Tentativa de Golpe de Estado na Guiné-Bissau domina actualidade africana
Luanda - A tentativa de Golpe de Estado na Guiné-Bissau, realizado por um comando contra uma unidade de elite do exército e que causou a morte de sete pessoas, constituiu, entre outros assuntos, manchete do noticiário africano da semana finda.
O referido ataque foi efectuado pelo capitão Pansau N'Tchama, líder do comando que assassinou em 2009 o presidente João Bernardo Vieira, cujo objectivo era derrubar o Governo de transição, minar o processo político, voltar a colocar o ex-primeiro -ministro, Gomes Júnior no poder e justificar uma força de estabilização internacional no país.
Na sequência destes acontecimentos, o Governo guineense acusou Portugal, a Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP) e o ex - Primeiro -ministro Carlos Gomes Júnior de fomentar o ataque a um quartel militar em Bissau para "derrubar o actual governo" recusou-se a fazer qualquer comentário às acusações do governo da Guiné-Bissau de que Portugal terá apoiado uma tentativa de golpe de Estado na sequência do ataque a um quartel daquele país.
Outro assunto de relevo noticioso, foi a conjugaçao de esforços da comunidade internacional para resolver à crise no Mali, onde faz prova duma unidade pouco habitual na sua determinação em resolver à crise maliana e expulsar os radicais islamitas do norte do país, declarou quinta-feira, em Genebra, o secretário-geral adjunto das Nações Unidas, Jan Eliasson, citado pela AFP.
Ainda sobre a situação no Mali, responsáveis franceses e americanos reuniram-se em Paris para discutir a segurança da região do Sahel, num momento em que se prepara uma intervenção militar internacional para expulsar os islamitas do norte daquele país.
Nesta mesma perspectiva, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton vai-se deslocar à Argélia, para abordar a situação no Mali. Clinton sai de Washington a 29 de Outubro e reunir-se-á no dia seguinte em Argel com o Presidente Abdelaziz Bouteflika, com quem discutirá "questões de interesse bilateral e regional", adianta um comunicado Departamento de Estado.
Constituiu ainda manchete, as declarações do diplomata angolano, sobre o engajamento dos países africanos nos seus esforços de mobilização de apoios financeiros para melhor contribuir nos projectos da União Africana (UA), em beneficio dos próprios africanos.
Ao intervir no debate sobre o tema "Presidência da União Africana e a situação nos Grandes Lagos" da Rádio Nacional de Angola, o director do MIREX para África e Médio Oriente, Joaquim do Espírito Santo, defendeu que "mediante as suas possibilidades, os Estados africanos que detêm maiores recursos financeiros podem contribuir para que África possa superar os seus problemas de fundo".
Constituiu ainda destaque informativo, os bombardeamentos realizados sobre a capital do Estado sudanês do Kordofan - Sul, onde vários obuses foram disparados terça-feira, atingindo nomeadamente o centro da cidade, num segundo ataque do género, durante o mês em curso, indicaram testemunhas, citadas pela AFP.
Esse Estado, fronteiriço com o Sudão do Sul, é o palco de combates entre forças governamentais e rebeldes desde Junho de 2011, um mês antes da divisão do Sudão.
Ainda nesta ordem de conflitos pelo continente, na Côte d'Ivoire, mais de 200 pessoas, das quais partidários do ex – presidente Laurent Gbagbo, foram “arbitrariamente detidas e torturadas”, afirmou sexta-feira a Amnistia Internacional (AI), apelando ao chefe de Estado Alassane Ouattara a fazer cumprir as suas promessas sobre o respeito dos Direitos do Homem.
Durante o período em análise, foi manchete nos noticiários, a demissão de 8.500 trabalhadores em greve da mina de KDC EAST, na África do sul, pelo grupo Gold Fields, último reducto da greve.
Entretanto, a condenação a 37 anos de prisão, de um argelino da rede islamita Al Qaeda, pela tentativa frustrada de explodir uma bomba, em 1999, no aeroporto internacional de Los Angeles, um dos mais movimentados do mundo, foi também destqaue da semana findas.
Mereceu igualmente atenção nos últimos sete dias, a celebração do primeiro aniversário do anúncio da "libertação total" da Líbia, depois de ter sido deposto o governo do falecido presidente, Muammar Kadhafi.
Em Bani Walid, localidade acusada de proteger os fiéis do ex-presidente, ainda existem bolsas de resistência e os "conflitos" prosseguem.
Em Bukavu, capital da província instável do Sul-kivu, na RDC, foi manchete a tentativa de assassinato contra um ginecologista Denis Mukwege, reputado pela sua ajuda às mulheres violadas e muitas vezes presenteado pelo Prémio Nobel da paz.
Ainda na sequência de conflitos, a RDC encerrou a sua fronteira com o Rwanda, desde segunda-feira, até novas ordens, soube-se em Goma, capital da instável província do Kivu-Norte (este), de fonte oficial, citada pela AFP.
A visita de dois dias do presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, à Cidade da Praia, que será aproveitada para assinar dois acordos de cooperação e assinalar o 5.º aniversário da Parceria Especial UE/Cabo Verde, foi também destaque noticioso da semana finda.
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