Os Estados Unidos afirmam estar a destruir os seus arsenais de armas químicas. A imagem mostra granadas de gás mostarda guardadas num arsenal no Colorado, EUA
WikicommonsO governo sírio deslocou as suas armas químicas para novos locais de forma a garantir que não caiam nas mãos de rebeldes, garantiu Leon Panetta, secretário da Defesa dos EUA, durante uma conferência no Pentágono.
A informação foi dada pelo secretario da Defesa dos Estados Unidos durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo canadiano, Peter McKay.
Gás mostarda e gás sarin
Damasco admite possuir grandes arsenais de armas químicas e os serviços de informação internacionais acreditam que o governo sírio possui gás mostarda e gás sarin. Ambos podem ser espalhados através de aviões, de mísseis e de granadas de morteiro.
A Síria não subscreveu a Convenção de Armas Químicas e o Presidente norte-americano Barack Obama já advertiu Damasco de que, se estas armas forem usadas na corrente guerra contra os rebeldes, o governo sírio será responsabilizado.
Nos últimos 18 meses o poder do Presidente Bashar al-Assad, um alauíta, tem estado a ser desafiado por milhares de rebeldes sírios, sunitas e apoiados por estrangeiros. Os combates já fizeram mais de 30.000 mortos, na maioria civis.
Não há sinais de que Damasco tenha usado armas químicas contra os seus opositores, apesar de as possuir. Uma das preocupação internacionais é a de que estes arsenais de armas químicas caiam nas mãos de milícias rebeldes e estas as utilizem em combate, iniciando uma nova fase da guerra.
Fantasma iraquiano
As palavras de Leon Panetta ecoam as acusações feitas pelo governo norte-americano contra o Presidente iraquiano Saddam Hussein, na véspera da invasão do Iraque.
Saddam sempre negou que o Iraque possuía armas químicas e os arsenais mencionados pelos serviços de informação ocidentais nunca foram encontrados.
Um dos ministros de Saddam Husseim (e seu primo em primeiro grau), Ali Hassam al-Majid, responsável pela Defesa, Interior e serviços de informação, foi acusado de ter usado armas químicas para dizimar populações curdas no norte do Iraque em 1988.
Nestes ataques pelo menos 180 mil curdos morreram e mais de 1,5 milhão de pessoas foram desalojadas. O genocídio chocou o mundo e desde então Ali Hassam al-Majid foi conhecido como "Ali o Químico".
Em junho de 2007, Ali foi condenado à morte por enforcamento pelo Supremo Tribunal Criminal Iraquiano, por crimes contra a humanidade. A sentença foi executada a 25 de janeiro de 2010.
Sem comentários:
Enviar um comentário
MTQ