domingo, 5 de agosto de 2012

A RENAMO E A INDEPENDÊNCIA - O REVERSO DA MEDALHA (2/2)

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Correio da Manhã – 2 Novembro 2004 -
TRIBUNA
Coluna de João CRAVEIRINHA joaocraveirinha@yahoo.com.br
ACHEGA ÀS ELEIÇÕES 2004
Em Moçambique, a seguir à Independência, inicia-se uma sangrenta “guerra civil” que duraria cerca de 16 anos (1976/1992).
O Movimento da Resistência mais tarde RENAMO seria “inventado” por portugueses coloniais contra a Independência dos “pretos” da Frelimo. Nesse envolvimento subversivo contra o novo Estado Moçambicano, seriam comuns os nomes entre outros, dos portugueses Jorge Jardim, Orlando Cristina, Moreno e Arlindo Malosso muito activo no 7 de Setembro 1974 contra a Independência. Arlindo Malosso, teria sido um dos pioneiros na criação da chamada Resistência que daria origem à RENAMO. Participaria nos contactos com os serviços de Defesa e Segurança da Rodésia e bóeres da África do Sul como intermediário da mesma MNR – RENAMO. Todavia inteligentemente a RENAMO (antes Movimento da Resistência), através de André Matadi MATSANGAÍSSA ex – comandante da Frelimo na Beira, tira partido desse ódio anti-Frelimo dos portugueses, servindo-se deles, até conseguir uma certa autonomia pendendo mais para os rodesianos de Ken Flowers do CIO – serviços secretos de Ian Smith. Após a morte de Matsangaíssa a Renamo depende da logística (e comandos) dos serviços secretos militares do general bóer, Magnus Malan, concentrados em Phalaborwa perto do Kruger Park, na direcção de Gaza / Maputo. A morte a 17 Outubro 1979 de André Matsangaíssa, Comandante – chefe da Renamo, não ficaria totalmente esclarecida se foi em combate ou eliminado por ordem dos sul-africanos para os quais se tornara incómodo devido ao seu espírito nacionalista e não servil, em relação aos bóeres e aos portugueses. No ano seguinte, 1980, a Rodésia / Zimbabué fica Independente. Cansados e afastados do processo os primeiros portugueses afastam-se pouco a pouco após os assassinatos em 1983 do antigo ex-agente da Pide Orlando Cristina na África do Sul e mais tarde em 1988 do beirense, Evo Fernandes, em Portugal. A RENAMO seria apoiada do exterior pelos bastiões do apartheid rodesiano, sul-africano, e de sectores portugueses e alegadamente apoiada pelo DINFO departamento dos serviços secretos da Marinha de Guerra Portuguesa (MDN), a CIA e a D.I.A – Defense Intelligence Agency – a contra inteligência militar americana e através de lobbies da extrema-direita americana anti-comunista e ultra racista anti – negro de ligações com o Ku Klux Klan. Os falcões da guerra da Renamo e da África do Sul bóer e do outro lado a Frelimo, ao preconizarem uma vitória militar para o conflito era como se “bebessem gasolina para urinarem na fogueira do inimigo” – isto é; aumentavam ainda mais as chamas dessa fogueira em vez de apagá-la e com o risco de também serem pelo fogo consumidos. Graças aos Santos Ofícios da Igreja de Roma, do Papa e empenho dos beligerantes, a 4 de Outubro de 1992, surge o Acordo Geral de Paz entre a FRELIMO e a RENAMO. A tão esperada Paz finalmente chega a Moçambique e com ela o embrião da Democracia universal e do novo e desconhecido multipartidarismo que se esboçara muito antes entre o 25 de Abril de 1974 e a revolta popular de 21 de Outubro do mesmo ano. O acordo de “Lussaca” não o teve em conta.
Esses movimentos pró democracia seriam considerados pela FRELIMO de grupos fantoches, reaccionários e de traidores. Infelizmente muitos de seus líderes e simpatizantes seriam detidos, torturados, assassinados ingloriamente em várias partes de Moçambique em particular em Cabo Delgado e Niassa. Muito poucos sobreviveriam aos campos da morte da FRELIMO. Estavam criadas as condições para um Movimento de Resistência tipo RENAMO também cometendo toda a sorte de violências contra as populações indefesas que diziam libertar da Frelimo. Na Frelimo incapazes de travar a Renamo, surgiria a Base da Teoria da Conspiração de que muitos Veteranos falam …” a Frelimo estaria MINADA por dentro”…e o caso Quental ilustra muito bem isso. Guebuza e Veloso colidem. O 1º choque aberto ter-se-ia dado em 1984 com o caso Quental – piloto (!?) de Afonso Dlakhama (Djakama - Dhlakama). Quental antigo militar colega de Jacinto Veloso ex-tenente aviador português da FAP – Força Aérea Portuguesa. Estavam em contacto. Anteriormente, em 1983, Jacinto Veloso, teria pedido um encontro com João Quental em Maputo pelas suas “ligações” à RENAMO. Surge fricção devido à subalternização do Ministério do Interior de Armando Guebuza pelo da Segurança de Jacinto Veloso apoiado pelo Presidente Samora Machel. Contestação dos veteranos da luta relacionada com os primeiros contactos de Jacinto Veloso com a RENAMO, através de João Quental. É preso em Maputo em Dezembro de 1985 (muito após o Acordo de Incomáti de 16 de Março 1984) e somente libertado da Cadeia da Machava em Janeiro de 1988 na era Chissano. João Quental foi o “bode expiatório branco” que pagou a factura? Em 1985, Jacinto Veloso não lhe consegue valer… ou recuou?
Entre 1980/81, Paulo Barbosa Oliveira aliás Paula d' Oliveira aliás Paulo Makwákwa (Macuácua), português branco natural de Lisboa, agente duplo do SNASP – polícia secreta da Frelimo, é enviado para infiltrar-se na Renamo em Lisboa e recolher elementos para o rapto ou assassinato de Evo Fernandes (Abril 1988)... Paulo Oliveira esteve nas bases da Renamo na África do Sul – 1983/84. De Lisboa regressa a Maputo em 14 Março 1988. Actualmente em Portugal. (FIM)
Breve Bibliografia em hiperligações
EXECUÇÕES e MORTES na RENAMO
1. http://noticias.uol.com.br/lusa/ultnot/2002/10/17/ult611u15080.jhtm
2. http://africa.sapo.pt/1301/230282.html
3. http://paulobarbosa.com.sapo.pt/
4. http://paulobarbosa.com.sapo.pt/MAKWAKWA1.htm#_Toc42830470
5. http://imigrantes.no.sapo.pt/page2mocCoopPM.html
Organizações racistas brancas da África do Sul e da América
6. http://www.kkkk.net/southafrica/index.htm
7. http://www.spartacus.schoolnet.co.uk/USAkkk.htm

 

1 comentário:

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