por João Craveirinha
Achega informativa (e não só opinião) pois é fruto de pesquisa:
“Uma mentira repetida muitas vezes passa a ser verdade”. Atribuem esta táctica, a (Paul) Joseph Goebbels (29 Outubro 1897 – 1 Maio 1945). Goebbels foi ideólogo, chefe da Propaganda Nazi e fiel camarada de Adolf Hitler até ao suicídio.
---------------------------------------------------------------------------------------
CD-Rom Uria Timóteo Simango “confessa” em 1975 em Nachingweia...
(meias mentiras fazem meias verdades) …
---------------------------------------------------------------------------------------
CD-Rom Uria Timóteo Simango “confessa” em 1975 em Nachingweia...
(meias mentiras fazem meias verdades) …
Achega informativa (e não opinião) pois é fruto de pesquisa:
........................
........................
Não é consolo que os norte-americanos também forjem ou não evidências a seus prisioneiros de guerra. Mas este CD-Rom é típico da escola estalinista de contra-propaganda...ou tentativa de limpeza da memória histórica. A China de Mao -Tsé -Tung (de que Samora Machel “bebeu” muita coisa) adoptaria durante a revolução cultural de 1968 (além do culto da personalidade) adaptaria o estilo de auto-crítica do Taoísmo sofista tradicional (negação de si mesmo e aceitação debaixo de coacção de tudo que lhe seja exigido que diga... anulação de seu Eu...alguns chamam de lavagem cerebral mas é mais complexo pois envolve, tortura física e psicológica, chantagem afectiva...saudade dos filhos, mulher etc.). O ser humano fica totalmente um farrapo...
Sobre o assassinato de Mondlane:
Segundo notícias da altura (1969) baseadas na investigação científica da Scotland Yard britânica apoiando o CID Tanzaniano (a pedido de Julius K. Nyerere, Presidente Tanzaniano), o Prof. DR. Eduardo Mondlane foi assassinado de outra forma não dessa versão oficial que Leite Vasconcelos apresenta no CD-Rom – a "confissão" do nacionalista Uria Simango. (E note-se que na Frente de Libertação nunca fui Simanguista mas sim da minoritária ala Mondlanista).
--------------------------
--------------------------
O Complot anti-Mondlane
Informação abalizada da década de 70, assegura que o plano técnico foi urdido na Casa Algarve (Lourenço Marques) sede da Pide (secção de contra-subversão). Tudo debaixo da direcção de António Vaz (reformado em Oeiras até há poucos anos). A preparação das bombas (no plural) a cargo de Casimiro Monteiro (assassino de Humberto Delgado e de sua secretária em Badajoz, Espanha)...Os artefactos eventualmente chegaram através de Malawi e dos correios Tanzanianos para elementos infiltrados (toupeiras) da Pide em Dar-es-Salaam que colocariam (os livros e armadilhamento) a jeito e de modo a vitimar E. Mondlane em Oyster Bay (tipo Bairro Triunfo de Dar-es-Salaam), na casa da executiva norte-americana Betty King, amiga dos Mondlanes (Mon-dlha-nes): Janet Ray e Eduardo Chivambo.
Outras 3 bombas (encomendas) seriam detectadas depois da morte de E. Mondlane, ainda em 1969, e endereçadas a Uria Simango (Presidente interino até a um congresso que nunca se realizou), outra a Samora Machel (chefe DD) e a Marcelino dos Santos (DRE).
-----------------------
Outras 3 bombas (encomendas) seriam detectadas depois da morte de E. Mondlane, ainda em 1969, e endereçadas a Uria Simango (Presidente interino até a um congresso que nunca se realizou), outra a Samora Machel (chefe DD) e a Marcelino dos Santos (DRE).
-----------------------
Suspeitou-se da ligação goesa com a Pide e Portugal na altura, via antigo consulado honorário de Portugal, em Zanzibar, com elementos de Goa, até 1964, quando da extinção do consulado. Depois mudar-se-iam para Dar–es–Salaam. É provável que nunca tenham sido “desactivados” na altura. (O inspector Casimiro Monteiro era de Goa, conhecido pela sua crueldade).
...........................
...........................
A voz anunciante do CD-Rom da Promédia de Sol de Carvalho, é a do falecido Leite de Vasconcelos da RM.
A voz em off a traduzir para inglês o que diz Uria T. Simango, é a de Jorge Rebelo nº 5 na hierarquia da Frente na altura e chefe do DIP (Departamento de Informação e Propaganda). Uria Simango sofreu torturas atrozes antes desta farsa de autocrítica veiculada pela Rádio Moçambique, diariamente e repetidamente no mês de Janeiro de 1983. Nessa altura (segundo fontes) tudo indica que Uria Simango já tinha sido morto em Niassa, poucos anos antes.
O jornalista e escritor, Leite de Vasconcelos, foi director da RM e Sol de Carvalho jornalista da revista Tempo. Assim como a maioria dos jornalistas de então e dessa geração. “Sempre” com medo de Jorge Rebelo (segundo fontes próximas) quando tinham de ir à sua presença ao gabinete no Ministério da Informação ou depois à sede do Comité Central na Polana.
(Anos muito mais tarde, o jornalista Carlos Cardoso redimiu-se. Libertou-se do “medo”, e pagou com a vida).
No grupo desses jovens jornalistas ultra – revolucionários, da Frelimo de então, podem se incluir, Mia Couto, José Catorze, Kok Nam, Alves Gomes, Fernando Lima, Fernando Veloso, os irmãos Miguéis e Mota Lopes quase todos à volta de José Luís Cabaço e de Jacinto Veloso (da Segurança), Jorge Costa (actualmente no norte de Portugal) e Joaquim Castro Lopo (hoje na Polícia Judiciária portuguesa nos Açores) e ainda Paulo Barbosa de Oliveira, agente duplo especial. Na altura quase todos informantes ou agentes do Snasp – polícia política de Samora Machel, et cetera e tal...Muitos desses jornalistas hoje são grandes críticos da actual Frelimo (membro da Internacional Socialista) e antigos apoiantes dessa Frelimo cruel e impiedosa que defenderam e ajudaram a propagar nos órgãos oficiosos de informação em Maputo e na Beira, defendendo a “linha correcta dos campos da morte” ou ditos de reeducação.
Os outros como Uria Simango eram os reaccionários, traidores, burgueses com avidez pelo luxo, eram os xiconhocas inimigos e exploradores do povo. Um Uria Simango que foi nacionalista da 1ª hora na Udenamo (anos 1950), ainda muitos deles nem tinham a mínima ideia ou nascido sequer e com medo de um Moçambique Independente governado por africanos baNto. Eram influências da dita Rodésia “branca” de Smith e da África do Sul do apartheid.
Ironia. Quanto custa ver esse filme de novo? (décadas 1950/60/70/80?!). E ver hoje aonde estão e como estão. Mudam-se os tempos mudam-se as vontades. É a vida neste planeta. Sobrevive quem é esperto e oportuno. O povo continuará a ser trampolim para uma minoria terem protagonismo no estrangeiro. É essa a lei da Selva moderna.
Pobre povo Moçambicano, ontem e hoje sempre a apanhar!
Pobre povo Moçambicano, ontem e hoje sempre a apanhar!
João Craveirinha
Sem comentários:
Enviar um comentário
MTQ