quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Tentaram ou era só para fingir? Moçambique ou Mozambisquitão?

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José Carlos Cruz said...
Tudo parece bem equacionado em Moçambique. O processo de democracia em Moçambique não passa disso mesmo, um processo, que leva o seu tempo e precisa de apoio. Com esta super-simplificação o Senado americano abençoou as eleições e despachou a nova embaixadora para Moçambique. Mas há uma questão que não entrou nesta equação, a questão ambiental. Se tivesse entrado, tudo ficaria muito complicado. É que esta questão introduz na equação sinergias negativas devido ao tratamento que o governo dá ao meio ambiente - especialmente no que diz respeito a florestas, o tema mais quente na política internacional actual. Como todos já sabemos os nossos portos estão empilhados de troncos de árvores que tinham mais de cem anos de existência, para exportação. Estas árvores são consideradas pelos cientistas em todo o mundo como sagradas, pois sem elas a atmosfera aquece e daí as mudanças climáticas que ninguém quer. Fica claro que o governo de Moçambique, irresponsavelmente, permite a devastação das suas florestas de alto valor ambiental. Ora bem, nunca assuntos tão mesquinhos como o destino de árvores importunou assim tanto como está acontecer agora. Está a passar para as mesas de desenho de políticas internacionais cada vez com mais peso. Não estejamos certos que tudo está como sempre esteve e sempre estará. A questão ambiental, mais tarde ou mais cedo, vai provocar uma revolução em Moçambique, como já está acontecendo no resto do mundo. O problema é que, associado ao desenvolvimento sustentável, surge como condição sine qua non a democracia. Sem democracia real, não a fingida, não existe a sensibilidade ambiental exigida para o desenvolvimento sustentável e a tomada de medidas para se parar com as mudanças climáticas. Fica tudo muito complicado, quando se considera a questão ambiental. Duvido que o nosso governo da Frelimo seja eleito, pelos políticos mandantes no mundo, para continuar a governar Moçambique quando a se decidir resolver a questão ambiental nesta região de África. Não, sem democracia nada funciona como deve ser, os moçambicanos deverão arranjar outra maneira de ter um governo, sem ser por eleições fingidas.

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