Forças que atacam o governo de Tripoli anunciaram que piloto do caça Mirage F-1ED que abateram é português.
As forças do Exército Nacional Líbio (LNA, sigla em inglês) anunciaram esta terça-feira ter abatido um caça pilotado por um mercenário português.
O piloto do caça Mirage foi capturado. A Força Aérea disse ao DN desconhecer qualquer informação sobre o caso. O Ministério dos Negócios Estrangeiros está em averiguações.
O Governo de União Nacional (GNA) líbio está em Tripoli e é reconhecido pelas Nações Unidas, enquanto o LNA do marechal Khalifa Haftar procura há várias semanas entrar na capital líbia.
Este é o segundo caça ao serviço do GNA que as forças do LNA reivindicaram ter abatido nas últimas duas semanas na Líbia.
O primeiro caso ocorreu a 22 de abril com um caça que tinha partido da cidade de Misrata, segundo informação veiculada pelas forças do marechal Haftar.
O piloto cujas imagens foram divulgadas pelo LNA poderá ser um antigo oficial da Força Aérea qualificado para operar os caças F-16.
Este será o segundo português ao serviço da Força Aérea do GNA que é abatido pelas forças do LNA. O primeiro caso foi conhecido em junho de 2016 e envolveu um antigo piloto sem experiência de caças de guerra - pilotava avionetas de pulverização agrícola - que morreu aos comandos de outro Mirage F-1ED.
Instabilidade sem fim à vista
Oito anos depois da morte de Muammar Kadhafi, a Líbia continua a não ter perspetivas de paz e o processo democrático tarda. Ainda há um mês, o diretor das missões civis da UE, Vicenzo Coppola, anunciava ao DN em Jerusalém a retirada da missão da União Europeia no país por falta de condições no terreno - os combates estavam a intensificar-se.
Desde o início do ano, na verdade, que a tensão não para de subir. A partir do leste do país, o autoproclamado Exército Nacional da Líbia (ENL) lançou em janeiro uma ofensiva sobre a capital, Tripoli. Os combates têm sido constantes deste então. Depois de uma guerra civil há oito anos, recorde-se, o país mergulhou numa segunda guerra civil em maio de 2014.
O ENL é liberado por um antigo apoiante de Kadhafi, Kahlifa Haftar, militar com dupla nacionalidade líbia e americana que tem o apoio mais ou menos explícito de países como o Egito, Emirados Árabes Unidos, Rússia e França.
No outro lado da barricada estão os soldados leais ao primeiro-ministro Fayez al-Serraj, reconhecido pelas Nações Unidas e pela UE. Além destas forças, há ainda várias milícias e o Estado Islâmico.
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