Romney e Obama estão novamente em empatados nas sondagens
CJ Gunther/EPAO republicano Mitt Romney foi escolhido por 47% dos eleitores na mais recente sondagem da Associated Press/GfK, realizada entre 19 e 23 de outubro. Barack Obama recolheu 45% das intenções de voto. A mesma sondagem revela que Romney praticamente anulou a vantagem de 16 pontos que Obama detinha no eleitorado feminino mas também que o candidato democrata recuperou face a Romney no eleitorado masculino. A corrida à Casa Branca está mais renhida do que nunca, quando faltam 12 dias para a eleição e ambos os candidatos se lançaram numa verdadeira maratona final para convencer os indecisos.
O candidato democrata e ainda Presidente reservou três dias para percorrer em campanha três dos Estados mais importantes eleitoralmente mas ainda indecisos, Ohio, Florida e Virginia. Neste dois últimos, a vantagem inicial do atual Presidente esfumou-se nas últimas semanas.
Romney está por seu lado a investir fortemente no Ohio, um Estado crítico para as suas aspirações presidenciais e onde as sondagens mostram Obama com uma ligeira vantagem.
"Muro orçamental"
Curiosamente e apesar da pressão eleitoral, nenhum dos candidatos tem abordado a ameaça de bancarrota do Estado Federal, uma das questões cruciais para a economia americana.
Em 2011, o Presidente democrata Barack Obama e o Congresso dominado pelos republicanos celebraram um acordo que prevê um aumento de impostos e um corte na despesa, ambos automáticos, no final de 2012.
O plano deverá ter um efeito de choque brutal na economia se não for conseguido um novo acordo para controlar o défice. Os analistas têm mesmo considerado estas medidas um verdadeiro "muro orçamental" para a economia.
Mas republicanos e democratas têm-se mostrado irredutíveis e um novo acordo parece uma miragem.
Propostas Obama
Numa entrevista telefónica ao jornal Des Moines Register, Barack Obama mostrou-se confiante de que conseguirá chegar a acordo com os republicanos para um plano de redução do défice público mas não entrou em detalhes.Na entrevista ao Des Moines Register, o Presidente revelou outra aposta para o seu próximo mandato, uma reforma profunda da lei sobre a imigração já em 2013. É o apontar de baterias diretamente ao americanos de origem latina, já 16% da população nos Estados Unidos. Obama acredita que vai ganhar as eleições em parte porque Romney e o Partido Republicano têm ignorado o eleitorado latino.
"Vamos entrar numa conjuntura em que, penso eu, nos primeiros seis meses, iremos resolver esta história", afirmou Obama, reconhecendo ser um problema complicado e desagradável.
"Estou absolutamente certo de que nós podemos chegar a algo que se assemelha ao grande mercado que há muito tempo proponho aos republicanos", acrescentou o Presidente.
Obama disse ainda que está a considerar uma "vasta reforma dos impostos sobre as grandes empresas". O Presidente propõe-se baixar as taxas mas alargar a base de incidência dos impostos.
Romney conquista eleitores
"O Presidente Obama não respeitou nenhuma das promessas que o candidato Obama fez em 2008", respondeu Ryan Williams, um porta-voz da campanha de Romney, às propostas de Obama.
Esse tem sido o calcanhar de Aquiles de Obama nesta reeleição. E Romney tem sabido capitalizar as falhas do adversário. Nas últimas semanas o candidato republicano suavizou a sua imagem de conservador puro e duro e a aposta foi certeira, sobretudo junto do eleitorado feminino, conquistado igualmente pelos argumentos económicos.
De acordo com as sondagens da AP/GfK, há um mês as mulheres preferiam nestes assuntos, Obama a Romney, 56% contra 40%. Agora a tendência inverteu-se, 49% para Romney e 45% para Obama. Mais mulheres consideram igualmente que Romney compreende melhor os problemas dos eleitores, embora 50% ainda confiem mais em Obama.
Gaffe republicana em Indiana
Nos assuntos sociais femininos, contudo, Obama mantém o favoritismo, com 55% das intenções de voto contra 41% de Romney.O republicano Colin Powell declarou esta quarta-feira o seu apoio a Obama, criticando Romney que considera "vago" em muitas questões e sublinhando que o Presidente organizou a retirada das tropas de dois cenários de guerra "e não nos meteu em mais nenhum". Powell vê ainda sinais de recuperação económica e acredita que as soluções de Obama estão a permitir aos EUA saírem "gradualmente" do buraco e "ganharem altitude". E este viu o seu trabalho para inverter esta tendência ser dificultado por um recente comentário do candidato republicano ao Senado pelo Estado de Indiana.
Richard Mourdock considerou num debate que a gravidez resultante de uma violação é "algo que Deus quis". Romney distanciou-se de imediato destas declarações mas não retirou o apoio ao aspirante a senador.
Tentando capitalizar a gaffe, Obama apressou-se a prometer que enquanto estivesse na Casa Branca iria sempre proteger o direito das mulheres a decidirem quanto às suas próprias questões de saúde. E, sem contudo se referir ao episódio de Mourdock, Obama disse que os eleitores tinham visto de novo esta semana porque é que políticos homens não devem tomar decisões sobre saúde feminina.
O Presidente tem ainda conseguido anular os ganhos de Romney no eleitorado feminino, conquistando eleitores entre os homens, tradicionalmente mais republicanos, sobretudo entre os solteiros. Há um mês, a vantagem de Romney entre os homens era de 13 pontos percentuais. Agora é de apenas 5.
Confiança a crescer
A recente sondagem da Associated Press/GfK revela ainda que os americanos estão agora mais confiantes na recuperação económica em 2013 e na descida do desemprego.
A margem de erro da sondagem quanto à eleição do novo Presidente é de 3,5%. O que absorve a diferença de dois pontos entre os dois candidatos.
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