corrupção na PGR, Isabel Rupia.
Armando Guebuza não se esqueça que os moçambicanos continuam ávidos em saber quem são os corruptos deste país, e não se percebe como é que o candidato da Frelimo se propõe a combater a corrupção se faz parte deste partido que vive e promove a corrupção no seu dia a dia. É preferível que o candidato presidencial da Frelimo fale de outras coisas nesta sua campanha de “caça” ao voto, porque falar de corrupção nesta fase do campeonato, só provoca nojo, e ajuda a divertir alguns dos nossos compatriotas que talvez não vivam no país real.
JOSÉ CHITULA - IMPARCIAL - 22.10.2004

24/10/2004

Não acredito na FRELIMO!

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Olhando de frente, por Charles Baptista
Não acredito na FRELIMO que não sabe perder um jogo democrático, diz que ganhou quando perdeu. Em 1999, para a sua vitória “retumbante”, não hesitou em fazer truques, impondo resultados, claramente, fraudulentos, tendo, para tal efeito, instrumentalizado o reverendo Taimo Jamisse, então presidente da CNE. O Conselho Cristão de Moçambique entra para a História do país como uma reserva combativa da FRELIMO, pois, o actual presidente da CNE é desta agremiação e militante assumido da FRELIMO.
Tenho muitas razões que me levam a estar em oposição à FRELIMO. Ainda estudante liceal, em 1974, aderi, incondicionalmente, à FRELIMO, via na Frente a concentração das aspirações mais profundas do povo na sua titânica luta pela independência nacional e liberdade. A FRELIMO encarnava, então, o ideal do povo que, de armas em punho, combatia o regime colonial-fascista. A FRELIMO representava o povo e
não se havia tornado em partido marxista-leninista, não excluía ninguém, todos eram úteis à revolução.
Porém, começaram a surgir sinais de mau tempo com a reivindicação sistemática e exclusiva de estar a
representar o povo, daí, os abusos de toda a sorte.
Quando o povo ainda se regozijava pelos feitos heróicos da independência, viu essa alegria desvanecer-
se em choros, pranto e ranger de dentes, pois, a dignidade humana estava sendo posta em causa pelos libertadores de ontem que viraram em carrascos, em vários casos, piores que os colonialistas ora expulssos.
Instituída a lei de castigos corporais em praças públicas, restringida a movimentação dentro do país de pessoas e bens pela imposição de guias de marcha. Recolheram-se das cidades compatriotas nossos para terras longínquas por se encontrarem desempregados. Prostitutas encaminhadas para terras distantes a fim de aprenderem uma nova vida. A pena de morte foi aplicada contra cidadãos inocentes, de forma bastante injusta, dos que foram presentes ao julgamento, não tinha direito à defesa, enfrentavam um Tribunal Militar Revolucionário composto por militares ferrenhos da FRELIMO, que viam naquela actividade cruel uma maneira de demonstrar a sua fidelidade aos novos ditadores. Um Tribunal composto de juízes semi-analfabetos e sem nenhuma preparação jurídica, a única coisa que sabiam era apenas matar.
Este era o Tribunal que determinava a sorte dos nossos irmãos e amigos, mandava fuzilar, condenar a pesadas penas por crimes que os actuais governantes cometem sem pensar duas vezes.
Não acredito na FRELIMO que não sabe perder um jogo democrático, diz que ganhou quando perdeu. Em
1999, para a sua vitória “retumbante”, não hesitou em fazer truques, impondo resultados, claramente,
fraudulentos, tendo, para tal efeito, instrumentalizado o reverendo Taimo Jamisse, então presidente da
CNE. O Conselho Cristão de Moçambique entra para a História do país como uma reserva combativa da
FRELIMO, pois, o actual presidente da CNE é desta agremiação e militante assumido da FRELIMO.
O posicionamento da União Europeia ao exigir que os seus observadores tenham a liberdade de observar, fiscalizar o processo eleitoral no seu todo, abre largas possibilidades que estas eleições sejam um verdadeiro referendo onde se desempregam os políticos cansados e serão escolhidos novos concorrentes aos postos de governação. A oposição tem todas as possibilidades ao seu alcance de ganhar este pleito eleitoral, com o apoio da UE que agarrou o bicho pelo rabo, emboramente a TVM continue a fazer um jogo sujo de dar preferência à FRELIMO e ao seu candidato.
CORREIO DA MANHÃ(Maputo) - 25.10.2004

Afonso Dhlakama encerra campanha na Zambézia

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COM UM COMÍCIO AMANHÃ (26.10.2004) EM QUELIMANE
Uma semana depois do início da campanha eleitoral a disputa pela liderança da presidência da República continua renhida principalmente entre os dois principais candidatos, Armando Guebuza e Afonso Dhlakama que têm vindo a atrair as atenções do eleitorado nos locais por onde passam.
Enquanto o seu principal adversário Armando Guebuza vai marcando passo galgando as províncias do Norte do país, Afonso Dhlakama encerra amanhã a sua campanha eleitoral na Zambézia com um
comício popular na cidade de Quelimane.
Afonso Dhlakama que começou a sua campanha eleitoral pela província de Sofala (em Nhamatanda) no Centro do país, está a já alguns dias a trabalhar na Zambézia tendo percorrido os distritos de Alto
Molocué, Inhassunge, Gúrue e Milange.
Depois de ter estado ontem de visita ao distrito de Milange, junto à fronteira com o Malawi, Dhlakama é esperado amanhã em Quelimane, onde deverá orientar um comício popular nesta sua operação de caça ao voto para as eleições de 1 e 2 de Dezembro próximo.
Aranque tardio
Nota saliente nesta fase incial da campanha eleitoral é que, tanto Armando Guebuza como Afonso Dhlakama (que começou ligeiramente tarde com a sua campanha) têm estado a arrastar multidões por onde passam deixando antever uma disputa renhida na escolha de um novo presidente da República.
O candidato da Frelimo, Armando Guebuza encontra-se desde Domingo em Niassa, depois de nos últimos dias ter trabalho nas províncias de Nampula e Cabo Delgado.
Refira-se que a corrida à “Ponta Vermelha” conta também com mais três candidatos, nomeadamente Yacub Sibindy do (PIMO), Raúl Domingos do (PDD) e Carlos Reis do (MBG) que tem vindo a manter contactos com o eleitorado tentando a sorte para a eleição ao cargo de presidente da República.
Mar de gente na campanha de Dhlakama
Num balanço dos primeiros 7 dias de campanha, o porta-voz da coligação Renamo-União Eleitoral, Fernando Mazanga, considerou que é de salientar a «aderência massiva de populares. O nosso candidato
presidencial, Afonso Dhlakama, tem sido recebido por mares de gente que testemunham a vontade de votar nele e na Renamo-União Eleitoral nas eleições de 1 e 2 de Dezembro».
Espera-se que depois da Zambézia, o candidato da “perdiz” avance para a zona Norte começando pela província de Nampula.
Campanha violenta em Gaza, Cabo Delgado e Tete
Entretanto, Fernando Mazanga, que integra a lista dos candidatos da Renamo-União Eleitoral pelo círculo eleitoral de Gaza, acusou o partido Frelimo de estar a impedir o desenvolvimento da campanha eleitoral daquela coligação nas províncias de Gaza, Cabo Delgado e Tete.
De acordo com Fernando Mazanga, em consequência dessas alegadas perseguições da Frelimo, cerca de 8 membros da Renamo-União Eleitoral encontram-se detidos na cidade de Tete acusados de terem rasgado panfletos do partido Frelimo naquele ponto do país.
«A acção da Polícia é conivente com a Frelimo. Os nossos apoiantes são molestados por antigos combatentes» queixou-se o porta-voz da Renamo-UE.
Segundo Mazanga, entre os detidos consta o chefe do gabinete eleitoral da Renamo-UE na capital provincial de Tete. Aquele responsável sénior da Renamo-União Eleitoral, frisou que a situação é
particularmente grave na província de Gaza onde «há uma forte pressão da Frelimo em Chibuto para não realizarmos livremente a nossa campanha».
JC - IMPARCIAL - 25.10.2004

Cinco anos do executivo de Chissano(19)

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MINISTRO DA JUSTIÇA
José Ibraimo Abudo, nota 1
O ministro da injustiça. A face visível do que é a justiça em Moçambique. Há momentos em que acreditamos que temos um ministro ausente.Também não podemos pedir umito a quem chegou ao cargo pela lógica das “ quotas religiosas”. Sabemos que o governo da Frelimo tem que., obrigatoriamente, incluir algumas figuras ( próximas de Meca), no seu governo. O debate seria
discutir os feitos do eleito José Abudo. Há pessoas para quem o cargo basta. O resto é paisagem.
Como é paisagem o moçambicano que mingua e definha quando alguns discursos insinuam que o país cresceu.
Cresceu o crime organizado. Cresceu a incapacidade do Estado fazer justiça. Cresceu a capacidade do estado não fazer justiça. Incrivelmente, há um ministro que gere cadeias mas não se pergunta do número de presos. Estamos a pedir demais, quando mais presos houver mais o orçamento. Quando eu era mais novo ensinaram-me que justiça é dar a alguém o que lhe é devido. Abudo, o ministro da
Justiça, deve a muitos moçambicanos.
Muito menos Abudo.
Preocupado em gerir cadeias que não visita.
No seu Gabinete houve um quadro que foi advogado do “Filho do Galo”.
Um empresário que se acredita que tenha sucesso pela sua progenitura. Também insinua-se a sua participação num crime hediondo. Insinua-se que tenha sido parte interessada na morte de um jornalista que sempre disse que era do partido dos camardas.
Felizmente sabemos que Abudo está de mal aviada,seja qual for o governo. Ainda bem.Para que a justiça tenha sentido em Moçambique.
1 valor fica-lhe bem demais na nossa escala de 0 a 10. É uma nota arredonda por excesso. Porque senão.
CM - IMPARCIAL -25.10.2004

"Ilha de Moçambique. A Venda de Objectos Arqueológicos é Legal"

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EM MOÇAMBIQUE, ROUBA-SE EM TERRA E NO MAR! Leia esta impressionante sequência de textos e veja como em Moçambique se rouba e exporta "legalmente" o seu património.
Conheça a Arqueonautas em http://www.arq.de/
Click aqui e leia: Download como_alguns_patriotas_moambicanos.doc
Veja-se o exemplo de Macau em relação ao petrimónio herdado e como o rentabiliza http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/10/macau_fala_port.html
E como em Moçambique se delapida o património http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/10/objectos_valios.html

Quem pode acreditar nesta gente?

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A moçambicana mais poderosa?
Graça Machel, mulher do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, vai às compras ao bom estilo dos ricos e poderosos, fazendo-se transportar de avião e levando os estabelecimentos a fecharem as portas enquanto selecciona os bens. A antiga primeira dama de Moçambique e da África do Sul (viúva do primeiro presidente moçambicano, Samora Machel) deslocou-se sábado (31/07/1999) à cidade de Port Elizabeth, na província do Cabo Oriental, de avião e foi comprar candeeiros para a sua casa de Qunu, na mesma província. Fortemente guardada por membros dos serviços nacionais de segurança, Graça Machel entrou na loja, que foi imediatamente fechada ao resto do público, ali permanecendo mais de uma hora. Uma sala foi especialmente utilizada para mostrar à ex-primeira dama os artigos que lhe interessavam, tendo sido servido aos clientes "chá e bolos" durante o processo de selecção dos artigos de iluminação que irão ser instalados na casa onde Graça Machel e Nelson Mandela passam alguns períodos de férias e lazer... (In Sunday Times)

O EMBAIXADOR INGLÊS E O DE GHANA

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A SALADA E O FRANGO NO CHURRASCO
Anedota Verídica contada pelo falecido Embaixador Shafurdin Khan - Veterano da Luta Armada de Libertação de Moçambique.
Eu só adicionei mais tempero na narrativa deste facto. (JC)
Introdução
Em 1957 Ghana seria o primeiro País da chamada África Negra a ficar Independente. O colonialismo britânico, foi a antiga potência colonial de Ghana cujos diplomatas no princípio não eram bem aceites como colegas pelos diplomatas europeus, ainda com colónias em África, agastados pelas intervenções nacionalistas em África, de “Kuame” Nkrumah, primeiro Presidente de Ghana.
Tirando a Etiópia e mais a norte os países arabizados do Marrocos, Líbia, Tunísia, Egipto e Sudão, não havia mais diplomatas Africanos de Países Independentes. A África do Sul “branca” não contava devido ao apartheid racista contra o negro e afins.
A DIGNIDADE DO DIPLOMATA NEGRO – AFRICANO
Nesta mini – história (real) o cenário situa-se nas Nações Unidas em Nova Iorque num almoço entre diplomatas de vários países em fins da década de 1950. Na enorme mesa defronte do Embaixador de Ghana encontra-se o Embaixador Inglês a comer uma salada com garfo e faca –, alface, orégão, pimento, bacon, etc…O Embaixador Ghanês “devora” com deleite um frango no churrasco agarrando com os dedos o infeliz galináceo à “boa maneira” tradicional africana.
O diplomata “British” (Britânico), sentia-se incomodado pela quebra da etiqueta na mesa. Indignado não se contendo tenta humilhar o africano e diz:
-. “ Caro Colega, na minha terra (Grã-Bretanha), quem come frango agarrando com “os dedos” são os cães.”
Forma-se um silêncio de cortar à faca. Os diplomatas europeus e americano, presentes, esboçam um sorriso cúmplice de superioridade sem contar com a resposta do Ghanense.
O diplomata Ghanês, interrompe a delicada operação mandibular e responde com o mesmo cinismo e “fair play”:
-. “ Beg your pardon, Sir? (desculpe Senhor, não percebi) – Ãh… Tem piada… na minha Terra os cães comem salada !!”
Os diplomatas afro-árabes, asiáticos, latino-americanos e europeus nórdicos e do leste irrompem em gargalhadas. O protocolo é rompido. O gelo derretido. Os europeus com colónias e os diplomatas norte – americanos ficam mudos e estupefactos talvez pelo “atrevimento do preto”.
O nosso diplomata Britânico, envergonhado, atira com o guardanapo para a mesa e retira-se da sala antes de terminar o almoço.
Numa boa, o diplomata Ghanense continua a “massacrar” o frango no churrasco. (Fim)
Nesse tempo de facto os nossos diplomatas africanos eram de uma personalidade…vou-vos contar! Pobres mas de cabeça erguida!
(João Craveirinha para o ZOL) - 24.10.2004

23/10/2004

Nova lista para as chefias militares da Guiné-Bissau

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O governo guineense aprovou uma nova lista para as chefias militares da Guiné-Bissau, tendo por base a proposta apresentada pelos jovens oficiais que se sublevaram a 06 deste mês, mas os nomes só serão divulgados pelo presidente da República.

Em declarações à Agência Lusa, o porta-voz do governo, Filomeno Lobo de Pina, indicou hoje que o executivo já entregou a lista ao chefe de Estado guineense, Henrique Rosa, que, na qualidade de comandante supremo das Forças Armadas e tal como prevê a Constituição, a aprovará ou não.
Lobo de Pina indicou que cabe agora ao presidente da República anunciar a composição das novas chefias militares.
Questionado pela Lusa sobre se o novo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) será o mesmo proposto pelos revoltosos, que a 12 deste mês propuseram o até então Inspector-Geral das FA, major-general Tagmé Na Wai, o porta-voz do governo nada adiantou.
No entanto, sublinhou que, ao contrário do que tem sido veiculado pela comunicação social nos últimos dias, o governo "nada tem" contra aquele alto oficial das Forças Armadas guineenses.
Fonte militar contactada pela Lusa indicou, por outro lado, que a lista apresentada pelos militares revoltosos serviu "de base" aos nomes aprovados pelo executivo de Carlos Gomes Júnior, sublinhando que alguns dos nomes vão manter-se.
Na lista apresentada pelos militares a 12 deste mês, seis dias após o início do conflito, foram propostos, além de Tagmé Na Wai, o nome do coronel Biagué Nanti, ligado à Guarda-Fiscal das Alfândegas, para o cargo de vice-CEMGFA, que era ocupado pelo tenente-general Emílio Costa.
Para chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) foi proposto o brigadeiro-general Armando Gomes, ex-adjunto do anterior CEME, Watna Na Lai, que teria como vice o major Lássana Mansali.
Para a Armada (CEMA) foi proposto pelos revoltosos o nome do capitão-de-mar-e-guerra José Américo Bubo Na Tchuto, ex-comandante do Corpo de Fuzileiros, que seria secundado pelo capitão-de-fragata José Tavares, um dos oficiais mais antigos da Marinha. Bubo Na Tchuto substituiria o comodoro Quirino Spencer.
Para a chefia da Força Aérea (CEMFA), que era liderada pelo general Melcíades Gomes Fernandes ("Manuel Mina"), os revoltosos escolheram o brigadeiro António Gomes, ex-vice-CEMFA e o primeiro piloto formado na Guiné-Bissau, que teria como vice o major-piloto Braima Papa Camará.
Por outro lado, num comunicado da reunião de sexta-feira do Conselho de Ministros, o governo guineense confirma ter aprovado e enviado ao chefe de Estado uma proposta para a constituição das novas chefias militares, devendo Henrique Rosa proceder "às necessárias formalidades de nomeação".
No documento, o governo indica ainda que foi criada uma Comissão de Reestruturação e Reforma nas Forças Armadas que será presidida pelo próprio ministro da Defesa, Daniel Gomes.
O governo, por fim, agradece a "rápida e oportuna intervenção de solidariedade" das comunidades Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e de Países de Língua Portuguesa (CPLP), bem como ao representante do secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, o coronel moçambicano João Bernardo Honwana.
Fonte da Presidência da República, contactada hoje pela Lusa, nada adiantou sobre quando o chefe de Estado tomará qualquer decisão.
Henrique Rosa parte domingo à tarde para a Costa do Marfim, onde efectuará uma visita de trabalho de dois dias, na companhia do ministro dos Negócios Estrangeiros guineense, Soares Sambu, líder da Comissão Negocial do governo que tem, desde o início da sublevação, discutido com os revoltosos.
LUSA - 23.10.2004

"É nas Presidenciais Que Estão as Razões para o Levantamento" na Guiné

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PÚBLICO - 23.10.2004
ANA DIAS CORDEIRO
Idrissa Djaló, líder do primeiro partido político guineense que condenou a sublevação de 6 de Outubro passado, recusa atribuir exclusivamente à questão étnica os motivos que levaram à insurreição e à morte de pelo menos dois chefes militares. Numa entrevista ao PÚBLICO por telefone, a partir de Bissau, o dirigente do Partido da Unidade Nacional (PUN), da oposição extra-parlamentar, reconhece que existe uma dimensão étnica no acto mas adianta que o problema reside essencialmente no facto de certas forças políticas "utilizarem" os militares para "manterem o poder".
Questionado sobre se os políticos estão reféns dos militares, Idrissa Djaló faz uma distinção entre o Presidente da República de transição, Henrique Rosa, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. Este último "ainda tem margem de manobra" e "tem uma força indiscutível, que é a força da legitimidade", mesmo se a tarefa do Executivo "não foi facilitada" por Henrique Rosa que, no rescaldo da sublevação, afirmou ser "solidário mesmo com os militares" que protagonizaram o acto. Essa posição "complicou gravemente o trabalho do Governo". "Ele [o Presidente] não tinha necessidade de assumir essa postura. De forma alguma, podia pactuar com pessoas que se levantaram contra a ordem legal do país", critica.
Este dirigente partidário reconhece que "os militares querem ter sob tutela o poder político" mas, numa altura em que se aguarda a decisão do Governo sobre a escolha das novas chefias militares, prefere realçar a convicção de que ainda se pode transformar a crise numa "oportunidade para acabar com as ambiguidades" entre a acção dos militares e os interesses políticos.
"O problema é de uma classe política irresponsável que utiliza o poder militar para se manter no poder", considera ao mesmo tempo que diz existir "a tentação de se etnizar este debate", por parte de dois grupos distintos: uns querem "impor o poder de um grupo étnico" e outros "querem diabolizar um grupo étnico para aparecer como salvadores da pátria".
Instado a sustentar essa denúncia contra a classe política, o líder do PUN diz não ter "nenhum elemento que permita acusar um ou outro partido" mas lembra que desde 14 de Novembro de 1980 [quando Nino Vieira depôs Luís Cabral], "os militares foram sempre instrumentalizados pela classe política". E deixa exemplos concretos: "O golpe de Estado de 1980 beneficiou uma parte do PAIGC. Em 1998, o levantamento foi dado pelo PAIGC com a cumplicidade de outros líderes políticos, e em 14 de Setembro [de 2003], o golpe de Estado foi conduzido por uma parte do PRS [Partido da Renovação Social]".
A questão "E agora quem beneficia?" fica sem resposta: "Este golpe ainda não tem rosto". Mas a clivagem nas Forças Armadas (FA) que levou ao assassinato de dois chefes militares "é resultado da clivagem de interesses políticos não assumidos nas FA, onde cada partido tem a sua facção. Quando há impasse político, há confrontação nos quartéis."
Estará esse "impasse" relacionado com as presidenciais, previstas para 2005, num escrutínio que concluiria os 18 meses de transição depois da deposição de Kumba Ialá? "É na questão das presidenciais que temos que procurar as razões para este levantamento", diz Idrissa Djaló. "A questão joga-se no acesso ao topo do poder político. A guerra das presidenciais já começou. E começou nos quartéis."

Retenção do deputado Jeremias Pondeca e apoiantes da RENAMO em Manjacaze

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ZOL - 22.10.04
Retenção do deputado Jeremias Pondeca e apoiantes da RENAMO em Manjacaze marcou a campanha eleitoral de ontem.
Doze membros da RENAMO, dentre eles Jeremias Pondeca, deputado da Assembleia da República e cabeça de lista da RENAMO-UE na província de Gaza foram parar a esquadra no comando distrital de Manjacaze. Pondeca chegou aquela região na manhã de ontem na caça ao voto pelo seu partido e ao princípio da tarde foram interceptados na via pública por uma brigada da polícia, a qual terá bloqueado uma rua para dar lugar ao desfile da FRELIMO. Enquanto isso Armando Guebuza, candidato da FRELIMO, escalou Macomia e Moeda ao passo que o seu principal adversário Afonso Dlhakama pediu votos em Gurúe e Alto Molocue, Zambézia.

Lukamba Paulo Gato (2)

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"Projecto da UNITA é melhor. Aliciemos, também, os do MPLA"
O Folha 8 apresentou, na edição nº 733, a primeira parte da entrevista, com Lukamba Paulo Gato. Havia ficado combinado a sua continuação na 734, mas razões de ordem técnica, impediram o seu cumprimento. Pelo facto, pedimos as nossas sinceras desculpas. Mas como prometido é devido e depois de normalizada a situação eis a visão de um homem, que após a morte de Jonas Savimbi, teve, na qualidade de secretário-geral do partido, o leme do Galo Negro. Perdeu-o, quando ousou democratizar, um projecto conservador, sem saber, ele mesmo, com que lianas se iria coser. Mas, igual a si mesmo e sempre pronto aos riscos do desafio, ousou lançar a toalha ao ringue. O resultado é por demais conhecido e aqui não é chamado. Mas, reconheçamos, Lukamba Paulo Gato continua a ousar caminhar na primeira pessoa do singular.
Folha 8 - O que pensa das denúncias recentes do secretário geral da UNITA, Mário Vatuva, sobre as tácticas de corrupção em-preendidas pelo MPLA, aliciando a adesão de membros da UNITA, em situação de fome e outras fragilidades sociais?
Lukamba Paulo Gato- Não é fácil aceitar se não houver o mínimo de sentido de ética, mas escuta: numa competição de boxe, de futebol, não basta dizer que os outros ganharam porque o golo foi marcado de fora de jogo ou com a mão... Façamos o mesmo e já, no campo do adversário. A UNITA deve mobilizar-se e "destroçar" também o eleitorado do MPLA, no sentido de os convencer de que o nosso programa, o projecto de sociedade que propomos é melhor do que o do seu partido, que só plantou fome, miséria desunião, entre os angolanos. Logicamente, cabe a nós jogar. Não basta sentarmo-nos no gabinete e dizer: o MPLA está a mobilizar as nossas fileiras. Não! Devemos fazer a mesma coisa. Creio que é a boa guerra. Não é grave! É isto a política finalmente e a disputa eleitoral passa necessariamente, por estes caminhos, porquanto cada partido político tem o seu eleitorado cativo e se quiser mais deve ir piscar no campo do outro.
F8 - Então não importa os meios, a forma, para se aliciar o voto dos eleitores, mesmo os mais escroques, valem?
LPG - Não! Não foi o que eu disse e penso que tudo deve ser feito dentro das regras do multipartidarismo, da convivência democrática, das leis e da urbanidade. Não se pode colocar legiões de pessoas a fome e depois condicionar a sua alimentação a adesão ao partido no poder. Isso não é leal!
F8 - Agora explique-se melhor...
LPG - Em democracia há alternância, porque não há eleitorado cativo ou permanente, tirando os incondicionais. É por isso que nas grandes democracias, os partidos políticos alternam-se no poder. Hoje é a Direita amanhã é a Esquerda. Na França, por exemplo, a alternância funciona invariávelmente desde há cerca de 30 anos. Os maiores partidos revezam-se no poder, sozinhos ou de acordo com a correlação de forças saída das eleições. Teremos nós também de evoluir para para o voto consciente.
F8 - Na sua opinião, o que é isso de voto consciente?
LPG - Os eleitores naturais votam de acordo com a sua consciência, com o pragmatismo da orientação do partido e também do seu interesse sócio-económico. Eles farão confiança na-queles que lhes propor-cionarem melhores con-dições de vida e nada mais. Eles querem viver cada vez melhor fazendo ao mesmo tempo grandes poupanças. Ainda não estamos nesse nível mas é essa a filosofia. O dia em que os angolanos ganharem a consciência real dos seus interesses haverá uma concorrência mais leal do que hoje.
F8 - O que se deve fazer?
LPG - É importante que a direcção do partido se preocupe com esse estado de coisas. Em véspera das eleições, os dirigentes devem ir mais ao encontro dos eleitores e não podem dizer que a hemorragia não nos preocupa. Eu queria dizer aos militantes da UNITA que do meu ponto de vista, sincero e honesto, a direccção tem a obrigação de estar preocupada com esta situação desagradável. Deve por isso, decidir como tentar pôr cobro a mesma.
F8 - Tem alguma receita ou forma para se con-tornar essa situação?
LPG - Vivemos num País difícil com carências de toda a ordem principalmente para os desmobilizados, deslocados e outras vítimas do conflito que procuram por todos os meios satisfazer as necessidades básicas da sua existência material. Gostaria também de dizer, que no quadro dos Entendimentos do Luena, ficou claro que haveria uma reinserção social digna para todos os ex-combatentes. Ninguém devia por isso, aproveitar-se de uma situação de carência para tirar dividendos políticos. Mas estamos em política em que muitas vezes não basta justificar como é que você "perdeu bem". Essas situações fazem parte do jogo político. Gritemos menos e trabalhemos mais, pois estamos a tratar com pessoas adultas e politizadas o suficiente para enten-derem de que lado se encontra o seu interesse. A política é também isso…
F8 - Como avalia o desempenho da actual direcção da UNITA?
LPG – O congresso teve lugar há 16 meses e sempre me remeti a um silêncio, sobre a estratégia da direcção do meu partido, cujo balanço parece muito mitigado, mas não me cabe a mim, como indivíduo julgar o desempenho da direcção do Partido no seu lado.
F8 – Mas não deixa de ter uma opinião?
LPG – Sim. Teremos brevemente uma reunião ordinária da Comissão Política, que é o orgão legislativo e fiscalizador da acção do executivo do nosso partido. Só ela tem o poder de fazer um juízo daquilo que é o balanço de actividades. Pessoalmente penso que há faltas ao nível da concepção estratégica para a nova fase. Não se fizeram escolhas racionais e judiciosas para o momento. Muitos na nossa praça política habituaram-se a ver a UNITA sempre na lógica da confrontação sistemática contra o MPLA.
F 8 – Considera que com a morte de Savimbi se deveria enterrar, a forma anterior de luta?
L P G - Hoje mesmo para matérias de interesse na-cional não se tem conse-guido, ganhar altura capaz de guindar a UNITA ao nível das suas respon-sabilidades nacionais.Não excluo que haja no MPLA igualmente aqueles que gostariam de ver uns e outros sempre de costas viradas.
Não faltam saudosistas de um e de outro lado, mas o importante é sabermos fazer a distinção correcta entre o interesse partidário e o interesse de todos os angolanos.
Como eu disse atrás, teremos este mês uma reunião da direcção do partido que poderá pronun-ciar-se com propriedade sobre aquilo que foi o balanço de 16 meses de actividade do novo executivo da UNITA, bem como os próximos passos que teremos de empreender de forma a podermos dar aos angolanos uma perspectiva diferente, de maior confiança na UNITA e no futuro de Angola.
(continua)

“A SOCIEDADE MOÇAMBICANA PERDEU A NOÇÃO DE VERGONHA!”- in GRAÇA MACHEL

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ZOL – 23 Outubro 2004
Crónica do Reino de MuênêMutapa, por João CRAVEIRINHA
Há frases que ficam para sempre. Esta citação em epígrafe é uma delas. Publicado pelo Fórum Mulher na edição 2 / 2002 do Boletim Informativo n°34, do grupo “TODOS CONTRA A VIOLÊNCIA”, mantém-se actualizada e contém importantes citações de Graça Machel, Patrona (na altura), da Campanha Regional da África Austral Contra o Abuso de Menores em Moçambique. (Devia-se dizer Matrona em vez de Patrona, mas enfim, a língua portuguesa ainda é muito machista e depreciativa para a mulher e não só. Mas já foi pior).
…«E deixou ficar o seu sentimento de repugnância em relação ao abuso de menores» …acrescentava o Boletim supracitado referindo-se a Graça Machel agora também Mandela.
…«Nos órgãos de informação os casos são reportados esporadicamente e até certo ponto, descritos de uma maneira que violentam a própria vítima»...(ibidem Graça Machel).
A propósito deste tema (e mais uma vez), me socorro do meu livro de Crónicas Romanceadas – Moçambique, Feitiços, Cobras e Lagartos, editado em Julho de 2001, tiragem de 1500 exemplares para Moçambique. Em Portugal na 3a edição. No entanto os órgãos de informação lusitanos nunca o comentaram (exceptuando a RDPÁfrica e o “uebesaite” MACUA), apesar do grande interesse despertado e me perdoem a auto-citação.
No citado livro, os seguintes capítulos, abordam esta temática dos abusos sexuais: -… Cap.III, pag.31; SEXO, FEITIÇO e RITMO PASSADA. -… Cap. IV, pag.35; SAFIRANA do CHAMANCULO POSSUÍDA por ESPÍRITOS MALIGNOS. – … Cap.VI, pag.55; MENINA SAIRA da MATOLA 700 e a FEITICEIRA de HANHANA. – …Cap. IX, pag.69; LAURA DAPONTE da caTEMBE e o FEITIÇO DO LEÃO. – … Cap.XIX, pag. 123; GABRIELA da MAFALALA, ENFEITIÇADA, DESPE-SE na VIA PÚBLICA. – … Cap. XX, pag.131; GUITARRAS, FEITIÇO e TAMBORES. – … Cap. XXI, pag.137; VIAGEM a LISBOA e o Capítulo XXII, pag.141; ACTUALIDADE da IMPRENSA MOÇAMBICANA.
No livro de crónicas romanceadas, foram ficcionados relatos reais de fontes credíveis. A título de exemplo eis dois excertos:
-… «Safirana, aos catorze anos de idade, ainda franzina, é raptada e violada por Faruk, de 34 anos, um comerciante / traficante indiano originário do Paquistão. Foi para ela um acto muito violento, traumatizando-a por muito tempo. A família recupera – a como pode. O indiano paq.-, fica impune.»…(ver livro na página 37, 1°paragrafo).
…«Espantamo-nos horrorizados com as notícias na Televisão moçambicana de violações de menores, como o caso, em 1998, de cinco homens bem adultos terem violado sexualmente até à morte uma criança de cinco anos de idade, em Maputo» …(página 142 do mesmo livro).
Terminando acrescentaria, achando bem que o ocidental (europeus, americanos e afins), nos seus países, combatam a Pedofilia, Pornografia Infantil na Internet, a Prostituição Juvenil…que combatam também o alcoolismo e o tabagismo em lugares públicos e fechados. No entanto em África, em particular em Moçambique nos centros urbanos, é só passearmos pelos locais de lazer, (sobretudo à noite) e veremos europeus e similares, com as “rédeas soltas nos freios e a toda a brida” com garotinhas (os) …e, a fumarem em recintos fechados sem respeito pelo vizinho do lado, sem civismo…Nos seus países de origem, é proibido…
Mas atenção…não sou Santo… imaginem se o fosse…Pois tudo tem o seu limite…É…é como diz Mana GRAÇA – …«A SOCIEDADE MOÇAMBICANA PERDEU a NOÇÃO de VERGONHA!» …E falta de noção de respeito mútuo, acrescento eu! Não há respeito…Não há vergonha. Bate certo!■
http://www.zambezia.co.mz/

URIA SIMANGO Um homem, uma causa

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Da obra de Barnabé Lucas Ncomo, com o título acima, aqui transcrevo, com a devida vénia, a Sétima Parte - Nas mãos dos algozes.
Chamo a vossa atenção de que poderão ouvir Uria Simango em
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/10/stronga_confiss.html
bem como outra parte da obra em
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2004/10/que_ligar_mtele.html
Download NASMAOSDOSALGOZES.doc

22/10/2004

A Renamo e a comunicação social

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O seu nome é Aisha e moçambicana.
Estudante do 2º ano do curso de Ciências de Comunicação no ISPU.
Resolveu fazer um trabalho para a cadeira de Política e Comunicação e escolhendo para tema a campanha que a Renamo vai efectuar com vista às próximas eleições.
Conheça o trabalho apresentado e que inclui uma entrevista com o Dr. Eduardo Namburete, director do gabinete eleitoral da Renamo.
Download JobRenamoeCom.doc

OBJECTOS VALIOSOS ESTÃO A SER ROUBADOS NA ILHA DE MOÇAMBIQUE

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Nos Museus da Ilha de Moçambique
Objectos valiosos constituídos de ferro, expostos em vários monumentos e lugares históricos no município da Ilha de Moçambique, estão sendo saqueados por desconhecidos que os comercializam a compradores de sucata instalados naquela região, segundo revelou o edil local Gulamo Mamudo. Dos produtos do roubo contam-se peças de canhões, equipamentos da primeira tipografia com cerca de meio século de existência, entre outro material ferroviário que se encontrava na estacão dos Caminhos de Ferro de Moçambique em Lumbo. De acordo com o edil da Ilha de Moçambique, uma operação conjunta, envolvendo o Conselho Municipal e as forças da lei e ordem, resultou na descoberta e recolha de algumas peças de canhões com mais de cem anos de vida, que teriam sido surripiados na calada da noite no interior do fortim de São Lourenço no início deste mês.
Gulamo Mamudo revelou que as peças de canhões foram recuperadas nas instalações de uma empresa pertencente a cidadãos sul-africanos e vocacionada na compra de sucata. Na ocasião, as peças estavam para ser escoadas para o porto de Nacala, de onde seriam exportadas para um país europeu que não foi revelado.
Gulamo Mamudo lamentou a falta de colaboração entre as empresas que comercializam sucata e
a edilidade, com vista a desencorajar o roubo de objectos valiosos que se encontram expostos nos
monumentos e lugares históricos da Ilha de Moçambique.
A fonte referiu-se também da questão da falta de colaboração por parte da Direcção Provincial da Indústria e Comércio, que licenciou os intervenientes na compra de sucata sem o conhecimento
das entidades municipais.
Esforços prosseguem no sentido de recuperar outras relíquias roubadas por desconhecidos.
Entretanto a nossa reportagem soube que a estação ferroviária de Lumbo deverá ser reabilitada em breve.
A acção, que se enquadra num plano para a sua transformação em complexo turístico, comportará uma
linha férrea com cerca de 50 quilómetros partindo do município de Monapo.
O programa envolve os Caminhos de Ferro de Moçambique e o Fundo Nacional do Turismo (FUTUR), visando promover o turismo na região do Corredor de Desenvolvimento de Nacala.
WAMPHULA FAX - 23.10.2004

21/10/2004

Macau fala português para China lucrar com Brasil

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Macau1
The New York Times - 21/10/2004
Antiga colônia portuguesa é utilizada como ponte para os negócios
James Brooke - Em Macau
Nesta península repleta de história, onde a cultura portuguesa se mistura ao ar salgado do Mar do Sul da China, um visitante do Brasil pode começar o seu dia tomando café da manhã, enquanto folheia um dos três jornais diários locais em português ou assiste às notícias em uma das duas estações de televisão em língua portuguesa.
Na rua, um motorista de táxi sinaliza que o veículo está livre e leva um passageiro até um platô onde há coqueiros, igrejas católicas barrocas, nomes de ruas em painéis de azulejo em português e chinês e panfletos bilíngües anunciando festivais de música. Para que o visitante que fala português se sinta mais em casa, a Rádio Macau transmite fado, bossa nova e notícias em português durante todo o dia.
Cinco anos atrás, quando Portugal devolveu à china este enclave de 26 quilômetros quadrados, a maioria das pessoas previu que a língua portuguesa desapareceria do local num piscar de olhos. Os portugueses pouco fizeram para promover a sua língua desde chegaram pela primeira vez a Macau, como mercadores, por volta de 1553.
Quando partiram, apenas cerca de 2% da população de Macau, de 450 mil habitantes, falavam a língua de Lisboa. Os 98% restantes se comunicavam em cantonês e outros idiomas.
Mas em uma surpreendente reviravolta, as inscrições para aulas particulares de português triplicaram, chegando a mil desde 2002. Isso levou as escolas públicas chinesas locais a oferecerem português neste outono, atraindo mais de 5.000 alunos.
"O número de falantes do português disparou no ano passado", garante Manuel F. Moreira de Almeida, um português que vive na cidade há muito tempo e que é dono da Livraria Portuguesa, localizada em uma estreita rua colonial. "Em poucos anos, haverá mais falantes de português por aqui do que durante o
período em que a cidade foi colônia de Portugal".
Se é a economia que determina a ascensão e a queda das línguas, o renascimento do português é ditado pela nova determinação de Pequim no sentido de que Macau sirva como uma plataforma para os crescentes interesses comerciais e estratégicos chineses no mundo latino.
Embora os jogos de azar sejam há muito tempo o principal negócio local, a pequena Macau encontrou um novo papel para si, como elo de ligação da China com os 220 milhões de falantes de português no mundo.
Embora Pequim vá sempre atrair os visitantes mais importantes, como no caso da viagem, em maio passado, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, Macau oferece programas de treinamento e convenções no ambiente culturalmente amigável do canto mediterrâneo da China, onde o português
está, pelo menos oficialmente, em pé de igualdade com o chinês.
"Macau pode ser uma ponte entre a China e os países de língua portuguesa", disse, em outubro passado, após uma reunião comercial de cúpula com sete ministros de países de língua portuguesa, o vice-ministro do Comércio, An Mi.
Ao fim das conversações, a China assinou um acordo para aumentar o volume comercial, os investimentos e a cooperação econômica com Portugal e seis ex-colônias portuguesas: Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau e Timor Leste. São Tomé e Príncipe não compareceram devido às relações diplomáticas que mantêm com Taiwan.
Atualmente, a Universidade de Macau leciona Direito em língua portuguesa para angolanos e moçambicanos. Seminários de treinamento em turismo, enfermagem, tradução e administração empresarial atraem alunos de cinco países de língua portuguesa da África e de Timor Leste, um nicho asiático que tem antigos laços históricos com este posto comercial no delta do Rio Pérola.
"Macau poderia funcionar como intermediária, fornecendo serviços de boa qualidade em treinamento, tradução e consultoria", afirma Gaary M.C. Ngai, um pesquisador local. Vagarosa para estabelecer conexões com os países de língua portuguesa e espanhola, a China atualmente se move agressivamente.
Quase que da noite para o dia, ela se tornou o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos, comprando ferro, aço, soja e alumínio brasileiros. O comércio bilateral da China com o Brasil quadruplicou desde 1999, chegando a US$ 6,7 bilhões no ano passado. Em troca, a China está apoiando os esforços do Brasil para obter uma cadeira no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Sob o ponto de vista militar e industrial a China intimida, mas as suas regiões especiais possuem uma imagem diferente", disse Luiz Fernando Furlan, ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, referindo-se a Macau e a Hong Kong, segundo a Associated Press.
No norte do Brasil, está sendo construída uma usina siderúrgica no valor de US$ 1,5 bilhão em uma joint venture entre o grupo Shanghai Baosteel e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), a maior produtora de minério de ferro do mundo. A CVRD também possui uma parceria com a produtora chinesa de alumínio Chalco para a construção de uma refinaria de bauxita de US$ 1 bilhão, também no norte do Brasil.
Os negócios da Argentina com a China dobraram desde 2000. O Chile está negociando um acordo de livre comércio com a China. E, à medida que se torna cada vez mais dependente do petróleo importado, a China cultiva relações com Angola, um dos maiores produtores da África Ocidental. Com a intensificação dos negócios e trocas oficiais, a China concordou recentemente em ampliar o seu crédito a Angola em US$ 2 bilhões.
Grande parte dessa cifra será destinada à reconstrução da ferrovia Leste-Oeste, uma obra do período colonial que foi destruída por 40 anos de guerra civil.
"Os países de língua portuguesa, ricos em recursos, e o mercado mundial de maior crescimento, a China, parecem formar um par perfeito", disse Na, o vice-ministro chinês do Comércio no ano passado.
Macau está preparando uma legião de tradutores bilíngües para esses novos mercados. Em um exemplo típico desses novos rumos, quando a Feira Internacional de Comércio e Investimento de Macau for aberta em 21 de outubro, ela contará com uma grande área denominada "Feira da China e dos Países de Língua Portuguesa".
Após se reunirem aqui no início de outubro, executivos da Portugal Telecom, a maior empresa portuguesa, estão fazendo planos para expandirem os seus negócios daqui para toda a China. Segundo um novo acordo de livre comércio Macau-China, a partir de 1º de janeiro de 2006 cerca de 93% dos produtos exportados daqui para a China deixarão de estar sujeitos a tarifas, e o mercado chinês foi aberto para 18 setores locais de serviços, incluindo o de telecomunicações.
Para Ricardo Pinto, editor do "Ponto Final", um dos jornais diários portugueses, a conexão também permite que a cidade conte com alguma diversificação econômica, deixando de depender apenas dos jogos. No passado Macau era conhecida como a Monte Carlo do Oriente. Atualmente, os jogos estão em ascensão, o que alimenta expectativas de que mais de 5 milhões de pessoas utilizem o aeroporto da cidade neste ano.
O seu 15º cassino, o Casa Real, abriu as portas recentemente e os rendimentos com os jogos em Macau aumentaram 50% em relação ao ano passado, segundo o "The Macau Post Daily", o primeiro jornal de língua inglesa da cidade, criado em agosto para tirar vantagem da nova onda de afluência.
Com o plano de investimento de bilhões de dólares em cassinos, Macau espera dobrar, por volta de 2010, o seu número anual de visitantes para 30 milhões, mais ou menos o mesmo de Las Vegas.
Com a renda per capita de Macau chegando a US$ 17 mil, um nível próximo ao de Portugal, há poucos incentivos econômicos para que os 110 mil detentores de passaporte português na cidade migrem para Portugal.
Aproveitando o boom dos cassinos, o governo de Macau espera arrecadar US$ 2 bilhões em impostos sobre jogos neste ano, 60% a mais do que no ano passado.
Longe de desprezar o passado colonial de Macau, as lideranças da cidade restauraram e iluminaram marcos coloniais como igrejas, fortes, hospitais, teatros, museus, um observatório e o palácio do governador.
Em um caso raro em se tratando de cidades asiáticas modernas, a preservação histórica de Macau foi tão extensa que a cidade espera ser reconhecida no ano que vem pela Unesco como patrimônio histórico mundial. "Eles passaram da preservação ao cultivo da herança", diz Harald Bruning, diretor do "The
Macau Post Daily".
As coberturas de telhas vermelhas de barro cozido, os pratos portugueses a base de bacalhau e a profusão de motonetas proporcionam ao visitante um ambiente marcadamente mediterrâneo. É exigido que todas as placas de ruas e nomes de companhias sejam escritos em português e em chinês, o que pode deixar o visitante que fale apenas inglês desnorteado.
Mas como diz Almeida, que vê uma nova geração de falantes da língua portuguesa freqüentando a sua livraria: "O português saiu de uma ressaca colonial para se transformar em oportunidade de negócios".
Tradução: Danilo Fonseca

Debate no Cinema Matchedje

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Na 4a feira dia 27 de Outubro haverá um grande debate no cinema Matchedje. O mesmo terá a duração de 3 horas e tem o seu início ás 17 horas.
Terá como moderadores, de entre outros, Tomás Vieira Mário, Simão Anguilaze, Rosa Langa.
No painél estarão 21 jovens candidatos a deputados em representação dos 21 partidos concorrentes às eleições legislativas de 1 e 2 de Dezembro.

O AVIÁRIO, O BATUQUE E A CLASSE MÉDIA

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ZOL Eleições Mussa – Quinta – feira, 21 Out.2004
MOÇAMBIQUE – ELEIÇÕES 2004
Crónica de João CRAVEIRINHA
…”A distinção entre Passado, Presente e Futuro é apenas uma ilusão, por muito persistente que seja”…afirmou o cientista Albert EINSTEIN, 1955
Um meu compadre desta “Terra Nostra” moçambicana disse-me: …”Tudo leva a crer que o Guebuza não tem lugar reservado ao Sérgio e ao Óscar. Na campanha eleitoral que decorre em Moçambique não se discutem ideias, todos dizem a mesma coisa: combate à corrupção, pelo desenvolvimento, blá-blá-blá. A malta urbana nem quer saber de nada, viraram as costas para os candidatos. É preocupante vermos uma classe média totalmente alheia aos processos políticos. Com a tua sensibilidade, espero uma análise a esta insensibilidade”....
Mas que dizer?
E ainda recente, também, o editorial do jornal Cm nº 1934 comentava ironicamente …” infelizmente, só nos saem aves: sai o galo e o mais provável é um pato ou perdiz que se segue”…
Bem, xipatuana (pato), perdiz, galinhola...e a maçaroca para alimentar esse aviário político todo sem esquecermos o pilão para moer o milho e fazer a sadja, inga-iua, shima, ugali, etc…e tudo ao som da batucada. No fim mesmo com tanta ave sai mais uma churrasqueira hallal ou takeaway que é o nosso forte, do moçambicano, e, bem regado (apesar de ser haramo para um dos candidatos). De facto muitos devem ser os que se perfilaram para os subsídios para as campanhas eleitorais…nada a obstar…mas pelo menos que com essa verba comprem umas vitaminas ou raízes frescas de Panax Ginseng, coreano, para fortalecer o cérebro e o organismo nestas campanhas a ver se com mais dinamismo surgem ideias, criatividade, apesar de a oriente nada de novo. Tudo já foi reciclado e revirado e desgastado e esbanjado pelos últimos 18 Anos do mesmo Poder (1986 / 2004), criando hábitos de luxo na miséria. 18 Anos correspondem a cerca de 4 mandatos e meio. Ou não será? (Da Independência a Outubro 1986 foi outro o Poder).
Well, ao termos noção disto tudo não será de admirar uma enorme abstenção punitiva da emergente classe média e das populações urbanas/suburbanas (mais que as do campo), manifestando assim o seu descontentamento e indiferença pela futura gestão do destino de Moçambique. Até parece que o escritor português José SARAMAGO é bruxo antevendo estas eleições moçambicanas no seu recente livro “Ensaio Sobre a Lucidez “ (2004) em que…
“Numa manhã de votação que parecia como todas as outras, na capital de um país imaginário, os funcionários de uma das secções eleitorais se deparam com uma situação insólita, que mais tarde, durante as apurações (apuramento), se confirmaria de maneira espantosa. Aquele não seria um pleito como tantos outros, com a tradicional divisão dos votos entre os partidos "da direita", "do centro" e "da esquerda"; o que se verifica é uma opção radical pelo voto em branco. Usando o símbolo máximo da democracia – o voto –, os eleitores parecem questionar profundamente o sistema de sucessão governamental em seu país”. (http://www.leituralivre.com.br/index.asp?conteudo=livro&cod=418)
Pois é. E o mais grave é o facto de já por si de início, se verificarem campanhas sem energia, anódinas, como se tudo já estivesse decidido de antemão e presumivelmente decisão vinda de fora de Moçambique –, E.U.A e U.E, a confirmar-se pela falta de interesse, demonstrada até agora pelos próprios protagonistas – os candidatos – como se de um calendário forçado a cumprir se tratasse, conformando-se todos com as regras do jogo e com as sobras das migalhas após as eleições como prémio. Os ditames da Democracia a martelo e escopo made in Western World (Mundo Ocidental) ou como diria Saramago… “A palavra democracia não descreve correctamente a realidade actual. O verdadeiro nome é plutocracia, que significa governo dos ricos”…
Nesta campanha eleitoral de vários estilos ou sem style’s, tudo indica que estamos perante uma aldeia política não global e ainda bem, mas reduzi-la ao nível de um aviário? Não acredito!? Para já temos uma perdiz que não é perdiz talvez seja mais um falcão disfarçado de perdiz ou ainda pior de corvo (dji-guavava) de mau agoiro pré-anunciando violência nestas eleições. A bipolarização do cenário político moçambicano criou efeitos redutores nas opções dos eleitores. Toca o disco e vira e torna a tocar. Esperemos que esta apatia se dilua e não se concretizem as enormes nuvens da abstenção no dia, não do juízo final, como muitos preconizam mas no dia da votação nas urnas. De todos os modos há um candidato que já ganhou! Mas não digo! [Também não é o Fim]
JC.

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