Quinta-feira, 20 de Agosto de 2009
As
seguintes declarações devem ter um lugar de destaque na história
recente de Moçambique e foram proferidas por um dos mais altos
responsáveis de Frelimo, em Cabo Delgado, em 03/08/2009, pelo Alberto
Chipande, glorificado pela Frelimo como tendo sido o autor do primeiro
disparo, no início da chamada “Guerra de Libertação”:
O
actor principal desta peça foi o General Alberto Joaquim Chipande, que
pela sua estatura na nossa sociedade, dispensa qualquer apresentação.
Para tornar curta uma longa história, o que o General Chipande disse
naquele encontro foi, essencialmente, que neste país a Frelimo faz o que
lhe apetece, e o resto que se dane! Que os dirigentes da Frelimo têm o
direito natural de enriquecerem, não importam os meios, porque lutaram
para libertar o país do colonialismo.
Que
são anti-patriotas os que criticam a corrupção e o uso restrito e
indevido dos recursos nacionais por uma pequena elite ligada à Frelimo.
"General" Alberto Chipande
Vamos, então, analisar estas declarações:
1
– Estas afirmações são gravíssimas e devem merecer uma análise profunda
por parte das Organizações Internacionais e dos Países Doadores;
2 – Estas afirmações só confirmam a inexistência de Democracia, em Moçambique, e muito menos, de Liberdade;
3
– Há aqui uma situação gravíssima que põe em causa a Luta de Libertação
encetada pela Frelimo, ou seja a Frelimo não lutou pela liberdade, mas
para se substituir ao poder anterior (o colonialismo português);
4
– A Frelimo acha-se dona do País e nunca irá permitir que os
moçambicanos, pelo voto popular, a substituam no Poder. Esta farsa tem
um grande exemplo no país vizinho, o Zimbabué, quando o ditador Mugabe
afirmou que o país era dele;
5
– A Frelimo lutou para se apoderar das riquezas geradas pelos
portugueses, em favor da economia moçambicana e acabou por destruir toda
a economia, condenando o seu povo à miséria, enquanto os seus
dirigentes foram enriquecendo com o espólio da guerra;
6
– É neste contexto que se enquadram os milhares de assassinatos
perpetrados pela Frelimo, logo após a Revolução em Portugal de
25/04/1974;
7
– Esta “maralha” tem que ser afastada do poder quanto antes, porque
tudo não passa de uma grande fantochada organizada por aqueles a quem a
grande maioria da população moçambicana chamava “bandidos” e o seu
comportamento não mudou em nada;
8
– Moçambique, com a Frelimo a governar, não tem futuro. Isso está
provado, mas não tardará o dia em que o povo se revoltará contra este
estado de coisas e irá impor a sua vontade;
Os autores da desgraça de Moçambique
Agora compreendo a razão pela qual a Frelimo instiga, no ensino oficial, ao ódio racial contra os portugueses!
Dizia-me
há dias um amigo moçambicano que o País está atrasado mais de 100 anos
relativamente ao mundo ocidental. Achei um exagero, mas, agora,
acredito.
NOTA:
Este Post irá ser enviado para todas as Organizações Internacionais
para que tenham conhecimento do apoio que estão a dar a "criminosos de
guerra".
20 de Agosto de 2009
Álvaro Teixeira (GE)
Publicado por gruposespeciais às 16:50
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Quinta-feira, 13 de Agosto de 2009
A MINHA VIDA DE GE - Parte 4
Estado actual do "Novo CIGE"
Agora estou no
novo CIGE, à saída do Dondo, na entrada da picada para Inhaminga. Um
Centro de Instrução enorme, todo ele construído com chapas de zinco
assentes em estruturas de ferro.
O primeiro dia
foi passado em palestras orientadas pelos altos comandos, nomeadamente,
com o já falecido coronel Costa Campos. Fomos informados da nossa missão
e dos princípios por que se norteavam os Grupos Especiais (GE’s).
Comecei, então, a tomar consciência da responsabilidade que implicava a
formação de um Grupo Especial, quais os objectivos da “Operação Furacão”
e de todas as condicionantes que implicavam a formação dos novos
militares. A missão não iria ser fácil, mas, psicologicamente,
preparei-me para ela.
No dia seguinte,
todos os graduados iniciaram os exercícios físicos baseados nos métodos
da preparação dos “Comandos”: um estrado com cerca de um metro de
altura, onde, um graduado, previamente escolhido, ia coordenar um
exercício físico até à exaustão. Acabado este, um novo graduado subia
para o estrado e coordenava outro exercício. Também fiz a minha parte na
coordenação de um exercício e, apesar do meu aspecto franzino, consegui
uma “performance” que nunca imaginei estar ao meu alcance.
Passados alguns
dias começaram a chegar os primeiros recrutas. Já estava formada a
equipa de triagem coordenada pelo capitão Mendonça e para a qual eu fui
destacado, ficando com a responsabilidade dos recrutas da zona de Vila
Gouveia (Catandica) e de os instalar no respectivo Pavilhão. Viriam a
constituir o GE 913 e o GE 914, o primeiro com destino a Camberembera e o
segundo, ao Fúdze. Comecei, de imediato, a impor as regras básicas da
disciplina militar, o que não se tornou difícil, conforme irei explicar
em Posts posteriores. O meu maior problema residiu na quantidade, porque
cheguei a ter mais de 250 homens, o equivalente a quase 2 companhias da
tropa normal.
Uma imagem do Campo de Instrução (Exercícios Físicos), com o autor do Blog em 1º. plano.
Há, no entanto,
um episódio caricato, que não posso deixar de relatar. Após poucos dias e
pouco antes de se terminar a triagem, fui chamado pelo capitão Mendonça
para instalar mais alguns recrutas, cerca de 15. Eram uns indivíduos
que usavam vestes brancas, o cabelo rapado e uma pequena barbicha. Nunca
tinha visto nada de semelhante, mas alojei-os no Pavilhão respectivo.
Entretanto, já tinha começado com a preparação física dos que já estavam
integrados e estes últimos entraram, também, no Grupo. Os dias foram
passando com exercícios físicos, instrução militar de recruta própria
dos GE´s (a forma de marchar, que era acompanhada de cânticos próprios, e
outros movimentos eram muito diferentes dos da tropa normal). Tudo
correu bem até à entrega dos fardamentos e das armas. No dia seguinte a
esta entrega, houve a formatura habitual em frente ao Pavilhão, para o
pequeno-almoço e já todos fardados. É então que reparo que, na
formatura, faltavam os recrutas de cabeça rapadas. Entrei no Pavilhão,
estava vazio e reparo que, em cima da cama de cada um deles, estava o
fardamento e a arma. Tinham fugido durante a noite. Procurei indagar o
que se tinha passado e cheguei à conclusão de que eles praticam uma
religião pacifista o que vim a comprovar, mais tarde, no teatro de
operações. Eles deslocavam-se pela Serra Choa, com as suas vestes
brancas, como se nada se passasse, não eram atacados por ninguém e eram
conhecidos como “Apóstolos”.
Fui dar conta da situação ao capitão Mendonça e tudo ficou resolvido.
Já com tudo
estabilizado e, depois daquele tempo de preparação física dos graduados,
começamos a instrução militar, propriamente dita.
(Continua …)
Ovar, 13 de Agosto de 2009
Álvaro Teixeira (GE)
Publicado por gruposespeciais às 16:28
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Domingo, 2 de Agosto de 2009
INCURSÃO NA SITUAÇÃO POLÍTICA ACTUAL DE MOÇAMBIQUE (2)
(…Continuação)
É nesta situação
que se vão realizar as Eleições marcadas o próximo dia 28 de Outubro,
com três candidatos: Afonso Dlakama (Renamo), Armando Guebuza (Frelimo) e
Daviz Simango (MDM).
Se Moçambique não
fosse governado por uma ditadura mascarada de democracia, certamente
que haveria dois candidatos derrotados à partida, Afonso Dlakama e
Armando Guebuza e um candidato vitorioso, Daviz Simango, pelas razões
que passo a enunciar:
Este candidato
tem a seu favor a luta que encetou, a partir da Gorongosa, contra o
poder ditatorial, criminoso e terrorista do Samora Machel. Esta guerra
civil que durou 16 anos, teve a força suficiente para encostar a Frelimo
à parede, mas não teve a força política suficiente, para obrigar à
partilha do poder, pelo que os Acordos de Roma, em 1992, não passaram de
uma construção da tal máscara de democracia e de "seguro de vida para a
Frelimo", que não possibilitaram à Renamo, passados todos este anos,
constituir-se como alternativa de poder, não só por essa razão, mas,
também, pela falta de quadros que pudessem levar por diante a sua
implantação sólida no terreno e expandir as suas ideias. A Renamo nunca
se conseguiu demarcar do seu carácter belicista e relegou para segundo
plano as suas propostas políticas. Na actualidade, a Renamo está
confrontada com grandes dissidências, no seu interior, baseadas, segundo
o meu ponto de vista, por falta de liderança política, por um lado e
não ser um partido do poder, pelo outro. Isto é um problema que ocorre
nos partidos, cujos militantes não vislumbram qualquer perspectiva de
poder, a curto ou médio prazos. Penso que a sua força eleitoral irá
cair, muito, nas próximas eleições.
No governo de
transição (1974/1975), Guebuza ocupa a pasta da Administração Interna e,
no primeiro governo de Moçambique independente, a pasta de Ministro do
Interior. Foi nessa qualidade que emitiu a famigerada ordem "24 20". Essa
ordem dava 24 horas a todos os residentes portugueses para deixar o
país em 24 horas, não lhes sendo permitido levar mais que 20 quilos de
bagagem. Foi o responsável pelo criminoso programa "Operação Produção"
que deslocou, à força centenas de milhares de moçambicanos considerados
improdutivos para as zonas do norte do país menos habitadas, para
aquilo que veio a ficar conhecido como os Campos da Vergonha, incluindo,
limpezas étnicas, fome e a morte. Após a morte do Samora Machel,
integrou a comissão de investigação ao acidente, mas não chegou a
qualquer conclusão. Após Joaquim Chissano ter abandonado algumas
práticas comunistas, Guebuza aproveitou a onda de privatizações na
indústria, para se tornar num empresário poderoso, com a bênção do
governo da Frelimo. Em 2004, ganha as eleições presidenciais, como
candidato da Frelimo e é empossado em 2 de Fevereiro de 2005.
O passado deste
candidato deveria fazer inveja ao Estaline e ao Adolf Hitler que
cometeram crimes idênticos, mas, pelo que se sabe, nunca foram
empresários à custa do partido.
O actual
presidente do Município da Beira é oriundo de uma família com tradições
na história de Moçambique, de tal forma importante, que a Frelimo
executou, da formal mais cruel, os seus pais em Netelela. As suas
virtudes, como autarca e a sua juventude poderão constituir um grande
capital de esperança para Moçambique e poderá conquistar votos e apoios,
tanto da Frelimo, como da Renamo. O seu programa de governo representa
um corte com o passado, embora, do meu ponto de vista, devesse ser mais
arrojado, a começar pelo incentivo a uma economia familiar, que é base
da riqueza de um país e que dê origem à criação de pequenas e médias
empresas, começando pelo aproveitamento dos recursos naturais e que são
muitos, nomeadamente com a distribuição e posse da terra a pequenos e
médios agricultores, de modo a acabar com a colectivização comunista
imposta pelo governo da Frelimo. Apostar no regresso ao país dos quadros
da diáspora os quais, com a sua experiência, serão um motor do
desenvolvimento de Moçambique e, muitos deles, afirmam que só regressam
ao País, quando, nos órgãos de decisão, deixar de haver fardas
militares, pelo que se impõe a desmilitarização do regime e entregar à
sociedade civil todas as hierarquias da governação. Promover uma
verdadeira reconciliação nacional, acabando com as doutrinas tribalistas
e racistas em que se tem apoiado a Frelimo, cuja prática é “dividir
para reinar”.
Para mim, pelo
que é e pelo que representa, Daviz Simango é o futuro, ao contrário dos
outros dois candidatos que representam o passado da guerra, da
infelicidade do povo, do subdesenvolvimento e da pobreza.
O sangue
derramado por heróis multiplica-se e faz nascer muitos mais heróis.
Espero que isto se cumpra com o sangue derramado por Uria Simango e pela
sua esposa, Celina Simango
Estas fotos não são invenção de reaccionários, são obra da Frelimo. Qualquer semelhança com os campos de concentração nazis não será ficção. Tudo isto é real.
Para que não restem dúvidas, consultem algumas descrições em:
O Ministro do Interior, nessa altura, era o actual Presidente de Moçambique, Armando Guebuza.
Isto são crimes contra a Humanidade:
MINISTÉRIO DA SEGURANÇA
Ordem de Acção n. 5/80
De: Dl
Para: DB e o Chefe da BO
No
espírito dos costumes, usos e tradições da luta armada de libertação
nacional, o Comité Político Permanente da Frelimo julgou e condenou a
morte por fuzilamento os seguintes desertores e traidores do povo e da
causa nacional, que foram já executados:
Uria Simango
Lázaro Nkavandame
Júlio Razão
Nihia
Mateus Gwengere
Joana Simeão
Paulo Gumane
De
forma a prevenir possíveis reacções negativas, internas ou
internacionais que possam surgir em consequência da execução desses
contra-revolucionários, o Comité Político Permanente decidiu publicar
este acto como uma decisão revolucionária do partido Frelimo, e não como
um acto jurídico.
É
portanto necessário compilar um dossier declarando a completa história
criminal desses indivíduos, bem como suas confissões aos elementos da
DD/SI que os interrogaram, declarações de testemunhas, autos do
processo e sentença.
Para
além desse dossier, deve se fazer um comunicado que será lido pelo
camarada Comandante em Chefe onde ele anunciará a execução dos acima
mencionados contra-revolucionários.
Foi
decidido nomear um Comité para compilar o dossier e preparar o
comunicado. O camarada comandante em chefe decidiu que o acima
mencionado Comité será encabeçado pelo camarada SÉRGIO VIEIRA, e terá
como membros adicionais os camaradas OSCAR MONTEIRO, JOSÉ JÚLIO DE
ANDRADE, MATIAS XAVIER e JORGE COSTA.
A luta continua
Maputo, 29/7/80
O Ministro da Segurança
JACINTO VELOSO
Palavras para quê? Primeiro, mata-se, depois organiza-se um falso processo.
Álvaro Teixeira (GE)
Publicado por gruposespeciais às 20:29
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